Buscar

PCO II - CAPITULO 1 - INTRODUÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Engenharia Civil – Planejamento e Controle de Obras II 
Prof. Eng. Civil Rodrigo Uczak
PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS E PROJETOS
1. INTRODUÇÃO
O grande crescimento na indústria da construção civil no Brasil nos últimos anos, tem aumentado o interesse de investidores, pois o retorno e o risco baixo no investimento, faz tornar atrativo para o mercado. Com isso também está trazendo a indústria da construção civil um avanço em tecnologia e técnicas construtivas, mais eficientes e de maior qualidade. Também puxado por este desenvolvimento a importância e o uso de métodos de planejamento e controle de obras tem ganhado espaço dentro dos canteiros de obras, pois a eficiência, a continuidade dos trabalhos, diminuição de tempo de execução, o controle de materiais diminuindo desperdícios e compras desnecessárias só tem a trazer vantagens tanto na qualidade, mas como vantagens econômicas.
Segundo Gehbauer (2002), o planejamento das atividades de uma obra é o planejamento do processo de construção propriamente dito. Ele deve ser realizado através de uma permanente coordenação com o planejamento dos métodos, dos recursos, assim como do canteiro de obras e suas instalações. Por isso, o processo de planejamento de uma obra sucede-se em vários ciclos. Só através de um nível de planejamento que satisfaça aos requisitos gerais do empreendimento e aos critérios de otimização do processo de construção. 
O grande desafio de um gestor de obras, seja na etapa de planejamento ou no de controle da execução, é saber lidar com as diversas atividades e profissionais envolvidos no processo da execução da obra. Também interagir e administrar os recursos humanos, dentro do canteiro de obras, pois a construção civil é local de emprego de pessoas de vários níveis sociais e de grau de instrução, tornando complexo a interação destas pessoas. No Brasil o baixo índice de instrução e de qualificação para o mercado de trabalho, tem afetado e dificultado o avanço da construção civil, pois é um agravante no entendimento de normas e técnicas nas etapas construtivas, gerando atraso no procedimento ou até retrabalhos e isso afeta no resultado final na questão de prazos e qualidade.
Por isso o constante investimento e a continua procura no aperfeiçoamento das técnicas, na melhoria da qualificação profissional e o cuidado no planejamento tem grande importância par o mercado e para indústria da construção civil.
1.1 INDUSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
Podemos definir construção civil, como o conjunto de processos e atividades, no campo que compreende a engenharia, cujo o objetivo é a realização de bens materiais de forma intencional do planejamento humano, onde suas necessidades de vivencia ao meio e as condições da natureza e da sociedade, devem ser supridas através de obras construtivas. Isto incluem atividades de planejamento e projeto, execução e manutenção ou restauração de obras, nos segmentos da edificação, estradas, portos, aeroportos, canais de navegação, túneis, instalações prediais, obras de saneamento, tratamento e distribuição de água entre outras.
A Construção civil possui particularidades, com atividades de ramos distintos, que torna seu enquadramento dentro do setor industrial complexo, pois entendemos como atividade industrial geral, em três grupos:
- Indústria extrativa: atividades com extração de matéria prima para fornecimento as demais atividades industriais.
-Indústria de transformação: atividade que transforma a matéria prima em um material beneficiado que pode atender outra atividade industrial.
-Industria de fabricação: atividade de produção de bens, produtos de consumo.
Na indústria da construção civil as atividades são inúmeras e de complexibilidade maior, ou seja, não pode se associar integralmente a nenhuma das definições acima, pois as atividades da indústria da construção civil têm caráter artesanal, com inúmeros processos estritamente manuais e com pouco recurso tecnológico, não existe uma produção em série , as atividade é nômade e agride o meio ambiente, alta rotatividade na mão de obra, demanda de inúmeras industrias e seus produtos e dificuldade de exatidão de previsões de resultados devido a diversos fatores.
Então podemos compreender melhor a extrema necessidade do desenvolvimento de todos os métodos e processos de planejamento e de controle de obras em qualquer empreendimento da construção civil.
1.2.1 TIPOS DE CONSTRUÇÃO
Existem alguns tipos de construção onde seus métodos e particularidades podem ser classificadas como:
- ARTESANAL: Utiliza métodos e processos empíricos e intuitivos. Comum nas construções rurais, com técnicas e arquitetura nativas.
- TRADICIONAL: Impera nas áreas urbanas, utilizando métodos e processos da construção civil normalizada.
- TRADICIONAL EVOLUIDA: Aprimorada pela racionalização, padronização e modulação, com maior grau de normalização.
- INDUSTRIALIZADA: Estágio mais avançado da Tradicional Evoluída, caracteriza-se pela montagem de componentes pré-fabricados.
1.2.2 DEFINIÇÕES SISTEMA, MÉTODO, PROCESSO E TÉCNICA CONSTRUTIVA
Ainda dentro da conceituação de construção civil, temos as definições destes conceitos de que qualifica as atividades da construção distribuindo e segmentando, são elas.
- SISTEMA CONSTRUTIVO: organização completa de execução de obra, mediante a conjugação de materiais, equipamentos e componentes construtivos.
Ex.: Estrutura de concreto armado.
-MÉTODO CONSTRUTIVO: Conjunto de preceitos que regula uma série de operações
Construtivas, efetuadas segundo determinadas normas.
Ex.: Normas da ABNT para cálculo e execução de concreto armado.
- PROCESSO CONSTRUTIVO: Sequência de métodos, traduzida em ações no canteiro de obras para a execução de um sistema.
Ex.: Operações básicas para obtenção do concreto – dosagem, mistura, transporte, lançamento, adensamento, cura.
- TÉCNICA CONSTRUTIVA: Operações e artifícios usados para possibilitar e facilitar o andamento dos processos construtivos, adaptando-os as condições particulares e locais de cada obra através da adoção de práticas, pequenas maquinas, equipamentos e ferramentas já conhecidas e outras improvisadas durante a construção.
Ex.: Uso de padiolas de madeira no preparo do concreto, uso de um determinado sistema de formas.
Tendo o conhecimento e planejando quais as atividades a serem empregadas durante a execução do empreendimento, podemos tomar decisões e quantificar trabalhos.
1.3 Importância do Planejamento
1.3.1 Benefícios do Planejamento
Ao planejar uma obra, o gestor adquire alto grau de conhecimento do empreendimento, o que lhe permite ser mais eficiente na condução dos trabalhos.
Os principais benefícios que o planejamento traz são:
(a) Conhecimento pleno da obra
(b) Detecção de situações desfavoráveis
(c) Agilidade de decisões
(d) Relação com o orçamento
(e) Otimização da alocação de recursos
(f) Referência para acompanhamento
(g) Padronização
(h) Referência para metas
(i) Documentação 
e rastreabilidade
(j) Criação de dados históricos
(k) Profissionalismo
Abordamos cada um deles a seguir.
(a) Conhecimento pleno da obra
A elaboração do planejamento impõe ao profissional o estudo dos projetos, a análise do método construtivo, a identificação das produtividades consideradas no orçamento, a determinação do período trabalhável em cada frente ou tipo de serviço (área interna, externa, concreto, terraplenagem, etc).
A prática de parar para pensar no trabalho somente poucos dias antes de começá-lo é totalmente equivocada pois não permite tempo hábil para mudança de planos.
(b) Detecção de situações desfavoráveis
A previsão oportuna de situações desfavoráveis e de indícios de desconformidade permite ao gerente da obra tomar providências a tempo, adotar medidas preventivas e corretivas, e tentar minimizar os impactos no custo e no prazo.
Por falta de planejamento e controle, a equipe da obra deixa para tomar providências quando o quadro de atraso já é irreversível.
Quanto mais cedo o gestor puder intervir, melhor. A Fig. 1.1 ilustra o que se costuma chamar de oportunidade construtiva,que é a época em que se pode alterar o rumo de um serviço ou do próprio planejamento a um custo relativamente baixo. Com o passar do tempo, essa intervenção passa a ser menos eficaz e sua implantação, mais cara — é a oportunidade destrutiva.
(c) Agilidade de decisões
O planejamento e o controle permitem uma visão real da obra, servindo de base confiável para decisões gerenciais, como: mobilização e desmobilização de equipamentos, redirecionamento de equipes, aceleração de serviços, introdução do turno da noite, aumento da equipe, alteração de métodos construtivos, terceirização de serviços, substituição de equipes pouco produtivas etc.
(d) Relação com o orçamento
Ao usar as premissas de índices, produtividades e dimensionamento de equipes empregadas no orçamento, o engenheiro casa orçamento com planejamento, tornando possível avaliar inadequações e identificar oportunidades de melhoria. Ignorar as produtividades com que os serviços foram orçados significa ficar sem um importante parâmetro de controle.
(e) Otimização da alocação de recursos
Por meio da análise do planejamento, o gerente da obra pode jogar com as folgas das atividades e tomar decisões importantes como nivelar recursos, protelar a alocação de determinados equipamentos etc. Como será visto mais à frente, o entendimento do conceito de folga é essencial para o engenheiro saber quais tarefas podem ter seu início postergado, em qual data mais tarde se deve mobilizar certo recurso e, também, até quando determinadas despesas podem ser adiadas sem atrasar a obra.
(f) Referência para acompanhamento 
O cronograma desenvolvido no planejamento é uma ferramenta importante para o acompanhamento da obra, pois permite comparar o previsto com o realizado. Ao planejamento original, aquele que se quer perseguir, dá-se o nome de planejamento referencial ou linha de base (baseline).
É contra a linha de base que se compara o que foi efetivamente realizado no campo e que se tomam as medidas corretivas cabíveis. Ter um planejamento referencial é importante também do ponto de vista da gestão de pessoas — ele é a meta a ser buscada, é a "cartilha" que todos devem seguir na condução de suas tarefas diárias.
(g) Padronização
O planejamento disciplina e unifica o entendimento da equipe, tornando consensual o plano de ataque da obra e melhorando a comunicação.
A falta de planejamento e controle gera desentendimentos frequentes, porque o engenheiro tem uma obra na cabeça, o mestre outra e o fiscal ainda outra.
(h) Referência para metas
Programas de metas e bônus por cumprimento de prazos podem ser facilmente instituídos porque há um planejamento referencial bem construído, sobre o qual as metas podem ser definidas.
(i) Documentação e rastreabilidade
Por gerar registros escritos e periódicos, o planejamento e o controle propiciam a criação de uma história da obra, útil para resolução de pendências, resgate de informações, elaboração de pleitos contratuais, defesa de pleitos de outras partes, mediação de conflitos e arbitragem.
A falta de administração contratual é um problema sério nas construtoras. Muitas vezes, as empresas perdem a oportunidade de reivindicar reajustes de prazo e valor por pura falta de registros.
(j) Criação de dados históricos
O planejamento de uma obra pode servir de base para o desenvolvimento de cronogramas planos de ataque para obras similares. A empresa passa a ter memória.
(k) Profissionalismo
O planejamento dá ares de seriedade e comprometimento à obra e à empresa. Ele causa boa impressão, inspira confiança nos clientes e ajuda a fechar negócios.
1.3.2 Deficiência Das Empresas
Algo que pode ser tristemente constatado no mundo da construção civil é a ausência ou inadequação do planejamento das obras. Esse fenômeno é sentido muito mais nas obras de pequeno e médio portes, em sua maioria efetuadas por empresas pequenas, por profissionais autônomos, ou mesmo pelos seus proprietários.
A deficiência dos construtores se manifesta em graus variados. Há empresas que planejam, mas o fazem mal; outras que planejam bem, mas não controlam; e aquelas que funcionam na base da total improvisação. Enquanto algumas construtoras se esforçam por gerar cronogramas detalhados e aplicar programações semanais de serviço, outras creem que a experiência de seus profissionais é o bastante para garantir o cumprimento do prazo e do orçamento.
A deficiência do planejamento pode trazer consequências desastrosas para uma obra e, por extensão, para a empresa que a executa. Não são poucos os casos conhecidos de frustração de prazo, estouros de orçamento, atrasos injustificados, indisposição do construtor com seu cliente (contratante) e até mesmo litígios judiciais para recuperação de perdas e danos.
A melhor maneira de minimizar esses impactos é produzir um planejamento lógico e racional, pois assim se dispõe de um instrumento que se baseia em critérios técnicos, fácil de manusear e interpretar.
1.3.2.1 Causas da Deficiência
As causas da deficiência em planejamento e controle podem ser agrupadas em função dos seguintes aspectos arraigados de longa data:
(a) Planejamento e controle como atividades de um único setor
(b) Descrédito por falta de certeza nos parâmetros
(c) Planejamento excessivamente informal
(d) Mito do tocador de obras
Abordamos cada um deles a seguir.
(a) Planejamento e controle como atividades de um único setor
Um problema sério é que a elaboração do planejamento é muitas vezes encarada como uma missão enfadonha que o setor técnico da empresa precisa cumprir. O produto final serve apenas para "fazer figura" ante o cliente. São planilhas, gráficos e cronogramas que prescindem de análise apurada e muitas vezes nem são aprovados por quem vai fazer a obra, ou sequer submetidos ao crivo da equipe de produção. Planejamento serve para ajudar, não para representar um ônus. 
Em vez de serem vistos como um processo gerencial que deve permear toda a estrutura da empresa, o planejamento e o controle muitas vezes são confundidos com o trabalho isolado de um setor da empresa ou com a simples aplicação de técnicas para a geração de planos.
Os planos gerados sob essa sistemática carecem tanto de uma base de informações consistente, quanto de procedimentos que garantam a disseminação das informações geradas aos seus usuários, em um formato adequado e no tempo certo. 
Reuniões eficazes de acompanhamento têm o poder de doutrinar o pessoal de campo. O planejamento tem de ser "abençoado" por todos os envolvidos, e as informações de progresso
transmitidas a todos, do diretor ao mestre, do estagiário ao almoxarife.
A geração de indicadores de desempenho permite que sejam premiadas as melhores equipes e detectados os focos de desvio.
Outro problema comum é a equipe fazer o planeja mento inicial, mas não o atualizar periodicamente. Sendo a obra um sistema mutável e dinâmico, um planejamento pode virar letra morta rapidamente se não for atualizado. Planejamento sem controle não existe, o binómio é indissociável. Se um dos objetivos do planejamento é minimizar as incertezas da obra, é preciso um mecanismo de apropriação de dados de campo que permita ao gerente avaliar se seu planejamento está sendo frutífero ou se é melhor replanejar a obra.
(b) Descrédito por falta de certeza nos parâmetros
A incerteza é inerente ao processo de construção em função da variabilidade do produto e das condições locais, da natureza dos seus processos de produção e da própria falta de domínio das empresas sobre seus processos.
Em vez de ser repudiado por trabalhar com premissas que podem não se verificar na prática, o planejamento deve ser visto como um exercício técnico que se presta a tentar prever, dentro do melhor cenário futuro verossímil, o impacto das atividades. 
As incertezas, à medida que o tempo passa, vão sendo incorporadas ao planejamento por meio de alterações e adaptações dos planos, com utilização das corretas produtividades dos serviços nas diversas situações.
A crença antiga de que o desperdício e a informalidade são intrínsecos ao modus operandi da construçãojá não encontra acolhida atualmente.
(c) Planejamento excessivamente informal
A informalidade reside no hábito de achar que o planejamento são as ordens transmitidas pelo engenheiro de campo a seus mestres de obra. Procedendo-se assim, perde-se o conceito sistémico de planejamento, com a visão de longo prazo sendo obstruída pelo imediatismo das atividades de curto prazo.
A falta de um planejamento global formal determina a inadequação dos planos de médio e curto prazos, acarretando a utilização ineficiente de recursos humanos e materiais da obra.
De maneira geral, a excessiva informalidade dificulta a comunicação entre os vários setores da empresa.
(d) Mito do tocador de obras
É comum encontrar nas empresas uma supervalorização do "tocador de obras", engenheiro que tradicionalmente tem postura de tomar decisões rapidamente, apenas com base na experiência e na intuição, sem o devido planejamento, o que é considerado perda de tempo. Pela falta de planejamento, forma-se então um círculo vicioso, uma vez que surge a carência do profissional com o perfil de "tocador de obras". 
Como a construção se desenvolveu historicamente com grande informalidade e em um ambiente em que o desperdício era tido como "aceitável" e no qual se valorizava o "tocador de obras" em detrimento do "gerente", houve um inevitável afastamento do pessoal de campo em relação ao planejamento e acompanhamento. Nos países mais desenvolvidos, mestres de obra e encarregados, comparados com seus colegas brasileiros, dedicam muito mais tempo analisando a programação e pensando com antecedência nas ações e providências que tomarão nas semanas seguintes.
1.4 Definições Da Etapas De Planejamento E Controle
Planejamento pode ser definido como “um futuro desejado e os meios eficazes para alcançá-lo”. Ou seja, trata de documentar o que foi decidido para todo o empreendimento, de modo a permitir a tomada de decisão apropriada para cada situação. É uma representação devido à capacidade limitada da memória humana e da incerteza envolvida nos processos.
Deve ser feito principalmente quando executamos tarefas nunca antes realizadas. Além disso, as incertezas envolvidas na construção de um empreendimento são muitas e devem ser evitadas ou contornadas para evitar interrupções constantes na construção do empreendimento. É sabido que alterações ou interrupções levam ao aumento de prazo e ao acréscimo de custo.
Segundo Formoso (1991), planejamento é “o processo de tomada de decisão que envolve o estabelecimento de metas e dos procedimentos necessários para atingi-las, sendo efetivo quando seguido de um controle”.
Mas além dessas definições gerais de planejamento devemos conhecer as demais definições de etapas do planejamento e controle.
Como já citado a definição de planejamento, podemos entender que esta etapa compreende em determinação de metas, processos, estratégias, padrões normatizados para cumprir de forma satisfatória todas as etapas de execução da obra.
Outra definição que temos que entender e da etapa de Organizar, onde compreende o desenvolvimento da estrutura do canteiro de obra, com o intuído maior de aumentar a eficiência e facilitar tarefas de rotina, ou especifica. 
Na sequência de etapas de planejamento e controle temos a etapa de Dirigir, que podemos descrever como a orientação, o estimulo e a motivação do continuo da obra, sendo assim cumprindo prazos e tarefas determinadas na etapa de planejamento.
E por fim, temos a etapa de Controlar, onde compreende em verificar todas as ações dirigidas, estão sendo seguidas de acordo ao planejamento, de acordo as normas e regras já estabelecidas em projeto, sendo assim podendo verificar falhas ou desvios ocorridos ao longo da execução, podendo então fazer correções e melhorias no processo.
Neste fluxograma abaixo podemos entender melhor a relação de cada etapa e qual o grau de comprometimento dos profissionais de nível hierárquico mais altos, como Engenheiros, Arquitetos e Gerentes, em cada etapa.
Imaginando uma escala de cor do vermelho ao amarelo, sendo o vermelho como de maior importância até a escala da cor amarela como menor importância da presença e participação dos profissionais de nível hierárquico maior, podemos concluir que o fluxograma nos mostra que nas etapas iniciais e principalmente na etapa de planejamento a participação dos engenheiros e arquitetos e pessoal administrativo e de essencial para um fluxo das demais etapas. Pois esta etapa demanda muito conhecimento técnico e administrativo, para poder organizar e montar as estratégias para execução. Nas demais etapas como Dirigir e Controlar, a presença destes profissionais não será descartada, mas as funções de dirigir e controlar pode ser executada por profissionais qualificados e de menor nível hierárquico, assim como Mestre de Obras e Encarregados.
A presença de todos os profissionais envolvidos em um empreendimento e importante para todas as etapas, pois a boa interação destes grupos e a clareza dos objetivos irá trazer melhores resultados para o empreendimento e para o empreendedor.
1.5 Planejamento Administrativo
Além do planejamento feito no canteiro de obra, para as etapas de execução também chamado de planejamento físico, existe também um planejamento administrativo, onde será administrado os recursos financeiros e toda a parte burocrática necessária para a execução de um empreendimento. 
Será abordado com mais aprofundamento este planejamento em módulo futuro, mas já podemos entender alguns conceitos e ter uma pequena noção de sua importância.
Existe toda a preparação da parte contratual e todos os itens que devem prever a parte legal do empreendimento, assunto que também trataremos melhor em outro modulo, que antecede o planejamento, mas já podemos definir a etapa de Programação, que tem a função de programar os planos de recursos disponíveis e isso é feito alocando estes recursos em uma organização cronológica. Em contra partida na parte de controle administrativo temos o replanejamento ou reprogramação que tem a função de efetuar revisões periódicas, muitas vezes colocadas por alterações significativas dos rumos previstos, ou alteração de projeto.
Toda etapa de planejamento e controle deve ser rígido quanto a normas e regras, pois isto irá dar solidez e respaldo na organização da obra. 
A maior importância no planejamento administrativo, ou podemos chamar de planejamento e controle financeiro e justamente garantir retorno financeiro esperado, pois a sua falta poderá trazer prejuízos, desgastes durante a execução e claro prejudicando a saúde financeira da empresa, inviabilizando o projeto. Tendo ciência disso alguns dos elementos que fazem parte deste processo são:
- ORÇAMENTO DISCRIMINATIVO: nesse documento terá o detalhamento discriminado de todos os serviços envolvidos na obra, com a quantidade e valores;
- COMPOSIÇÃO DE CUSTOS UNITÁRIOS: esta composição de valores gastos na prestação de cada serviço, onde é levantado o custo de mão de obra e material, podendo saber o real valor de custo para a empresa;
- CUSTOS INDIRETOS: custos administrativos e de metiê da construção;
-Cronograma físico-financeiro detalhado: neste cronograma estará detalhado a cronologia dos serviços e com isso também o custo despendido no período;
- PLANEJAMENTO DA PROPOSTA: Onde é avaliado todos os itens acima e acrescentado à margem do lucro pretendida para a viabilidade do empreendimento.
1.6 Funções Do Planejamento E Controle
A função do planejamento e controle de obras submete ao gerente que tenha um controle rígido e eficiente de toda a parte documental, a criação de plano de contas, documentos de aquisição de serviço terceirizado e todo o planejamento alinhado, para que se possa fazer a constante comparação de resultados e que torne fácil a visualização de erros e que possa ser tomada medidas de correção. Sendo assim a função de planejamento e controle devem estar alinhadas e coerentes, pois uma tem dependência da outra par que se tenha um bom resultado.
1.6.1 Função Planejamento
O planejamento físico tem como objetivodefinir objetivos, decompor o trabalho em atividades palpáveis, estimar tempos, sequenciar, programar e alocar os recursos necessários.
O planejamento financeiro tem como objetivo quantificar monetariamente o planejamento físico elaborado, sendo evidente que tanto os custos quanto as receitas serão contemplados nesta avaliação.
1.6.2 Função Controle
O controle físico ou financeiro devem ter orientação semelhante ao planejamento elaborado de maneira a possibilitar comparações eficientes e precisas.
Podemos dividir o desenvolvimento do controle com as seguintes características:
- TEMPO: através de cronograma físico ou pela ferramenta de controle PERT/COM;
- CUSTO /FATURAMENTO: entrada e saída de caixa, de acordo com orçamento discriminativo elaborado;
- DESEMPENHO: avaliação da qualidade de serviço e a técnica empregada;
- RECURSOS: Podemos subdividir em recurso humanos, equipamentos e materiais. 
Sendo assim compreendemos que o controle ocorre paralelo, mas interligado, em todas etapas do empreendimento, para garantir os objetivos propostos no planejamento.
1.7 Racionalização Da Construção
Primeiramente devemos conhecer as seguintes definições, para então abortamos o tema sobre a racionalização da construção, segue abaixo:
- RACIONALIZAR - tornar mais eficientes os processos do trabalho industrial ou a organização de empreendimentos, planos, etc.
- RACIONALIZAÇÃO e a luta contra o desperdício. E o emprego de raciocínio analítico e lógico, sem sofrer o impacto emocional, para dispor os elementos necessários a produção de tal forma que se obtenha o mínimo desperdício de tempo, energia, material e oportunidade, a fim de atingir a maior eficiência.
- RACIONALIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO e um processo dinâmico que se desenvolve e aperfeiçoa tendo por objetivo a otimização dos recursos que intervém na construção em todas as suas fases.
A racionalização da construção está ligada intimamente ao um bom planejamento e controle de obras, pois a busca da racionalização não é somente querer obter a industrialização de processos e sistemas construtivos, mas sim racionalizar um sistema tradicional de construção afim de manter este sistema mais produtivo. A racionalização em todas as etapas de execução vai garantir uma maior eficiência de todo o processo, mas para ter esta racionalização depende de medidas sejam adotadas e principalmente uma delas e o contínuo treinamento da mão de obra e o continuo processo de melhoria nos processos construtivos. Também podemos citar as seguintes medidas para conseguir uma racionalização:
− Facilidade de implantação, independentemente do porte das obras e das empresas;
− Adequação a grande disponibilidade de mão-de-obra;
− Adequação dos processos construtivos aos recursos disponíveis nos locais de cada obra. 
− Manter a conservação e o desimpedimento das vias internas do canteiro;
− Definir claramente as ações necessárias para a produção e sua cronologia de execução; 
− Situar os equipamentos de forma a atenderem a obra com o máximo de eficiência.
− Quando possível, aumentar o número de repetições de ações idênticas, produzindo o efeito rotina;
− Treinar o operário ou equipe de operários e mantê-los na execução das mesmas tarefas durante o andamento de determinado processo em uma etapa da obra;
− Manter acompanhamento permanente dos serviços por engenheiro ou mestre-de-obras, conforme a necessidade; 
− Manter, reparar e fazer revisões gerais nos equipamentos, deixando-os sempre em condições de operação;
− Posicionar as edificações provisórias (depósitos, alojamentos, etc.) de maneira a reduzir ao mínimo ou mesmo evitar percursos inúteis dos operários;
-Dimensionar o tamanho dos depósitos, alojamentos, escritórios, etc, de acordo com o porte da obra e número de operários;
− Estocar os materiais, quando possível, próximos aos locais de utilização;
− Manter sempre limpos o canteiro e instalações, com boas condições de higiene;
− Garantir condições satisfatórias de segurança no trabalho;
1.8 Referências
GEHBAUER, F., EGGENSPERGER, M., ALBERTI, M. E., NEWTON, S. A .
Planejamento e gestão de obras: um resultado prático da cooperação técnica Brasil - Alemanha. Curitiba: Editora CEFET-PR, 2002, 529p.
SCARDOELLI, L. S., SOUZA E SILVA, M. F., FORMOSO, C. T., HEINECK, L. F. M. Melhorias de qualidade e produtividade: iniciativas das empresas de construção. Porto Alegre: Programa da Qualidade e Produtividade na Construção Civil, Série SEBRAE Construção Civil. Manual 2, 1994, 288p.
LIMMER, C. V. Planejamento, orçamentação e controle de projetos e obras. Rio de
Janeiro: LTC, 1997, 225p.
CONFEA. Conselho Federal de Engenharia e Agronomia. Profissionais da Engenharia e da Agronomia. Disponível em http://www.confea.org.br/media/cartilha_resolucao1048.pdf. Acesso em 17 jun 2014.
MATTOS, A. D. Planejamento e controle de obras. São Paulo: PINI, 2010.
PLANEJAMENTO
ORGANIZAÇÃO
DIRIGIR
CONTROLAR
PLANEJAMENTO
EXECUÇÃO
RESULTADOS
CONTROLE
COMPARAÇÕES
AÇOES CORRETIVAS
2

Continue navegando