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O Direito do Trabalho Conceitos Iniciais

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Prévia do material em texto

Direito Tributário 
Trabalhista
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Tercius Zychan
Revisão Textual:
Prof.a Dr.a Selma Aparecida Cesarin
O Direito do Trabalho – Conceitos Iniciais
• O que é Direito do Trabalho?
• Relação de Emprego X Relação de Trabalho 
• Fontes do Direito do Trabalho
• Princípios do Direito do Trabalho
• Empregador
• Empregado
• Empregado Rural
• Obrigações Oriundas do Contrato de Trabalho
• Empregado Doméstico
• Jornada De Trabalho
 · Entender o que vem a ser o Direito Trabalho, e sua importância para 
a garantia da ordem social.
 · Conhecer seus principais conceitos e princípios, tornando o estudan-
te apto a desenvolver um raciocínio sistêmico sobre esse importante 
“Ramo do Direito”.
 · Veremos conceitos importantíssimos, que asseguram a existência de 
uma relação de trabalho ou de emprego, bem como as responsabi-
lidades e os direitos inerentes aos empregados e aos empregadores.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
O Direito do Trabalho – Conceitos Iniciais
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE O Direito do Trabalho – Conceitos Iniciais
O que é Direito do Trabalho?
O conhecimento da Ciência é fundamental para direcionar a compreensão 
sobre ela. 
Preliminarmente, deve haver o conhecimento sistêmico, no qual está inserida, 
para assim poder ir à busca de reflexões e mudança de comportamento.
Dessa forma, não poderia ser diferente com o Direito do Trabalho, tido como 
um dos ramos da Ciência Social denominada “Direito”.
Mas, preliminarmente, o que é Direito? E o que são Ramos do Direito?
Vamos responder à primeira indagação: O que é Direito?
A resposta a essa indagação é uma das questões mais estudadas de nossa 
atualidade, pois quem já não se deparou, diante de certo conflito, e se colocando à 
frente disse: “Este é meu direito!”. 
Se um estudioso da Ciência Jurídica analisasse essa situação, diria que o autor 
da frase estaria tratando do chamado direito subjetivo, uma garantia que lhe é 
assegurada por determinada norma jurídica.
Para não nos demorarmos demais nessa questão, vamos abraçar um conceito 
simples e prático, para podermos entender o que é o Direito:
Pode-se afirmar que o Direito é formado por um conjunto de normas, criadas pelos 
Poderes estabelecidos de determinado Estado, ou seja, um conjunto de normas 
sociais obrigatórias a todos.
Bem, passando pelo conhecimento do que vem a ser Direito, iremos continuar 
na busca de saber o que são os denominados “Ramos do Direito”.
Ora, o Direito é uma Ciência única, porém, ampla e complexa. Assim, 
os operadores do Direito, os doutrinadores e o próprio Estado o dividem em 
subgrupos, denominando-os “Ramos”, com o objetivo de melhor estudá-lo e de 
melhor empregá-lo.
Entre os Ramos do Direito está inserido o objeto de nosso estudo, o Direito do 
Trabalho. E como podemos conceituar “Direito do Trabalho”?
Para responder à essa questão, iremos recorrer ao enunciado de Maurício 
Godinho Delgado:1
O Direito do Trabalho é ramo jurídico especializado, que regula certo tipo 
de relação laborativa na sociedade contemporânea. Seu estudo deve iniciar-
-se pela apresentação de suas características essenciais, permitindo ao ana-
lista uma imediata visualização de seus contornos próprios mais destacados.
1 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 14.ed. São Paulo: LTR, 2015. p. 45.
8
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Podemos dizer, ainda, de modo mais objetivo, que o Direito do Trabalho tem por 
pretensão regular as relações de emprego e todas as situações que com ela estejam 
conexas, procurando a efetiva proteção à denominada “Relação Trabalhista”.
Relação de Emprego X Relação de Trabalho 
A relação de emprego decorre de relação laboral de natureza não eventual, 
prestada por determinado empregado a certo empregador, sob a dependência 
deste último, sendo o empregado remunerado mediante salário.
CLT
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços 
de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e me-
diante salário.
Importante frisar que a relação de emprego pode ser chamada de contrato 
individual de trabalho, ou seja, trata-se de vínculo jurídico que liga o empregado ao 
empregador. 
Já a relação de trabalho existe quando não estiverem presentes os requisitos do 
mesmo Artigo 3º da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, de tal modo que, au-
sente qualquer dos requisitos previstos no Artigo 3º da CLT, estaremos diante de uma 
relação de trabalho. Ou seja, sendo eventual a prestação de serviço, ou se não existe 
dependência em relação ao empregador, ou se a remuneração não se dá por inter-
médio de salário, estaremos diante de uma relação de trabalho, e não de emprego.
Ou seja, não sendo eventual a prestação de serviço, ou se não existe dependência 
em relação ao empregador, ou se a remuneração não se dá por intermédio de 
salário, estaremos diante de uma relação de trabalho, e não de emprego.
Via de regra uma relação de trabalho é oriunda de uma obrigação, assumida 
por qualquer forma de contrato, na qual são descritos os direitos e os deveres 
das partes. Por exemplo, quando um determinado profissional de Arquitetura é 
contratado para a elaboração de um projeto específico de um prédio.
Fontes do Direito do Trabalho
Fonte do Direito é o nome que se dá à origem do Direito, ao seu nascedouro. 
Para o grande doutrinador Miguel Reale2, o conceito de fonte do Direito é:
Por “fonte do direito”, designamos os processos ou meios em virtude dos 
quais as regras jurídicas se positivam com legítima força obrigatória, isto 
é, com vigência e eficácia no contexto de uma estrutura normativa.
2 REALE, Miguel. Lições preliminares de Direito. 27.ed. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 140.
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UNIDADE O Direito do Trabalho – Conceitos Iniciais
As principais fontes do Direito do Trabalho são enumeradas no Artigo 8º da 
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, sendo elas: a equidade, a analogia, a 
doutrina, a jurisprudência, os costumes e o Direito Comparado.
O que é CLT?
A sigla CLT significa Consolidação das Leis do Trabalho. Trata-se do conjunto de 
normas legais que tem por objetivo regular os direitos do cidadão brasileiro. Foi 
criada pelo então Presidente da República Getúlio Vargas,por intermédio do 
Decreto-lei nº 5.452, do dia 1º de maio de 1943.
Agora, vamos conhecer um pouco mais sobre as fontes específicas do Direito 
do Trabalho. 
Podemos dizer que o Direito do Trabalho possui basicamente duas espécies de 
fontes: as materiais e as formais.
No tocante às fontes materiais, elas são o conjunto de acontecimentos e fatores 
econômicos, culturais e sociais que contribuem para o surgimento das fontes 
formais do Direito do Trabalho. Podemos exemplificá-las como as greves ou 
outras formas de pressão, que dão origem às normas legislativas, que são criadas 
por processos formais criados pelo Estado.
Decorrente das fontes materiais do Direito do Trabalho, temos as fontes 
formais, que podem ser divididas em duas espécies. As primeiras são as fontes 
formais de origem em processos peculiares do Estado, que são a Constituição, as 
Leis, os Regulamentos Normativos, os Tratados e as Convenções internacionais e, 
por fim, as sentenças normativas.
Ainda com relação às fontes formais, existem as fontes de origem contratuais ou 
autônomas, como os usos e costumes, as denominadas Convenções Coletivas e os 
Acordos Coletivos de Trabalho.
Podemos, ainda, evidenciar como fonte primária do Direito do Trabalho o 
“Contrato Individual de Trabalho”, no qual prevalece a vontade das partes envolvidas 
na relação de emprego. 
Quanto ao “Contrato de Trabalho”, é importante destacar que determinados 
direitos são indisponíveis junto aos Contratos de Trabalho, tais como 13º salário, 
férias etc.
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Princípios do Direito do Trabalho
Mas o que são princípios?
Podemos, de forma mais simplista, entender princípio como o “início”, o ponto 
de partida de algo.
Mas para o Direito do Trabalho, o que podemos entender por Princípio? Vejamos 
o que fala Mauricio Godinho Delgado3 sobre o tema:
[...] princípio traduz, de maneira geral, a noção de proposições 
fundamentais que se formam na consciência das pessoas e grupos 
sociais, a partir de certa realidade, e que, após formadas, direcionam-se à 
compreensão, reprodução ou recriação dessa realidade.
O certo é que, para o Direito do Trabalho, os princípios possuem papel fun-
damental, por serem um ponto de referência para o Estado legislador, ou quando 
são utilizados como instrumento de interpretação e emprego do Direito do Traba-
lho, especificamente.
São Princípios básicos do Direito do Trabalho, na visão de Américo Plá Rodriguez:4
• proteção;
• irrenunciabilidade de direitos;
• continuidade da relação de emprego;
• primazia da realidade, 
• razoabilidade; 
• boa-fé.
Princípio da Proteção
Inicialmente, tratando do princípio da proteção, é relevante dizer que, na visão 
do autor em comento, o objetivo desse princípio é proteger os direitos do trabalha-
dor. Dessa forma, procura-se, por meio do princípio da proteção, compensar uma 
presumida desigualdade econômica, existente entre o trabalhador e seu empregador.
O mesmo autor subdivide, ainda, o princípio da proteção em outras três 
possibilidades: in dubio pro operario, norma mais favorável e condição mais benéfica.
3 Op. cit., p.180
4 PLÁ RODRIGUEZ, Américo. Princípios do Direito do Trabalho. São Paulo: Ltr, 2000, p. 61.
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UNIDADE O Direito do Trabalho – Conceitos Iniciais
In dubio pro operário
Quando da aplicação da norma pelo operador do Direito existir uma dúvida con-
creta, ele deverá tender sua aplicação na defesa dos direitos em favor do trabalhador.
Norma mais favorável
Quando da aplicação da norma jurídica do trabalho, nos espaços, ou seja, 
em determinado lugar no qual existirem duas ou mais normas que possam ser 
empregadas de maneira simultânea, será aplicada a que mais favorecer o empregado 
em razão do empregador.
Condição mais benéfica
Essa possibilidade está ligada à ideia do emprego da norma no tempo, de tal 
sorte que, existindo duas ou mais normas que redundem em possibilidade ao tempo 
da aplicação do Direito, que possam ser empregadas, será utilizada a norma que 
garantir mais direitos ao empregador.
Princípio da irrenunciabilidade de direitos
Esse princípio impede que as partes possam transacionar alguns direitos que a 
ordem legal ou constitucional tipifica como irrenunciáveis, tais como, férias, 13º 
salário, licença gestante etc.
Princípio da continuidade da relação de emprego
Tal princípio também pode ser denominado “Princípio da permanência” e tem 
por perspectiva dar segurança econômica ao trabalhador, desde que não exista 
tempo certo da extinção do Contrato de Trabalho (como, por exemplo, o Contrato 
Temporário de Trabalho); assim, mantém o vínculo trabalhista entre empregador 
e empregado.
Princípio da razoabilidade
Na visão do jurista uruguaio Américo Plá Rodrigez5, o princípio da razoabilidade 
assim pode ser reconhecido:
[...] o princípio da razoabilidade consiste na afirmação essencial de que 
o ser humano, em suas relações trabalhistas, procede e deve proceder 
conforme à razão.
5 Op. cit., p.393.
12
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Podendo, segundo o mesmo autor, ser esse princípio aplicado de duas maneiras:
a) para determinar a verdade em certas situações;
b) como limitador do empregador, com o objetivo de conter determinados 
abusos.
Princípio da boa-fé
O princípio da boa-fé leva em conta tanto o fiel cumprimento das obrigações por 
parte do empregador, como por parte do empregado, guardando íntima ligação 
com o princípio geral do Direito, que é a moralidade, ou seja, um comportamento 
ético por parte dos polos da relação de emprego.
Empregador
Uma das fontes do Direito do Trabalho citadas anteriormente, a CLT (Consoli-
dação das Leis do Trabalho), procura definir, em seu Artigo 2º, o que vem a ser a 
figura do “empregador”.
Vejamos:
Art. 2º Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que 
assumindo os riscos de atividade econômica, admite, assalaria e dirige a 
prestação pessoal de serviço.
Uma crítica doutrinária, de maioria, ampla, é quanto à forma como a CLT 
considera a figura do empregador, ressaltando a figura da Empresa em desprezo 
à figura das Pessoas Físicas ou Jurídicas que podem fazer parte da relação de 
emprego, por serem aptas a contraírem direitos e obrigações. 
Mas, efetivamente, quem pode ser empregador?
O importante é saber que qualquer pessoa, seja ela física, jurídica, ou até um ente 
jurídico despersonalizado poderá ser empregador. Assim, será empregador aquele 
que estiver do lado oposto ao empregado, na relação de emprego.
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UNIDADE O Direito do Trabalho – Conceitos Iniciais
Empregado
Como já visto, o Direito do Trabalho, sobretudo, existe a fim de assegurar o 
respeito na relação de emprego à parte mais fragilizada, ou seja, o empregado.
Existem vários conceitos do que vem a ser o empregado, mas é no Artigo 3º 
da CLT que encontraremos de forma precisa como o Estado reconhece a figura 
do empregado:
Art. 3.º Considera-se empregado a pessoa física, que presta serviços 
de natureza não eventual a empregador, sob dependência deste e 
mediante salário.
Como se nota, o próprio dispositivo de Lei que define empregado apresenta as 
características – ou requisitos – que devem estar preenchidos para que esse sujeito 
de uma relação de emprego efetivamente exista: pessoalidade, não eventualidade, 
onerosidade e subordinação. 
Mas, todos esses requisitos devem ser prestados por uma pessoa física. 
Segundo as palavras de Maurício Godinho Delgado6:
A prestação de serviços que o Direito do Trabalho toma em consideração 
é aquela pactuada por uma pessoa física. Os bens jurídicos tutelados pelo 
Direito do Trabalho importam à pessoa física, não podendo ser usufruídos 
por pessoas jurídicas. Assim, a figura do trabalhador há de ser, sempre, 
uma pessoa natural.
Pessoalidade
Com relação a esse requisito, podemos entendê-lo aos observarmos duas de 
suas consequências, que são:
a) o empregado deve ser uma pessoa física;
b) a prestação de serviço deve ser feita pela própria pessoa física do empre-
gado, vedando a substituição na prestação do serviço.
Não eventualidade
Para a existência desse requisito,é necessário que a relação de emprego, além 
de permanente, não seja eventual, devendo existir uma prestação periódica da 
prestação do serviço.
6 Op. cit., p. 270
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Onerosidade
A onerosidade também é um dos requisitos fundamentais para que exista a 
relação de emprego, pois determina que, pelo serviço prestado, exista uma 
compensação a ser atribuída ao empregado pelo empregador.
Subordinação
Esse requisito está ligado à forma pela qual a prestação do trabalho é realizada 
ao empregador, que dirige sua execução.
Com relação a essa ligação, podemos afirmar ser ela uma consequência natural 
do próprio Contrato de Trabalho.
Empregado Rural
Para termos a exata compreensão do que vem a ser o empregado rural, devemos 
fazer uma conjunção de entendimentos. Preliminarmente, deve-se buscar o que a 
Lei nº 5.889/73, que “Estatui normas reguladoras do trabalho rural”, preconiza 
em seu Artigo 2º:
Art. 2.º Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural 
ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual, a empregador 
rural, sob a dependência deste e mediante salário.
Vejamos: segundo a norma, o empregado rural deve prestar seus serviços 
em “propriedade rural ou prédio rústico”. Preliminarmente, o entendimento de 
propriedade rural, pode ser abstraído do que vem a ser um imóvel rural efetivamente, 
nos termos da Lei nº 8.629/93:
Art. 4º Para os efeitos desta lei, conceituam-se:
I- Imóvel Rural - o prédio rústico de área contínua, qualquer que seja a 
sua localização, que se destine ou possa se destinar à exploração agrícola, 
pecuária, extrativa vegetal, florestal ou agro-industrial; 
Para o empregado rural, são utilizadas as mesmas regras previstas na CLT, 
bem como os direitos fundamentais, equiparados aos dos empregados urbanos, na 
forma que descreve o caput do Artigo 7º da Constituição Federal de 1988:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros 
que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
15
UNIDADE O Direito do Trabalho – Conceitos Iniciais
Obrigações Oriundas do 
Contrato de Trabalho
Como todo e qualquer contrato, o denominado “Contrato de Trabalho” gera 
obrigações diversas entre as partes, no qual cada um busca, na forma permitida em 
Lei, a satisfação de interesses que lhes são peculiares.
Em um “Contrato de Trabalho”, existem dois polos: num, encontramos o 
empregador, e no outro, o empregado.
Ao polo denominado empregado, em razão do requisito da subordinação que, 
como já vimos, trata-se de um dos preceitos para qualificá-lo nessa condição, cabe 
o dever de fidelidade e obediência às determinações do empregador, respeitando o 
pactuado no contrato e as regras de ordem moral, que devem nortear essa relação.
Parece óbvio que as ordens contrárias à Lei ou ao pactuado no Contrato de Traba-
lho possam ser objeto de recusa pelo empregado, nesse caso podendo à ela resistir.
Quanto à fidelidade à relação de emprego, esta pode ser objetivamente tida 
como importante na relação ora em estudo. Essa fidelidade é tão importante que 
a CLT, em seu Artigo 482, prevê hipóteses do rompimento da relação contratual 
por justa causa.
Vejamos: 
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho 
pelo empregador:
(...)
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do 
empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a 
qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;
(...)
g) violação de segredo da empresa;
(...)
Já, no próximo polo, encontramos o tomador da prestação do trabalho, o 
denominado “empregador”; para este, as normas trabalhistas conferem o poder 
de direção, fiscalização e disciplina, para o fiel cumprimento do que foi pactuado 
no “Contrato de Trabalho”.
Quanto ao poder de direção, este é inerente à própria atividade, ou seja, 
do propósito a que se presta o trabalho, pois existem objetivos, por parte do 
empregador, que carecem da gestão dele para serem mantidos ou atingidos. Dessa 
forma, o empregador definirá, na medida do permissivo legal e do contido no 
Contrato, como e quando as atividades devem ser desenvolvidas.
16
17
Na decorrência do poder de direção do empregador, temos seu poder de 
fiscalizar o cumprimento das obrigações por parte do empregado, podendo, desde 
que respeitados os limites legais, acompanhar o desenvolvimento das atividades do 
empregado, podendo contar, inclusive, com dispositivos tecnológicos, tais, como 
relógios de monitoramento e câmera, entre outros.
O poder disciplinar conferido pela Lei ao empregador se faz presente em diversas 
hipóteses legais, que lhe permitem aplicar sanções, como advertência, suspensão 
até 30 dias e rescisão do Contrato de Trabalho por justa causa
Nessa relação de obrigações mútuas, cabe ao empregador a contraprestação 
ao trabalho, que se dá pela remuneração do empregado, bem como a satisfação 
de todas as obrigações tributárias e da seguridade social, decorrentes da atividade 
oriunda do “Contrato de Trabalho”. 
Empregado Doméstico
Uma categoria de trabalhadores, denominados empregados domésticos, por 
muito tempo esteve desprovida de direitos, que eram inerentes às demais classes 
de trabalhadores.
Entretanto, com a entrada em vigor da Lei Complementar nº 150/15, esses 
trabalhadores passaram a ter tratamento mais equânime ao dos demais.
Por exemplo, não existia previsão que assegurasse ao empregado doméstico 
direito a horas extras, à jornada de trabalho.
Vejamos, o conceito de empregado doméstico dado pela mencionada Lei, logo 
em seu Artigo 1º:
Art. 1º Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta 
serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade 
não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais 
de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei.
Jornada De Trabalho
A Lei Complementar 150/2015 deu à relação de empregado doméstico com seu 
empregador direitos que até então não eram a ela inerentes, como a denominada 
“Jornada de Trabalho”, que era fixada segundo à conveniência do empregador.
A jornada de trabalho é de 8(oito) horas diárias e 44(quarenta e quatro) horas 
semanais, respeitando-se o limite mensal de 220(duzentas e vinte) horas.
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UNIDADE O Direito do Trabalho – Conceitos Iniciais
Intervalos para Descanso e Refeição
Esse direito está estampado de maneira clara na Lei Complementar 150/2015, 
em seu Artigo 13:
Art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou 
alimentação pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 
2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre 
empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos. 
§ 1º Caso o empregado resida no local de trabalho, o período de intervalo 
poderá ser desmembrado em 2 (dois) períodos, desde que cada um deles 
tenha, no mínimo, 1 (uma) hora, até o limite de 4 (quatro) horas ao dia.
(...)
Férias
No que se refere às férias, a Lei Complementar nº 150/2015 tratou delas da 
mesma forma que a CLT:
Art. 17. O empregado doméstico terá direito a férias anuais remuneradas 
de 30 (trinta) dias, salvo o disposto no § 3º do art. 3º, com acréscimo de, 
pelo menos, um terço do salário normal, após cada período de 12 (doze) 
meses de trabalho prestado à mesma pessoa ou família.
Contrato por Prazo Determinado
Uma das questões abordadas pela atual Lei Complementar nº150/15, é quanto 
à possibilidade da contratação do “empregado doméstico” por prazo determinado.
Porém, a presente alternativa somente será possível em duas modalidades de 
Contrato de Trabalho:
a) Contrato temporário de trabalho;
b) Contrato de Experiência.
Quanto ao denominado Contrato de Experiência, a mencionada norma legal 
trata sobre ele em seu Artigo 5º, ao legislar sobre as condições de emprego:
Art. 5º O contrato de experiência não poderá exceder 90 (noventa) dias. 
§ 1º O contrato de experiência poderá ser prorrogado 1 (uma) vez, desde 
que a soma dos 2 (dois) períodos não ultrapasse 90 (noventa)dias. 
§ 2º O contrato de experiência que, havendo continuidade do serviço, 
não for prorrogado após o decurso de seu prazo previamente estabelecido 
ou que ultrapassar o período de 90 (noventa) dias passará a vigorar como 
contrato de trabalho por prazo indeterminado.
18
19
Ainda sobre o “Contrato Temporário”, o Artigo 4º da norma em estudo consagra 
as possibilidades objetivas, para as quais se permite a sua celebração: 
a) para atender às necessidades familiares de natureza transitórias;
b) para substituição temporária de empregado doméstico com o contrato 
de trabalho suspenso ou interrompido.
Indenização Decorrente de Rescisão Contratual
A Lei Complementar nº150/15 assegurou ao Empregado Doméstico indenização 
por sua demissão “sem justa causa”, assegurando uma multa correspondente à 
40% dos depósitos feitos na conta do FGTS.
Dessa forma, os empregadores deverão recolher 8% de seus proventos a uma 
conta vinculada ao FGTS, e seus Empregados Domésticos recolherão outro mon-
tante de 3,2%, destinado ao pagamento de multa indenizatória. Quanto ao reco-
lhimento da parcela do empregador, ela poderá a ele ser restituída, dependendo de 
como se der uma futura rescisão do Contrato de Trabalho.
Em contraponto, a depender da forma de rescisão contratual, os valores recolhi-
dos a título de multa rescisória serão convertidos em favor do empregador doméstico.
19
UNIDADE O Direito do Trabalho – Conceitos Iniciais
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
 A Importância do Direito
https://goo.gl/hW2nXq
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT
https://goo.gl/cxHjb
Constituição Federal de 1988
https://goo.gl/zaRrL
Fontes do Direito
https://goo.gl/gGKuWA
Princípios do Direito do Trabalho: Uma Análise dos Preceitos 
Lógicos Aplicáveis na Justiça do Trabalho e sua atual Configuração
https://goo.gl/pHeVZu
20
21
Referências
BARROS, Alice Monteiro de. Contratos e Regulamentações Especiais de 
Trabalho. São Paulo: LTr, 2001.
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, de 1 mai. 1943. Senado 
Federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>.
______. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 out. 1988. Senado 
Federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>.
CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. São 
Paulo: Saraiva, 2005.
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 14.ed. São Paulo: 
LTR, 2015.
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