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NEUROCIÊNCIA EDUCACIONAL AULA 6 Prof. Gustavo França 2 CONVERSA INICIAL Que bom que chegamos até aqui, na nossa última aula da disciplina. Neste último momento especial de aprendizagem, iremos discutir elementos da Psicomotricidade e sua influência na neuroeducação e, ainda, os elementos das artes nesse processo de neuroeducar. Em primeiro momento, iremos discutir acerca dos elementos neuropsicomotores e as funções executivas, ou seja, como a cognição, atenção e emoções podem influenciar nos aspectos da psicomotricidade do sujeito, bem como determinar e demonstrar algumas atividades inerentes a essa área. Em segundo momento, conversaremos acerca das artes no processo de neuroeducação, arte terapia, bem como as atividades artísticas à luz da neurociência e, por fim, conversarmos acerca de tópicos especiais em neurociência, como exemplo, respiração e nutrição do cérebro. Objetivo Geral Explorar tópicos complementares em Neuroeducação: artes, atividades físicas, inteligência de gênero, respiração e nutrição cerebral. Objetivo específico Conhecer as relações entre desenvolvimento neuropsicomotor e as funções executivas. Dominar a aplicação de atividades motoras na escola. Compreender a relação da arte à luz da neuroeducação. Dominar a aplicação de atividades artísticas na escola. Conhecer tópicos complementares na neuroeducação. TEMA 1 – DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR E AS FUNÇÕES EXECUTIVAS Para compreender os aspectos neuromotores, é preciso compreender o que é psicomotricidade e o significado dessa palavra. O dicionário Michaelis (2020) define psicomotricidade como sendo “Conjunto e integração das funções motoras e psíquicas que determinam e coordenam os movimentos corporais.”. 3 Nesta concepção, Leite (2019) ainda afirma que a palavra psicomotricidade vem do grego “Psyquê”, que possui como significado alma e do verbo latino “moto”, que significa mover frequentemente. Nesta concepção, temos aí o objeto de estudo da psicomotricidade e, indo um pouco mais além, como as funções executivas influenciam esse processo de se movimentar. Neste sentido, psicomotricidade então, significa o processo que a mente, as funções executivas e as funções cerebrais influenciam no processo motor, nos reflexos e como ainda as emoções influenciam nesse cenário. Se o movimento faz parte da significação da palavra psicomotricidade, é necessário conceituar adequadamente esse termo para verificar quais as suas implicações nas intervenções e práticas psicomotoras. Marinho, Júnior e Filho (2012) afirmam que a palavra movimento, principalmente na psicomotricidade, pode tomar diferentes configurações, como exemplo, reflexos, atos motores conscientes, ou inconscientes, normais ou patológicos. Nesta perspectiva, os autores ainda afirmam que cada um desses atos possui um significado sendo: Reflexos: ações localizadas do corpo que se relacionam com estimulação específica, que podem desaparecer em determinados períodos da vida, são respostas motores de estímulos externos ou internos, são respostas involuntários a esse estímulo. Ato motor: ação observável de qualquer parte do corpo, está relacionado com as ações voluntárias, correr, ler, pular, saltar, girar. Partindo desse pressuposto e com os conceitos inerentes à psicomotricidade, como exemplo, o ato motor, consciente e o movimento, temos na área psicomotora o trabalho de educação voltado para a psicomotricidade, a esse respeito, Maneira e Gonçalves (2015, p.16880) apud Goretti (1994). A Educação Psicomotora iniciou na França, tendo como precursor o professor de Educação Física Jean Lê Boulch, em meados de 1960. Neste período 16881 já se visava o desenvolvimento global do sujeito por meio dos movimentos e objetivava-se evitar distúrbios de aprendizagem. Observa-se, nesta perspectiva, que já se evidenciava o uso de atividades psicomotoras para o desenvolvimento não só motor, mas também, afetivo e cognitivo. Nesta perspectiva, a educação psicomotora desenvolve diferentes concepções de trabalhos para os alunos que estejam nos mais diferentes 4 níveis de ensino, como exemplo, Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. Um dos trabalhos que a educação psicomotora desenvolve é a percepção, que está diretamente ligada à interpretação dos estímulos que são recebidos do meio externo, sendo esses estímulos as sensações. Essas percepções podem ser divididas nas mais diferentes, sendo visual, olfativa auditiva, entre outras. A percepção visual é a capacidade que desenvolvemos durante nosso desenvolvimento psicomotor, de nos orientarmos nos mais diferentes espaços, por exemplo, uma criança que está andando em espaços íngremes e em um determinado momento, precisará saltar um buraco, ela precisará ter a noção de salto e espaço, para que ela não caia nesse determinado buraco e não se machuque. A percepção visual vai de encontro com a leitura com os olhos, conseguir ou não se orientar pelos sentidos de direita ou esquerda, ou seja, a lateralidade, não conseguir respeitar as linhas do caderno, tampouco as margens e assim por diante. Já a percepção temporal, vai de encontro com o discernimento e o processo de velocidade de determinados atos, ou movimentos, por exemplo, algumas das principais dificuldades encontradas pelos sujeitos na orientação temporal estão ligadas à dificuldade de pronuncia e ritmo das palavras, dificuldades com verbos e tempos verbais, dificuldade de se orientar no presente, passado e futuro, antes, durante e depois. Partindo dessa premissa, temos ainda a percepção auditiva, que vai de encontro com o processamento e o entendimento dos sons, ritmos, ruídos e tonalidades, e as outras percepções, como a olfativa e a tátil. TEMA 2 – ATIVIDADES MOTORAS NA NEUROEDUCAÇÃO Para que possamos desenvolver atividades que trabalhem com a psicomotricidade, é necessário, antes, desenvolvermos a avaliação psicomotora do sujeito, para verificar onde podemos intervir por meio das atividades motoras. França (2018) apud Nogueira e Leal (2016) afirma que o processo de “avaliação é um ato complexo de investigação sobre a aprendizagem de uma pessoa ou um grupo”. 5 Partindo dessa premissa, chegamos então ao conceito de avaliação, que acredito ser um dos mais importantes da nossa aula, temos que compreender que o processo avaliativo, sobretudo na área psicomotora, envolve diferentes aspectos, como a avaliação do desenvolvimento da linguagem, da fala, da lateralidade, a questão do sensório motor, avaliação do equilíbrio, entre outros. (Marinho; Júnior; Filho, 2012). Ainda nesse contexto da avaliação, precisamos avaliar diferentes concepções, uma delas é o equilíbrio, que, por sua vez, se configura como a capacidade de manter o corpo em uma determinada posição, durante uma quantidade de tempo, sendo que o equilíbrio está fortemente atrelado à atenção, tendo em vista que é preciso focar um ponto para manter o equilíbrio. Outro conceito acerca da avaliação psicomotora é a questão da lateralidade: O conceito de lateralidade surge associado a estes aspetos relativamente ao lado direito e esquerdo do corpo. A lateralidade é considerada a manifestação externa da atividade cortical integrativa, expressando-se em movimentos e ações motoras a ação assimétrica do hemisfério cerebral. As interpretações iniciais da lateralidade foram bastante simplificadas com a dominância cerebral geralmente referindo-se ao hemisfério esquerdo, enquanto o hemisfério direito era considerado como o hemisfério subdominante (Broca, 1861). (Freitas, 2014, p. 33) Ainda nessa concepção, Freitas (2014, p. 33) afirma que a lateralidade, vai de encontro com as questões funcionais do cérebro e do sistema nervoso, “pode ser definida como a preferência por um dos membros (nomeadamente, preferênciapor uma das mãos ou por um dos pés) ou por um dos órgãos dos sentidos (ouvido e olho)”. Marinho, Júnior e Filho (2012), nesta concepção, definem algumas métricas para o processo de avaliação de algumas das áreas inerentes à psicomotricidade, conforme a Figura 1. 6 Figura 1 – Roteiro de avaliação psicomotora Fonte: Marinho, Júnior e Filho, 2012. 2 anos monta torres com quatro cubos 2 anos monta torres com seis cubos 3 anos monta uma ponte com cubos quatro anos enfia a linha em uma agulha cinco anos faz um nó em barbante dois anos sobe e desce em um banco com apoio dois anos e meio salta com os dois pés juntos três anos salta sob uma corda estenida no solo quatro anos saltita com as pernas ligeiramente abertas cinco anos salta sob um elastico de 20 cm dois anos sobe num banco de 15 cm, fica imóvel dois anos e meio mantem-se sobre uma perna cinco anos mantem-se na ponta dos pés dois anos organiza objetos por ordem de tamanho dois anos e meio organiza os objetos em fila três anos coloca os objetos com pontas, voltados para um lado quatro anos organiza por largura cinco anos monta um quebra cabeças dois anos tem linguagem espotânea e joga bola com as mãos dois anos e meio coloca cubos em caixa e repete frases com seis ou sete palavras três anos repte frases maiores, quatro anos olha detalhes de um cartaz cinco anos mostra domínio dos pés chutando bolas. Coordenação Motora e sensório-motoraA1:A1:B18 Coordenação dinâmica Avaliação do equilibrio Percepção Lateralidade e linguagem 7 TEMA 3 – ARTE E NEUROEDUCAÇÃO O processo de ensino e utilização de recursos artísticos se configura como um forte instrumental para a neurociência e a neuroeducação, sobretudo, pois configuram como aporte prático para a execução de diferentes atividades. Nesta perspectiva, a arte possui diferentes linguagens, como exemplo, a música, as artes plásticas, o teatro e a dança. Vamos tratar um pouco sobre cada uma delas sob o olhar da neurociência. Na visão de Ujiie (2013, p. 11), podemos definir arte sendo: Representação do mundo cultural com significado, imaginação; é interpretação, é conhecimento do mundo; é expressão de sentimentos, da energia interna, da efusão que se expressa, que se manifesta, que se simboliza, é fruição. Ao mesmo tempo, é conhecimento elaborado historicamente, que traz consigo uma visão de mundo, um olhar crítico e sensível, implicado de contexto histórico, cultural, político, social e econômico de cada época. Ainda nesta perspectiva, Fusari e Ferraz (2001, p. 103) afirmam que a arte se constitui ainda de “técnica, lazer, derivativo existencial, processo intuitivo, genialidade, comunicação, expressão, estética, sentimento de humanidade e parte do universo conceitual vinculada ao seu tempo”. A utilização das artes no processo educacional possui diferentes objetivos, conforme visto pelos Parâmetros Curriculares Nacional, PCN de artes (1997, p. 38) Expressar e saber comunicar-se em artes, mantendo uma atitude de busca pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a sensibilidade e a reflexão ao realizar e fruir produções artísticas. Interagir com materiais, instrumentos e procedimentos variados em artes (Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), experimentando-os e conhecendo-os de modo a utilizá-los nos trabalhos pessoais. Edificar uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos colegas, no percurso de criação que abriga uma multiplicidade de procedimentos e soluções. 8 Compreender e saber identificar a arte como fato histórico contextualizado nas diversas culturas, conhecendo, respeitando e podendo observar as produções presentes no entorno, assim como as demais do patrimônio cultural e do universo natural, identificando a existência de diferenças nos padrões artísticos e estéticos. Buscar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas, documentos, acervos nos espaços da escola e fora dela (livros, revistas, jornais, ilustrações, diapositivos, vídeos, discos, cartazes) e acervos públicos (museus, galerias, centros de cultura, bibliotecas, fonotecas, videotecas, cinematecas), reconhecendo e compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções estéticas presentes na história das diferentes culturas e etnias. Nesta perspectiva, com o alinhamento dos objetivos que o parâmetro curricular para o ensino das artes nos trouxe, temos que compreender que toda produção artística tende a nos mover emocionalmente, ou seja, o trabalho com artes nos deixa mais sensíveis a perceber o mundo de forma diferenciada, transformando nossas estruturas cognitivas e estimulando. Por exemplo, quando solicitamos a um aluno que faça uma produção, seja ela pintura, ou desenho, por meio daquela atividade, podemos perceber muitas coisas, por exemplo, o traçado utilizado pelo aluno, as cores que ele utilizou, crianças e adolescentes sempre apresentam, por meio do desenho, seus sentimentos, angústias e emoções. Da mesma forma, podemos citar acerca da utilização da linguagem teatral, sendo uma das quatro que compõem as artes, podemos atrelar o teatro com o processo de aprendizagem vivencial, o corpo enquanto matriz de aprendizagem, além disso, existe uma técnica que utiliza elementos do teatro que se chama psicodrama, que nós, enquanto psicopedagogos, podemos utilizar o psicodrama aplicado à psicopedagogia para fazer com que nossos sujeitos, sejam eles alunos ou pacientes, exprimam seus desejos, sentimentos, ou até fatos traumáticos por meio do psicodrama aplicado à psicopedagogia. 9 TEMA 4 – ATIVIDADES ARTÍSTICAS NA NEUROEDUCAÇÃO Para iniciarmos, nossas conversas acerca das atividades artísticas que permeiam o processo neuroeducacional, vamos nos ater às principais linguagens artísticas e, em seguida, criar paralelos e propostas de atividades baseadas em cada uma dessas linguagens. Acompanhe, na Figura 2, as abordagens das propostas triangulares e as ramificações da educação artística. Figura 2 – Ramificações das artes Fonte: Ujiie, 2013 – adaptação realizada com base em Rizzi, 2008, p. 339. 10 Partindo dessa premissa, a arte possui como instrumento de apoio as artes visuais que possuem como leitura de mundo o ato de fazer, como exemplo o desenhar, o pintar, o esculpir e a criação de novas mídias. Percebam, conforme dito anteriormente, as artes plásticas servem para expressão do sujeito, por meio de um produto. Esse produto pode servir como instrumento de análise por meio do olhar da neurociência e da Psicopedagogia para identificação dos problemas de aprendizagem, como um aluno que possui dificuldades manuais para esculpir ou desenhar, provavelmente ele terá dificuldades e problemas psicomotores. Pois bem, citamos exemplos de como ocorre uma análise das atividades artísticas pela neurociência, contudo, iremos citar exemplos de algumas atividades que podem ser realizadas nesse âmbito. Vamos utilizar elementos da arte terapia, para exemplificar algumas dessas atividades, a saber: Fotografias: por meio das fotografias, podemos fazer uma leitura de nós mesmos e do mundo, o interessante aqui é pedir à criança que tire várias fotos dela mesma em diferentes espaços e dos lugares que ela for, em seguida, durante a atividade em sala ou em suas sessões de atendimento, peça a ela que reflita e explique uma das fotos, solicite-a que escolha. A partir disso, a criança ou o adolescente vai se reconhecendo como sujeito. Danças e coreografias: além de relaxante, a dança traz consigo diferentes elementos de terapia, por exemplo, o processo de melhoria da atenção, concentração, coordenação motora, grossa e fina, bem como memorização e evocação da memória. Desenhando o que eu vejo: peça à criança que desenheseu próprio rosto, seja em uma folha de papel ou em uma caixa de areia, nessa situação, nós, enquanto profissionais da neurociência, conseguiremos perceber como essa criança se enxerga, para em posterior momento fazermos as intervenções pedagógicas. Talvez um problema emocional esteja afetando sua aprendizagem. 11 Minha percepção: desenhe partes do corpo, ou partes de objetos do cotidiano da criança, e, em seguida, peça que ela complete esses desenhos com sua criatividade. Esta atividade serve para avaliarmos a percepção visual e de memória da criança ou sujeito. Desenhar sem atirar o lápis do papel: essa atividade verifica, sobretudo, a coordenação motora do sujeito, bem como sua capacidade de concentração. É uma atividade desafiadora, mas as produções servem como ponto de análise para verificar o raciocínio que o sujeito necessitou desenvolver para a conclusão do desenho pretendido. Atividades de musicalização: com a música podemos inovar, podemos solicitar aos alunos que imitem determinados cantores, de preferência os de seu gosto, ou até mesmo produção de paródias. Esse tipo de atividade estimula a criatividade e, sobretudo, o processo de memorização e de evocação da memória, além de proporcionar a necessidade de melhoria do processo de leitura e escrita dos alunos- pacientes. Reprodução de imagens e mandalas, com figuras geométricas: esse tipo de atividade vai favorecer, sobretudo, a avaliação do professor- psicopedagogo, ao entender como o aluno está desenvolvendo sua percepção visual, por exemplo, podemos desenhar três quadrados de diferentes tamanhos em uma folha de papel e solicitá-lo que reproduza, veja de que forma e quais tamanhos ele irá reproduzir, caso os tamanhos sempre forem desproporcionais, é necessário estimular a memória visual desse aluno. Labirinto com bolinha de gude: em uma caixa de papel, construa barreiras, como se fosse um labirinto. Essa caixa deve ser de preferência de sapatos, para que o sujeito possa manusear com as duas mãos. Solte bolinhas de gude de forma que o sujeito movimente a bolinha até o destino final. Essa atividade além de trabalhar a coordenação motora, trabalhará questões de limites e de motivação, tendo em vista que eles precisam chegar até um determinado local para “vencer” a atividade. 12 Meu bichinho de estimação: com elementos do teatro e do psicodrama, podemos trabalhar com os sujeitos, como eles se sentem, em relação aos animais, se eles têm bichinhos de estimação e como se portariam se tivessem. Peça que trabalhem em duplas e que, em um momento, um sujeito é o bichinho e o outro o dono e assim por diante. Em um olhar pela luz da neurociência, podemos compreender que, pela execução destas, o sujeito estimulará uma área de seu cérebro conforme mapeamento das áreas que foram trabalhadas na primeira aula de nossa disciplina, por exemplo, a última atividade citada que trabalha com os bichinhos de estimação trabalhará com as questões emocionais e de afetividade. Temos que estar atentos, nem sempre as crianças irão demonstrar carinho pelos animais, fica aí um ponto de partida para posterior análise. TEMA 5 – NUTRIÇÃO CEREBRAL E RESPIRAÇÃO A nutrição cerebral não é um termo recente, significa a implicação da dieta e da alimentação no processo de desenvolvimento do cérebro, por exemplo. Dinis (2006) afirma que desenvolver o cerebro por meio da alimentação e da nutrição pode melhorar suas capacidades, prevenindo e corrigindo desvios no processo de aprendizagem e inteligência, prevenindo e melhorando o processo de ensino e aprendizagem. Temos que compreender que o nível de vitaminas influenciará a aprendizagem dos alunos, ou seja, precisam estar em níveis aceitáveis. Neste sentido, Falcão (2017, p. 14) diz que vários fatores alteram esse desenvolvimento humano, entre eles os genéticos, o meio ambiente, o nível socioeconômico e a presença de comorbidades, mas seguramente a nutrição ocupa papel importantíssimo no desenvolvimento neurológico da criança. A nutrição inadequada pode ocasionar déficits cognitivos, e sobretudo, atrasos irreversíveis na aprendizagem do sujeito, neste sentido, temos as vitaminas, que colaboram para esse processo, e a falta delas pode causar perdas, conforme veremos a seguir. Falcão (2017, p. 17) afirma que “As vitaminas são nutrientes necessários, em quantidades pequenas, para o crescimento adequado e a manutenção do organismo”. 13 A vitamina A, por exemplo, ajudará no desenvolvimento da infância no que tange a melhoria da imunidade e do sistema imunológico e, no processo de manutenção do sistema da visão, a falta dessa vitamina causa problemas de visão e alterações no sistema imunológico, podendo ocasionar doenças em virtude desse problema imunológico. Outro exemplo é a vitamina B7, que, por sua vez, auxilia nos níveis de glicose do sangue, sendo que a ausência desta pode ocasionar problemas neuromusculares. Temos ainda a B12, que atua no sistema nervoso e no equilíbrio hormonal. A falta dela pode ocasionar alterações neurológicas e a perca do equilíbrio. A importância do conhecimento das vitaminas, no que tange a nutrição cerebral, faz com que conheçamos o que pode ocorrer com um aluno. Na falta dessas vitaminas e o que cada uma dessas influencia no processo de aprendizagem. NA PRÁTICA Com base nos conteúdos expostos na aula, desenvolva uma atividade psicomotora com elementos das artes aplicadas à neurociência, para alunos com faixa etária de 6 anos, que estimule o desenvolvimento da lateralidade e fortaleça o senso espacial, por exemplo, direita, esquerda, frente e trás. FINALIZANDO Nesta aula, discutimos bastante acerca da neurociência educacional, à luz de algumas áreas distintas, como as artes e suas atividades no desenvolvimento neurológico, bem como suas contribuições, para o processo de entendimento de como o cérebro aprende. Outra perspectiva interessante nesse percurso foi o conhecimento acerca do desenvolvimento psicomotor. Aprendemos como se realiza uma avaliação psicomotora, quais os aspectos observáveis durante esse processo e como intervir. E, para finalizar, discutimos acerca da importância do processo nutricional e da alimentação para a aprendizagem do sujeito que está em fase de aprendizagem. 14 REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares Nacionais para o ensino de arte. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/arte.pdf>. Acesso em: 8 abr. 2020. DINIS, T. Especialistas discutem a importância da nutrição cerebral. 2006. Disponível em: <http: //www.1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 8 abr. 2020. FALCÃO, M. C. Nutrição e desenvolvimento cerebral da criança. São Paulo. Instituto Nestlé, 2017. MANEIRA, F., GONÇALVES, E. A importância da psicomotricidade na educação infantil. EDUCERE – PUCPR, 2015. MICHAELIS. Psicomotricidade. Disponível em: <https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues- brasileiro/psicomotricidade/>. Acesso em: 8 abr. 2020.