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Funções Biológicas I Bioquímica Professora: MSc. Flávia Alves Martins Faculdade Morgana Potrich - FAMP Departamento de Ciências Biofuncionais Aula 3: Carboidratos: Conceito, importância, funções e classificação Carboidratos Moléculas mais abundantes da Terra 100 bilhões de toneladas métricas de CO2 e H2O em celulose e outros produtos vegetais / ano Açúcar e amido : principais elementos da dieta – oxidação é a principal via de produção de energia (células não fotossintéticas) Polímeros de carboidratos : elementos estruturais nas paredes celulares bacterianas e vegetais, lubrificam articulações, auxiliam no reconhecimento e adesão intercelular Poli-hidroxialdeídos ou poli-hidroxicetonas Carboidratos são: Fórmula empírica: (CH2O)n Três classes: monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos “Sacarídeo” deriva do grego sakcharon: “açúcar” Carboidratos ▪ Mais simples dos carboidratos ▪ Aldeídos ou cetonas com dois ou mais grupos hidroxila ▪ Os que possuem 6 carbonos: glicose e frutose – 5 grupos hidroxila Sólidos, cristalinos, incolores, solúveis em água, sabor adocicado Cadeias de carbonos não ramificadas – ligações simples ▪ 1 dos átomos de C: ligação dupla com oxigênio – carbonil ▪ Outros ligados à hidroxilas Grupo carbonil na extremidade da cadeia: aldose Grupo carbonil qualquer outra posição: cetose Mais simples: trioses de 3 C Carboidratos 4 carbonos: Tetroses 5 carbonos: Pentoses 6 carbonos: Hexoses 7 carbonos: Heptoses Aldoses e cetoses para cada comprimento: aldotetroses, cetotetroses, aldopentoses, cetopentoses Hexoses : mais comuns na natureza Monossacarídeos possuem centros assimétricos (quirais) 1 centro quiral: 2 enantiômeros Carboidratos n Centros quirais: 2n 4 centros quirais 24: 16 enantiômeros Divididos em dois grupos: diferem quanto à configuração do centro quiral mais distante do carbono do carbonil Dextro Levo Maioria dos organismos Enzimas reteram a preferência durante a evolução Carboidratos Numeração de carbonos: extremidade mais próxima ao grupo carbonil Cetose de 4 e 5 carbonos: inserção de ‘ul’ ao nome da aldose correspondente Aldose Cetose Cetoses de 6 carbonos: nome derivado da função Carboidratos Solução aquosa: aldotetroses e monossacarídeos com 5 ou 6 átomos de carbono ocorrem em estruturas cíclicas Reação entre álcoois e aldeídos/cetonas Hemiacetais ou Hemicetais Se OH e carbonil vier da mesma molécula = anel com 5 ou 6 membros Carboidratos Adição de molécula de álcool: centro quiral adicional 2 configurações estereoisoméricas: α e β Anômeros: diferem apenas na configuração do átomo de carbono hemiacetal Compostos com anéis de 6 membros: piranoses Carbono anomérico Carboidratos Ceto-hexoses Furanose Representação mais correta Linhas grossas: inclinação na direção do leitor Mutarrotação : interconversão Tendem a assumir forma de “cadeira” Carboidratos Dois monossacarídeos unidos covalentemente por uma ligação O -glicosídica. ▪ Grupo hidroxila de uma molécula de açúcar reage com o carbono anomérico de outro açúcar ▪ Forma 1 acetal a partir de 1 hemiacetal + 1 álcool ▪ Composto resultante: glicosídeo Fervura em ácido diluído: hidrólise da reação e liberação de monossacarídeos Interconversão entre formas lineares e cíclicas é impedida ▪ Maltose: 1 carbono anomérico livre – açúcar redutor Carboidratos (1) Dar a configuração (α ou β) do carbono anomérico que une a primeira unidade de monossacarídeo (à esquerda) com a segunda. (2) Identificar o resíduo não redutor; para distinguir entre estruturas em anel de cinco e seis membros, inserir “furano” ou “pirano” no nome. (3) Indicar entre parênteses os dois átomos de carbono unidos pela ligação glicosídica, usando uma seta para conectar os dois números; (4) Identificar o segundo resíduo Nomenclatura Nome abreviado ▪ Não redutor ▪ Adequado para armazenamento de energia Carboidratos Carboidratos ▪ Maioria dos carboidratos encontrados na natureza ▪ Média a alta massa molecular ▪ Chamados de glicanos ▪ Diferem na identidade das unidades repetidas, comprimento da cadeia, tipos de ligação unindo as unidades, grau de ramificação Homopolissacarídeos: forma de armazenamento para monossacarídeos utilizados como combustíveis – amido, glicogênio; estrutura de paredes celulares – quitina e celulose. Heteropolissacarídeos: Suporte extracelular para organismos de todos os reinos - peptideoglicano Carboidratos Homopolissacarídeos Formas de estocagem de combustíveis : amido – células vegetais; glicogênio – células animais ▪ Intracelularmente em grandes agrupamentos ou grânulos ▪ Extremamente hidratadas – hidroxilas que formam ligação de hidrogênio com a água > Células vegetais produzem amido, armazenamento abundante em tubérculos 2 polímeros de D-glicose Ligações α! -> 4 Amilopectina AMIDO Carboidratos Homopolissacarídeos GLICOGÊNIO ▪ Polissacarídeo de armazenamento das células animais ▪ Polímeros de subunidades de glicose ligadas por ligações a1-> 4 e a1->6 nas ramificações ▪ Mais ramificado e compacto que amido ▪ Abundante no fígado – 6% do peso líquido – grandes grânulos ▪ Presente no músculo esquelético Enzimas atuam simultaneamente nas várias ramificações – conversão do polímero em monossacarídeos. Se houvesse armazenamento em monossacarídeo = osmolaridade alta – entrada da água e rompimento da célula. Carboidratos Funções estruturais Celulose: ▪ Fibrosa, resistente, insolúvel em água ▪ Parede celular de plantas – caule, troncos ▪ Homopolissacarídeo não-linear ▪ 10.000 a 15.000 unidades de D-glicose ▪ Configuração beta – propriedades diferentes da amilose ▪ Não é utilizado como combustível pela maioria dos animais – falta de enzima que degrade ligação beta ▪ Ruminantes = microrganismos simbiontes CELULOSE Funções estruturais Homopolissacarídeos Carboidratos Funções estruturais ▪ Resíduos de N-acetilglicosamina ▪ Substituição de hidroxila por grupo amina acetilado (vs celulose) ▪ Não é digerida pelos vertebrados ▪ Componente principal de exoesqueletos duros dos artrópodes ▪ 2º polissacarídeo mais abundante da Terra QUITINA Homopolissacarídeos Carboidratos Homopolissacarídeos ▪ Enovelamento em 3D ▪ Interações fracas dentro da própria molécula – estabilização da estrutura – ligações de hidrogênio é a principal ▪ Hélice firmemente enrolada (amido, glicogênio) ▪ Ligações α1-> 4 ▪ Número de ligações de entre as cadeias de celulose ▪ Conteúdo baixo de água Carboidratos Heteropolissacarídeos Parede bacteriana ▪ Lisozima hidrolisa ligações α1-> 4 ▪ Encontrada nas lágrimas Carboidratos Heteropolissacarídeos Matriz extracelular (MEC) ▪ Glicosaminoglic anos: unidades de dissacarídeos repetidas ▪ Encontrado somente em bactérias e animais ▪ D-glicurônico e N-acetilglicosamina ▪ Lubrificante nas articulações; consistência gelatinosa no humor vítreo dos olhos; ▪ Resistência do tendão e cartilagens ▪ Até 50.000 repetições do dissacarídeo ▪ Agente terapêutico ▪ Inibe coagulação sanguínea –se liga a antitrombina- inibição da trombina ▪ Molécula purificada é adicionada à amostras de sangue para análises clínicas; sangue doado Carboidratos Polissacarídeos transportam informações – comunicação entre célula e matriz extracelular; intracelular; sinalização celular • Proteoglicanos: 40 tipos produzidos pelas células de mamíferos • Agem na organização tecidual, ativam fatores de crescimento e adesão ▪ Cerne proteico com 1 ou mais glicosaminoglicanos ligados covalentemente ▪ Ligação em um resíduo de Serina (Ser) ▪ Muitos são secretados para a MEC, alguns proteínas integrais de membrana Proteoglicanos Carboidratos Proteoglicanos 2 famílias de proteoglicanos: SINDECANOS E GLIPICANOS SINDECANO: ▪ Único domínio transmembrana ▪ Se liga a 3 -5 cadeias de heparan-sulfato ou sulfato de condroitina GLIPICANO: Âncora lipídica liga à membrana Clivagemdessas moléculas: alteração de características básicas da célula – ocorre em células cancerígenas Carboidratos AGREGADOS PROTEOGLICANOS O agrecano interage fortemente com o colágeno da matriz extracelular das cartilagens, contribuindo para o desenvolvimento, a resistência à tensão e a elasticidade desse tecido conectivo. Carboidratos Conjugados de carboidrato- proteína, glicanos menores e ramificados – mais diversos que gigantescos glicosaminoglicanos Ligação glicosídica com hidroxila -OH Ligação com nitrogênio ▪ Metade das proteínas de mamíferos é glicosilada ▪ Mucinas: glicoproteínas de membrana ou secretadas – presente em secreções – aspecto escorregadio do muco ▪ Imunoglobulinas ▪ Proteínas lisossomais Carboidratos LPS da parede bacteriana de GRAM - Alvo de anticorpos Carboidratos Proteínas que se ligam a carboidratos com alta especificidade e alta afinidade Selectinas: compõem uma família de lectinas de membrana – reconhecimento célula - célula Carboidratos Patógenos microbianos: lectinas que controlam a adesão bacteriana às células hospedeiras Helicobacter pylori : Lectina de superfície que se liga à oligossacarídeos da superfície de células epiteliais que revestem o estômago Interação especificamente alta Interações polares e apolares e-mail: flaviaalvesmartins22@hotmail.com
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