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Tributário MÓDULO X

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MÓDULO X - Jônatas Castelo Branco 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
Capacidade Tributária Passiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO TRIBUTÁRIO 
Capacidade Tributária Passiva 
 
1. Sujeito Passivo da Obrigação Tributária (ART. 121 E 122 DO 
CTN) 
 
 
“Sujeito passivo da relação jurídica tributária é a pessoa - sujeito de 
direitos - física ou jurídica, privada ou pública, de quem se exige o 
cumprimento da prestação: pecuniária, nos nexos obrigacionais; e 
insuscetível de avaliação patrimonial nas relações que veiculam meros 
deveres instrumentais ou formais.”1 
O Código Tributário Nacional esclarece a sujeição passiva da 
obrigação principal ou da obrigação acessória, que poderá, ou não, recair 
sobre o mesmo sujeito. 
Art. 121 – Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada 
ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. 
Art. 122 – Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada 
as prestações que constituam o seu objeto. 
 Qualquer pessoa possui capacidade tributária passiva, a qual, 
conforme o art. 126, do Código Tributário Nacional, independe de: 
 
1 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 13.ª ed. Saraiva. p. 297 
 
I – da capacidade civil das pessoas naturais; 
II – de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem 
privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou 
profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; 
III – de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando 
que configure uma unidade econômica ou profissional. 
 
As pessoas políticas, inclusive suas fundações, são imunes apenas 
aos impostos, podendo ser obrigadas a pagar taxas e contribuições de 
melhoria. 
 As autarquias e as fundações instituídas e mantidas pelo Poder 
Público são imunes com relação aos impostos referentes ao patrimônio, 
renda e serviços desde que vinculados as suas finalidades essenciais ou 
delas decorrentes, art. 150, § 2.º, da Constituição Federal. Desta forma, 
possuem capacidade tributária passiva com relação aos impostos 
referentes aos bens jurídicos acima mencionados se provierem de 
exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a 
empreendimentos privados, ou que haja contraprestação ou pagamento de 
preços ou tarifas pelo usuário, art 150, §3.º, da Constituição Federal. 
 As empresas públicas e as sociedades de economia mista possuem 
total capacidade tributária passiva (capacidade plena), portanto, devem ser 
submetidas ao mesmo tipo de tributação que as pessoas jurídicas privadas 
(art. 173, §§ 2.º e 3.º, da CF/88). 
 
 As empresas privadas e os particulares por maior razão devem 
figurar no pólo passivo da capacidade tributária. 
 Por força do princípio da legalidade, o sujeito passivo da obrigação 
tributária deve ser apontado na lei, a qual não pode individualizar o 
contribuinte, devendo apenas estabelecer critérios que permitirão sua 
identificação após a ocorrência do fato gerador in concreto (fato 
imponível), caso contrário ofenderia o princípio da igualdade. 
 O sujeito passivo, na lei, é virtual (potencial); e somente após a 
ocorrência do fato gerador é que se torna efetivo (real). 
A pessoa política, ao editar a lei, deve respeito às normas 
constitucionais (norma padrão de incidência de todas as normas 
tributárias). 
 A Constituição Federal de 1988 indica: 
• hipótese de incidência possível; 
• sujeito ativo possível; 
• sujeito passivo possível; 
• base de cálculo possível; 
• alíquota possível. 
 
O contribuinte tem o direito de pagar o tributo na região onde se 
encontra domiciliado ou sediado. 
 
 
1.1. Diferença entre Contribuinte de Direito e de Fato 
 O contribuinte de direito é a pessoa que figura no pólo passivo da 
obrigação tributária. Já o contribuinte de fato é o destinatário da carga 
econômica do tributo, ou seja, quem suporta o ônus financeiro do tributo. 
 Normalmente, contribuinte de fato e de direito se confundem. 
Porém, algumas vezes se distinguem. 
ICMS: 
• contribuinte de fato: consumidor final; 
• contribuinte de direito: comerciante. 
 IR: 
• contribuinte de fato e de direito são o mesmo. 
 
Súmula 546 do Supremo Tribunal Federal – “Cabe a restituição do 
tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão que o 
contribuinte “de jure” não recuperou do contribuinte “de facto” o 
“quantum” respectivo”. Trata-se da interpretação do Supremo Tribunal 
Federal ao artigo 166 do Código Tributário Nacional que cuida da 
repetição do indébito de tributos indiretos. 
 
1.2. Sujeito Passivo da Obrigação Tributária 
 
1.2.1. Direto (contribuinte) – art 121, inc. I, do Código Tributário 
Nacional 
Contribuinte direto, possui relação pessoal e direta com a situação 
que constitua o respectivo fato gerador. Ele paga o tributo à título próprio, 
pois é o seu patrimônio que desde o primeiro momento vai ser alcançado 
pela carga econômica do tributo. 
 
1.2.2.Indireto (responsável) – 121, inc. II, do Código Tributário 
Nacional 
Contribuinte indireto, ou responsável, é o que paga o tributo em 
nome do contribuinte, conforme expressa disposição legal. Não é o 
realizador do fato imponível. Na verdade, paga o tributo a título alheio (em 
nome e por conta do contribuinte). Seu patrimônio, num primeiro 
momento, é alcançado pela carga econômica do tributo. 
Entre o contribuinte e o responsável deve, necessariamente, existir 
uma relação jurídica que permita ao último o pronto ressarcimento. 
 A sujeição passiva indireta só é possível nos casos dos impostos, em 
que não há uma contraprestação por parte do Estado. 
A sujeição passiva indireta pode se dar: 
• por transferência: ocorre quando, após a ocorrência do fato 
gerador, a lei impõe a uma terceira pessoa, que não tem relação 
pessoal e direta com o fato gerador, a obrigação do pagamento do 
 
tributo; o contribuinte não é ignorado, havendo mudança do 
sujeito passivo em momento posterior; 
• por substituição: dá-se quando o dever de pagar o tributo por 
expressa determinação legal nasce de imediato na pessoa do 
responsável, ou seja, assim que ocorre o fato imponível, já é 
cobrado do responsável; o contribuinte é desde logo esquecido, 
uma vez que o legislador já o substituiu pelo responsável. 
 
A Emenda Constitucional n. 3/93 acrescentou o § 7.º ao art. 150 da 
Constituição Federal, permitindo a cobrança antecipada de imposto do 
substituto tributário cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente. 
São modalidades de sujeição passiva indireta: 
• Solidariedade (art. 124 do CTN): dá-se quando duas ou mais 
pessoas são co-obrigadas pela lei a responderem pelo mesmo 
débito tributário, ou seja, existe apenas uma relação jurídica 
obrigacional, na qual dois ou mais sujeitos de direito se encontram 
compelidos a satisfazer a integridade da prestação. A 
solidariedade pode advir de lei ou de contrato, contudo, em 
matéria tributária só pode haver solidariedade legal por meio de 
lei da pessoa jurídica competente. A solidariedade tributária não 
admite benefício de ordem (art. 124, par. ún., do CTN). 
• Sucessão (arts. 129/133 do CTN): ocorrerá para “assegurar a 
continuidade das relações jurídicas atiradas pelo contribuinte, 
que, por razões diversas (v. g., venda do estabelecimento 
 
comercial, industrial ou profissional; venda de bem patrimonial 
móvel ou imóvel; morte ou falência) deve ser sucedido na relação 
jurídica tributária. É uma hipótese de sub-rogação nos direitos e 
obrigações do contribuinte no contexto mais amplo da relação 
jurídica tributária”. A sucessão pode ocorrer a título singular ou 
universal, “inter vivos” ou “causa mortis”. 
• Responsabilidade legal (arts. 134 e 135, do CTN): pressupõe duas 
condições: a) que o contribuinte não possa cumprir sua obrigação; 
e b) que o terceiro tenha participado do ato que configure o fato 
geradordo tributo, ou em relação a este se tenha indevidamente 
omitido. Ocorrerá, por exemplo, quando a pessoa que tem o dever 
de fiscalizar o recolhimento do tributo por parte do contribuinte 
não o faz e, em conseqüência, ele acaba não sendo pago. Tal 
pessoa, num primeiro momento, responderá pelo débito tributário, 
ou seja, o tabelião, por lei, é obrigado a registrar a escritura de 
venda e compra do imóvel somente depois de verificar se houve 
o recolhimento do ITBI. Se registra e vê-se que o ITBI não foi 
recolhido, o tabelião é que deverá recolhê-lo por responsabilidade 
legal. O tabelião terá direito de regresso contra o adquirente do 
imóvel (responsável pelo tributo). 
• Responsabilidade por infração (arts. 136 a 138 do CTN): O art. 
137 dispõe que “a responsabilidade é pessoal ao agente: 
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou 
contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de 
administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no 
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; 
 
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do 
agente seja elementar; 
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de 
dolo específico: 
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem 
respondem; 
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus 
mandantes, preponentes ou empregadores; 
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas 
jurídicas de direito privado, contra estas”. 
Nessa parte, o Código Tributário Nacional trata também da denúncia 
espontânea, dispondo que a responsabilidade é excluída pela 
denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do 
pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da 
importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o 
montante do tributo dependa de apuração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - DIRETO 
 (contribuinte) 
SUJEITO 
PASSIVO -solidariedade 
 - Transferência - sucessão 
 - INDIREITO - responsabilidade 
legal 
 - infrações 
 (responsável) 
 - Substituição

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