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Fibromialgia: Conceito, Epidemiologia e Diagnóstico

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P á g i n a | 1 
 
Fibromialgia 
Conceito 
 A Fibromialgia é uma síndrome dolorosa crônica caracterizada por: 
o Dor musculoesquelética crônica (> 3 meses); 
o Generalizada: bilateral, acima e abaixo da linha da cintura e esqueleto axial; 
o Presença de pontos dolorosos pré-definidos a palpação muscular - tender-points. 
 
Epidemiologia 
 Incidência 2,5% no Brasil (1º osteoartrite, 2º fibromialgia). 
 Idade 30-50 anos (pode ocorrer em qualquer faixa etária). 
 Mulheres > Homens (9:1). 
Etiologia 
Etiologia incerta 
Fisiopatologia 
 Neuroendócrino: Disfunção do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal, incluindo diminuição das 
respostas ao cortisol; regulação anormal do hormônio do crescimento. 
 Neurotransmissor: Diminuição de serotonina no sistema nervoso central; níveis elevados de 
substância P e fator de crescimento neural no líquor → ↑Via excitatória. 
 Neurosensorial: Amplificação central da dor e/ou antinocicepção reduzida (sensibilização 
central, anormalidades das vias descendentes inibitórias da dor). 
 Genético: Forte agregação familiar; evidências de polimorfismos de genes dos sistemas 
serotoninérgicos, dopaminérgicos e catecolaminérgicos, na etiologia. 
Isabela Terra Raupp 
Fatores genéticos
• Parentes de 1º grau tem
risco 8x maior de
desenvolver FM
Fatores Ambientais
• Trauma
• Infecções (Hepatite C,
Epstein-Barr, Parvovírus,
Doença de Lyme)
• Estresse emocional
Pontos-gatilho de dor 
miofascial
• Pontos-gatilho de dor
miofascial ou tendinites como
geradores e mantenedores
da sensibilização central na
FM.
P á g i n a | 2 
 
 
Clinica 
 Alodinia: Redução do limiar doloroso. 
 Hiperalgesia: Resposta aumentada a estímulos dolorosos. 
 Dor persistente: Aumento na duração da dor após o estímulo. 
Sintoma principal: dor difusa, generalizada e crônica – “dói o corpo todo”. 
 Muitos pacientes não conseguem precisar o início da dor 
 Instalação lenta. 
 Relação com evento estressante? 
 O caráter da dor é bastante variável, podendo ser em queimação, pontada, peso ou “dor 
de cansaço”. 
 Especialmente associada a fadiga e distúrbios do sono. 
Sintomas somáticos associados: 
 Fadiga 
 Sono não reparador 
 Alteração de humor 
 Disfunção cognitiva 
 Cefaleias 
 Parestesias de extremidade → eletromiografia normal 
 Sensação subjetiva de edema. 
o O edema é particularmente relatado em mãos e antebraços, não observado pelo 
examinador e sem relação com processos inflamatórios. 
Manifestações neuropsiquiátricas 
 Pacientes com FM apresentam maior prevalência de depressão, ansiedade, TOC e doença 
do estresse pós traumático. 
 Inclusive a causa da FM pode estar relacionada à eventos estressores ou traumas no começo 
da vida. 
 A depressão e as demais alterações do humor provocam a exacerbação dos sintomas e 
prejudicam as estratégias de enfrentamento do paciente diante da doença. 
 Neurotransmissores envolvidos na dor também afetam o humor, a memória, a fadiga e o 
sono. 
Manifestações satélite 
Cerca de 90% apresentam manifestações-satélites da doença, muitas delas mostrando que o menor 
limiar à dor não está presente só na musculatura: 
 Distúrbios funcionais intestinais – 40% 
 Cistite intersticial – 12% 
 Dor pélvica crônica – 5% 
 
 Cefaleia – 53% 
 Disfunção da ATM - 75% 
 Síndrome das pernas inquietas – 15% 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 3 
 
 
Exame Fisico 
 Tender points (dor à pressão de tecidos moles > 
sensibilidade aumentada). 
o Não são critérios diagnósticos. 
 Os pacientes apresentam bom aspecto geral: 
o Sem evidência de doença sistêmica; 
o Sem sinais de comprometimento articular 
inflamatório; 
o Sem atrofia muscular; 
o Sem alterações neurológicas; 
o Boa amplitude de movimentos e com 
força muscular preservada, apesar dos 
sintomas mencionados. 
Diagnostico 
 Critérios diagnósticos ACR 2010: 
o Índice de dor generalizada (WPI)> 7 e escala de gravidade dos sintomas (SS)> 5 ou 
WPI 3 a 6 e escala de SS> 9 
o Os sintomas estão presentes há pelo menos três meses 
o Não existe outro distúrbio que explique os sintomas do paciente 
o Sensibilidade 96,6% especificidade 91,8% 
 Não existe nenhum exame de imagem ou laboratorial que confirme o diagnóstico. 
 Exames laboratoriais: 
o Apenas se dúvida diagnóstica? 
o Uma abordagem razoável inclui: provas de atividade 
inflamatória (VSG, PCR), Hormônios tiroidianos (TSH e T4 
livre); talvez avaliação do metabolismo ósseo com 
dosagem de cálcio e paratormônio; 
o Mais exames apenas se suspeita de outro diagnóstico. 
Achados que sugerem diagnostico 
alternativo: 
Anormalidades focais ao 
exame neurológicos, edema, 
calor, ou rubor articular, febre, 
rash malar, alopecia, úlceras 
orais... 
P á g i n a | 4 
 
Diagnostico Diferencial 
Tratamento 
• Educação/suporte 
• Atividade física 
• Sono 
• Terapia cognitivo-comportamental 
• Medicamentoso 
 
→ Co-responsabilizar o paciente para 
o sucesso terapêutico!! 
 
 Exercício físico: 
• Combate ao sedentarismo e ao estímulo aos exercícios físicos → MEDIDA MAIS 
EFICAZ → Melhora da dor e da função física: 
• Aumenta serotonina: melhora da dor, depressão e sono; 
• Aumenta GH e insulina-like: melhora da dor e fadiga; 
• Regula o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e SN autônomo: melhora da dor, sono, 
ansiedade e sintomas disautonômicos. 
• Iniciar tratamento medicamentoso 4 semanas antes do exercício para melhorar a 
dor/tolerância. 
• Preparar para uma possível piora nas primeiras 8 sem (benefícios após 8 sem). 
• Reforço positivo: valorizar e garantir continuidade da atividade é fundamental. 
• Sono: 
 Higiene do sono 
 Informações sobre efeitos deletérios de sono dão → potencial restaurador sobre a dor 
Exercícios 
de 
resistência
Exercícios 
Aeróbicos
Melhor 
Conduta
P á g i n a | 5 
 
 Abordagem farmacológica quando necessário 
 Psicoterapia: 
• Destaca-se a Terapia Cognitiva-comportamental (TCC). 
• O papel dos aspectos emocionais e a associação com doenças como depressão e 
ansiedade devem ser levados em conta na abordagem terapêutica. 
• Acupuntura 
• Tratamento farmacológico: 
 Reduzem a dor e melhoram a capacidade funcional: 
 Uso contínuo: 
 Antidepressivos tricíclicos: amitriptilina 12,5- 50mg/noite 
 ISRS: fluoxetina 20 – 80mg 
 ISRSN: Duloxetina 30 - 120mg/dia 
 Neuromoduladores: gabapentina e pregabalina 75 – 225mg 12/12h 
 Uso adicional (se necessário): 
 Relaxantes musculares: ciclobenzaprina 5-10mg 
 Opióide fraco: Tramadol 50mg 
 
 Associação de medicamentos: 
 
o Boa resposta; 
o Amitriptilina + fluoxetina; 
o Duloxetina + pregabalina... 
Considerações: 
• O uso de AINE isoladamente não apresenta efeito terapêutico na FM, mas pode ser 
importante para o tratamento dos geradores periféricos da dor e as comorbidades 
musculoesqueléticas. 
• O distúrbio do sono, considerado aspecto central na FM podem ser controlados com os 
indutores do sono como zolpidem. 
• O clonazepam está restrito a sintomas de mioclonias e síndrome das pernas inquietas. 
• Os opioides fortes não mostram benefícios na FM → Não prescrever opioides fortes (morfina, 
codeína)!!! 
 
Fatores de pior prognostico 
• Obesos. 
• Mulheres. 
• Ansiedade extrema. 
• Tempo de doença. 
• Doenças psiquiátricas refratárias. 
• Afastamento do trabalho. 
• Incapacidade extrema a despeito de 
tratamento multiprofissional. 
• Dependência opióides, álcool e drogas 
ilícitas 
Qual medicamento escolher ?? 
 Depende do perfil do paciente: + distúrbio de sono (amitriptilia), + depressivo (duloxetina, 
fluoxetina), + parestesias (pregabalina)... 
P á g i n a | 6

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