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D O S S I ÊD O S S I ÊD O S S I ÊD O S S I Ê T É C N I C OT É C N I C OT É C N I C OT É C N I C O ChucruteChucruteChucruteChucrute Allan D. O. MachadoAllan D. O. MachadoAllan D. O. MachadoAllan D. O. Machado Instituto de Tecnologia do ParanáInstituto de Tecnologia do ParanáInstituto de Tecnologia do ParanáInstituto de Tecnologia do Paraná Maio Maio Maio Maio 2007200720072007 Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 1 DOSSIÊ TÉCNICO Sumário 1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................02 1.1 Consumo ......................................................................................................................02 1.2 Armazenamento ...........................................................................................................02 2 MATÉRIAS-PRIMAS ........................................................................................................03 2.1 Repolho ........................................................................................................................03 2.2 Sal .................................................................................................................................03 2.3 Vinagre .........................................................................................................................04 3 PROCESSO DE FABRICAÇÃO .......................................................................................04 3.1 Recepção ......................................................................................................................06 3.2 Processamento ............................................................................................................06 3.3 Seleção/classificação ..................................................................................................06 3.4 Lavagem .......................................................................................................................06 3.5 Enxagüe ........................................................................................................................07 3.6 Fatiamento ...................................................................................................................07 3.7 Salga .............................................................................................................................08 3.8 Fermentação ................................................................................................................10 4 ACONDICIONAMENTO ...................................................................................................11 4.1 Acondicionamento em embalagens plásticas ...........................................................11 4.2 Acondicionamento em vidro ou latas .........................................................................12 4.2.1 Exaustão do ar............................................................................................................13 4.2.2 Fechamento................................................................................................................14 4.2.3 Esterilização ...............................................................................................................14 4.2.4 Resfriamento ..............................................................................................................15 4.2.5 Armazenamento .........................................................................................................15 5 CONTROLE DE QUALIDADE ..........................................................................................16 5.1 Temperatura .................................................................................................................16 5.2 Teor de sal ....................................................................................................................16 5.3 Aspecto visual ..............................................................................................................16 6 EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS .................................................................................16 7 LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO PROCESSO DE FABRICAÇÃO ..................................17 Conclusões e recomendações .........................................................................................18 Referências ........................................................................................................................18 Anexo – Fabricantes de máquinas e equipamentos .......................................................19 Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 2 DOSSIÊ TÉCNICO Título Chucrute Assunto Fabricação de conservas de legumes e outros vegetais, exceto palmito Resumo Este dossiê tem por objetivo descrever o processo de fabricação de chucrute, desde a recepção do repolho até o armazenamento do chucrute. Palavras-chave Acondicionamento; BPF; Boas Práticas de Fabricação; chucrute; conservação do alimento; fabricação; fermentação; legislação; lei; processamento; produção; repolho; salga Conteúdo 1 INTRODUÇÃO Chucrute é um produto de sabor característico, obtido por fermentação completa, principalmente láctica, de repolho fatiado na presença de 2 a 3% de sal. É o "Sauerkraut", muito apreciado pelos povos de origem germânica. A conservação de alimentos por fermentação láctica foi um dos mais importantes métodos de conservação de alimentos vegetais. O processo usado para sua produção é muito simples e pode ser adotado tanto em escala industrial quanto doméstica, permitindo aproveitar o excesso de produção de repolhos nos períodos de superprodução. 1.1 Consumo O repolho pode ser consumido cru em saladas, cozido em água ou leite ou fermentado (chucrute). Quando consumidas cruas, as folhas devem ser lavadas uma por uma em água corrente e deixadas de molho em solução de água sanitária por 30 minutos, na proporção de 1 colher de sopa de água sanitária para 1 litro de água filtrada. Em seguida, devem ser enxaguadas com água filtrada. Este procedimento é importante para eliminar grande parte dos microorganismos que possam estar nas folhas e causar doenças. A água sanitária ou o vinagre não remove resíduos de agrotóxicos. O repolho deve ser cozido somente pelo tempo suficiente para tornar as folhas macias. Com tempo de cozimento prolongado, ocorrem alterações da cor, do sabor e das propriedades nutritivas. Deve-se cozinhar preferencialmente no vapor. 1.2 Armazenamento Quando mantido em condição ambiente, conserva-se por menos de uma semana, murchando primeiramente as folhas externas. Sob refrigeração pode ser mantido por várias semanas, desde que colocado dentro de sacos de plástico. Quando picado, deve Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 3 obrigatoriamente ser mantido embalado ou em vasilha tampada sob refrigeração, conservando-se por até cinco dias. Para congelar o repolho, retire as folhas externas caso estas estejam murchas ou danificadas. Corte o repolho em 4 partes ou em tiras finas. Embale-o em saco plástico, retire o ar de dentro da embalagem com uma bombinha de vácuo e leve ao congelador. Para descongelar, coloque-o em água fervente ou diretamente ao fogo durante o preparo do prato. 2 MATÉRIAS-PRIMAS As matérias-primas usadas na produção de chucrute são o repolho, sal e vinagre. 2.1 Repolho O repolho é uma hortaliça de cabeça formada pela sobreposição de folhas. Destaca-se como fonte de vitamina C. Também fornece vitaminas B1, B2, E e K, além de sais minerais, sobretudo cálcio e fósforo (QUADRO 1). É uma das hortaliçasde uso mais antigo, desde cerca de 2000 anos antes de Cristo. É originária da Europa Mediterrânea e Ásia Menor. O repolho é uma Brássicacea, assim como a couve, o brócolis, a couve-flor, a couve-chinesa e o rabanete. Existem cinco tipos de repolho: liso, crespo, roxo, chinês e o repolho-de-bruxelas, esse último é menor do que os outros. Quadro 1 - Composição média do repolho Composição por 100 g Calorias 17 kcal Glicídios 4 g Proteínas 1 g Lipídios Traços Cálcio 35 mg Fósforo 14 mg Ferro 0,2 mg Sódio 4 mg Potássio 150 mg Fibras 1,9 g Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2.2 Sal Existem dois tipos de sal, um deles é o sal marinho que é extraído através da evaporação da água do mar e o outro é o sal de rocha também conhecido como sal-gema que é retirado das minas subterrâneas que são resultantes de mares e lagos antigos que secaram. Durante um longo tempo o sal foi considerado muito precioso para a preservação dos alimentos e foi chamado de ouro branco. Os gregos e romanos, utilizavam o sal como moeda para suas compras e vendas e com este condimento os romanos eram pagos, por isso surgiu a palavra salário que deriva de sal. Foi também considerado um artigo de luxo e só os mais ricos tinham acesso a ele. O sal em seu estado puro consiste de cloreto de sódio e é encontrado em grande quantidade na natureza, em alguns casos são adicionados a ele substâncias ou temperos para o seu uso culinário. O sal de cozinha, de mesa ou refinado: é o mais comum e também mais usado para preparar os alimentos; neste sal, pelas leis brasileiras, deve ser adicionado iodo para se evitar o bócio. Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 4 2.3 Vinagre Existem diversos tipos de vinagres produzidos, dependendo do tipo de material usado na fermentação alcoólica (sucos de frutas, xaropes contendo amiláceos hidrolisados). A concentração alcoólica é ajustada entre 10 a 13%, sendo, então, exposta às bactérias do ácido acético (é um processo aeróbio), que vai oxidar a solução alcoólica até que se produza o vinagre na concentração desejada. De acordo com o Food and Drug Administration (FDA), a definição e padronização dos tipos de vinagres são: vinagre, vinagre de cidra e vinagre de maçã. 3 PROCESSO DE FABRICAÇÃO Apresenta-se, a seguir, um fluxograma do processo de produção do chucrute (FIG. 1). Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 5 Figura 1 - Fluxograma de produção do chucrute Fonte: HOFFMANN, 1991. Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 6 3.1 Recepção Por ocasião do recebimento, os frutos devem ser selecionados, para tornar o lote mais uniforme quanto ao grau de maturação. Retirar as folhas mais externas do repolho. 3.2 Processamento Os utensílios (facas, baldes, escorredores, etc.) devem ser previamente higienizados com solução de cloro a 200 mgL-1 (100 mL de água sanitária em 10 L de água). Os operadores devem estar protegidos com luvas, aventais, gorros e máscaras, procurando proteger ao máximo o produto de prováveis contaminações. 3.3 Seleção/classificação Na seleção são eliminadas as cabeças de repolho defeituosas por apresentarem falta de firmeza, perfurações por larvas ou insetos, podridão e outras alterações. Dos vegetais rejeitados deve-se fazer aproveitamento das partes do repolho que não estejam lesionados ou deformados. Os repolhos devem ser classificados, separando-se por tamanho e removendo-se, por corte, parte ou folhas com manchas, pedúnculos, etc (FIG. 2). Figura 2 - Seleção Fonte: HOFFMANN, 1991. 3.4 Lavagem Usando jatos de água fria potável removem-se as impurezas como sujidades de insetos, terra e outros materiais indesejáveis (FIG. 3). Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 7 Figura 3 - Lavagem do repolho Fonte: HOFFMANN, 1991. 3.5 Enxágüe Após a lavagem, os frutos serão imersos, por 5 minutos, em água fria (5° C) contendo 200 mg de cloro L-1, para desinfecção e retirada de parte do calor de campo. 3.6 Fatiamento • Retirada do talo central A retirada dos talos centrais pode ser mecânica, utilizando-se faca cônica giratória em alta velocidade, que os corta, deixando os no lugar. Para retirada manual, corta-se a cabeça do repolho ao meio no sentido do talo central e cada metade novamente ao meio, totalizando quatro partes iguais. As partes expostas do talo são removidas com faca, deixando-se apenas o resto deste para que as folhas fiquem levemente aderidas. • Fatiamento propriamente dito Corta-se o repolho em tiras finas de aproximadamente 20 mm, em fatiador automático ou manual, cuidando-se para obter o máximo de uniformidade na espessura; tiras de maior espessura devem ser separadas do processo, pois disto dependerá o perfeito processamento da fermentação e favorecerá o aspecto final do produto (FIG. 4). Após este processo, pesa-se o repolho fatiado. Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 8 Figura 4 - Processo de fatiamento Fonte: HOFFMANN, 1991. 3.7 Salga O repolho é convertido em chucrute pela fermentação do ácido láctico, sendo necessário à presença de uma concentração moderada de sal para reduzir o crescimento de organismos de deterioração e promover o crescimento das bactérias do ácido láctico. O peso de sal a adicionar é calculado sobre 2% do peso do repolho fatiado. O sal é misturado ao repolho fatiado em camadas, à medida que o recipiente de fermentação vai sendo cheio, de forma a se obter uma distribuição uniforme do sal (FIG. 5). Figura 5 - Adição de sal Fonte: HOFFMANN, 1991. Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 9 O recipiente de fermentação deve ter as paredes lisas e ser de material que permita uma fácil e total limpeza (cerâmico, plástico ou barrilete de madeira). Em seguida, a mistura (sal e repolho) dentro do recipiente é prensada, por compressão manual, provocando-se a máxima saída de ar e a liberação de suco do repolho (FIG. 6). Recomenda-se recobrir a superfície com uma camada de sal. Figura 6 - Prensagem Fonte: HOFFMANN, 1991. Figura 7 - Peso para manter pressão Fonte: HOFFMANN, 1991. Coloca-se sobre o chucrute assim preparado, uma tampa compressoras providas de Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 10 orifícios, que permitam a saída dos líquidos e gases formados na fermentação, pressionada por um peso (pedra de granito limpa), de forma que o repolho fatiado permaneça coberto pelo suco extraído deste (FIG. 7). 3.8 Fermentação A pressão em conjunto com o sal, que é agente umectante, extrai a água do repolho, formando a salmoura, que deve cobrir completamente o repolho. As bactérias e os fermentos se desenvolvem rapidamente e o desprendimento de gás é grande nos primeiros dias da fermentação (FIG. 8). A temperatura ótima para a boa formação é de 18° C a 21° C. O tempo de fermentação é de 3 a 4 semanas, quando o chucrute atinge pH = 4,2 e o teor de ácido láctico está entre 1 a 2%. Para o controle do pH, utilizar papel indicador de pH com escala de cores. Figura 8 - Gases liberados na fermentação Fonte: HOFFMANN, 1991. Corta-se aproximadamente 2 cm da fita do papel indicador de pH e mergulha-se este pedaço durante alguns segundos no suco do chucrute e compara-se a cor resultante da tira de papel molhada, com a cor mais parecida na escala impressa de cores que indica o pH correspondente (FIG. 9). Para interromper a fermentação, substitui-se o suco do chucrute por uma mistura de água tratada fervida e resfriada, com 5% de vinagre (50 ml de vinagre para cada litrode água), para sua melhor conservação. Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 11 Figura 9 - Verificação do pH Fonte: HOFFMANN, 1991. 4 ACONDICIONAMENTO 4.1 Acondicionamento em embalagens plásticas No final da fermentação, escorre-se o suco formado, separando-se o chucrute, colocando-o em sacos de polietileno com capacidade de 250 g a 500 g (FIG. 10). Ao chucrute, adiciona- se água fervida e resfriada, com 5% de vinagre (50 ml de vinagre para cada litro de água), observando-se que o peso do chucrute (peso drenado) seja 60% do peso total mais água acidulada. Para cada 60 g de chucrute, adicionar 40 g da água com 5% de vinagre (veja o cálculo da proporção a seguir). Figura 10 - Acondicionamento em embalagem flexível Fonte: HOFFMANN, 1991. Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 12 Para sacos de 250 g, adiciona-se a cada saco 150 g de chucrute escorrido e 100 g de água com 5% de vinagre. Para sacos de 500 g, adiciona-se a cada saco 300 g de chucrute escorrido e 200 g de água com 5% de vinagre. Os sacos são fechados em seladoras elétricas (resistência) e mantidos sob refrigeração com temperatura não superior a 10° C (FIG. 11). O produto embalado em sacos plásticos é indicado para consumo em curto prazo. Figura 11 - Armazenagem sob resfriamento Fonte: HOFFMANN, 1991. 4.2 Acondicionamento em vidros ou latas Utilizando-se lata envernizada ou vidro para acondicionar o chucrute, estes recipientes e suas tampas devem ser devidamente lavados e fervidos durante pelos menos 5 minutos em água limpa a 100° C para sua higienização. As embal agens são retiradas do banho em ebulição deixando-se escorrer a água de aquecimento. Nas embalagens devidamente higienizadas e ainda quentes coloca-se o chucrute escorrido de seu suco e, posteriormente, cobre-se com água fervida com 5% de vinagre, observando- se que o peso do chucrute drenado (veja cálculo citado) seja 60% do peso total de chucrute mais água com vinagre (FIG. 12). Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 13 Figura 12 - Acondicionamento em lata ou vidro Fonte: HOFFMANN, 1991. 4.2.1 Exaustão do ar O objetivo desta etapa é eliminar bolsas de ar no produto acondicionado e o ar no espaço vazio superior dos recipientes. As latas ou vidros sem tampa são colocados em banho-maria a 80° C por 5 a 10 minutos, evitando-se que a água de aquecimento penetre nos recipientes. O centro da embalagem deverá atingir temperatura não inferior a 70° C, co ntrolada por termômetro (FIG. 13). Figura 13 - Eliminação de ar Fonte: HOFFMANN, 1991. Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 14 4.2.2 Fechamento Realizada a exaustão do ar, as embalagens ainda quentes são imediatamente fechadas (FIG. 14). Quando se utiliza embalagem de vidro, o fechamento se faz por tampagem simples (juntas vedantes, fechamento por torção ou recravagem). Tratando-se de embalagens de lata, o fechamento é feito em recravadeiras. Figura 14 - Tapagem das embalagens Fonte: HOFFMANN, 1991. 4.2.3 Esterilização Tem por finalidade dar estabilidade ao produto, eliminando a ação de microrganismos. As embalagens devidamente fechadas são mergulhadas em banho-maria (FIG. 15), permanecendo por 35 minutos na água fervente (100° C). Figura 15 - Esterilização térmica Fonte: HOFFMANN, 1991. Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 15 4.2.4 Resfriamento O resfriamento impede a continuidade de cozimento e provoca o choque térmico eliminando qualquer microrganismo patogênico ainda existente no produto. As latas devem ser resfriadas o mais rapidamente possível, até temperatura ambiente, adicionando-se aos poucos água fria corrente ao banho-maria onde se realizou a esterilização, até que toda água quente seja removida. Continua-se a adição de água até que os recipientes atinjam a temperatura ambiente (FIG. 16). Para as embalagens de vidro, o tratamento é o mesmo, tomando-se cuidado para evitar a quebra dos vidros no choque térmico. O tempo de resfriamento não deve ser superior a 10 minutos. Figura 16 - Resfriamento da conserva Fonte: HOFFMANN, 1991. 4.2.5 Armazenamento O armazenamento de latas ou vidros é feito à temperatura ambiente, evitando-se batidas ou pressão sobre as embalagens (FIG. 17). Figura 17 - Armazenagem em temperatura ambiente Fonte: HOFFMANN, 1991. Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 16 5 CONTROLE DA QUALIDADE Certas dificuldades são freqüentemente encontradas no preparo de chucrute, especialmente por envolver uma fermentação. Desta forma, é necessário um cuidado muito grande durante a sua elaboração, para se obter um produto de boa qualidade. 5.1 Temperatura O intervalo ideal de temperatura para que ocorra somente a fermentação é de 18° C a 21° C, deve-se fazer monitoramento minucioso com auxilio de termômetro. Temperaturas superiores bloqueiam o crescimento dos microrganismos formadores do sabor característico do chucrute e temperaturas inferiores 15° C permitem o crescimento de organismos de deterioração. 5.2 Teor de sal Adicionando-se mais de 2,5% ao repolho fatiado, obtém-se um produto final de consistência dura. Caso se adicione na salga uma quantidade de sal menor que 2%, o crescimento das bactérias desejáveis, produtoras do ácido láctico, é prejudicado, podendo ocorrer deterioração do produto. 5.3 Aspecto visual Em todas as fermentações, o final do processo é facilmente detectado em razão de variações muito uniformes da coloração. O repolho modifica sua coloração verde tornando- se translúcido. Há duas formas de alterações indesejáveis na cor e que são mais comuns no chucrute. Uma é o aparecimento da cor rosa e a outra, de uma cor marrom. A cor rosa é causada pelo desenvolvimento de um fermento róseo, que impede o correto controle do teor de sal e da temperatura. A alteração da cor para marrom, geralmente, ocorre no chucrute depois da sua retirada dos recipientes de fermentação e, aparentemente, é um fenômeno de oxidação, devendo-se evitar o contato prolongado do chucrute com o ar. O amolecimento do chucrute pode ser resultado do crescimento de microrganismos nas bolsas de ar, devido à falha na compressão sobre o repolho fatiado durante a fermentação ou na exaustão, ou ainda devido a salga desigual ou à temperatura muito elevada. Os sabores desagradáveis podem ser causados por fermentação imperfeita ou pela absorção dos sabores ou odores provenientes dos recipientes de fermentação que não foram devidamente limpos. 6 EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS • Tina de material cerâmico, plástico ou madeira; • Soquete de madeira com cabo longo; • Balança; • Fogão; • Termômetro de 0° C a 100° C; • Papel indicador de pH (a ser adquirido em lojas comerciais de produtos químicos). Não há máquinas industriais disponíveis para produção de chucrute, porém existem máquinas usadas para outros vegetais e frutas que podem ser adaptadas para a confecção do chucrute. 1) Máquina para extração do talo central; 2) Máquinas seladoras. Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 17 Um exemplo é a máquina fabricada pela empresa Mecamau (FIG. 18). A máquina é utilizada para a retirada do talo central do abacaxi, servindo também para extrair o talo central do repolho. Figura 18 – Descascador pneumático Fonte: MECAMAU 7 LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO PROCESSO DE FABRICAÇÃO • Legislação de Boas Práticas de Fabricação As Boas Práticas de Fabricação (BPF) abrangem um conjunto de medidas que devem ser adotadas pelas indústrias de alimentos a fim degarantir a qualidade sanitária e a conformidade dos produtos alimentícios com os regulamentos técnicos. A legislação sanitária federal regulamenta essas medidas em caráter geral, aplicável a todo o tipo de indústria de alimentos e específico, voltadas às indústrias que processam determinadas categorias de alimentos. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC n. 275, de 21 de outubro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos e a Lista de Verificação das Boas Práticas de Fabricação em Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos. Diário Oficial da União , Brasília, DF, 23 out. 2003. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=8134>. Acesso em: 17 maio 2007. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n. 326, de 30 de julho de 1997. Aprova o Regulamento Técnico sobre "Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos". Diário Oficial da União , Brasília, DF, 01 ago. 1997. Disponível em: <http://e- legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=100&word>. Acesso em: 17 maio 2007. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n. 1428, de 26 de novembro de 1993. Aprova, na forma dos textos anexos, o "Regulamento Técnico para Inspeção Sanitária de Alimentos", as "Diretrizes para o Estabelecimento de Boas Práticas de Produção e de Prestação de Serviços na Área de Alimentos" e o "Regulamento Técnico para o Estabelecimento de Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ´s) para Serviços e Produtos na Área de Alimentos". Determina que os estabelecimentos relacionados à área de alimentos adotem, sob responsabilidade técnica, as suas próprias Boas Práticas de Produção e/ou Prestação de Serviços, seus Programas de Qualidade, e atendam aos PIQ's para Produtos e Serviços na Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 18 Área de Alimentos. Diário Oficial da União , Brasília, DF, 02 dez. 1993. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=661&word>. Acesso em: 17 maio 2007. • Legislação de Boas Práticas para serviços de alim entação O Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação, aprovado pela Resolução - RDC n. 216, de 15 de setembro de 2004, abrange os procedimentos que devem ser adotados nos serviços de alimentação, a fim de garantir as condições higiênico- sanitárias do alimento preparado, e está disponível na íntegra em: AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC n. 216, de 15 de setembro de 2004. Dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. Diário Oficial da União , Brasília, DF, 16 set. 2004. Disponível em: <http://e- legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=12546&word>. Acesso em: 17 maio 2007. • Legislação de procedimentos higiênico-sanitários para manipulação de alimentos e bebidas preparados com vegetais Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos Higiênico-Sanitários para Manipulação de Alimentos e Bebidas Preparados com Vegetais, e está disponível na íntegra em: AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC n. 218, de 29 de julho de 2005. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos Higiênico-Sanitários para Manipulação de Alimentos e Bebidas Preparados com Vegetais. Diário Oficial da União , Brasília, DF, 01 ago. 2005. Disponível em: <http://e- legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=18094&word>. Acesso em: 17 maio 2007. Conclusões e recomendações O processamento deste vegetal leva a alterações químicas, físicas e organolépticas, havendo também escurecimento provocado por reações enzimáticas e não enzimáticas, além de alterações organolépticas. Por este motivo, é de suma importância seguir as Boas Praticas de Fabricação para a manutenção de suas características de qualidade. Durante a fermentação, o repolho deve ser totalmente coberto pela salmoura para evitar o seu amolecimento. Deve-se remover a película superficial (borra) formada durante a fermentação que provoca o amolecimento do chucrute, ou então, o líquido superficial no início do processo deve ser recoberto com uma camada fina de óleo neutro, a ser eliminado mediante transborde por adição de água, antes de se escorrer o suco do chucrute. Sugere-se a leitura da “Cartilha sobre Boas Práticas para serviços de Alimentação”, que auxiliará os manipuladores a prepararem, armazenarem e a venderem os alimentos de forma adequada, higiênica e segura, com o objetivo de oferecer alimentos saudáveis aos consumidores. A cartilha está disponível no site da Anvisa: AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Cartilha sobre boas práticas para serviços de alimentação – Resolução RDC n. 216/2004 . Brasília: Anvisa, 2004. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/DIVULGA/public/alimentos/cartilha_gicra_final.pdf>. Acesso em: 17 maio 2007. Referências AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Cartilha sobre boas práticas para serviços de alimentação – Resolução RDC n. 216/2004 . Brasília: Anvisa, 2004. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/DIVULGA/public/alimentos/cartilha_gicra_final.pdf>. Acesso em: 21 maio 2007. Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 19 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Legislação. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/legis/index.htm>. Acesso em: 10 maio 2007. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. Disponível em: <www.abimaq.org.br>. Acesso em: 18 maio 2007. FORNARI, Abelaine K. Fermentação láctica de repolho (brassica oleraceae var. capitata l.) a diferentes temperaturas. In: SEMANA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO, 5., 2005, Florianópolis. Anais ... Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2005. Disponível em: <http://www.sepex.ufsc.br/anais_5/trabalhos/983.html>. Acesso em: 09 maio 2007. GUTIERREZ, Luiz Eduardo. Aulas sobre biotecnologia de alimentos e bebidas : chucrute. Disponível em: <http://www.esalq.usp.br/lan/biotec3/biotec3.htm - http://www.esalq.usp.br/lan/biotec3/bio>. Acesso em: 10 maio 2007. HOFFMANN, Hosemary. Chucrute . Curitiba: Tecpar, 1991. 20 p. (Informativo para Microempresas, 4). LANA, Milza Moreira et alii. Repolho . Distrito Federal: Embrapa - Centro Nacional de Pesquisas de Hortaliças. Disponível em: <http://www.cnph.embrapa.br/paginas/dicas_ao_consumidor/repolho.htm>. Acesso em: 10 maio 2007. SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Fabricação de chucrute . Disponível em: <http://sbrt.ibict.br/upload/sbrt5552.pdf>. Acesso em: 10 maio 2007. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Dicionário dos alimentos . Disponível em: <http://www.diabetes.org.br/dicionario_alimentos/dic_rs.php>. Acesso em: 10 maio 2007. VENTURINI FILHO, Waldemar G. Tecnologia das fermentações : processos fermentativos. Botucatu: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Disponível em: <http://dgta.fca.unesp.br/docentes/waldemar/antigos/tecfer/processosfermentativos.PDF>. Acesso em: 08 maio 2007. VIAKI. Saúde : o sal. Disponível em: <http://www.viaki.com/home/saude/sal.php>. Acesso em: 15 maio 2007. Anexo Anexo - Fabricantes de máquinas e equipamentos • Máquina para extração de talo MECAMAU - EQUIPAMENTOS PARA INDÚSTRIAS ALIMENTÍCIAS Avenida Washington Luiz, 1310 CEP: 13.990-000 - Espírito Santo do Pinhal - SP Fone: (19) 3651-1944 Fax: (19) 3651-1969 e-mail: mecamau@mecamau.com.br Site: <www.mecamau.com.br> • Máquinas seladoras e fatiadoras HARAMURA INDÚSTRIA ELETRÔNICA LTDA. Avenida Guapira, 1828 - Jacanã CEP: 02265-002 - São Paulo - SP Fone: (11) 6949-4622 Fax: (11) 6949-0274 e-mail: haramura@haramura.com.br Site: <www.hanamura.com.br> Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br20 MATISA MÁQUINAS DE COSTURA E EMPACOTAMENTO LTDA. Avenida Maria Buzolin, 520 Jardim Piratininga Limeira - SP Fone: (19) 3451-5233 Fax: (19) 3451-5233 e-mail: vendas@matisa.com.br Site: <www.matisa.com.br> OPTIMA DO BRASIL MÁQUINAS DE EMBALAGEM LTDA. Rua Joana Foresto Storani, 500 – Caixa Postal 61 CEP: 13280-000 – Vinhedo - SP Fone: (19) 3886-9800 Fax: (19) 3886-9810 e-mail: ivair.santos@optima-bra.com Site: <www.optima-bra.com> WELDOTRON DO BRASIL SISTEMAS DE EMBALAGEM LTDA. Rua Leais Paulistanos, 394 – 2º andar - sala 203 CEP: 04202-010 - São Paulo - SP Fone: (11) 6160-0388 Fax: (11) 6914-2514 e-mail: weldotron@uol.com.br Site: <www.weldotron.com.br> A lista de fornecedores representa apenas uma amostra de fornecedores de máquinas e equipamentos para a fabricação de chucrute, cabe ao cliente optar por aquele que melhor atender as suas necessidades (qualidade, preço, variedade, localização do fornecedor, etc.). Nome do técnico responsável Allan D. O. Machado Nome da Instituição do SBRT responsável Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR Data de finalização 21 maio 2007
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