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Artigo Cientifico - Estudo da importância dos seguros para sociedade e as variáveis que impulsionam a falta da sua aderência Ana Netinha Carlitos

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TEMA: Estudo da importância dos seguros para sociedade e as variáveis que impulsionam a falta da sua aderência.
Ana Netinha Carlitos
1. INTRODUÇÃO 
Actualmente, o mercado moçambicano reconhece a ideia de aprofundar o conhecimento da realidade da área de seguro, uma vez que estudos empíricos sobre esta área demonstram que o sector segurador em Moçambique é amplamente ignorado (Daúde, 2012). Este factor deve-se ao facto da área de seguro ser pouco conhecida em Moçambique, que embora com algum desenvolvimento da actividade ainda não contribui fortemente para o desenvolvimento económico do país.
A presente pesquisa da cadeira de Métodos Quantitativos para Negócios, apresenta um Estudo da importância dos seguros para sociedade e as variáveis que impulsionam a falta da sua aderência, em que se pretende saber o motivo da fraca adesão dos serviços de seguro no país. A partir daí, serão abordados aspectos que irão suportar o trabalho, nomeadamente: Conceito de seguro, Breve historial, Classificação, Importância entre outros.
Universidade Católica de Moçambique
Faculdade de Educação e Comunicação - Nampula
Mestrado em Administração de Negócios - MBA
Método Quantitativos para Negócios - METQ501
Para a materialização da pesquisa recorreu-se a pesquisa bibliográfica que consistiu na consulta de obras de autores diferenciados relacionados ao tema.
Como estrutura, o trabalho apresenta a introdução que consiste numa apresentação prévia do trabalho, revisão de literatura que diz respeito a uma síntese de ideias de autores que abordam sobre o tema, metodologias de investigação que são técnicas ou métodos utilizados para a materialização da pesquisa, conclusão que se expõe o perceber de toda a pesquisa e referências bibliográficas.
2. REVISÃO DA LITERATURA 
2.1. Conceitos básicos 
2.1.1. Seguro 
O seguro é a transferência do risco de uma pessoa para outra, dando continuidade nas actividades e protegendo o bem. Visa a garantir o interesse legítimo do segurado. Neste sentido, Segundo a sugestão de E. Dombo (comunicação pessoal, 2018), O seguro é uma actividade que nasce com o surgimento do homem e foi tomando características diferentes ao longo do tempo, atendendo os contextos em que se praticava.
O seguro na sua essência constitui a transferência do risco de uma pessoa para outra. Tecnicamente, só se torna possível quando o custeio é dividido entre muitas pessoas, por número amplo dos segurados (Venosa, 2005, p. 371)
O contrato de seguro é um acordo através do qual o segurador assume a cobertura de determinados riscos, comprometendo-se a satisfazer as indemnizações ou a pagar o capital seguro em caso de ocorrência de sinistro, nos termos acordados. O segurador terá como contrapartida o prémio correspondente, ou o custo do seguro, que a pessoa ou entidade que celebra o seguro (tomador do seguro) fica obrigada a pagar. Minha ideia por afinar.
Actualmente, a característica chave da actividade seguradora é a mutualidade, entendida como o princípio fundamental, que constitui a base de toda operação de seguro. O mutualismo é um instrumento para amenizar os efeitos económicos dos riscos e consiste em dividir os efeitos entre diversas pessoas de modo que cada uma delas apenas assuma uma parte, previamente conhecida. Através da aplicação do princípio do mutualismo, as empresas de seguros conseguem repartir os riscos tomados, diminuindo, desse modo, os prejuízos que a realização de tais riscos lhes poderia trazer. Entendido o seguro como um modo de prevenção de risco futuro, possível e incerto, face às contingências da vida.
2.1.2. Contrato de Seguro 
Segundo Almeida (2006), contrato de seguros é uma operação que não visa a geração de ganhos por parte do segurado, mas, a preservação de seu património ou de sua renda perante eventos aleatórios que possam vir a ocorrer e gerar prejuízos.
O contrato de seguro é o meio pelo qual a pessoa física ou jurídica se protege contra os riscos que impedem sobre sua vida, ou sobre 18 objecto de seus negócios. Sendo assim, o segurando ao fazer um contrato, ficará protegido aos eventos inoportunos que possam acontecer e desestruturar sua família ou uma empresa (Diniz, 2005).
 Ressalta Gonçalves (2004), que o contrato de seguro caracteriza- se pela transferência de riscos. O proprietário de um prédio que o assegura contra incêndio, por exemplo, transfere esse risco para o segurador, mediante o pagamento do prémio, em troca de tranquilidade de que o sinistro não o conduzirá à ruína.
Conforme a sugestão de E. Dombo (comunicação pessoal, 2018), os contractos de seguros possuem (4) características, nomeadamente: adesão, aleatoriedade, unilateralidade e boa-fé.
Contratos de seguro são geralmente considerados como contratos de adesão, pois a seguradora elabora o contrato, o segurado tem pouca ou nenhuma capacidade para fazer as alterações a ela. Isso é interpretado como significando que a seguradora assume o encargo se há alguma ambiguidade em termos de qualquer contrato. Contratos de seguro tornam-se aleatórios na medida em que os montantes trocados pelo segurado e segurador são desiguais e dependem de eventos futuros incertos. Os mesmos são unilaterais, pois somente a segurado faz uma promessa judicialmente vinculada. O segurado não está obrigado a pagar os prémios, mas a seguradora é obrigada a pagar as prestações nos termos do contrato se o segurado tiver pago os prémios e satisfeitas algumas outras disposições básicas. Os Contratos de seguro são regidos pelo princípio da máxima boa-fé que exige que ambas as partes do seguro ajam de boa-fé e, em particular, transmite sobre o segurado o dever de revelar todos os factos que se relacionam com o risco para ser cobertos.
2.1.3. Proposta de seguro 
É o documento em que o futuro seguro toma a iniciativa de propor a contratação do seguro. Na prática é disponibilizado por uma proposta para cada ramo de seguro, nela constando em questionário a ser preenchido. São feitas perguntas sobre aspectos relevantes do risco. Então o segurador avalia a qualidade do risco e manifesta sua decisão de aceitar ou não a cobertura do risco.
2.1.4. Apólice de seguro
É o documento que formaliza o contrato de seguro. É emitida com base nos dados fornecidos na proposta, que é integrante do contrato de seguro. Nas apólices são citadas as condições gerais relativas aos ramos de seguro, as condições especiais relacionadas com a modalidade do ramo de seguro e as condições particulares relativas aos dados do seguro e dos bens segurados.
2.2. Historial e Evolução dos Seguros 
2.2.1. Contexto Mundial 
O seguro é muito antigo, não existindo assim uma data precisa que nos permita situar no tempo as primeiras manifestações de seguro. Por isso, recorremos à informática, segundo a sugestão de E. Dombo (comunicação pessoal, 2018). A mesma afirma que, o seguro surge desde a existência do homem primitivo com a sua necessidade de protecção, o qual, irracionalmente, diante de certos fenómenos da natureza como, relâmpagos, temporais, entre outros, se sentia intimidado e apelava o auxílio dos Deuses.
O socorro mútuo foi visto como uma das primeiras manifestações de seguro, exercido por instituições de assistência, em que o socorro era direccionado para a área comercial, familiar, agricultura, entre outros (Nascimento, 2010).
 As primeiras ideias de seguro surgem com o desenvolvimento da navegação marinha, conforme Martinez (2006), através do mutualismo, referindo-se as sociedades mutualistas no âmbito náutico na Grécia, onde era feito um cálculo da importância a ser paga pelo seguro das mercadorias transportadas nas embarcações. O cálculo era feito com base na rota que o navio ia seguir, a classe da embarcação e o tipo de bens transportados. 
Desta forma, através das ideias acima, percebe-se que a necessidade de segurança é antiga, pertencente em qualquer ser, para o Homem, desde os princípios da humanidade, a necessidade de protecção se fez sentir muito mais pela necessidade de sobrevivência. Foram criados alguns processos na tentativa de diminuir perdas provenientes de acidentes diversos,com ênfase aos ligados ao comércio marítimo, um dos mais praticados na época, e que apresentava perdas por furtos de piratas durante a navegação. 
O primeiro contrato de seguro surgiu em Génova, no ano de 1347 devido ao crescente desenvolvimento mercantil verificado nas cidades italianas que se estendeu pela Europa (Santos, 2007). O segurador prometia o pagamento das mercadorias, em troca do recebimento de uma determinada quantia. Em companhia com a actividade comercial, o seguro foi expandido por outras cidades europeias.
 Na análise das origens do seguro tem sido tomado com base em 4 períodos distintos, nomeadamente: da antiguidade a idade média, da idade média a revolução industrial, a época dos grandes avanços no desenvolvimento industrial e a época mais moderna (E. Dombo (comunicação pessoal, 2018):
· Iº Período: de 2200 A.C para 1300 D.C (da antiguidade a idade média) período em reinou o espírito de entre ajuda e defesa, formação de agremiação.
· IIº Período: do ano 1301 D.C para 1700 (média da revolução industrial) fase em que se verificou a necessidade de segurar uma vez que surgiram novas actividades. Também ocorreu o declínio de grémios e surgimento de uma seguradora individual.
· IIIº Período: de 1701 para 1900 (época dos grandes avanços no desenvolvimento industrial) Facto que caracterizou esta época foi a falência das seguradoras individuais e fundação de companhias e sociedades anónimas, progresso da navegação, indústrias e comércio, surgindo daí os primeiros passos para o seguro social.
· IVº Período: de 1901 até os dias de hoje (época mais moderna) ocorreram diversificadas actividades económicas, legalização política do seguro (31/10/2010), fiscalização, supervisão e surgimento do ISSM – Instituto de supervisão de Seguro de Moçambique.
2.2.2. O Seguro em Moçambique
A actividade seguradora, embora não institucionalizada, já se fazia sentir em território moçambicano antes da colonização, através do espírito de ajuda mútua, conforme Macusse (2011), as modalidades de interajuda por parte das comunidades moçambicanas, perante o infortúnio de alguns, que não são mais do que a ideia básica do seguro e do princípio de “um por todos e todos por um”. 
A evolução e institucionalização dos seguros em Moçambique, deveu-se em boa parte a Portugal. Sendo Moçambique uma colónia ultramarina, beneficiou-se da do forte conhecimento daquele país para fortalecer suas actividades seguradoras (Daúde, 2012). Com a entrada em vigor do Decreto de 21 de Outubro de 1907 em Portugal surgem as primeiras companhias portuguesas de seguro. As transacções de seguro estavam entregues às firmas comerciais que, para além do comércio interno, importação e exportação, dedicavam-se, entre outras actividades subsidiárias, à actividade seguradora, sendo maior parte dessas instituições constituídas por agências com estabelecimento estável em Moçambique. A partir de 1943, foram criadas as primeiras sociedades de seguros nas colónias. Nesta sequência, a situação conheceu uma inversão positiva nas transacções de seguros a favor das companhias de seguro com sede em Moçambique.
 Em 1949, com a melhoria do mercado de seguros, foram criados em Moçambique os serviços de Fiscalização Técnica da Indústria Seguradora, que mais tarde passou a ostentar o nome de Inspecção de Seguros (E. Dombo, comunicação pessoal, 2018). 
Em 1957, nascem mais duas novas sociedades de seguro com sede local, nomeadamente, a “MUNDIAL E CONFIANÇA DE MOÇAMBIQUE” e a “TRANQUILIDADE DE MOÇAMBIQUE”
Após a independência nacional em 25 de Junho de 1975, a importância económica deste sector mereceu desde logo, a atenção do Estado e Governo de Moçambique, tendo sido um dos primeiros sectores de actividade económica a ser nacionalizado, ato que se verificou através do Decreto-Lei 3/77, de 13 de Janeiro, culminando com criação da Empresa Moçambicana de Seguros, Empresa Estatal (EMOSE, E.E.). Recorremos à informática, segundo a sugestão de E. Dombo (comunicação pessoal, 2018) referindo que a EMOSE, é uma instituição que foi confiada a exclusividade do exercício da actividade seguradora e resseguradora e que resultou da fusão das quatro companhias seguradoras com sede em Moçambique, nomeadamente, as companhias de Seguros NAUTICUS, LUSITANA, TRAQUILIDADE DE MOÇAMBIQUE e a MUNDIAL E CONFIANÇA DE MOÇAMBIQUE, esta última com a sede na cidade da Beira foi liquidada, dada à sua situação prática de falência. Seguidamente, cessaram as suas actividades na República de Moçambique as agências gerais e delegações das cerca de trinta companhias de seguros estrangeiras, entre as quais, portuguesas, inglesas, sul-africanas e italianas. Com a liberalização do mercado de seguros em Moçambique, forram criadas e licenciadas até a actualidade cerca de 20 empresas, além da existência das novas práticas (correctores, agentes, etc.).
2.3. Classificação dos Seguros 
Os seguros são classificados em três categorias: Seguros de Pessoas  (vida, acidentes pessoais, saúde), de Bens  (incêndio, vidros, cascos, transportes, automóvel, roubo, lucros cessantes), e de Responsabilidade  (crédito, fidelidade, responsabilidade civil).
2.4. Ramos de seguros
Os ramos de seguros se dividem basicamente pelo item segurado. Alguns são comummente contratados por pessoas físicas, outros por pessoas jurídicas, mas esta não é uma regra estrita.
2.4.1. Seguros comuns para pessoas físicas
· Seguro de automóvel: Este seguro cobre perdas e danos ocorridos aos veículos terrestres automotores. Coberturas básicas: colisão, incêndio e roubo que podem ser contratadas separadamente ou agrupadas. Este seguro pode cobrir também prejuízos causados a terceiros (Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos – RCF.V), Acidentes pessoais de Passageiros. Além disto, é possível contratar outras garantias, tais como: Assistência 24h, reposição de veículo em caso de acidente, protecção para vidros, lanternas, faróis e retrovisores, carro reserva e ainda, em alguns casos, saldo de financiamento (liquida o financiamento de seu veículo em caso de perda total). Seu custo varia de acordo com as características do carro. Actualmente existe uma enorme discussão sobre a criação de associações de protecção veicular que oferecem serviços parecidos com seguros. A SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) considera a actividade ilegal, pois não é regulamentada; mas alguns doutrinadores possuem posicionamento contrário, já que a Constituição Federal, em seu artigo 5º, garante o direito à livre associação. A questão ainda está sendo analisada pela jurisprudência pátria. Em Portugal, o seguro automóvel mais abrangente – chamado seguro contra todos os riscos ou seguro de danos próprios – pode proteger o segurado de eventualidades como catástrofes naturais, roubo ou furto, danos próprios, incêndio, vandalismo, quebra isolada de vidros e assistência em viagem alargada, sendo que o valor venal do veículo e a franquia acordada na contratação do seguro ditam sobremaneira quer o custo do seguro quer o valor indemnizatório que a seguradora pagará ao segurado em caso de sinistro.
· Seguro obrigatório de automóveis (DPVAT): Este seguro é um seguro de responsabilidade civil obrigatório, pago anualmente pelo proprietário de automóvel juntamente com o IPVA. Este seguro visa indemnizar vítimas de veículos automotores de via terrestre, não importando quantas estiverem envolvidas em um mesmo acidente. Independente da apuração dos culpados.
· Seguro de bicicleta: Este seguro cobre furtos e roubos de veículo a propulsão humana de duas rodas.
· Seguro de vida: Este seguro garante ao beneficiário ou ao próprio segurado um capital ou renda determinada no caso de morte, ou no caso de o segurado sobreviver em um prazo convencionado. Mediante coberturas adicionais, pode cobrir invalidez permanente e também, em certos casos, acidentes ou situações de desemprego. Este seguro opera em duas modalidades: seguro de vida individual e seguro de vida em grupo.
· Seguro saúde: Objectiva garantir o reembolso das despesas médico-hospitalares, dentro dos limites estabelecidos naapólice, decorrentes de acidentes ou doenças, efetuados pelo segurado titular e respectivos dependentes. O segurado tem livre escolha dos serviços médicos. O seguro de saúde vária nas coberturas, mas geralmente pode abranger Assistência Médica, Urgências, Hospitalização, Ambulatório, Segunda Opinião Médica e Check-up. Opcionalmente pode ainda dar direito a Medicamentos, Parto, Tratamentos Dentários, Próteses e Ortóteses e Doenças Graves.
· Seguro de responsabilidade civil: Cobre indemnizações por danos realizados contra outrem, pelo segurado ou por terceiros tutelados ou sob sua responsabilidade.
2.4.2. Seguros comuns para pessoas jurídicas
· Seguro incêndio: Este seguro oferece cobertura para danos causados por incêndio, queda de raios e explosão causada por gás. Legalmente obrigatório para as pessoas jurídicas.
· Seguro de roubo: Este seguro tem por finalidade básica garantir indemnização por prejuízos consequentes de roubo e/ou furto qualificado.
· Seguro de crédito: apólice de seguro contratada principalmente por empresas com o objectivo de assegurar o valor total ou parte das negociações, contra o risco de inadimplência de pagamentos
· Seguro agrícola: oferece cobertura contra perdas físicas da lavoura, geralmente decorrente de intempéries como chuva, seca, granizo etc.
2.5. Importância dos seguros para sociedade 
Segundo HOPPE (2014), o seguro é importante para a sociedade em vários aspectos, porém, a conscientização geral quanto às contribuições do seguro para a economia e a sociedade em termos gerais é baixa. Os criadores de política e o público em geral somente começam a valorizar o seguro quando ocorre o sinistro e é possível contar com a indemnização paga pelo seguro.
As contribuições mais relevantes do seguro para a sociedade são compartilhamento de riscos, consórcio de riscos e capacidade de transferência de riscos, e as medidas de prevenção de sinistros, que são inerentes ao modelo de negócios do seguro e fundamentais para o bom funcionamento de uma economia, mas que permanecem praticamente invisíveis.
Segurabilidade marca a fronteira entre o papel dos seguradores como um “player do mercado[footnoteRef:1]” e o papel do Estado-Nação na garantia do bem-estar social. Quando os riscos não são seguráveis o Estado tem que intervir, mas não precisa se preocupar com os riscos que são seguráveis e estão segurados. Dessa forma, o seguro trabalha de mãos dadas com o Estado em prevenção de sinistros e indemnizações de sinistros. O único senão do seguro é que a "paz de espírito" que ele proporciona é uma realidade inconsciente, a qual não pode ser medida, diferente dos activos sob gestão e da contribuição dos seguradores ao PIB. [1: Expressão brasileira para definir empresas que atuam de forma relevante no mercado no qual estão inseridas.] 
Quando se fala da importância do seguro é importante destacar algumas áreas de seguro e demostrar o seu papel social na sociedade. 
2.5.1. A importância do seguro para consumidores, empresas e a sociedade em geral
Os seguradores seguram pessoas, assim como entidades comerciais. Pessoas físicas escolhem um produto de seguro a fim de evitar que enfrentem um encargo financeiro quando ocorrerem os danos resultantes de um determinado evento (seguro não vida), ou quando desejam constituir uma reserva financeira para um determinado projecto e/ou tentam reduzir a mortalidade, a invalidez e os riscos de longevidade (seguro vida e previdência).
2.5.2. A paz de espírito das pessoas
O seguro não vida mais comum é o seguro de Responsabilidade Civil de Terceiros Automóvel (MTPL na sigla em inglês). Se uma pessoa provocar um acidente, ele/ela é obrigada a pagar os danos causados ao terceiro não responsável. Dependendo das circunstâncias do acidente, a pessoa tem que pagar um valor alto (que abrange de contas hospitalares até perda de receita futura, além do dano material). Ao contratar o seguro MTPL, a pessoa garante que os danos do terceiro serão pagos, enquanto sua situação financeira não é severamente impactada. 
Quando uma pessoa contrata um seguro vida ou previdência ela poupa dinheiro regularmente, a fim de constituir um capital social para um determinado objectivo, por exemplo, uma reserva pecuniária para algum projecto/risco ou para aumentar os benefícios da previdência. De um modo geral, o seguro apoia a pessoa mantendo sua situação financeira estável. O seguro reduz o nível da poupança por precaução (individual) desnecessária e permite que o capital seja alocado a projectos que ofereçam maior retorno. Dessa forma, o seguro estimula investimento e consumo, reduzindo o montante de capital comprometido em áreas relativamente improdutivas. Se ao invés disso a mesma pessoa contrata um produto bancário tradicional, ela pode constituir uma reserva e sacar o dinheiro quando necessário, entretanto, não teria o mesmo acesso às possibilidades de investimento que os seguradores têm ao investir como um investidor global. De mais a mais, se o cliente optar por investir o dinheiro em um produto bancário tradicional, ele/ela poderia não ter constituído reserva suficiente para cobrir seus prejuízos depois de um evento segurado.
2.5.3. Seguro como um motor económico e uma rede de segurança para entidades comerciais
Do mesmo modo como ocorre com pessoas, entidades comerciais podem estar expostas a reclamações de sinistro por danos depois de um determinado evento.
Fabricantes, por exemplo, podem ser responsáveis por um produto com defeito que causou danos a uma pessoa. Considerando que os produtos são vendidos habitualmente em grandes quantidades, um fabricante pode, facilmente, receber reclamações de um número significativo de consumidores e, por conseguinte, ser obrigado a pagar grandes somas em indemnizações. Se uma entidade comercial não pudesse transferir esse risco para um segurador por intermédio da contratação de seguro, a empresa precisaria reservar capital para fazer face aos sinistros de responsabilidade civil em potencial, resultantes de um produto com defeito. A empresa teria, portanto, menos capital disponível para investir em novas tecnologias e inovação de produto. De certa maneira, o seguro apoia o crescimento económico, assumindo riscos com os quais, normalmente, a entidade comercial teria que arcar.
Tecnologias inovadoras não poderiam ser comercializadas e novas empresas não poderiam correr riscos sem seguro comercial; companhias aéreas não poderiam colocar suas aeronaves para voar sem o suporte do seguro, seja em cativas como auto-seguro, ou seguro comercial. Somente as empresas de grande porte podem praticar o auto-seguro e sobreviver a grandes sinistros, como foi o caso da British Petroleum e o sinistro ocorrido com a plataforma Deepwater Horizon – caso haja um intervalo de tempo entre os sinistros.
As companhias de seguros também ajudam os bancos no gerenciamento de seus riscos. O seguro de crédito ao consumidor, por exemplo, é feito regularmente pelos consumidores ao obterem um crédito ao consumidor. Em caso de morte do consumidor ou quando por outras razões não seja possível pagar o empréstimo (por exemplo, em casos de desemprego ou invalidez), a companhia de seguros continua a pagar as prestações de acordo com o contrato de crédito ao consumidor. O risco do banco de o mutuário não pagar o empréstimo é, portanto, reduzido significativamente, e permite aos bancos investirem o capital do qual eles precisariam então dispor como uma precaução. Considerando que o seguro de crédito dá aos bancos mais garantia, ele facilita não apenas os créditos ao consumidor, mas também, as exportações de equipamentos e outros bens de investimento.
Os prémios de seguro pagos pelo segurado cobrem os custos operacionais da companhia de seguros e constituem as reservas financeiras para desembolsos futuros. Tendo em vista que alguns desembolsos não ocorrem em um futuro próximo (por exemplo, produtos vida de longo prazo e previdência), o capital obtido com prémios de seguro pode ser reinvestido no mercado financeiro para gerar receita de investimento. Os seguradores são, portanto, importantesinvestidores nas economias nacionais e mundial. Eles disponibilizam seu capital para empresas privadas (por exemplo, fabricantes, fornecedores de energia, indústria financeira), investindo em suas acções ou comprando seus títulos. Também ajudam os governos nacionais no financiamento, por exemplo, de infra-estrutura, e em outros projectos em benefício da economia e da sociedade, em particular, investindo em títulos do governo.
Além disso, o seguro funciona como um escudo na economia moderna. Permite filtrar surtos súbitos de necessidades financeiras associadas a uma catástrofe que atinja muitos segurados que, caso contrário, poderiam ser levados à falência. O seguro permite um planeamento futuro com mais segurança, evitando ou atenuando riscos específicos que são considerados como sendo uma ameaça para o processo comercial como um todo.
A possibilidade de transferir risco para o segurador proporciona às pessoas, assim como às entidades comerciais, uma rede de segurança, a qual lhes permite assumir riscos calculados em suas decisões empresariais (por exemplo, inovação de produto, novos investimentos) e decisões individuais (por exemplo, hipotecas de casas, uma segunda formação profissional, melhoria na sua qualidade de vida). E por último, mas, não menos importante, o seguro funciona como um importante empregador e educador, oferecendo empregos qualificados em uma série de profissões.
2.5.4. O papel do seguro face as catástrofes naturais e mudanças climáticas
As populações das regiões costeiras aumentam constantemente e as catástrofes naturais em países do terceiro mundo, muitas vezes, atingem as populações que vivem na pobreza. O microsseguro pode contribuir para o gerenciamento do risco de catástrofes nos países do terceiro mundo. Ele foi projectado para ser acessível pelos mais desfavorecidos e visa apoiar as famílias que se encontram na pobreza. Esses produtos são, com frequência, concebidos para enfrentar o risco específico de catástrofe natural em uma determinada área (por exemplo, planos de seguro indexados à seca em Malawi, seguro de graves secas na Etiópia, etc.).
3. METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO 
Barros e Lehfeld (2007) entendem a metodologia como uma disciplina que consiste em estudar e avaliar os vários procedimentos disponíveis, indicando suas limitações ou não no que se refere às implicações e suas utilizações.
Pretende-se nesta fase o esclarecimento dos meios usados para a realização da pesquisa, nomeadamente: a classificação da pesquisa, as técnicas de recolha dos dados, os participantes da pesquisa e a análise de dados.
Este capitulo, explica detalhadamente qual processo de investigação foi usado, tendo em conta sobretudo os princípios metodológicos e métodos a utilizar. Inclui-se, por isso, toda a explicação e fundamentação no que diz respeito às opções metodológicas. 
3.1. Classificação da pesquisa 
3.1.1. Quanto a abordagem
Quanto a abordagem, a pesquisa é qualificada como qualitativa pois permite que haja uma real relação entre a teoria e a prática, por meio de análise de documentos, pesquisa bibliográficas ou estudo de campo e ainda analisa os factores que impulsionam as famílias moçambicanas a aderir ao seguro em Moçambique a partir do resultado das questões colocadas aos entrevistados (participantes da pesquisa) e que neste processo não se baseia em análise estatística ou numérica para o seu efeito.
A pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistados, em lugar da produção de medidas quantitativas de características de comportamento (Richardson, 2010).
Conforme Vitória e Hassen (2000), o método qualitativo não tem utilidade na mensuração de fenómenos em grandes grupos, sendo basicamente importante para quem busca entender de o contexto onde algum fenómeno ocorre.
A pesquisa qualitativa utiliza a colecta de dados sem medição numérica para descobrir ou aprimorar perguntas de pesquisa no processo de interpretação, e o seu foco é compreender e aprofundar fenómenos, que são explorados a partir da perspectiva dos participantes em um ambiente natural e em relação ao contexto (Sampieri, Colado & Lúcio, 2013).
3.1.2. Quanto ao tipo
Quanto ao tipo ou objectivo da pesquisa, pode-se encontrar três tipos de pesquisas nomeadamente, pesquisas exploratórias, descritivas e explicativas. A presente pesquisa classifica-se como descritiva, pois descreve características de determinada população relacionando diferentes variáveis.
A pesquisa descritiva mensura, avalia ou colecta dados sobre diversos aspectos, dimensões ou componentes do fenómeno a ser inquirido (Sampieri, Collado & Lúcio, 2006).
As pesquisas descritivas têm como objectivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenómeno de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que utilizam este tipo de pesquisa e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de colecta de dados (Gil, 2014). Pretende-se unicamente medir ou colectar informações de maneira independente ou conjunta sobre os conceitos ou as variáveis a que se referem, isto é, seu objectivo não é indicar como estas se relacionam.
Abordam Sampieri, Colado e Lúcio (2013) que os estudos descritivos buscam especificar as propriedades, as características e os perfis de pessoas, grupos, comunidades, processos, objectivos ou qualquer outro fenómeno que se submeta a uma análise.
No que toca aos métodos de pesquisa, geralmente podemos encontrar, o método dedutivo, indutivo e hipotético. Usou-se o método indutivo, porque de acordo com Marconi e Lakatos (2012), indução é um processo mental que partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas, no geral o objectivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se baseiam.
Referente aos procedimentos que podem ser usados numa pesquisa, pode-se encontrar a pesquisa bibliográfica, pesquisas documentais, estudos de caso e múltiplos casos. Nesta pesquisa como procedimentos fez-se o estudo de caso e a pesquisa bibliográfica, porque de acordo com Sousa e Baptista (2011), o estudo de caso é a exploração de um único fenómeno, limitado no tempo e na acção, onde o investigador recolhe informação detalhada. É um estudo intensivo e detalhado de uma entidade bem definida, um caso, que é único, específico, diferente e complexo. 
3.2. Participantes
Para conseguir alcançar o objectivo do estudo proposto no artigo, foi necessário realizar um levantamento de dados, para tal foram usadas algumas técnicas e instrumentos de recolha de dados. 
3.2.1. Técnicas e instrumentos de recolha de dados
Segundo Marconi e Lakatos (2010), toda pesquisa implica o levantamento de dados de variadas fontes, quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregadas. É a fase de pesquisa realizada com o intuito de recolher informações prévias sobre o campo de interesse.
De acordo com Marconi e Lakatos (2003), a etapa da metodologia no qual facilita ao pesquisador a fazer uma pesquisa documental bibliográfica ou mesmo um contacto mais directo que o possibilita maior compreensão do fenómeno abordado denomina-se técnica de recolha de dados.
No que diz respeito as técnicas e de recolha de dados estes variam de acordo com a classificação da pesquisa. Portanto, para as pesquisas quantitativas encontra-se normalmente o questionário e o formulário e, para as qualitativas encontra-se na maioria das vezes entrevista e observação. Usou-se o formulário como técnica de colecta de dados, pois com a escolha desta técnica pode-se economizar tempo, obter grande número de dados e as respostas são mais rápidas e precisas.
O formulário é um dos instrumentos essenciais para a investigação social, cujo sistema de colecta de dados consiste em obter informações directamente do entrevistado.
 Nogueira (1968:129) define formulário como sendo "uma lista formal,catálogo ou inventário destinado à colecta de dados resultantes quer da observação, quer de interrogatório, cujo preenchimento é feito pelo próprio investigador, à medida que faz as observações ou recebe as respostas, ou pelo pesquisado, sob sua orientação". 
Para Selltiz (1965:172), formulário "é o nome geral usado para designar uma colecção de questões que são perguntadas e anotadas por um entrevistador numa situação face a face com outra pessoa". 
O que caracteriza o formulário é o contacto face a face entre pesquisador e informante e ser o roteiro de perguntas preenchido pelo entrevistador, no momento da entrevista.
Deve ser levado em conta o tipo, o tamanho e o formato do papel; a estética e o espaçamento devem ser observados, e cada item deve ter espaço suficiente para a redacção das respostas. Os itens e subitens precisam ser indicados com letras ou números e as perguntas ter certa disposição, conservando distância razoável entre si. Deve ser dactilografado, mimeografado ou impresso em uma só face do papel. É importante numerar as folhas.
As formas de registo escolhidas para assinalar as respostas - traço, círculo, quadrado ou parêntesis - devem permanecer sempre as mesmas em todo o instrumento.
· Vantagens do uso do formulário 
a) Utilizado em quase todo o segmento da população: alfabetizados, analfabetos, populações heterogéneas etc., porque seu preenchimento é feito pelo entrevistador.
b) Oportunidade de estabelecer rapport, devido ao contacto pessoal. 
c) Presença do pesquisador, que pode explicar os objectivos da pesquisa, orientar o preenchimento do formulário e elucidar significados de perguntas que não estejam muito claras. 
d) Flexibilidade, para adaptar-se às necessidades de cada situação, podendo o entrevistador reformular itens ou ajustar o formulário à compreensão de cada informante. 
e) Obtenção de dados mais complexos e úteis. 
f) Facilidade na aquisição de um número representativo de informantes, em determinado grupo. 
g) Uniformidade dos símbolos utilizados, pois é preenchido pelo próprio pesquisador.
· Desvantagens do uso do formulário
a) Menos liberdade nas respostas, em virtude da presença do entrevistador. 
b) Risco de distorções, pela influência do aplicador. 
c) Menos prazo para responder às perguntas; não havendo tempo para pensar, elas podem ser invalidadas. 
d) Mais demorado, por ser aplicado a uma pessoa de cada vez. 
e) Insegurança das respostas, por falta do anonimato. 
f) Pessoas possuidoras de informações necessárias podem estar em localidades muito distantes, tornando a resposta difícil, demorada e dispendiosa.
Quanto aos instrumentos de recolha de dados. Foram usados no processo de realização da pesquisa os seguintes instrumentos:
· Caneta; 
· Papel;
· Bloco de notas.
Portanto, os dados foram recolhidos por meio de um papel de tamanho A4 que serviu de formulário e também através das anotações que a investigadora fez ao longo da entrevista de modo a dar maior fidedignidade e confiabilidade das informações apresentadas. Entretanto, foi escolhido esse processo de modo para dar maior liberdade ao entrevistado para poder falar em relação ao tema apresentado no trabalho.
3.3. Estrutura do formulário usado na pesquisa 
O formulário usado para colher informações obedeceu a seguinte estrutura:
· O cabeçalho: Onde apresentou o título seguido de indicações para o preenchimento do mesmo. 
· Parte 1: Onde apresentou os campos que tinham mais a ver com as informações da família, como o nome da família, cidade, província, bairro, fonte de rendimento e o rendimento anual. 
· Parte 2: Aqui foram colocadas as questões que tem mais importância no estudo, tais como, Habito de segurar, Propaganda dos serviços, Estado dos clientes. Essas informações foram de grande utilidade para alcançar os objectivos traçados na pesquisa. 
· Rodapé: Data e Assinatura do Responsável da família.
Ilustração 1 Formulário usado para colher informações Fonte: Ana Netinha (2020)
Formulário 
Preencha os espaços em branco
Parte 1
 Nome da Família:_________________ Cidade: __________________________ 
 Província: _______________________ Bairro: __________________________
 Fonte de Rendimento:_______________ Rendimento anual______________Mt
Parte 2
Preencha os campos em branco com os respectivos números (1-Sim/2-Não): 
1. A família já ouviu falar sobre seguros? ______
2. A família conhece a importância do seguro?____ (se for sim mencione algumas). ________________________________________________________________
3. A família conhece os tipos de seguro? _____ (se for sim, mencione os seguros que a família conhece) _____________________________________________
4. A família está assegurada no momento? _____ (se for sim, mencione os seguros que a família usa e o seu valor em MT) __________________________________Valor___________________. 
5. A família tem o hábito de assegurar? ______ 
Data:____/_________/2020
O responsavel da familia _____________________
4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 
A análise de dados na abordagem qualitativa segundo Marconi e Lakatos (2012), consiste na descrição profunda e completa (mais possível) de eventos, situações, imagens mentais, interacções, percepções, experiências, atitudes, crenças, emoções, pensamentos e comportamentos particulares das pessoas, seja de forma individual, grupal ou colectivo.
Gill (2012) refere que a análise de dados tem como objectivo organizar e sumariar os dados de tal forma que possibilitem o fornecimento de respostas aos problemas propostos para a investigação.
A análise de conteúdo tem uma dimensão descritiva que visa a dar conta do que nos foi narrada e uma dimensão interpretativa que decore das investigações da analista face a um objecto de estudo, com recurso a um sistema de conceitos teóricos – analíticos cuja articulação permite formular as regras de inferência (Guerra, 2006).
1. Apresentação e análise estatística dos dados 
Foi usada a estatística descritiva como instrumento de análise e apresentação de dados por tratar-se de abordagem qualitativa. 
“A estatística descritiva consiste na recolha, análise e interpretação de dados numéricos através da criação de instrumentos adequados: quadros, gráficos e indicadores numéricos” (Reis, 1996: 15). Huot (2002: 60) define estatística descritiva como “o conjunto das técnicas e das regras que resumem a informação recolhida sobre uma amostra ou uma população, e isso sem distorção nem perda de informação”.
A estatística descritiva pode ser considerada como um conjunto de técnicas analíticas utilizado para resumir o conjunto dos dados recolhidos numa dada investigação, que são organizados, geralmente, através de números, tabelas e gráficos. Pretende proporcionar relatórios que apresentem informações sobre a tendência central e a dispersão dos dados. Para tal, deve-se evidenciar: valor mínimo, valor máximo, soma dos valores, contagens, média, moda, mediana, variância e desvio padrão.
4.1.1. Interpretação de dados
“Os dados são o resultado final dos processos de observação e experimentação” (Vairinhos, 1996: 21).
Na interpretação de dados deveremos produzir um resumo verbal ou numérico ou usar métodos gráficos para descrever as suas principais características.
Geralmente o método mais apropriado depende da natureza dos dados, e aqui podemos distinguir dois tipos fundamentais: dados qualitativos e dados quantitativos.
A natureza dos dados obtidos na pesquisa permite-nos usar os dois tipos fundamentais de dados para fazer a respectiva classificação. Tratam de dados que apresentam uma fusão dos dois tipos de dados:
· Dados qualitativos: representam a informação que identifica alguma qualidade, categoria ou característica, não susceptível de medida, mas de classificação, assumindo várias modalidades. Exemplo: o habito de uma família assegurar, é um dado qualitativo que assume as categorias: habituados e não habituados.· Dados quantitativos: representam informação resultante de características susceptíveis de serem medidas, apresentando-se com diferentes intensidades, que podem ser de natureza discreta (descontínua) ou contínua. Exemplo: O número de famílias que usam o seguro em uma sociedade.
4.1.2. Organização e apresentação de dados
A utilidade dos dados estatísticos depende, muitas vezes, da forma como são organizados e apresentados. A apresentação dos dados é feita, muitas vezes, através de quadros, gráficos e de distribuições de frequência.
Para Reis (1996), os quadros e os gráficos devem apresentar sempre três partes: o cabeçalho, o corpo e o rodapé. No cabeçalho deve ser dada informação sobre os dados, no corpo representam-se os dados e no rodapé deve ser indicada a fonte dos dados e observações pertinentes.
Dos vários tipos de gráficos destacamos: gráfico de linhas, gráfico de barras, gráfico de sectores e pictogramas, os quais podem ser facilmente construídos a partir de diversos programas informáticos ou estatísticos, dos quais destacamos a folha de cálculo Excel e o STATA. 
STATA é um pacote de software estatístico de uso geral criado em 1985 pela StataCorp. A maioria de seus usuários trabalha em pesquisa, especialmente nas áreas de economia, sociologia, ciência política, biomedicina e epidemiologia.
Ilustração 2 Apresentação dos dados no STATA
 +-----------------------------------------+
 | id_fam redc pfps habs ps ec |
 |-----------------------------------------|
 1. | 1 60000 9000 1 1 0 |
 2. | 2 30000 9000 0 0 0 |
 3. | 3 40000 9000 0 1 0 |
 4. | 4 9000 9000 0 0 0 |
 5. | 5 120000 9000 1 1 1 |
 +-----------------------------------------+
Legenda:
Para minimizar o tempo de uso foi necessário usar abreviações (codificações) para encurtar o nome das variáveis definidas. 
As variáveis da base de dados apresentam a seguinte codificação:
· id_fam - que corresponde a identificação da família (código que aparece no formulário preenchido pela família);
· redc – rendimento dos clientes (apresentado em Mt);
· pfps – preços fixados pelos seguros (apresentado em Mt);
· habs – hábito de assegurar, ilustra se a família tem o hábito de assegurar seus bens (1-sim/0-não);
· ps – propaganda dos serviços, ilustra se a família teve informação de qualquer propaganda sobre os seguros e a sua importância (1-sim/0-não);
· ec – estado do cliente, ilustra se a família está assegurada ou não (1- sim/0-não). 
4.1.3. Distribuição de frequências
Consideramos que uma variável pode ser representada por um símbolo e que assume valores relativos a determinadas características ou atributos de uma população ou amostra.
Definimos frequência absoluta de um valor da variável como sendo o número de vezes que esse valor ocorre na amostra ou na população.
Definimos frequência relativa de um valor da variável como o quociente entre a frequência absoluta desse valor e o número total de ocorrências de todos os valores da variável na amostra ou na população.
Considerando as variáveis disponibilizadas pela colheita foi possível fazer a distribuição de frequências, onde obtemos os seguintes resultados: ps | Freq. Percent Cum.
------------+-----------------------------------
 0 | 2 40.00 40.00
 1 | 3 60.00 100.00
------------+-----------------------------------
 Total | 5 100.00
Ilustração 3 Distribuição da variável redc
redc | Freq. Percent Cum.
------------+-----------------------------------
 9000 | 1 20.00 20.00
 30000 | 1 20.00 40.00
 40000 | 1 20.00 60.00
 60000 | 1 20.00 80.00
 120000 | 1 20.00 100.00
------------+-----------------------------------
 Total | 5 100.00
 pfps | Freq. Percent Cum.
------------+-----------------------------------
 9000 | 5 100.00 100.00
------------+-----------------------------------
 Total | 5 100.00
Ilustração 4 Distribuição da variável pfps
Ilustração 5 Distribuição da variável ps
ec | Freq. Percent Cum.
------------+-----------------------------------
 0 | 4 80.00 80.00
 1 | 1 20.00 100.00
------------+-----------------------------------
 Total | 5 100.00
 Ilustração 6 Distribuição da variável ec
Ilustração 7 Distribuição da variável habs
habs | Freq. Percent Cum.
------------+-----------------------------------
 0 | 3 60.00 60.00
 1 | 2 40.00 100.00
------------+-----------------------------------
 Total | 5 100.00
4.1.4. Medidas de estatística descritiva 
As medidas de estatística descritiva, designadas por parâmetros quando se referem à população e por estatísticas quando se referem às amostras, permitem sintetizar os dados da população ou da amostra através de um só valor. As medidas descritivas mais utilizadas são: medidas de localização, medidas de dispersão, medidas de assimetria, medidas de curtose e medidas de concentração.
Apenas salientaremos algumas das medidas referidas, nomeadamente, nas medidas de localização salientamos as medidas de tendência central: média aritmética, mediana e moda e; nas medidas de dispersão: desvio absoluto médio, variância e desvio padrão.
Pelo os dados obtidos foi nos possível encontrar os valores da média, desvio padrão, máximos e mínimos e fazer as suas interpretações.
 Ilustração 8 valores da média, desvio padrão, maximos e minimos
Variable | Obs Mean Std. Dev. Min Max
-------------+--------------------------------------------------------
id_fam | 5 3 1.581139 1 5
redc | 5 51800 42322.57 9000 120000
pfps | 5 9000 0 9000 9000
habs | 5 .4 .5477226 0 1
ps | 5 .6 .5477226 0 1
-------------+--------------------------------------------------------
ec | 5 .2 .4472136 0 1
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O presente artigo dá apenas uma noção da importância dos seguros para a sociedade. Com a sociedade enfrentando enormes desafios, o papel dos seguradores torna-se cada vez mais importante. Estruturas familiares tradicionais – principalmente em países desenvolvidos – já não proporcionam mais uma rede de segurança social como antigamente. As próprias pessoas arcam quase integralmente com o encargo da perda. Embora o seguro não possa substituir as estruturas sociais, ele pode aliviar o encargo. Nos países do terceiro mundo, o seguro pode ajudar a evitar que pessoas que vivem em condições difíceis passem por outros sofrimentos causados pelas catástrofes naturais. O seguro não pode e não deve assumir o papel do Estado de fazer frente aos desafios da sociedade, mas pode ajudar a encontrar soluções adequadas. É de extrema importância que os formuladores de política percebam o potencial papel que os seguradores têm e os leve em consideração ao proporem uma nova regulamentação para o seguro e ao tomarem medidas de adaptação pós-catástrofe.
Assim, o presente artigo trouxe uma discussão bastante pertinente a essa situação, com o objectivo de mostrar, para a sociedade, ao docente e principalmente para os futuros pesquisadores do assunto, os instrumentos que podem ser utilizados para que uma pesquisa científica tenha sucesso. 
A definição da metodologia desta pesquisa passou por várias etapas e por muitos momentos de construção,nos quais a pesquisadora foi obrigada a pensar, escolher e elaborar métodos, técnicas diversas e instrumentos para colectar os dados e informações necessárias ao tipo de pesquisa que pretendia realizar. 
Conforme citações anteriores, o sucesso da pesquisa depende da capacidade do pesquisador de fazer correctamente a escolha do método adequado para o tema que deseja pesquisar e a partir do método escolhido saber optar pela técnica que esteja mais de acordo com o método escolhido, sendo que a escolha correta do método e da técnica não é suficiente é de fundamental importância que o pesquisador esteja atento ao fato de que a escolha dos instrumentos de colecta de dados é essencial para garantir o pleno sucesso do seu trabalho.
Apresentamos, no decorrer desse artigo, fundamentos teóricos visando esclarecer melhor a pesquisa de campo, que é uma técnica bastante utilizada nas pesquisas. Depois fizemos a apresentação da Metodologia usada para conseguir colher dados.
A pois a colheita dos dados, foi-se para o capitulo de Analise e Interpretação dos dados, onde foi usada a estatística descritiva como instrumento de análise e apresentação de dados por tratar-se de abordagem qualitativa. 
Com a estatística descritiva foi possível resumir o conjunto dos dados recolhidos que são organizados através de um software informático (STATA). E de seguida foram analisados de forma a proporcionar relatórios que apresentem informações sobre a tendência central e a dispersão dos dados. Para tal usou-se o software para fazer a distribuição de frequências, encontrar os valores da média, desvio padrão, máximos e mínimos e fazer as suas interpretações.
NB: Este artigo apresenta apenas uma simulação de uma pesquisa, foram usados dados imaginários para a realização do mesmo. O artigo apresenta essas características vários factores tais como a falta de tempo, a propagação do novo vírus (COVID-19), entre outros que mostraram ser uma dificuldade para pesquisadora.
De salientar que o presente artigo foi elaborado para submetido/apresentado ao docente da cadeira de Método Quantitativos para Negócios - METQ501 do curso de Mestrado em Administração de Negócios – MBA na Universidade Católica de Moçambique (Faculdade de Educação e Comunicação – Nampula). 
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· Marconi, M. A. & Lakatos, E. M. (2003).Metodologia do trabalho Científico. (7ª.ed.). São Paulo, Brasil: Editora Atlas.
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Artigos publicados nos sites: 
· Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Seguro#Classifica%C3%A7%C3%A3o_dos_seguros

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