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Pamela Barbieri – T23 FMBM Parasitose intestinal causada por nematódeos do gênero Strongyloides sp. Homem: S. stercoralis e S. fuelleborni Epidemiologia: ▪Parasitose de alta prevalência em nosso meio; ▪Causa parasitismo intestinal grave em imunossuprimidos. Hospedeiros: homem, cão e gato Parasito: Fêmea partenogenética → larvas → macho de vida livre e fêmea de vida livre → Única forma parasitária adulta é a fêmea partenogenética; mede 2,5mm, produz ovos sem participação de espermatozóides. Macho de vida livre: mede 0,7 nm, esôfago rabditoide, cauda recurvada ventralmente com 2 espículos visíveis; Fêmea de vida livre: mede 1,5nm e esôfago rabditoide. Larvas filarioides - infectantes: mede 500µm, esôfago cilíndrico retilíneo e vai até metade do comprimento do corpo, cauda entalhada; Larvas Rabditoides: mede 200µm, esôfago rabditoide, (dilatações nas extremidades e constrição na porção meridianal), cauda afilada. Larvas: Pamela Barbieri – T23 FMBM O S. stercoralis é único helminto que completa o ciclo se reproduzindo por partenogênese, além de se multiplicar dentro do hospedeiro promovendo a autoinfecção. Larvas rabditoides liberadas no solo, originam machos e fêmeas de vida livre, larva filarioide (infectante) e fêmea partenogenética. Transmissão: ▪Hetero ou primoinfecção: penetração de larvas infectantes na pele dos pés; ▪Autoinfecção Interna ou hiperinfecção: as larvas (L2) na luz intestinal passa a L3 que penetram na mucosa intestinal. Ocorre em pacientes com prisão de ventre; ▪Autoinfecção externa: as larvas (L2) na região perianal passa a L3 alcançando os vasos sanguíneos, pulmão e chegam ao intestino delgado. Habitat: as fêmeas partenogenéticas vivem mergulhadas nas criptas da mucosa do jejuno e duodeno; larvas que passam pelo pulmão pode gerar sintomas pulmonares. Ciclo de vida: →Monoxêmico: Fêmeas partenogenéticas que depositarão seus ovos na mucosa intestinal, estes ovos originarão larvas rabditoides (dentro do hospedeiro). EPF: larvas Larvas rabditoides no ambiente externo podem se desenvolver de duas maneiras: » machos e fêmeas de vida livre (ciclo indireto); » larvas filarioides (infectantes) no hospedeiro ou no solo (ciclo direto); larvas filarioides desenvolvem ciclo pulmonar. Ciclo pulmonar: 1 a 5 dias (larvas no pulmão). Ciclo intestinal: larvas se transformam nas fêmeas partenogenéticas. Ciclo evolutivo: Ciclo direto: se a larva rabditoide eliminada for triplóide (3N) originará larvas filarioides infectantes (3N) Ciclo indireto: larvas rabditoides atingirão o solo formando fêmea e macho de vida livre → originará ovos que evoluirão para larvas rabditoides → filarioides infectantes. Pamela Barbieri – T23 FMBM Imunidade: Padrão Th2. Aumento produção de muco, ativação de eosinófilos pela IL-5; liberação de grânulos. Macrófagos também liberam enzimas. No pulmão e intestino mesma resposta. Alteração da musculatura (broncoespasmo). Manifestações clínicas: ➢ Fase cutânea: leve hemorragia acompanhada de prurido no local da penetração da larva (pouco comum). ➢ Fase pulmonar: tosse com ou sem expectoração, febre, dispnéia e crises asmatiformes (resposta imune, Th2). ➢ Fase intestinal: dor epigástrica, náuseas, vômitos, diarréias intermitentes e síndromes disentéricas. Pamela Barbieri – T23 FMBM Patogenia: Cutânea: penetração das larvas nos pés. Edema, eritema, prurido, pápulas hemorrágicas; Pulmonar: as larvas perfuram os alvéolos – bronquite; Intestinal: fêmeas na mucosa e sua movimentação leva ação traumática e lítica = mucossecretora com infiltrado inflamatório – enterite catarral; Disseminada: pacientes com imunodepressão: grande número de larvas no intestino que alcançam a circulação e se disseminam por todo organismo. → Formação de granuloma; eosinofilia. Imagem: larva, hemorragia, células inflamatórias. Pamela Barbieri – T23 FMBM Intenso infiltrado inflamatório; fêmea partenogenética. No intestino: fêmeas partenogenéticas, ovos e larvas no intestino delgado ou ocasionalmente no intestino grosso pode determinar: Enterite – parasitos criptas glandulares → reação inflamatória leve; Enterite edematosa – parasitas nas túnicas parede intestinal → reação inflamatória com edema de submucosa → síndrome de má-absorção intestinal. Hiperinfecção: É uma exacerbação da autoinfecção: larvas ainda no intestino são estimuladas e aceleram o processo. As larvas e as fêmeas ficam mais infectantes, fêmea produz mais ovos... Maior foco das larvas no baço, cérebro, fígado (disseminação sistêmica). Pamela Barbieri – T23 FMBM Resposta imune – glicocorticoide: inibe resposta imune. Fêmeas e larvas livres para se disseminar. Cuidado com uso prolongado de corticoides em pacientes imunossuprimidos com Strongyloides. Resposta imunológica. Efeito direto sobre o parasita (receptores para corticoides), potencializa processo da infecção. Diagnóstico: Clínico: casos de diarreia crônica sugestivos de parasitose e eosinofilia, em pacientes imunodeficientes ou que serão submetidos a tratamento imunossupressivo. Laboratorial: Larvas nas fezes: métodos de Baermann-Moraes e Rugai. Hofmann pode dar falso negativo. Hidro-termo tropismo para larvas. Água aquecida. Sorologia: Imunofluorescência indireta; ELISA. Tratamento: Albendazol, Tiabendazol. Profilaxia: Saneamento básico; Uso de calçados; Tratamento dos parasitados;
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