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Caso 5 e 7 processo civil

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Caso 5:
1) Não agiu corretamente o relator. Pois contra decisão que exclui litisconsórcio, decisão interlocutória, o recurso cabível é o agravo de instrumento. Consoante o que determina o inciso VII do art. 1015 do CPC. "Art. 1015: Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que cessarem sobre: (...) IV- exclusão de litisconsorte.
Segue em anexo jurisprudência do referido caso concreto supracitado:
Inteiro Teor
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MMM
Nº 70075067769 (Nº CNJ: 0270891-62.2017.8.21.7000)
2017/Cível
APELAÇÃO CÍVEL. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. CAUTELAR DE PROTESTO CONTRA ALIENAÇÃO DE BENS. EXCLUSÃO DE LITISCONSORTE PASSIVO DA LIDE.
Da decisão que exclui um dos litisconsortes cabe agravo de instrumento, e não apelação, conforme art. 1.015, VII, do CPC/15. Desta forma, impõe-se o não conhecimento da apelação, por inadequada a via recursal eleita.
RECURSO DE APELAÇÃO NÃO CONHECIDO.
Apelação Cível
Décima Nona Câmara Cível
Nº 70075067769 (Nº CNJ: 0270891-62.2017.8.21.7000)
Comarca de Caxias do Sul
MARIA INES GAUER PERUZZO
APELANTE
SENADOR EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA
APELADO
DECISÃO MONOCRÁTICA
Vistos.
Ingressou a parte autora com “ação cautelar de protesto contra alienação de bens com pedido de liminar” em face de Senador Empreendimentos Imobiliários e Trentin Empreendimentos Imobiliários Ltda.
Referiu ter adquirido da ré Trentin quatro apartamentos e 4 boxes duplos de estacionamento, na planta, já tendo quitado o preço.
Noticia, contudo, que o terreno onde o empreendimento imobiliário seria construído pertence à Senador Empreendimentos, razão pela qual esta entabulou contrato de compra e venda com a ré Trentin mediante pagamento em área a ser construída.
Ocorre que este contrato foi objeto de distrato pelas rés, sem que fosse observado o direito da parte autora às unidades que adquiriu e as quais já se encontram quitadas.
Postulou a concessão de tutela de urgência de natureza cautelar a fim de que fosse registrado protesto contra a alienação de bem na matrícula do imóvel, com base no disposto no art. 301 do NCPC.
O magistrado de origem deferiu o protesto com fundamento no art. 726, § 2º do CPC (fl. 32).
Em face desta decisão foram opostos embargos de declaração pela demandada Senador Empreendimentos Imobiliários, postulando a observância do disposto no art. 728, do CPC (fls. 39-43). Em resposta sobreveio a seguinte decisão (fl. 45):
Embora não oportunizado formalmente o contraditório, a requerida (SENADOR EMPREENDIMENTOS) exercitou prévio direito de defesa, eis que se manifestou nos autos (fls.39-44) antes de a averbação da existência de ação de protesto ser realizada, ficando, assim, suprida a regra do art. 728, II, do CPC.
Ocorre que na cautelar de protesto contra alienação de bens, não cabe manifestação do juízo sobre o mérito da pretensão.
De qualquer forma, o distrato havido entre as requeridas já fora mencionado na inicial, como fator de suspeita de conluio entre as mesmas, em prejuízo da autora (fl.03), o que justificaria a averbação pretendida, na ressalva de seus direitos.
Assim, declarando suprido o contraditório, mantenho o deferimento da averbação de protesto contra alienação de bens.
Intimem-se.
Encaminhe-se o ofício expedido, para cuprimento.
Procedida à averbação do registro imobiliário, foi interposto recurso de apelação pela ré Senador (fls. 51-58), onde postulou a sua exclusão do polo passivo, a anulação da decisão por não observância ao contraditório ou a improcedência da ação em relação à mesma.
Nas fls. 105-105v o magistrado a quo acabou por reconsiderar as decisões, nos seguintes termos:
A presente demanda foi manuseada contra Trentin Empreendimentos Imobiliários Ltda. e contra Senador Empreendimentos Imobiliários Ltda., visando ao protesto contra alienação de bens e a averbação da presente medida junto a matrícula n.º 98.101 do Registro de Imóveis da 1.ª Zona. Tais medidas foram deferidas; contudo, neste passo, reexaminando os argumentos e provas dos autos, tenho que as decisões das fl. 32 e 45 devem ser revistas.
A uma , o negócio havido entre Trentin Empreendimentos Imobiliários Ltda. e Senador Empreendimentos Imobiliários Ltda. foi defeito, ou seja, ocorreu distrato, o que se verifica nas fls. 17/29 destes autos. A duas , o contrato acostado nas fls. 09/15 dos autos não obriga a empresa Senador Empreendimentos Imobiliários Ltda., pois que não consta ali assinatura de seu representante legal - de fato, dito contrato obriga, perante a empresa ora autora, apenas Trentin Empreendimentos Imobiliários Ltda., também demandada neste feito. Assim sendo, a parte autora não dispõe de título executivo contra a empresa SENADOR. A três , pelo que se lê nas fls. 09/15, o pagamento do preço teria sido efetuado diretamente a empresa Trentin Empreendimentos Imobiliários Ltda., ou seja, nada foi alcançado a empresa Senador. A quatro , não há prova alguma de efetivo pagamento do preço do contrato das fls. 09/15, pois é absolutamente inverossímil que quantia de R$ 285.161,81 tenha sido alcançada em moeda corrente nacional, na medida em que, por questão de segurança, ninguém ousa ter em mãos esta quantia, mormente em nosso País, assolado pela violência e padecendo de carência de efetivo policial nas ruas. A cinco , na medida em que o empreendimento não estava com projeto aprovado e com alvará de licença de construção, e sequer regularizado no Registro de Imóveis nos termos do artigo 32 da Lei n.º 4.591/64, não podia, legalmente, ter havido o início da comercialização por parte da empresa Trentin Empreendimentos Imobiliários Ltda., o que era de conhecimento desta e também consabido. A seis , na hipótese de se cogitar da existência de conluio, deve-se desconfiar da autora e da empresa Trentin Empreendimentos Imobiliários Ltda., que fechou as portas e seu representante legal sequer é localizado par citação neste feito, e em hipótese diversa, por evidente que “golpe” foi protagonizado apenas por esta demandada e não por Senador Empreendimentos Imobiliários Ltda.,. empresa sólida e com vasto patrimônio. A sete , a empresa SENADOR não possui como patrimônio um único imóvel, mas diversos, consoante provado nestes autos, sendo que cai por terra a “falácia” no sentido de que dilapidaria seu patrimônio para fugir da suposta obrigação em relação a parte ora autora - não havendo, portanto, periculum in mora.
Neste contexto, revisando as decisões das 32 e 45, no sentido de que ordeno o cancelamento da existência da presente demanda nas matrículas de imóveis de propriedade da Senador Empreendimentos Imobiliários Ltda., bem como acrescendo decisão no sentido de sua exclusão da lide, por manifesta ilegitimidade passiva “ad causam”. Por conseguinte, prejudicada a apelação das fls. 51/58.
Preclusa a presente decisão, exclua-se a empresa Senador Empreendimentos Imobiliários Ltda. e prossiga-se com relação a empresa Trentin Empreendimentos Imobiliários Ltda., a fim de intima-la do protesto contra alienação de bens, providência que deve ser ultimada pela parte autora no prazo de 10 dias, sob pena de extinção.
Intimem-se.
Em face dessa decisão é que a parte autora interpôs a presente apelação (fls. 108-111), na qual defende a legitimidade passiva da Senador Empreendimentos Imobiliários e postula a reforma da decisão, a fim de que seja determinada a manutenção da ordem de existência da presente ação nas matrículas dos imóveis de propriedade da mesma.
Foram apresentadas contrarrazões pela parte excluída da lide nas fls. 116-129, nas quais sustenta, preliminarmente, a ausência de cabimento de apelação contra decisão que exclui um dos litisconsortes, nos termos do art. 1.015, VII do CPC. No mérito, postula a manutenção da decisão.
É o relatório.
Adianto ser o caso de acolhimento da preliminar contrarrecursal de inadequação do recurso de apelação.
A decisão recorrida tem natureza interlocutória, pois, muito embora tenha resultado na extinção do processo em relação a um dos réus, não resultou no término do processo com fundamento nos artigos 485 e 487 do CPC/2015. Ocasionou,tão-somente, a excussão de um dos sujeitos processuais, determinando o prosseguimento do procedimento quanto aos restantes.
Constituinte do conceito legal de sentença é o término de fase cognitiva do procedimento comum ou do próprio processo, em se tratando de execução. Qualificam-se como interlocutórios, por sua vez, todas os pronunciamentos judiciais de cunho decisório que não sejam sentença, à luz do que preceitua o artigo 203, §§ 1º e 2º, do CPC/2015:
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1o.
(...)
E, em se tratando de decisão interlocutória taxativamente prevista no rol legal, o recurso cabível é o agravo de instrumento, nos termos do art. 1.015, VII, do CPC, in verbis:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutória que versarem sobre: (...)
VII – Exclusão de litisconsorte.
Observa-se, aliás, a lição de Nelson Nery Jr. e Rosa Maria de Andrade Nery, que bem elucida a questão.
“Embora seja matéria que se encontre no CPC 485 VI, a exclusão de litisconsorte do processo é decisão interlocutória (CPC 203, § 2.º) porque não extingue o processo, que continuará quanto ao (s) outro (s) liticonsorte (s). Contra essa interlocutória cabe o agravo de instrumento.
(Código de Processo Civil Comentado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016)”.
Ilustrativamente, reporto-me aos seguintes precedentes, assim ementados:
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. EXCLUSÃO DE LITISCONSORTE. MANEJO DE APELAÇÃO. ERRO GROSSEIRO. DESCABIMENTO. O recurso cabível para atacar a decisão que reconheceu a ilegitimidade passiva de um dos impetrados e, por conseguinte, determinou a exclusão do litisconsorte, nos termos do art. 1.015, inciso VII, do Código de Processo Civil, é o agravo de instrumento. Diante do erro grosseiro ao interpor apelação, inaplicável o princípio da fungibilidade recursal. RECURSO NÃO CONHECIDO. POR DECISÃO MONOCRÁTICA. (Apelação Cível Nº 70076901883, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Laura Louzada Jaccottet, Julgado em 24/04/2018)
APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO. SERVIDOR PÚBLICO. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. VALE-REFEIÇÃO. EXCLUSÃO DE LITISCONSORTE. APLICAÇÃO DO ART. 1.015, INCISO VII, DO NCPC. INADEQUAÇÃO DA VIA RECURSAL ELEITA. 1. Aplicáveis as disposições do Novo Código de Processo Civil (Lei n.º 13.105/2015), competia ao litisconsorte excluído do pólo ativo da demanda impugnar a decisão por intermédio de recurso de agravo de instrumento, nos termos do art. 1.015, inciso VII. 2. Nessa senda, em se tratando de erro grosseiro, dada a expressa e inequívoca previsão do art. 1.015, inciso VII, do NCPC, é inaplicável o princípio da fungibilidade recursal, impondo-se o não conhecimento da apelação, pela inadequação da via eleita. RECURSO DE APELAÇÃO NÃO CONHECIDO.
(Apelação Cível Nº 70071269229, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eduardo Uhlein, Julgado em 14/11/2016).
APELAÇÃO CÍVEL. CURATELA. PROCEDIMENTO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA. PEDIDO DE ALVARÁ PARA ALIENAÇÃO DE IMÓVEL PERTENCENTE A CURATELADO. PROCESSO JÁ SENTENCIADO, COM TRÂNSITO EM JULGADO. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA PROFERIDA POSTERIORMENTE À SENTENÇA. RECURSO CABÍVEL: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL. INAPLICABILIDADE. O recurso cabível em face de decisão interlocutória, proferida posteriormente à prolação de sentença, é o agravo de instrumento, consoante previsto no art. 203, § 2º do CPC/15 e, anteriormente, no art. 162, § 2º, do CPC/73 - e não de apelação. O erro grosseiro na interposição de recurso inadequado obsta a aplicação do princípio da fungibilidade recursal. Precedentes do STJ. NÃO CONHECERAM. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70068303015, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, Julgado em 30/06/2016)
E, em feito análogo ao presente:
APELAÇÃO CÍVEL. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. AÇÃO CAUTELAR DE PROTESTO CONTRA ALIENAÇÃO. EXCLUSÃO DE LITISCONSORTE POR ILEGITIMIDADE PASSIVA. INTERPOSIÇÃO DO RECURSO DE APELAÇÃO. DESCABIMENTO. A decisão que exclui litisconsorte por ilegitimidade passiva não é atacável via apelação, de acordo com os artigos 203, § 2º, e 1.015, inciso VIII, do CPC/15 . PRELIMINAR CONTRARRECURSAL ACOLHIDA. APELAÇÃO NÃO CONHECIDA. (Apelação Cível Nº 70074903576, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Heleno Tregnago Saraiva, Julgado em 24/10/2017
Assim, em que pese o art. 724 do CPC determine que das sentenças proferidas nos procedimentos de jurisdição voluntária cabe apelação, não se trata, como visto, de sentença, mas de decisão interlocutória, recorrível por agravo de instrumento, o qual também é cabível nos referidos procedimentos.
Deste modo, sendo evidente a inadequação da via recursal eleita, impõe-se o não conhecimento do recurso por sua manifesta inadmissibilidade.
Com essas considerações, não conheço do recurso.
É o voto.
Porto Alegre, 09 de maio de 2018.
Des.ª Mylene Maria Michel,
Relatora.
Objetiva 2: reposta letra E
Objetiva 3: reposta letra B
Caso concreto 7
CASO CONCRETO 7
Não agiu adequadamente o relator, pois, considerando se tratar de ofensa reflexa à Lei Federal, o relator deveria converter o Recurso Extraordinário em Recurso Especial e remete-lo ao STJ, conforme preconiza o art. 1033 do CPC.
Inteiro Teor
Supremo Tribunal Federal
EmentaeAcórdão
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15/12/2015 SEGUNDA TURMA
EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 924.760 SÃO
PAULO
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
EMBTE.(S) : NILZA MARIA RIBEIRO DOS REIS GOMES
ADV.(A/S) : ALEXANDRE MIRANDA MORAES
EMBDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL
EMENTA : EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. EFEITOS INFRINGENTES. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE TEMPO. REEXAME DE PROVAS E DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência do Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade, em converter os embargos de declaração em agravo regimental e a ele negar provimento , nos termos do voto da Relatora.
Brasília, 15 de dezembro de 2015.
Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora
Supremo Tribunal Federal
Relatório
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6
15/12/2015 SEGUNDA TURMA
EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 924.760 SÃO PAULO
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
EMBTE.(S) : NILZA MARIA RIBEIRO DOS REIS GOMES
ADV.(A/S) : ALEXANDRE MIRANDA MORAES
EMBDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora):
1. Em 18.11.2015, neguei seguimento ao agravo nos autos do recurso extraordinário interposto por Nilza Maria Ribeiro dos Reis Gomes contra julgado do Tribunal Regional Federal da Terceira Região, que decidira não ter a segurada tempo de serviço suficiente à obtenção de aposentadoria especial. A decisão agravada teve a seguinte fundamentação:
“5. Razão jurídica não assiste à Agravante.
6. No julgamento do Recurso Extraordinário com Agravo n. 906.569, Relator o Ministro Edson Fachin, este Supremo Tribunal assentou inexistir repercussão geral da questão posta:
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. CONVERSÃO DO TEMPODE SERVIÇO. CARACTERIZAÇÃO DA ESPECIALIDADE DO LABOR. ARTIGOS 57 E 58 DA LEI 8.213/91. 1. A avaliação judicial de critérios para a caracterização da especialidade do labor, para fins de reconhecimento de aposentadoria especial ou de conversão de tempo de serviço, conforme previsão dos artigos 57 e 58 da Lei 8.213/91, é controvérsia que não apresenta repercussão geral, o que inviabiliza o processamento do recurso extraordinário, nos termos do art. 543-A, § 5º, do Código de Processo Civil. 2. O juízo acerca da especialidade do labor depende necessariamente da análise fático-probatória, em
Supremo Tribunal Federal
Relatório
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ARE 924760 ED / SP
concreto, de diversos fatores, tais como o reconhecimento de atividades e agentes nocivos à saúde ou à integridade física do segurado; a comprovação de efetiva exposição aos referidos agentes e atividades; apreciação jurisdicional de laudos periciais e demais elementos probatórios; e a permanência, não ocasional nem intermitente, do exercício de trabalho em condições especiais. Logo, eventual divergência ao entendimento adotado pelo Tribunal de origem, em relação à caracterização da especialidade do trabalho, demandaria o reexame de fatos e provas e o da legislação infraconstitucional aplicável à espécie. INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL” (DJe 25.9.2015).
Declarada a ausência de repercussão geral, os recursos extraordinários e agravos nos quais suscitada a mesma questão constitucional devem ter o seguimento negado pelos respectivos relatores, conforme o art. 327, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
Nada há a prover quanto às alegações da Agravante.
7. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo (art. 544, § 4º, inc. II, al. a, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)” (fls. 227-233).
2. Publicada essa decisão no DJe de 27.11.2015 (fl. 234), Nilza Maria Ribeiro dos Reis Gomes opõe, em 2.12.2015, tempestivamente, embargos de declaração (fls. 238-239).
3. A Embargante alega que “a discussão travada nestes autos não se refere à observância singular da legislação infraconstitucional, mas tem por pressuposto a existência de ilegalidade do Decreto nº 2.172/97 no que se refere ao limite de tolerância do agente nocivo ruído” (fl. 238).
Requer sejam acolhidos os presentes embargos.
É o relatório.
2
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Voto-MIN.CÁRMENLÚCIA
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15/12/2015 SEGUNDA TURMA
EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 924.760 SÃO PAULO
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (Relatora) :
1. Recebo os embargos de declaração e converto-os em agravo regimental (Pet n. 1.245-ED-AgR, Relator o Ministro Moreira Alves, DJ 22.5.1998, e RE n. 195.578-ED, Relator o Ministro Ilmar Galvão, DJ 23.8.1996).
2. A Desembargadora Relatora do recurso no Tribunal a quo assentou:
“Como se vê, restou comprovado exercício de atividades em condições especiais nos períodos de 27.08.1983 a 07.07.1993 e 13.04.1995 a 05.03.1997 e 19.11.2003 a 15.08.2011.
Somando-se os períodos ora reconhecidos, a demandante possuía, em 11 de outubro de 2011 (data do requerimento administrativo - fl. 44), 19 (dezenove) anos, 6 (seis) meses e 1 (um) dia de tempo de serviço, insuficientes, portanto, à concessão da aposentadoria especial, a qual exige o tempo mínimo de 25 anos de trabalho” (fl. 175).
3. A apreciação do pleito recursal demandaria o reexame de provas e a prévia análise da legislação infraconstitucional aplicável à espécie vertente. Eventual ofensa constitucional, se tivesse ocorrido, seria indireta. Confiram-se os seguintes julgados:
“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PREVIDENCIÁRIO.
APOSENTADORIA ESPECIAL. REQUISITOS.
IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
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Voto-MIN.CÁRMENLÚCIA
Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6
ARE 924760 ED / SP
PROVIMENTO” (ARE n. 665.429-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 1º.8.2012).
“Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Previdenciário. Requisitos para a concessão de aposentadoria especial rural. Preenchimento de requisitos. 3. Necessidade de prévia análise e interpretação da legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. 4. Necessidade de revolvimento de fatos e provas. Óbice do Enunciado 279 da Súmula do STF. 5. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 788.456-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 28.4.2014).
“DIREITO PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PEDIDO DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL. CÔMPUTO DO PERÍODO DE TEMPO TRABALHADO EM ATIVIDADE INSALUBRE. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. REAPRECIÇÃO DOS FATOS E DO MATERIAL PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA 279/STF. 1. A resolução da presente questão demanda a análise de legislação infraconstitucional. 2. A solução da controvérsia requer uma nova apreciação dos fatos e do material probatório constante dos autos (Súmula 279/STF), procedimento inviável em sede de recurso extraordinário. 3. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental a que se nega provimento” (ARE n. 868.715-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 2.6.2015).
4. Os argumentos da Agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional.
5. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental .
2
Supremo Tribunal Federal
ExtratodeAta-15/12/2015
Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA
EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 924.760
PROCED. : SÃO PAULO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
EMBTE.(S) : NILZA MARIA RIBEIRO DOS REIS GOMES
ADV.(A/S) : ALEXANDRE MIRANDA MORAES
EMBDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL
Decisão : A Turma, por votação unânime, converteu os embargos de declaração em agravo regimental e negou-lhe provimento, nos termos Toffoli. do 2ª Turma voto da , 15.12.2015. Relatora. Presidência do Senhor Ministro Dias
Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e Teori Zavascki.
Subprocuradora-Geral da República, Dra. Deborah Duprat.
Ravena Siqueira
Secretária
Objetiva 2: C (Art. 1035) 
Objetiva 3: A (Art. 1035)

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