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Modificações da Dieta Normal DIETA Corresponde à alimentação de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos Padrões alimentares Combinação recomendada de alimentos OBJETIVO: atender às necessidades energéticas e recomendações para ingestão de nutrientes: estado nutricional fisiológico/ patológico Em situações hospitalares: estado clínico manutenção/recuperação da saúde Dietas padronizadas em todos os hospitais: uniformidade condutas sistematizadas conveniência do serviço facilitando o trabalho na produção e a distribuição das refeições garantindo a qualidade do serviço prestado Dietas nutricionalmente adequadas Podem sofrer modificações quanto a: consistência adequação de valor calórico alteração nas proporções de macronutrientes acréscimo ou restrição de nutrientes DIETAS DE ROTINA Recuperação ou manutenção da saúde Restrições alimentares Alimentos que o paciente é capaz de comer Com modificações alimentares Modificações – Consistência: Permitem adaptação em casos de dificuldade na aceitação, ou na transição para outros tipos de dieta. São feitas modificações na textura dos alimentos Tipos: Geral, Branda, Pastosa, Leve, Líquida, Líquida Restrita Modificações – Valor Calórico: Há modificação no valor calórico Hipocalóricas Hipercalóricas Outras mudanças possíveis Temperatura: ambiente, morna, quente, fria, gelada Fracionamento: aumentado, diminuído Volume: aumentado, diminuído Exclusão de alimentos específicos Outros Pontos importantes… Adequar a prescrição Condições físicas e emocionais do paciente Necessidades nutricionais: idade, sexo, doença, estado nutricional, hábitos, preferências alimentares, apetite, dentição, via de administração da alimentação Dietas modificadas quanto ao valor calórico e à proporção de macronutrientes Dieta hipocalórica Dieta hipercalórica As dietas podem ser: hipo ou hiperlipídicas hipo ou hiperproteicas hipo ou hiperglicídica Prescrição da Dieta: Equilíbrio de Nutrientes * Calorias * Normocalórica: Hipocalórica: Hipercalórica: Quantidades normais de calorias, dentro das necessidades de cada paciente. Restrita em calorias Função: Produzir balanço energético negativo perda de peso Indicações: Pacientes obesos ou com doenças que requerem urgência em perda de peso. Quantidades aumentadas de calorias Função: Gerar balanço positivo ganho de peso Indicação: Pacientes em subnutrição Prescrição da Dieta: Equilíbrio de Nutrientes * Proteínas * Normoprotéica (10 – 15%): Hipoprotéica: Hiperprotéica: Quantidades normais de proteínas, segundo as necessidades Quantidades diminuídas de proteínas Finalidade: Prevenir o acúmulo de metabólitos nitrogenados Alimentos comuns: Doces à base de frutas, mel e vegetais Indicações: Pacientes com IRC, Encefalopatia Hepática ou outra patologia cujo catabolismo protéico possa interferir na evolução Quantidades aumentadas de proteínas Finalidade: Produzir balanço positivo de nitrogênio Indicações: Pacientes em estado de hipercatabolismo Prescrição da Dieta: Equilíbrio de Nutrientes * Carboidratos * Normoglicídica (55 – 75%): Hipoglicídica: Hiperglicídica: Quantidades normais de hidratos de carbono, conforme as necessidades Quantidades de carboidratos reduzidas Pode reduzir HC, sem diminuir calorias Ex.: DM dieta pobre em glicídios simples Quantidades aumentadas de carboidratos Prescrição da Dieta: Equilíbrio de Nutrientes * Lipídios * Normolipídica (15 – 30%): Hiperlipídica: Quantidades normais de gorduras, segundo as necessidades Hipolipídica: Pobre em gorduras, principalmente saturadas Indicações: Pacientes com hipercolesterolemia e obesos Boa quantidade de gorduras Principalmente: Triglicerídeos de Cadeia média (TCMs) Indicações: Tratamento de desnutrição grave Nem sempre é hipercalórica Pode ser ajustada de acordo com as necessidades Foco nas gorduras de boa qualidade Modificações – Acréscimo ou Restrição de Nutrientes: São feitas alterações na quantidade de nutrientes -Diminuição ou aumento de nutrientes, aquém ou além das quantidades recomendadas Modificações das dietas quanto ao teor de: Exemplos: colesterol, potássio, purinas, sódio, glúten, fibras, água, aminoácidos, vitamina K Prescrição da Dieta: Equilíbrio de Nutrientes * Sódio e Potássio * Hipossódica: Pobre no eletrólito/mineral Sódio (Na) Exemplo de alimentos excluídos: adoçantes, embutidos, enlatados, conservas dentre outros. Indicações: Hipertensos, cardiopatas, com retenção de líquidos (edemas) etc Rica em potássio (hipercalêmica): Indicações: Pós-operatórios, má nutrição, perdas gastrintestinais e alcalose metabólica ( pH sanguíneo), IC Pobre em potássio (hipocalêmica): Indicações: doenças renais onde a acidose metabólica é comum Prescrição da Dieta: Equilíbrio de Nutrientes * Fibras e Colesterol * Rica em fibras (tipos): Objetivo: Aumentar a motilidade intestinal Pobre em Fibras: Objetivo: Diminuir o esforço gastrintestinal. Indicações: Problemas no TGI e cirurgias de cólon Redução do risco de doenças cardíacas Equilíbrio glicêmico Pobre em colesterol: Restringe a utilização de gorduras saturadas Utilização moderada de gorduras poli e mono Indicações: DLP, HAS Prescrição da Dieta: Equilíbrio de Nutrientes * Líquidos * Restrita em líquidos: Associada à restição de sódio e potássio. Indicações: IRA: rins incapazes de manter a homeostasia de água e eletrólitos Fases oligúricas da doença. Dietas modificadas quanto à restrição/acréscimo de nutrientes DIETA HIPOSSÓDICA Indicação: pacientes que necessitam controlar a ingestão de sódio Características: - Alimentos preparados sem adição de sal Sem produtos/alimentos embutidos (linguiça, salame, mortadela, salsicha, presunto), enlatados com salmoura – ervilha, milho, palmito, “envidrados” com salmoura (azeitona, palmito), a granel (azeitonas, tremoços, picles), queijos muito salgados, sopas e temperos industrializados (tabletes, pó, líquidos – shoyu, molho inglês, mostarda, catchup, molhos prontos para saladas). Pães (francês, italiano...), biscoitos industrializados, margarina/manteiga com sal, maionese, macarrão instantâneo com tempero industrializado, “salgadinhos” (amendoim, castanha de caju, batata frita). DIETA LAXATIVA Indicação: Constipação intestinal Alimentos com grande quantidade de fibras insolúveis e ácidos orgânicos Exemplos de alimentos: ameixa fresca e seca, morango, melancia, laranja, mamão, melão, tangerina, kiwi, abacaxi, manga, banana nanica, pinha, caqui, tamarindo, jaca, uva com casca, agrião, couve, alface, almeirão, nabo, acelga, maxixe, palmito, azeitona, pepino, berinjela, rúcula, tomate, cogumelo, abóbora, abobrinha, espinafre, beterraba, folha de mostarda, brócolis, jiló, broto de feijão, repolho, cenoura crua, quiabo, couve-flor, vagem, chuchu, leguminosas, milho, cereais integrais e farelo de trigo DIETA OBSTIPANTE Indicação: Diarreia (situações clínicas específicas ou por efeito farmacológico) Exemplos de alimentos: Acerola, carambola, limão, lima, banana maçã, banana prata, caju, goiaba, jabuticaba, maçã, pêra, aipim (mandioca ou macaxeira), mandioquinha, batata doce, batata inglesa, cará, cenoura cozida, inhame, arroz branco, biscoito e pães não integrais, farinha de mandioca, farinha de trigo branca, fécula de batata, macarrão. DIETA COM RESTRIÇÃO HÍDRICA Indicação: pacientes que necessitam de ingestão controlada de líquidos Características: Restringem-se líquidos e preparações com grande quantidade de umidade. A distribuição dos alimentos líquidos se dá de acordo com a aceitação do paciente. Considera-se o teor médio de umidade das frutas para incluí-las nas dietas, conforme a aceitação e restrição hídrica individual DIETA COM RESTRIÇÃO HÍDRICA Frutas com muito baixo teor de líquidos: açaí, abacate,tamarindo Frutas com baixo teor de líquidos: banana (nanica, prata, ouro, maçã, da terra), caqui, cereja, siriguela, coco, cupuaçu, ata, goiaba, graviola, jaca, kiwi, manga, maracujá, romã, uva Frutas com teor médio: abacaxi, ameixa, amora, cajá manga, caju, jabuticaba, laranjas, maçã, mamões, mangaba, tangerina, pêra Frutas com alto teor de líquidos: acerola, carambola, nectarina, pêssego, pitanga - Frutas com muito alto teor: melancia, melão, morango. Dietas modificadas quanto à consistência DIETA GERAL (OU NORMAL OU LIVRE) Indicação: ausência de alterações metabólicas importantes funções de mastigação e GI preservadas Características: Sem processamento específico na textura/consistência Composição química: quantidade recomendada de nutrientes (proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e minerais) VCT = 1600 a 2200 calorias PTN: 10 a 15% do VCT LIP: 25 a 30% do VCT HC: 50 a 60% do VCT DIETA GERAL (OU NORMAL OU LIVRE) Alimentos recomendados: Todos os alimentos recomendados para alimentação nutricionalmente adequada. Alimentos não recomendados: Nenhum. OBS: EVITAR! Alimentos de muito difícil digestão Alimentos ricos em gorduras e açúcar Guloseimas, croissant, bolos recheados e com coberturas, salgados e folhados, enlatados, salames, mortadelas, presunto e outros embutidos DIETA BRANDA Indicação: disfagia/ dificuldades na mastigação PO leve (exceto de cirurgias do TGI) afecções gástricas (úlceras e gastrites) Características: textura atenuada pela cocção das fibras e do tecido conectivo (para facilitar a mastigação, deglutição, digestão e absorção) Composição química: semelhante à geral VCT = 1600 a 2000 calorias PTN: 10 a 15% do VCT LIP: 25 a 30% do VCT HC: 50 a 60% do VCT DIETA BRANDA Lista completa: Cap 36 – Dietas Orais Hospitalares (Waitzberg, 2009) Alimentos e/ou preparações que podem ser utilizados Pães, bisnagas, biscoitos sem recheio, bolo simples e massas elaborados com farinha refinada Legumes e verduras cozidos (em água, no vapor, grelhados) Frutas cozidas, assadas, sem casca e sucos (frutas cruas, bem maduras) Carnes cozidas, assadas e grelhadas Ovos cozidos, mexidos e omeletes Alimentos e/ou preparações, que devem ser evitados Pães, biscoitos e massas, elaborados com farinha integral e biscoitos com recheio Legumes, verduras e frutas cruas. Exceção: mamão, banana (de preferência, maduras) e pêra mole Alimentos gases formadores: Brócolis, batata doce,leguminosas, couve-flor, couve-de-bruxelas, rabanete, repolho, crus e/ou cozidos Leguminosas (permitido só o caldo) Ovos fritos e frituras em geral Doces concentrados e gordurosos Queijos gordurosos DIETA BRANDA Lista completa: Cap 36 – Dietas Orais Hospitalares (Waitzberg, 2009) DIETA PASTOSA Indicação: disfagia/ dificuldades de mastigação e deglutição – idoso OBS: dieta de transição Características: textura macia dos alimentos Composição química: quantidade recomendada de nutrientes VCT = 1800 a 2000 calorias PTN: 10 a 15% do VCT LIP: 25 a 30% do VCT HC: 50 a 60% do VCT DIETA PASTOSA Alimentos e/ou preparações, que podem ser utilizados Pães macios, bisnagas, biscoitos (sem recheio), bolo simples, mingaus Legumes cozidos, suflês e em purês Arroz papa Carnes moídas ou desfiadas e ovos cozidos, mexidos ou omeletes Pudim, doce em pasta, gelatina e sorvete de frutas; frutas moles, cozidas, raspadas, amassadas Lista completa: Cap 36 – Dietas Orais Hospitalares (Waitzberg, 2009) Alimentos e/ou preparações, que devem ser evitados Pães, biscoitos e massas, elaborados com farinha integral e biscoitos secos e duros Legumes, verduras e frutas duras cruas Iogurte com pedaços de fruta duras e queijos duros Frutas com polpas duras (laranja, uva, abacaxi, tangerina, caqui chocolate) Sementes e frutas oleaginosas Carnes em pedaços grandes e duras, empanadas duras ou crocantes Ovos fritos e frituras em geral DIETA PASTOSA Lista completa: Cap 36 – Dietas Orais Hospitalares (Waitzberg, 2009) DIETA LEVE (OU PASTOSA LIQUIDIFICADA) Indicação: disfagia/ função GI moderadamente reduzida intolerância aos alimentos sólidos/ pós-operatório OBS: dieta de transição Características: Alimentos liquidificados (sob a forma de purês fluídos e mingaus ou líquidos) Composição química: valor nutricional reduzido quando comparada às dietas anteriores, sendo recomendada suplementação, se necessário DIETA LEVE (OU PASTOSA LIQUIDIFICADA) Alimentos e/ou preparações que podem ser utilizados Água, chá e café com açúcar, água de coco e suco de fruta Pão sem casca e biscoitos amolecidos Purê de legumes Verduras cozidas e liquidificadas Sopas espessadas com produtos específicos, liquidificadas ou sopas-creme Frutas cozidas, cruas (sem casca) em papa, amassadas, raspadas ou liquidificadas Carnes cozidas, desfiadas, liquidificadas ou cortadas em pequenos pedaços. Ovos cozidos em ponto moles, pochê Lista completa: Cap 36 – Dietas Orais Hospitalares (Waitzberg, 2009) Alimentos e/ou preparações que devem ser evitados Cereais integrais Frutas inteiras com casca Legumes e verduras crus Grãos de leguminosas Alimentos enlatados e embutidos Frituras em geral Lista completa: Cap 36 – Dietas Orais Hospitalares (Waitzberg, 2009) DIETA LEVE (OU PASTOSA LIQUIDIFICADA) DIETA LÍQUIDA (OU LÍQUIDA COMPLETA) Indicação: PO de cirurgias na boca, face e pescoço/ estreitamento esofágico intolerância a alimentos sólidos ou no preparo para cirurgias/exames no TGI OBS: em risco de broncoaspiração: Utilizar espessantes!! Características: Líquida e com fracionamento de 6 a 10x/dia Composição química: valor nutricional reduzido, com suplementação para aumentar o valor energético, proteico, vitamínico e mineral, em caso de uso prolongado VCT = 1000 a 1500 calorias PTN: 50g/dia LIP: 50 a 65 g/dia CHO: 150 a 170 g/dia DIETA LÍQUIDA (OU LÍQUIDA COMPLETA) Alimentos e/ou preparações que podem ser utilizados Água, chá, café, água de coco, suco de fruta e bebidas sem gás Papa ou mingau com farinha de cereais refinados e cozidos podem ser adicionados às bases líquidas Caldos de carnes, de legumes ou de verduras Sopas (liquidificadas e peneiradas) de carnes, de ovos, de legumes ou de verduras Leites, bebidas lácteas, iogurtes, queijos cremosos e suplementos à base de leite Pudim, manjar, “flan”, cremes, sorvetes, gelatinas Lista completa: Cap 36 – Dietas Orais Hospitalares (Waitzberg, 2009) Só líquidos, caldos, sopas líquidas e leites! Alimentos e/ou preparações que devem ser evitados pães e biscoitos farelos (de trigo, de arroz, de aveia), farinhas integrais e grãos de cereais legumes/verduras crus e inteiros carnes em pedaços e embutidos queijos duros frutas duras inteiras DIETA LÍQUIDA (OU LÍQUIDA COMPLETA) Lista completa: Cap 36 – Dietas Orais Hospitalares (Waitzberg, 2009) DIETA LÍQUIDA RESTRITA (OU CRISTALINA OU DE LÍQUIDOS CLAROS) Indicação: pré-operatório de cirurgias do cólon PO imediato de cirurgias do TGI dieta de transição Finalidade de hidratação e mínima formação de resíduos Características: líquidos claros- presença de água, límpidos [repouso digestivo] Fracionamento: 10 a 12 refeições/dia (1 ou 1 e ½ hora de intervalo Composição química: valor nutricional muito reduzido, devido à restrição de alimentos - transição 100 a 200mL/ refeição 550 a 600 kcal 5 a 10 g de PTN / 120 a 130g de CHO / Mínimo de LIP Sem vitaminas e minerais ↓Na e K DIETA LÍQUIDA RESTRITA (OU CRISTALINA OU DE LÍQUIDOS CLAROS) Alimentos que podem ser utilizados Água natural, sem gás, chás (camomila/erva-doce/erva-cidreira/capim santo) Água de coco e sucos de frutas coados Caldos coados de legumes/verduras/carnes Gelatinas, bebidas isotônicas e sorvetes à base de frutas Alimentos que devem ser evitados Consistência sólida ou espessa, e que não estejam entre os alimentos que podem ser utilizados. Sucos de frutas diluídos (claros) Limonada a 5%, sucos de fruta sem polpa a 50%,açúcar a 5% e monossacarídeos como mel Karo, dextrosol a 10% “DIETA” ZERO (JEJUM) Alimentos recomendados: Nenhum Alimentos que devem ser evitados Todos Guidelines da ESPEN sugerem que devem ser ingeridos líquidos claros (água, sucos claros, café e chá, excluindo leites e líquidos gordurosos, até 2 horas antes da anestesia, evitando jejum prolongado. Evidência nível A ESPEN Guidelines on enteral nutrition: surgery including organ transplantation, 2006 Indicação: Pacientes em pré e pós-operatórios ou preparos de exames. OBS: controlar a duração exata do tempo de jejum, evitando que o paciente permaneça com dieta zero além do necessário. Características: Ausência da ingestão de alimentos, por via oral. Valor Calórico: 0 kcal (via oral). Conclusão As dietas devem ser sempre adequadas ao paciente e a situação atual de saúde e/ou doença a que se destina, fazendo as necessárias modificações para melhor ajuste Qualquer que seja a modificação feita, a dieta deve ter o valor nutricional adequado às necessidades do paciente. Obrigada!
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