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Estagio Supervisionado III UP1 Vanessa Cavalcanti Almeida

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EXCELENTÍSSIMO JUIZO DE DIREITO DA XXX VARA CRIMINAL DA 
CIDADE DE CAMPOS, ESTADO DO RIO DE JANEIRO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processo nº xxxx 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LAURO, devidamente qualificado nos autos em epígrafe da presente ação 
movida pelo Ministério Público, através de seu advogado infra-assinadas, vem, 
mui respeitosamente perante a Ilustre presença de Vossa Excelência propor as 
devidas ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, com fundamento legal no 
artigo 403, § 3º, do CPP, de acordo com os fatos e direito a seguir aduzidos: 
 
 
 
1 DOS FATOS 
 
No dia 03 de Outubro de 2016, na cidade de Campos, no Estado do Rio de 
Janeiro, Lauro já propriamente qualificado nos autos, por nutrir um sentimento 
por Maria, estagiária de uma empresa situada no mesmo prédio de seu local de 
trabalho, e não aceitando o fato de ser constantemente rejeitado, decidiu que a 
obrigaria a manter relações sexuais com ele, independentemente de sua 
concordância e consentimento. 
Desta forma, resolveu adquirir uma arma de fogo, cujo uso era permitido, tendo 
em vista que possuía autorização para tanto, e a registrou, tornando-a regular. 
 Lauro decidiu contar sua intenção criminosa a José, melhor amigo com quem 
trabalhava, assegurando-lhe que a compra da referida arma se deu meramente 
com a intenção de ameaçar Maria a manter com ele conjunção carnal, e que, 
todavia não possuía nenhum desígnio de machucá-la. Mais ainda, disse a José 
que alugara um quarto em um hotel e que comprara uma mordaça para evitar 
que Maria gritasse e os fatos fossem descobertos. 
Quando Lauro saía de casa para ir ao encontro de Maria, foi subitamente 
surpreendido por uma viatura da Polícia Militar, acionada por José, visto que o 
mesmo havia informado aos policiais a respeito do crime que Lauro estava 
prestes a ocorrer, sendo efetuada, portanto, a prisão em flagrante. 
 Em sede policial, apesar de não estar portando documentos que 
comprovassem sua idade, Maria alegou que tinha 17 anos e que Lauro sempre 
manteve um comportamento estranho com ela, razão pela qual tinha interesse 
em ver o autor dos fatos responsabilizado criminalmente. 
O Ministério Público denunciou Lauro pela prática do crime de crime previsto 
no Art. 213, §1º c/c Art. 14, inciso II, c/c Art. 61, inciso II, alínea f, todos do 
Código Penal. 
Na audiência de instrução e julgamento, a vítima disse novamente ter 17anos, 
apesar de não portar um documento de identificação para confirmar esta 
informação, apenas apresentando uma cópia de sua matrícula escolar, sem 
indicar nem sequer a data de nascimento. 
José assim como os policiais que surpreenderam Lauro foi ouvido e confirmou 
os fatos narrados na denúncia. O réu não compareceu à audiência por não ter 
sido devidamente intimado, e apesar da contrariedade do advogado de Lauro 
em prosseguir com a audiência, o ato foi realizado, tendo em vista que o 
interrogatório seria feito em outra data. 
Na segunda audiência, Lauro confirmou os fatos narrados na denúncia, mas 
alegou que desconhecia as declarações feitas pelas testemunhas e a vítima na 
primeira audiência. Nesta mesma ocasião, foi juntado o laudo da arma de fogo 
e a Folha de Antecedentes Criminais, sem demais anotações. 
 
2 DO DIREITO 
2.1 DAS PRELIMINARES 
Ante o mencionado, Como demonstrado que o magistrado na ausência do réu, 
que não compareceu a audiência de instrução por falta de intimação, realizou 
mesmo assim a instrução processual. De acordo com o disposto no art. 370 do 
Código de Processo Penal, Lauro deveria ter sido propriamente intimado para o 
ato processual. Contudo, o fato de isso não ter ocorrido representa omissão de 
formalidade que constitui elemento essencial do ato e causa de nulidade 
processual, com fundamento no art. 564, IV, do Código de Processo Penal. Por 
não ter participado da audiência, foi violado o direito de Lauro à ampla defesa, 
com fundamento no art. 5º, LV, da Constituição Federal, devendo o processo 
ser anulado os atos da instrução. 
 
2.2 DO MERITO 
Ocorre que em regra os atos preparatórios não são puníveis e Como relatado 
na denúncia, Lauro não chegou a praticar a conduta efetiva de constranger a 
suposta vítima Maria, ou seja, não houve início de fato a execução. Não há que 
se falar, tampouco, em tentativa, prevista no art. 14, II, do Código Penal. Em 
relação ao ato preparatório, isto é, a aquisição de arma de fogo, esta conduta é 
atípica, tendo em vista que o uso era permitido devido a seu registro que a 
tornou regular. Portanto, faz-se necessária sua absolvição, com fundamento no 
art. 386, III, do Código de Processo Penal. 
Caso não seja acatado a presente argumentação, requer que o acusado seja 
afastado a qualificadora do artigo 213 § 1º, do Código Penal seja afastada, 
tendo em vista que a real idade de Maria não foi documentalmente 
comprovada, não cabe presunção nenhuma de que esteja em seus 17 anos, e 
portanto deve a mesma ser afastada. 
Necessário afastar o reconhecimento da agravante do Art. 6, inciso II, alínea f, 
do CP, descrita na denúncia , isso porque , apesar de a vítima ser mulher , não 
a de se falar em violência na forma da lei N. 11.340 -06 , já que não existia 
relação familiar , de coabitação ou qualquer outro relacionamento anterior entre 
as partes. 
 
3 DO PEDIDO 
 
Ante o exposto, requer assim Vossa Excelência, que seja reconhecida: 
 
1. A nulidade dos atos da instrução pelo cerceamento de defesa, em razão da 
não intimação do réu para a audiência de instrução e julgamento, com 
fundamento no art. 564, IV, do Código de Processo Penal; 
2. A absolvição de Lauro pelo crime de estupro (art. 213 d CP), com 
fundamento no art. 386, III, do Código de Processo Penal, em razão de o fato 
não ter se concretizado; 
3 Subsidiariamente, o afastamento da qualificadora do art. 213, § 1º, do Código 
Penal, tendo em vista a falta de provas quanto à idade da vítima; 
4. A aplicação da pena-base no mínimo legal; 
5. O afastamento da agravante previsto no art. 61, II, f, do CP, tendo em vista o 
fato de que em nenhum momento houve violência doméstica contra Maria; 
6. redução da pena ao máximo, em dois terços, com fundamento no art.14, 
parágrafo único, do Código Penal, tendo em vista a mera tentativa. 
7. O reconhecimento da confissão espontânea, com fundamento no art.65, III, 
d, do Código Penal. 
8. A aplicação do regime inicial aberto, com fundamento no art. 33, § 2º, do 
Código Penal. 
9. A suspensão condicional da pena, com fulcro no art. 77 do Código Penal. 
 
 
Termos que pede Deferimento 
 
10 de setembro de 2018. 
Advogada XXXXXX 
OAB XXX.XXX

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