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Questões Peculiares do Direito do Trabalho

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Prévia do material em texto

Direito Tributário 
Trabalhista
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Tercius Zychan de Moraes
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Questões Peculiares do Direito do Trabalho
• Trabalho da Mulher e do Menor
• Convenções Coletivas de Trabalho
• Acordo Coletivo de Trabalho
• Rescisão do Contrato de Trabalho
• Aviso Prévio
• Justiça do Trabalho
 · Conhecer algumas questões peculiares que envolvem o Direito 
do Trabalho.
 · Abordaremos temas específicos, como as medidas protetivas ao 
Direito do Trabalho que envolvem a mulher e os menores.
 · Também iremos conhecer os Acordos Trabalhistas e as Convenções 
Coletivas. Além disso, vamos estudar questões que envolvem a 
extinção do Contrato de Trabalho e o instituto do Aviso Prévio e, por 
fim, conheceremos a Justiça do Trabalho e suas competências.
 · Esses conhecimentos são basilares para uma compreensão detalhada 
dos temas fundamentais para o conhecimento do Direito do Trabalho.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Questões Peculiares do 
Direito do Trabalho
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Questões Peculiares do Direito do Trabalho
Trabalho da Mulher e do Menor
Ao longo da história da Humanidade, são notórios os tratamentos diferenciados 
dispensados à mulher comparada ao homem. Sem dúvida, a inserção maior da 
mulher no “Mercado de Trabalho” ampliou essa conturbação.
A principal questão que envolve essa diferenciação está, sem dúvida, na ausência 
de tratamento igualitário na relação de emprego do trabalhador masculino em 
relação ao feminino.
As conquistas pela igualdade do trabalho da mulher são oriundas de movimen-
tos sociais e lutas feministas, que redundaram em conquistas de direitos traba-
lhistas, alterando, progressivamente, a forma de ver da sociedade quanto a essa 
polêmica secular.
Nossa Constituição Federal participa dessa mudança necessária no comporta-
mento social, como pode ser visto no inciso I do Artigo 5º:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos 
desta Constituição; (grifo nosso).
Para eliminar as disparidades entre homem e mulher no Mercado de trabalho, a 
mesma Constituição orienta o Estado, seja por intermédio do Legislativo seja por 
medidas outras, adotadas pelo dirigente estatal, a promover ações que, protegendo 
o trabalho da mulher, assegure a pretendida relação de igualdade: 
Art. 7º (...)
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos 
específicos, nos termos da lei;
(...)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de 
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
Vejamos à visão de Maurício Godinho1 Delgado a respeito da posição constitu-
cional de proteção ao tratamento dado pela Constituição Federal à mulher:
Algumas dessas medidas antidiscriminatórias já tinham sido aventadas, de 
algum modo, por texto normativo anterior a 1988 (...) Contudo, a nova 
Constituição implementou-lhes alteração, alargamento e aprofundamento 
tão significativos que deu origem a um padrão jurídico qualitativamente 
novo em contraponto com o período anterior. Outras medidas antidiscri-
minatórias, porém, destacavam-se pelo completo pioneirismo se contra-
postas ao universo normativo trabalhista do período jurídico precedente.
1 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 14.ed. São Paulo: LTr, 2015, p. 781.
8
9
Direitos da Mulher no Período da Gestação
Com exceção de questões especiais, a mulher em período de gestação não está 
impedida de exercer suas atividades de trabalho, o que deve ocorrer até o início da 
licença-maternidade.
Art. 7º (...)
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a 
duração de cento e vinte dias;
Das medidas protetivas à mulher empregada, talvez a licença maternidade de 
120 dias seja, sem dúvida, uma das mais significativas conquistas.
As despesas geradas ao empregador em razão dessa licença serão suportadas 
pela Previdência Social, com dedução dos recolhimentos previdenciários da Em-
presa empregadora.
Em princípio, o afastamento da empregada ocorrerá a partir do 28º (vigésimo 
oitavo) dia antes do parto; no caso do parto ser antecipado, ficará assegurado, 
ainda, o período de 120 dias.
Uma concessão da Lei, que para muitos representa um incentivo à proteção 
da criança e do adolescente, é garantir à empregada que adotar ou obtiver guarda 
judicial à concessão da licença-maternidade, na mesma forma que a da gestante.
Durante o período de gestação, a Constituição Federal de 1988 assegura, mais 
precisamente em seu Artigo 10, II, “b” do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias, o direito à “estabilidade” no emprego para a mulher gestante. 
Essa estabilidade ocorre da confirmação da gravidez até 5 (cinco) meses após o 
nascimento da criança:
Art. 10 - Até que seja promulgada a Lei Complementar a que se refere o 
artigo 7º, I da Constituição:
(...)
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: 
(...)
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco 
meses após o parto;
Quando do retorno ao trabalho, a mulher tem o direito de amamentar o próprio 
filho, até que ele venha a completar 6 (seis) meses de idade. Para tanto, fará jus, no 
decorrer da jornada de trabalho, a 2 (dois) períodos de descanso especial, de meia 
hora cada um. Os horários dos descansos, aqui tratados, deverão fazer parte de um 
acordo individual entre a empregada e o empregador.
9
UNIDADE Questões Peculiares do Direito do Trabalho
Ainda, sem qualquer prejuízo à gestante, no tocante à sua remuneração, a 
empregada que exerce atividades profissionais classificadas em grau máximo de 
insalubridade deverá ser afastada delas durante o período de gestação.
O mesmo afastamento ocorrerá, independente do grau, quando médico de con-
fiança da mulher empregada emitir Atestado Médico para esse fim.
Empregado Menor
Não há como apreciar o tema em questão sem antes cotejaro que dispõe o 
Artigo 7º, inciso XXXIII, da Constituição Federal:
Art. 7º [...]
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores 
de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na 
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
Como se vê, o Direito do Trabalho considera “Empregado Menor” a pessoa 
física a partir de 16 (dezesseis) anos, não existindo permissivo legal de se celebrar 
nenhum Contrato de Trabalho com pessoa de idade inferior. Entretanto, o mesmo 
dispositivo prevê a figura do menor aprendiz, considerando-o somente a partir dos 
14 (quatorze) anos.
Com relação ao “Empregado Menor”, nossa Legislação proíbe que seja subme-
tido a condições de trabalho perigosas ou insalubres.
Como já vimos, ao contar com 14 (quatorze) anos, o menor poderá exercer 
atividades de trabalho na condição de aprendiz, desde que, nos termos do Artigo 
428 da CLT, seja formalizado, por escrito e com prazo de validade, um “Contrato 
de Aprendizagem”.
Art. 428. Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, 
ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador 
se compromete a assegurar ao maior de 14 (quatorze) e menor de 24 
(vinte e quatro) anos inscrito em programa de aprendizagem formação 
técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento 
físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e diligência 
as tarefas necessárias a essa formação.
Para o “Empregado Menor”, a Lei obriga o pagamento de um salário mínimo 
federal; já no caso do “Aprendiz”, por poder trabalhar somente 6 (seis) horas, será 
garantido o mesmo salário mínimo, computado em horas de trabalho.
10
11
Convenções Coletivas de Trabalho
Quando se fala em “Convenção Coletiva de Trabalho” estamos nos referindo a 
um instrumento de efeito normativo, que tem como objetivo possibilitar melhores 
condições para os trabalhadores de certa categoria de profissionais, que é 
representada por determinado Sindicato.
Para José Cairo Júnior2, o tema pode ser conceituado da seguinte forma:
A convenção coletiva de trabalho é um instrumento normativo derivado 
da negociação coletiva havida entre o sindicato da categoria profissional 
e o respectivo sindicato da categoria econômica, tendo como objetivo a 
fixação de novas condições de trabalho.
Para Amauri Mascaro Nascimento3, Convenção Coletiva de Trabalho:
[...] têm como escopo constituir condições aplicáveis a terceiros, ou seja, 
a instituição de normas de conduta que serão aplicadas às relações indivi-
duais e obrigações entre os sujeitos coletivos estipulantes.
Segundo diversos doutrinadores, quando o Direito do Trabalho possibilita à 
Convenção Coletiva de Trabalho estabelecer obrigações do empregador em relação 
ao empregado, ela assume posição equiparada a uma “Lei”, em razão de gerar 
deveres e direitos na relação de emprego.
Essa afirmativa ganha ressonância ao se apreciar o contido no Artigo 611-A 
da CLT:
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm 
prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
I – pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;
II – banco de horas anual;
III – intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos 
para jornadas superiores a seis horas;
IV – adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei nº 
13.189, de 19 de novembro de 2015;
V – plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição 
pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se 
enquadram como funções de confiança;
2 CAIRO JR, José. Curso de direito do trabalho: direito individual e direito coletivo de trabalho. 4.ed. Salvador: 
JusPodivm, 2009, p. 859.
3 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Compêndio de direito sindical. 29.ed. São Paulo: LTr, 2003, p. 278.
11
UNIDADE Questões Peculiares do Direito do Trabalho
VI – regulamento empresarial;
VII – representante dos trabalhadores no local de trabalho;
VIII – teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;
IX – remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo 
empregado, e remuneração por desempenho individual;
X – modalidade de registro de jornada de trabalho;
XI – troca do dia de feriado;
XII – enquadramento do grau de insalubridade;
XIII – prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia 
das autoridades competentes do Ministério do Trabalho;
Acordo Coletivo de Trabalho
O Acordo Coletivo de Trabalho trata-se de ajuste firmado entre o Sindicato de uma 
determinada categoria profissional com uma Empresa ou um grupo de Empresas, 
estabelecendo regras a serem cumpridas na relação trabalhista, tanto pelo emprega-
do, quanto pelo empregador, como, por exemplo, questões voltadas à remuneração.
Sua previsão legal esta manifesta no parágrafo 1º do Artigo 611 da CLT:
Art. 611 (...)
§ 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais 
celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente 
categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no 
âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho.
Rescisão do Contrato de Trabalho
Para entender o que vem a ser a Rescisão do Contrato de Trabalho, nada melhor 
partimos do que de um conceito estabelecido.
Assim, iremos recorrer novamente à Mauricio Godinho Delgado4:
A rescisão do contrato de trabalho é a consequência do término de uma 
relação entre empregador ou empregado, possuindo várias formas e 
motivos, de modo que tendem a produzir efeitos jurídicos diferenciados, 
expressando-se, em regra geral, pela incidência de verbas rescisórias de 
tipo e importância também distintos.
4 Op. cit., p. 1.119.
12
13
A rescisão poderá ocorrer diante do surgimento de fatores alheios à vontade 
das partes contratantes ou em virtude de iniciativa do próprio empregador ou 
empregado e, por fim, o Contrato de Trabalho poderá ser extinto em comum 
acordo entre empregado e empregador.
A seguir vamos compreender melhor essas possibilidades, estudando os tipos 
de rescisão.
Dispensa sem Justa Causa
Essa forma de rescisão do Contrato de Trabalho manifesta-se por única vontade 
do empregador.
Nesse tipo de rescisão, o empregado fará jus a:
• Aviso prévio;
• Férias vencidas, acrescidas de 1/3;
• Férias proporcionais;
• Décimo terceiro salário proporcional;
• Saldo de salário;
• Multa de 40% sobre o FGTS;
• Sacar depósitos mantidos na conta do FGTS.
O empregador deverá, ainda, produzir a documentação necessária e exigida 
para que o empregado possa receber, nos termos da Lei, o Seguro-desemprego.
Dispensa por Justa causa Provocada pelo Empregado
As possibilidades em que esse tipo de rescisão podem ocorrer estão previstas 
de forma clara no Artigo 482 da CLT:
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho 
pelo empregador:
a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do 
empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a 
qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não 
tenha havido suspensão da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
f) embriaguez habitual ou em serviço;
13
UNIDADE Questões Peculiares do Direito do Trabalho
g) violação de segredo da empresa;
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer 
pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de 
legítima defesa, própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra 
o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, 
própria ou de outrem;
l) prática constante de jogos de azar. 
m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o 
exercícioda profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado.
Para esse tipo de rescisão, o empregador não poderá promover qualquer regis-
tro na Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS do empregado, que venha 
a fazer referência à “dispensa por justa causa”.
Para à rescisão motivada em justa causa, caberá ao empregador pagar ao em-
pregado o respectivo saldo de salário, bem como, se houver, os períodos de férias 
vencidas e do 13º salário proporcional.
Pedido de Demissão do Empregado
Esse tipo rescisão depende de manifestação da vontade exclusiva do empregado, 
não existindo qualquer manifestação inicial de vontade por parte do empregador.
Em razão do pedido de demissão partir do empregado, ele não fará jus ao aviso 
prévio, não terá direito à indenização de 40% em razão dos depósitos efetivados 
na sua conta do FGTS, além de não poder promover seu saque.
Da mesma forma, não terá direito ao Seguro-desemprego.
Fim do Contrato de Trabalho em Virtude de Ato 
Culposo do empregador (Rescisão Indireta) 
Segundo Délio Maranhão5, os atos que dão origem a essa forma de rescisão são 
decorrentes da violação de três direitos fundamentais do empregado:
1) Direito ao respeito à pessoa física e moral (decoro e prestígio);
2) Tutela das condições essenciais do contrato;
3) Observância pelo empregador das obrigações que constituem a 
contraprestação do trabalho.
5 SÜSSEKIN, Arnaldo et al. Instituições de direito do trabalho. 21.ed. São Paulo: LTr, 2003, p. 591. v.1
14
15
As hipóteses que caracterizam esse tipo de rescisão do Contrato de Trabalho 
estão disponíveis no Artigo 483 da CLT, que indica as condutas do empregador 
ou de seus prepostos (gerentes, diretores, chefes de departamento etc.) para 
sua caracterização:
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e 
pleitear a devida indenização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, 
contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato;
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com 
rigor excessivo;
c) correr perigo manifesto de mal considerável;
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua 
família, ato lesivo da honra e boa fama;
f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em 
caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de 
forma a afetar sensivelmente a importância dos salários.
§ 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir 
o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis 
com a continuação do serviço.
[...]
Nesse tipo de rescisão, o empregado terá os mesmos direitos daquele que for 
dispensado sem justa causa, bem como outros, decorrentes de Convenção Coletiva 
de Trabalho ou de Acordo de Trabalho.
Rescisão por Culpa Recíproca
Nessa possibilidade legal de rescisão, o rompimento do Contrato de Trabalho, 
tem por origem a chamada “culpa recíproca das partes” (empregado e empregador).
Por determinação legal, essa forma de rescisão depende de reconhecimento da 
Justiça do Trabalho, como determina o Artigo 484 da CLT:
Art. 484 - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do 
contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que 
seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por metade.
15
UNIDADE Questões Peculiares do Direito do Trabalho
Rescisão por Acordo
Essa modalidade foi introduzida, como tipo de rescisão do Contrato de Tra-
balho, pela Lei nº 13.647/17. Sua aplicação dependerá de um acordo formal 
fomentado pela vontade do empregador e do empregado.
Quando formalizada, as verbas trabalhistas decorrentes da rescisão contratual, 
serão apuradas pela metade, no tocante ao Aviso Prévio, e da metade da multa de 
40% dos depósitos feitos junto à conta no FGTS.
Ainda, com relação ao FGTS, o empregado terá direito a acessar até 80% dos 
depósitos efetuados pelo empregador.
Merece destacar que, para esse tipo de rescisão, o empregado não fará jus ao 
Seguro-desemprego.
Aviso Prévio
Podemos dizer que, formalmente, o Aviso Prévio se trata de uma comunicação, 
que poderá ser feita tanto pelo empregador quanto pelo empregado, manifestando 
seu desejo de rescisão do Contrato de Trabalho.
Por regra, tanto o empregado ou, se for o caso, o empregador, deverão 
comunicar a outra parte na relação do Contrato de Trabalho com antecedência de 
30 dias sobre seu interesse de rescisão do pacto.
Essa comunicação antecipada de desejo de rescindir o Contrato somente será 
cabível quando não houver justa causa.
A rescisão do Contrato de Trabalho por parte do empregador, quando for por 
“justa causa”, irá obrigá-lo ao pagamento do salário devido ao período correspon-
dente ao Aviso.
Já no caso do empregado, poderá o empregador descontar das verbas rescisórias 
o valor devido, que será o correspondente ao salário que deveria ser pago em razão 
do cumprimento do prazo do Aviso.
Por fim, e importante fazer menção que o empregado, durante o período de 
cumprimento do Aviso Prévio, poderá reduzir 2 horas diárias de sua jornada de 
trabalho, sem causar redução de seu salário integral.
16
17
Justiça do Trabalho
Quando falamos da “Justiça do Trabalho”, estamos tratando de uma das atividades 
jurisdicionais6 do Estado, inserida dentro do que se denomina Justiça Especializada:
Jurisdição é uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui 
aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a 
pacificação do conflito que os envolve, com justiça. 
Em nosso país, o Poder Judiciário é dividido em dois grupos. E um temos a de-
nominada “justiça comum”, e o outro recebe o título de “justiça especial”.
A competência da Justiça do Trabalho está definida em nossa atual Constitui-
ção Federal, em seu Artigo 114:
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito 
público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve;
III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos 
e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o 
ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, 
ressalvado o disposto no art. 102, I, o;
VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes 
da relação de trabalho
VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empre-
gadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, 
I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma 
da lei.
6 CINTRA, Antonio Castro de Araújo; DINAMARCO, Cândido Rangel; GRINOVER, Ada Pelegrini. Teoria Geral do 
Processo. 17.ed. São Paulo: Malheiros, 2001. p.34
17
UNIDADE Questões Peculiares do Direito do Trabalho
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
A Evolução da Mulher no Mercado de Trabalho
https://goo.gl/4CgzCJ
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT
https://goo.gl/cxHjb
Constituição Federal de 1988
https://goo.gl/zaRrL
Justa Causa Patronal: A Rescisão Indireta no Contrato de Trabalho
https://goo.gl/TFfxfX
Competência da Justiça do Trabalho e a Súmula do STJ
https://goo.gl/g6BJgu
18
19
Referências
BARROS, Alice Monteiro de. Contratos e Regulamentações Especiais de 
Trabalho. São Paulo: LTr, 2001.
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, de 1 mai. 1943. Senado 
Federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>.Acesso em: 05 set. 2017.
________. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 out. 1988. 
Senado Federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 05 
set. 2017.
CAIRO JÚNIOR, José. Curso de direito do trabalho: direito individual e direito 
coletivo de trabalho. 4.ed. Salvador: JusPodivm, 2009. 
CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. São 
Paulo: Saraiva, 2005.
CINTRA, Antonio Castro de Araújo; DINAMARCO, Cândido Rangel; GRINOVER, 
Ada Pelegrini. Teoria Geral do Processo. Malheiros. 17.ed. São Paulo, 2001.
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 14.ed. São Paulo: 
LTR, 2015.
FERRARI, Irany; NASCIMENTO, Amauri Mascaro; MARTINS FILHO, Ives 
Gandra da Silva. História do Trabalho, do Direito do Trabalho e da Justiça do 
Trabalho. São Paulo: LTr, 1998.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 29.ed. São 
Paulo: LTr, 2003
PLÁ RODRIGUEZ, Américo. Princípios do Direito do Trabalho. São Paulo: Ltr, 2000.
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 27.ed. São Paulo: Saraiva. 2002.
SILVA, De Plácido e. Vocabulário jurídico. 3.ed. Rio de Janeiro: Forense, 1991.
SÜSSEKIN, Arnaldo et al. Instituições de direito do trabalho. 21.ed. São Paulo: 
LTr, 2003. v.1
19

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