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A IMPORTÂNCIA DO SERVIÇO DE COMPACTAÇÃO NAS DIVERSAS CAMADAS DE UMA RODOVIA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA COMISSÃO PERMANENTE DE CONCURSOS PÚBLICOS PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO PARA PROFESSOR SUBSTITUTO Edital nº 19/2017, de 24 de março de 2017 CAJAZEIRAS, 26 de Abril de 2017 PROF. FRANCISCO HUMBERLÂNIO TAVARES DE ARAÚJO APRESENTAÇÃO � INTRODUÇÃO � FUNÇÕES DO PAVIMENTO � ASPECTOS FUNCIONAIS DO PAVIMENTO � CLASSIFICAÇÃO DO PAVIMENTO � COMPACTAÇÃO � PATOLOGIAS � A IMPORTÂNCIA DO SERVIÇO DE COMPACTAÇÃO NAS DIVERSAS CAMADAS DE UMA RODOVIA 2 INTRODUÇÃO � Para SOUZA (1980), Pavimento é uma estrutura construída após a terraplanagem por meio de camadas de vários materiais de diferentes características de resistência e deformabilidade. � Compactação é o preenchimento dos espaços (vazios) de uma camada, através do adensamento do solo, com aumento de capacidade de suporte do mesmo. Se a compactação não for bem executada, todas as camadas construídas acima podem ser comprometidas com futuros afundamentos e deformações do subleito. � A compactação aumenta a durabilidade do revestimento e melhora o desempenho do pavimento, na medida em que promove o aumento da resistência e a diminuição da deformabilidade. 3 FUNÇÕES DO PAVIMENTO � Segundo a NBR-7207/82 da ABNT tem-se a seguinte definição: "O pavimento é uma estrutura construída após terraplenagem e destinada, econômica e simultaneamente, em seu conjunto, a: � Resistir e distribuir ao subleito os esforços verticais produzidos pelo tráfego; � Melhorar as condições de rolamento quanto à comodidade e segurança; � Resistir aos esforços horizontais que nela atuam, tornando mais durável a superfície de rolamento." 4 ASPECTOS FUNCIONAIS DO PAVIMENTO � Quando o pavimento é solicitado por uma carga de veículo Q, que se desloca com uma velocidade V, recebe uma tensão vertical �� (de compressão) e uma tensão horizontal �� (de cisalhamento), conforme figura 01 (SANTANA, 1993). � A variadas camadas componentes da estrutura do pavimento também terão a função de diluir a tensão vertical aplicada na superfície, de tal forma que o sub-leito receba uma parcela bem menor desta tensão superficial (p1). 5Figura 01 – Cargas no Pavimento. Fonte – Santana, 1993. CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS � Essencialmente pode-se classificar a estrutura de um pavimento em: � Pavimentos flexíveis: � São aqueles constituídos por camadas que não trabalham à tração. Normalmente são constituídos de revestimento betuminoso delgado sobre camadas puramente granulares. A capacidade de suporte é função das características de distribuição de cargas por um sistema de camadas superpostas, onde as de melhor qualidade encontram-se mais próximas da carga aplicada. Um exemplo de uma seção típica pode ser visto na figura 02, a seguir. � No dimensionamento tradicional são consideradas as características geotécnicas dos materiais a serem usados, e a definição da espessura das várias camadas depende do valor da CBR (Índice de suporte Califórnia) e do mínimo de solicitação de um eixo padrão(8,2 ton.). 6 Figura 02 – Seção Transversal Típica de Pavimento Flexível Fonte – Notas de Aulas Prof. Geraldo Luciano de Oliveira Marques, 2012. CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS � Essencialmente pode-se classificar a estrutura de um pavimento em: � Pavimentos rígidos: � São constituídos por camadas que trabalham essencialmente à tração. Seu dimensionamento é baseado nas propriedades resistentes de placas de concreto de cimento Portland, as quais são apoiadas em uma camada de transição, a sub-base. A determinação da espessura é conseguida a partir da resistência à tração do concreto e são feitas considerações em relação à fadiga, coeficiente de reação do sub-leito e cargas aplicadas. São pouco deformáveis com uma vida útil maior. � O dimensionamento do pavimento flexível é comandado pela resistência do sub-leito e do pavimento rígido pela resistência do próprio pavimento. Seção característica pode ser visto na figura 03. 7 Figura 03 – Seção Transversal Típica de Pavimento Rígido Fonte – Notas de Aulas Prof. Geraldo Luciano de Oliveira Marques, 2012. COMPACTAÇÃO � Segundo a Norma DNIT - ES 282/2009, compactação é a operação por processo manual ou mecânico, destinada a reduzir o volume dos vazios de um solo ou outro material, com a finalidade de aumentar-lhe a massa específica, resistência e estabilidade. 8Figura 04 – Fases do solo Fonte – Notas de Aulas Prof. Gastão Coelho de Aquino Filho, M. Sc , 2010. COMPACTAÇÃO � A utilização do solo como material de construção civil exige um conhecimento da melhor condição de se trabalhá-lo a fim de se obter os resultados esperados para uma obra mais eficiente e mais barata. Quando utilizada, a compactação dos solos garante estas qualidades através de obtenção de camadas mais densas, portanto menos compressíveis e menos permeáveis. A massa específica seca (d) e o teor de umidade (w) são os parâmetros que definem a condição de compactação de um solo, para uma dada energia de compactação utilizada. � Um solo quando compactado apresenta uma variação de massa específica seca em função do teor de umidade. Inicialmente, a massa específica seca cresce como o aumento do teor de umidade até atingir um máximo e depois começa a decrescer para valores maiores do teor de umidade. 9 COMPACTAÇÃO � Objetivos da compactação: � Aumentar a resistência dos solos, o que, por sua vez, aumenta a resistência das fundações construídas sobre sua superfície; � Reduzir o recalque indesejado das estruturas; � Aumentar a estabilidade dos taludes de aterros. 10 COMPACTAÇÃO � A compactação é função de quatro Variáveis: Peso específico seco; Umidade; Energia de compactação; e Tipos de solos (solos grossos, solos finos, etc.). � A um teor de umidade w = 0, o peso específico natural (у) é igual ao peso específico seco (��). � Quando o teor de umidade é gradativamente (w = w1) e у = у1. � Acima de um determinado teor de umidade, qualquer aumento de umidade tende a reduzir o peso específico seco. Isso ocorre porque a água ocupa os espaços que eram ocupados pelas partículas sólidas. � O teor de umidade no qual o peso específico seco máximo é obtido é o teor de umidade ótimo. COMPACTAÇÃO X ADENSAMENTO 11 COMPACTAÇÃO � Ensaio de Compactação: � Em 1933, o Eng. Norte americano Ralph Proctor postulou os procedimentos básicos para a execução do ensaio de compactação. A energia de compactação utilizada na realização destes ensaios é hoje conhecida como energia de compactação Proctor Normal. 12Figura 05 – Equipamento de ensaio de Proctor Normal: (a) Molde; (b) Soquete e (c) Equipamentos no Laboratório Fonte – Notas de Aulas Prof. Maria das Vitória do Nascimento, 2015. COMPACTAÇÃO � Curva de Compactação: � O peso específico seco máximo teórico é obtido quando não há presença de ar nos espaços vazios (S = 100% ) pela equação. 13 COMPACTAÇÃO Energia de Compactação: � Embora mantendo-se o procedimento de ensaio, um ensaio de compactação poderá ser realizado utilizando-se diferentes energias. A energia de compactação empregada em um ensaio de laboratório pode ser facilmente calculada mediante o uso apresentada a seguir: � Onde: P → Peso do Soquete (N) h → Altura de Queda do Soquete (m) N → Número de Golpes por Camada n → Número de Camadas V → Volume de solo compactado (m³) 14 COMPACTAÇÃO Energia de Compactação: � Influência da energia de compactação na curva de compactação do solo � À medida em que se aumenta a energia de compactação, há uma redução do teor de umidade ótimo e uma elevação do valor do peso específico seco máximo. 15Figura 06 – Efeito da Energia de Compactação nas Curvas de Compactação obtidas para um mesmo solo. Fonte – Notas de Aulas Prof. Maria das Vitória do Nascimento, 2015. COMPACTAÇÃO � Influência da compactação na estrutura dos solos � A figura abaixo apresenta a influênciada compactação na estrutura dos solos. Conforme se pode observar desta figura, as estruturas formadas no lado seco da curva de compactação tendem a ser do tipo floculada, enquanto que no lado úmido da curva de compactação formam-se solos com estruturas predominantemente dispersas. 16Figura 07 – Influência da compactação na estrutura dos solos. Fonte – Notas de Aulas Prof. Maria das Vitória do Nascimento, 2015. COMPACTAÇÃO � Escolha do valor de umidade para compactação em campo � A compactação do solo deve proporcionar ao solo, para a energia de compactação adotada, a maior resistência estável possível. � Pergunta: Porque os solos não são compactados em campo em valores de umidade inferiores ao valor ótimo? � Resposta: Não basta que o solo adquira boas propriedades de resistência e deformação, eles devem permanecer durante todo o tempo de vida útil da obra. 17 COMPACTAÇÃO � Caso o solo fosse compactado no teor de umidade w1, ele iria apresentar uma resistência bastante superior àquela obtida quando da compactação no teor de umidade ótimo. Contudo, este solo poderia vir a se saturar em campo (em virtude de um período de fortes chuvas, por exemplo), vindo a alcançar o valor de umidade w2, para o qual o valor de resistência apresentado pelo solo é praticamente nulo. � No caso de o solo ser compactado na umidade ótima, o valor de sua resistência cairia somente de R para r, estando o mesmo ainda a apresentar características de resistência razoáveis. 18 Figura 08 – Curva de resistência Fonte – Notas de Aulas Prof. Maria das Vitória do Nascimento, 2015. PATOLOGIAS � Exsudação: o excesso de teor do ligante e o baixo índice de vazios na mistura asfáltica fazem com que o material betuminoso suba para a superfície do pavimento, gerando manchas escuras. Esse defeito compromete a aderência pneu-pavimento 19 Figura 09 – Exsudação Fonte – http://sinistralidadeportuguesa.blogspot.com.br/2011/09/exsudacao.html PATOLOGIAS � Trinca por fadiga (couro de jacaré): ocasionada pela fadiga do revestimento asfáltico ou da base estabilizada em função da repetição das cargas de tráfego. Uma mistura betuminosa fora das especificações aliada a uma estrutura deficiente pode contribuir para esse dano. 20 Figura 10 – Trinca por fadiga (couro de jacaré) Fonte – http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgtP8AD/notas-aula-introdutoria-sem-texto-polimero PATOLOGIAS � Afundamento por trilha de roda: decorrente do enfraquecimento de uma ou mais camadas pela infiltração de água e do uso de misturas asfálticas com baixa estabilidade. Uma compactação insuficiente do pavimento somada ao tráfego intenso de caminhões pode causar essa deformação. � 21 Figura 11 – Afundamento por trilha de roda Fonte – HUGHES, 2017 PATOLOGIAS � Escorregamento de massa ou deformação plástica: resultado da má ligação entre o revestimento e a camada subjacente. Misturas pouco estáveis e uma compactação deficiente podem facilitar o escorregamento horizontal da massa pelo tráfego intenso. 22 Figura 12 – Escorregamento de massa ou deformação plástica Fonte – http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgtP8AD/notas-aula-introdutoria-sem-texto-polimero CONTROLE � Para que Rodovias sejam bem executadas é necessário o controle dos ensaios de compactação de solos. Os ensaios de compactação estão normalizados por métodos de ensaios comuns ao DNIT (antigo DNER) e vários DER’s brasileiros e órgãos internacionais. 23 A IMPORTÂNCIA DO SERVIÇO DE COMPACTAÇÃO NAS DIVERSAS CAMADAS DE UMA RODOVIA � A compactação ela vai deixar as partículas de solo em grau de compactação 100%, de uma forma bem reajustadas, onde teremos a maior resistência, ou seja, a adesão entre as partículas de solo, que vai estar na sua melhor concepção, na sua melhor estrutura, porque para pavimentação é exigido grau de compactação de 100% com um desvio padrão de (+ou – 5%), variando entre o mínimo de 95% e máximo de 105%. � Camadas não compactadas, ou seja, uma camada com 60% ou 70%, o que pode acontecer, ela não está consolidada e com o tempo e a passagem de veículos ela ainda pode recalcar, porque ainda tem índice de vazios. O índice de vazios deve existe, mas de uma maneira em que seja suficiente para manter o grau de compactação em 100% e não exista mais recalque. 24 � O grau de compactação ele é ideal porque é o rearranjo ideal da estrutura do solo evitando recalque e percas de resistência. � Quando dimensionamos o pavimento o pressuposto é que as camadas se mantenham rígidas. O subleito, a sub-base e a base tenham grau de compactação alto próximo de 100%. Se alguma dessas camadas estiver abaixo disso pode acontecer deformação permanente com o tempo, porque as camadas podem se rearranjar. � A Mal compactação gera diversas patologias como já citadas aqui, logo, o serviço de compactação é de fundamental importância nas diversas camadas de uma rodovia, desde o subleito até a camada de revestimento, sendo ela o principal agente para tingir os objetivos do pavimento. 25 A IMPORTÂNCIA DO SERVIÇO DE COMPACTAÇÃO NAS DIVERSAS CAMADAS DE UMA RODOVIA REFERÊNCIAS � FILHO, Gastão Coelho de Aquino. Notas de Aula: Mecânica dos Solos. IFPB, Cajazeiras, 2010. � HUGHES, Lucas Oliveira; FIGUEIREDO, Vitor Lemos; CRUZ, Zoraide Vieira. Aplicação de Whitetopping Tradicional para Recuperação de Rodovias. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 2, Vol. 15. pp 05-20., janeiro de 2017. ISSN: 2448-0959 � NASCIMENTO, Maria das Vitórias. Notas de Aulas: Compactação dos Solos. UEPB, Araruna, 2012. � SANTANA, H. (1993b) “A Filosofia dos Calçamentos na Pavimentação Urbana”. 4a Reunião de Pavimentação Urbana. Maceió – AL. � SOUZA, M. L. (1980). “Pavimentação Rodoviária”. Livros Técnicos e Científicos, Ed. AS, Rio de Janeiro – RJ. 26 OBRIGADO! 27