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Curso on-line de Direito Penal para AFT

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CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFRFB 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
1 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL PARA AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
AULA 07 – CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO, 
CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA E CONTRA A PREVIDÊNCIA 
 
Futuros(as) Aprovados(as), sejam bem vindos!!! 
Hoje trataremos de temas importantíssimos. 
Veremos os crimes contra a previdência, contra a organização do trabalho e 
contra a ordem tributária (Assuntos presentes em cerca de 60% das questões da 
última prova para AFT). 
Ao término da aula, como sempre, muita diversão com os exercícios! 
Dito isto, prepare o cérebro para a sua aula de Direito Penal!!! Siga com força, 
adquira conhecimento e esteja mais preparado a cada tópico vencido. 
 
Bons estudos! 
 
***************************************************************** 
7.1 DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 
 
A Constituição Federal, no capítulo dos Direitos Sociais, define diversos princípios 
que objetivam conferir garantias aos trabalhadores, primando pela dignidade 
humana. 
No mesmo sentido, o Código Penal, visando tutelar a liberdade do trabalho, 
definiu sanções para os atos que atentem contra a organização deste e estampou 
no título IV da Parte Especial os CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO 
TRABALHO. 
Você perceberá que a maioria das condutas tipificadas no Código Penal está 
relacionada a alguma violência ou fraude, através da qual o sujeito ativo atenta 
contra a liberdade do trabalho, dogma constitucional. 
Dito isto, vamos começar a analisar cada tipo penal. 
 
 7.1.1 ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE TRABALHO 
 
Este delito está tipificado no Código Penal nos seguintes termos: 
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PROFESSOR PEDRO IVO 
Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça: 
I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a 
trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em 
determinados dias: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência; 
II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a 
participar de parede (greve) ou paralisação de atividade econômica: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
 
O atentado contra a liberdade de trabalho nada mais é do que uma forma de 
constrangimento ilegal, no qual o sujeito ativo visa que a vítima tenha um dos 
comportamentos descritos nos incisos I e II. 
O tipo penal supracitado contém quatro modalidades: 
 
1. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a exercer ou 
não exercer arte, ofício, profissão ou indústria; 
2. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a trabalhar 
ou a não trabalhar durante certo período ou em determinados dias; 
3. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a abrir ou 
fechar o seu estabelecimento de trabalho; e 
4. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar 
de paralisação de atividade econômica. 
 
 7.1.1.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: 
• Na hipótese descrita no inciso I � Qualquer pessoa. 
• No caso previsto no inciso II � O proprietário de 
estabelecimento ou mesmo a pessoa jurídica. 
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• ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Constranger � O constrangimento deve ser realizado 
mediante violência ou grave ameaça. 
 
 
 
 
 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. O atentado contra a liberdade de trabalho consuma-se: 
• Na primeira modalidade, com o EFETIVO exercício ou com a 
suspensão do exercício de arte, ofício, profissão ou indústria. 
• Na segunda, com o trabalho ou suspensão deste. 
• Na terceira, com a abertura ou fechamento do 
estabelecimento. 
• Na quarta, com a paralisação da atividade econômica. 
2. É admissível a tentativa. 
 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
 
É crime comum e material. 
 
 7.1.2 ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE CONTRATO DE 
TRABALHO E BOICOTAGEM VIOLENTA 
 
Sobre o tema, dispõe o CP: 
A AMEAÇA NÃO EXIGE A PRESENÇA DA PESSOA AMEAÇADA. PODE 
SER LEVADA AO CONHECIMENTO DA VÍTIMA POR ESCRITO OU POR 
RECADO VERBAL. 
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Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem 
ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou 
agrícola: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
 
Na primeira parte do supra artigo, tem-se a tipificação para o atentado contra a 
liberdade de contrato de trabalho: 
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato 
de trabalho.” 
 
Em seguida, encontra-se definida a boicotagem violenta: 
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça [...] a não fornecer a 
outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou 
agrícola”. 
 
 
 
 
 
 
 7.1.2.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa. 
 
• ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Constranger � O constrangimento deve ser realizado 
mediante violência ou grave ameaça. 
BOICOTE É O ATO DE RECUSAR RELAÇÕES COM UMA COLETIVIDADE; 
ROMPER RELAÇÕES SOCIAIS E, SOBRETUDO, POLÍTICAS E COMERCIAIS; 
NÃO COMPRAR PROPOSITADAMENTE MERCADORIAS DE CERTA ORIGEM 
OU FABRICAÇÃO. 
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2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. O atentado contra a liberdade de contrato de trabalho consuma-se 
com a celebração deste e, no caso da boicotagem, no momento 
em que a pessoa constrangida não fornece ou adquire os produtos. 
2. É admissível a tentativa. 
 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
 
É crime comum e material. 
 
7.1.3 ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO 
 
A Constituição Federal, ao tratar da liberdade de associação, dispõe: 
 
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical [...] 
 
A fim de sancionar penalmente a afronta ao dispositivo da Carta Magna, o 
legislador fez constar no Código Penal: 
QUESTIONAMENTO IMPORTANTE!!! 
A COAÇÃO PARA QUE O INDIVÍDUO NÃO CELEBRE CONTRATO DE 
TRABALHO CARACTERIZA O DELITO EM QUESTÃO? 
A RESPOSTA É NEGATIVA!!! EM FACE DO DESCRITO NO ART. 198, A 
COAÇÃO PARA QUE O INDIVÍDUO NÃO CELEBRE CONTRATO DE 
TRABALHO É ATÍPICA, PODENDO CONFIGURAR O DELITO PREVISTO 
NO ART. 146 (FORA DO EDITAL). 
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Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado 
sindicato ou associação profissional: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
 
 
 
 
 7.1.3.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa. 
 
• ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: É elementardo tipo: 
• Constranger � O constrangimento deve ser realizado 
mediante violência ou grave ameaça. 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. Consuma-se o delito no momento em que a pessoa constrangida 
passa ou não a fazer parte de sindicato ou associação profissional. 
2. É admissível a tentativa. 
 
 
OBSERVAÇÃO: 
 
PARA A SUA PROVA, NO DIREITO PENAL, A DIFERENCIAÇÃO ENTRE 
SINDICATO E ASSOCIAÇÃO É IRRELEVANTE. 
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• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
 
É crime comum e material. 
 
7.1.4 PARALISAÇÃO DE TRABALHO, SEGUIDA DE VIOLÊNCIA 
OU PERTURBAÇÃO DA ORDEM 
 
O artigo 200 do Código Penal pune a participação em suspensão ou abandono 
coletivo de trabalho dos quais derive violência contra pessoa ou coisa. Observe 
o texto legal: 
 
Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, 
praticando violência contra pessoa ou contra coisa: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
 
 7.1.4.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa. Aqui temos que tratar de um 
importante ponto: 
 
Imagine que Tício e Caio, empregados da Ouriços S.A. resolvem se unir 
para paralisar o trabalho. Neste caso, estará caracterizado o abandono 
coletivo do trabalho? 
A resposta é negativa, pois o parágrafo único do artigo 200 dispõe: 
 
Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono de 
trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, 
três empregados. 
 
Diferentemente, na suspensão coletiva de trabalho, que é causada pelos 
empregadores, exige-se somente um mínimo de duas pessoas. 
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É importante ressaltar que não é necessário a união de dois empregadores. 
Basta o de mais de uma pessoa (Ex: empregador + empregado), ainda que 
componentes de uma mesma pessoa jurídica empregadora. Ex: 
Empregador e dez empregados. 
Para a sua PROVA, do exposto, o que você tem que saber é o seguinte: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa que sofra a violência. 
 
• ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Participar (de suspensão ou abandono coletivo de trabalho) 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. Consuma-se o delito com a prática da violência. 
2. É admissível a tentativa. 
Exemplo: Juvenal (Aquele do “cara de pau, pague o tributo e seja 
legal” – Excesso de Exação – Aula 05), durante uma suspensão 
coletiva, lança uma pedra contra a janela do Auditor Fiscal que 
empregou meio gravoso ou vexatório, mas não atinge seu 
objetivo, pois o vidro era blindado. 
 
ABANDONO COLETIVO DE TRABALHO � MÍNIMO 
TRÊS PESSOAS � PRATICADA PELOS EMPREGADOS. 
 
SUSPENSÃO COLETIVA DE TRABALHO � MÍNIMO 
DUAS PESSOAS � PRATICADA PELOS 
EMPREGADORES. 
JÁ TEMOS 
TRÊS 
ADEPTOS AO 
ABANDONO 
COLETIVO!!! 
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• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
 
É crime comum e material. 
 
7.1.5 PARALISAÇÃO DE TRABALHO DE INTERESSE COLETIVO 
 
 A Constituição Federal, em seu art. 9º, garante o direito de greve aos 
trabalhadores, determinando que: 
 
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos 
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os 
interesses que devam por meio dele defender. 
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá 
sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. 
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da 
lei. 
 
Observe que o parágrafo 1º diz que uma lei deverá definir os serviços 
essenciais. Esta lei é a nº 7.783/89 que, no seu artigo 10, dispõe: 
 
Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais: 
 
I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de 
energia elétrica, gás e combustíveis; 
II - assistência médica e hospitalar; 
III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; 
IV - funerários; 
V - transporte coletivo; [...] 
 
São atividades que não podem ser totalmente interrompidas, pois afetam de 
forma grave a sociedade. Desta forma, a fim de punir os que prejudicam a 
população pela paralisação de trabalho de interesse coletivo, dispõe o Código 
Penal: 
 
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Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, 
provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse 
coletivo: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 
 7.1.5.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: O empregador ou os empregados. 
2. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa que se sinta prejudicada. 
 
• ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Participar (de suspensão ou abandono coletivo de trabalho) 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. Consuma-se o delito com a interrupção de obra pública ou serviço 
de interesse coletivo. 
2. É admissível a tentativa. 
 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
É crime comum e material. 
 
7.1.6 INVASÃO DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL, 
COMERCIAL E AGRÍCOLA. SABOTAGEM 
 
Para começar, observe como trata deste delito o Código Penal: 
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Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial 
ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal 
do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as 
coisas nele existentes ou delas dispor: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
Neste artigo, o legislador define dois crimes. São eles: 
1. INVASÃO DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL, COMERCIAL OU 
AGRÍCOLA � “Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial 
ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do 
trabalho.” 
 
2. SABOTAGEM � “Danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes 
ou delas dispor” 
 
 7.1.5.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa. 
 
 
 
 
 
 
 
2. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa que se sinta prejudicada. 
 
• ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
 
QUESTIONAMENTO IMPORTANTE!!! 
O EMPREGADOR PODE SER SUJEITO ATIVO DO DELITO? 
A RESPOSTA É NEGATIVA, POIS É ELE O TITULAR DO 
ESTABELECIMENTO E DAS COISAS NELE EXISTENTES. 
 
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• Invadir (estabelecimento industrial, comercial ou agrícola); 
• Ocupar (estabelecimento industrial, comercial ou agrícola); 
 
• Danificar (o estabelecimento industrial, comercial ou 
agrícola); 
• Dispor (das coisas existentes no estabelecimento industrial, 
comercial ou agrícola); 
 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
 
 
• Finalidade de impedir ou embaraçar o curso normal do 
trabalho. 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. Consuma-se o delito no instante em que o agente invade ou ocupa 
estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. 
Na sabotagem, consuma-se quando o sujeito ativo danifica as 
coisasou no instante em que dispõe dos objetos do 
estabelecimento. 
2. É admissível a tentativa. 
 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
 
É crime comum e formal. 
 
7.1.7 FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI 
TRABALHISTA 
 
O legislador, visando tutelar a legislação trabalhista, fez constar no Código 
Penal a seguinte disposição: 
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Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado 
pela legislação do trabalho: 
Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
 
Atente que a frustração do direito assegurado deve ocorrer mediante 
VIOLÊNCIA OU FRAUDE. Seria, por exemplo, o caso do empregador que, 
mediante força física, obriga os empregados a assinar recibos com valores 
diferentes do que foi efetivamente pago. 
 
 
 
 
 
 
 7.1.7.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o titular do direito frustrado. 
 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Frustrar (direito assegurado pela legislação do trabalho); 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Consuma-se o delito no instante em que o empregado não pode 
exercer direito assegurado pela legislação trabalhista. 
2. É admissível a tentativa. 
QUESTIONAMENTO MUITO IMPORTANTE!!! 
A VIOLÊNCIA TRATADA NO ART. 203 ABRANGE APENAS A FORÇA 
FÍSICA OU TAMBÉM A VIOLÊNCIA MORAL? 
SEGUNDO A DOUTRINA MAJORITÁRIA, ABRANGE SOMENTE A 
VIOLÊNCIA FÍSICA, POIS QUANDO O LEGISLADOR QUER REFERIR-SE 
À VIOLÊNCIA MORAL, MENCIONA-A EXPRESSAMENTE, UTILIZANDO 
O TERMO “GRAVE AMEAÇA”. 
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• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
É crime comum e material 
 
• AGRAVANTE 
O legislador optou por agravar a pena nas situações em que, ao menos 
teoricamente, a vítima goza de menor poder de reação. Observe: 
 
Art. 203 [...] 
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é 
menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de 
deficiência física ou mental. 
 
• TIPOS EQUIPARADOS 
Ainda no artigo 203, no parágrafo 1º, o CP estendeu a pena prevista no 
caput a quem: 
1. OBRIGA OU COAGE ALGUÉM A USAR MERCADORIAS DE 
DETERMINADO ESTABELECIMENTO PARA IMPOSSIBILITAR O 
DESLIGAMENTO DO SERVIÇO, EM VIRTUDE DE DÍVIDA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. IMPEDE ALGUÉM DE SE DESLIGAR DE SERVIÇOS DE QUALQUER 
NATUREZA, MEDIANTE COAÇÃO OU POR MEIO DA RETENÇÃO 
DE SEUS DOCUMENTOS PESSOAIS OU CONTRATUAIS. 
 
 
 
 
 
AQUI TEMOS SITUAÇÃO EM QUE O EMPREGADOR OBRIGA O TRABALHADOR A 
ADQUIRIR MERCADORIA DE DETERMINADO ESTABELECIMENTO, NORMAL-MENTE A 
ALTOS PREÇOS E A PRAZO, COM O INTUITO DE IMPOSSIBILITAR QUE ELE SE 
DESLIGUE DA EMPRESA. SERIA UMA FORMA DE “TRABALHO ESCRAVO”, NO QUAL O 
TRABALHO É UTILIZADO PARA PAGAR UMA DÍVIDA PROPOSITALMENTE IMPOSTA. 
TRATA-SE DE UM CRIME FORMAL, OU SEJA, MESMO SE O TRABALHADOR CONSEGUIR 
SE DESLIGAR DO SERVIÇO (EX: GANHOU NA MEGA SENA), O CRIME ESTARÁ 
CARACTERIZADO. 
A TENTATIVA É ADMISSÍVEL. 
NESTE CASO, O EMPREGADOR RETÉM DOCUMENTOS DO EMPREGADO (CARTEIRA DE 
TRABALHO, RG, ETC) OU EMPREGA COAÇÃO PARA IMPEDIR QUE O TRABALHADOR SE 
DESLIGUE DO SERVIÇO. 
TRATA-SE DE UM CRIME MATERIAL, CONSUMANDO-SE NO MOMENTO EM QUE O 
TRABALHADOR É IMPEDIDO DE SE DESLIGAR DO SERVIÇO. 
A TENTATIVA É ADMISSÍVEL. 
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7.1.8 FRUSTRAÇÃO DE LEI SOBRE A NACIONALIZAÇÃO DO 
TRABALHO 
 
Este delito não é muito exigido em prova, pois não encontra tanta 
aplicabilidade pós Constituição de 1988, devido à “equiparação” entre 
brasileiros e estrangeiros. Sobre ele, dispõe o Código Penal: 
 
Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal 
relativa à nacionalização do trabalho: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
 
As obrigações relativas à nacionalização do trabalho são as que se encontram 
definidas pela legislação trabalhista (CLT), devendo o aplicador (Juiz) recorrer 
a estas normas para enquadrar determinadas condutas no artigo 204. 
A CLT, a partir do artigo 352, define regras que visam garantir o trabalho em 
território nacional. A título de exemplo, observe: 
 
Art. 352 - As empresas, individuais ou coletivas, que explorem 
serviços públicos dados em concessão, ou que exerçam atividades 
industriais ou comerciais, são obrigadas a manter, no quadro do seu 
pessoal, quando composto de 3 (três) ou mais empregados, uma 
proporção de brasileiros não inferior à estabelecida no presente 
Capítulo. 
 
Art. 354 - A proporcionalidade será de 2/3 (dois terços) de 
empregados brasileiros, podendo, entretanto, ser fixada 
proporcionalidade inferior, em atenção às circunstâncias especiais 
de cada atividade, mediante ato do Poder Executivo, e depois de 
devidamente apurada pelo Departamento Nacional do Trabalho e 
pelo Serviço de Estatística de Previdência e Trabalho a insuficiência 
do número de brasileiros na atividade de que se tratar. 
 
 
 
SÓ PARA 
FACILITAR O 
ENTENDIMENTO!!! 
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 7.1.8.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o Estado, pois este é o titular do interesse 
coletivo na nacionalização do trabalho (proteção da mão-de-obra 
nacional). 
 
• ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Frustrar (obrigação legal relativa à nacionalização do 
trabalho); 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. Consuma-se o delito com a frustração de lei que disponha sobre a 
nacionalização do trabalho. 
2. É admissível a tentativa. 
 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
 
É crime comum e material. 
A PALAVRA VIOLÊNCIA TRATADA NO ARTIGO 204 ABRANGE 
SOMENTE A VIOLÊNCIA FÍSICA, POIS, CONFORME JÁ VIMOS, 
QUANDO O LEGISLADOR QUER SE REFERIR À VIOLÊNCIA MORAL, 
MENCIONA-A EXPRESSAMENTE, UTILIZANDO O TERMO “GRAVE 
AMEAÇA”. 
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7.1.9 EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE 
DECISÃO ADMINISTRATIVA. 
 
Existem determinadas situações em que uma decisão administrativa impede o 
indivíduo de exercer algum específico trabalho ou profissão. Seria o caso, por 
exemplo, do indivíduo que fica impedido de exercer a medicina por ter atuado 
reiteradamente de forma negligente. 
Obviamente que ninguém gosta de estar impedido de trabalhar na atividade 
para a qual se qualificou e, muitas vezes, sendo administrativa e não judicial a 
decisão, alguns tentam ignorar a determinação. 
Desta forma, o legislador tipificou a conduta da seguinte forma: 
 
Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão 
administrativa: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. 
 
Vistos estes conceitos iniciais, imagine que Tício, médico, após decisão 
administrativa, exerce indevidamente, por uma única vez, a atividade de 
medicina. Neste caso, poderá ser ele enquadrado no artigo 205? 
A resposta é negativa, pois a jurisprudência é pacífica em afirmar que o delito 
só se configura com a reiteração de atos próprios da conduta, ou seja, 
estamos tratandode um CRIME HABITUAL!!! Observe: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7.1.9.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
TRF4 - APELAÇÃO CRIMINAL: ACR 8201 RS 2004.71.05.008201-0 
PENAL. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE DECISÃO 
ADMINISTRATIVA. ARTIGO 205 DO CÓDIGO PENAL. TIPICIDADE. 
HABITUALIDADE. 
A expressão típica "exercer atividade", constante no artigo 205 do 
Caderno Criminal, requer a habitualidade do agente na realização de atos 
inerentes à sua atividade durante o período no qual o exercício dos 
mesmos se encontre obstado por decisão administrativa. 
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• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: Pessoa impedida, por decisão administrativa, de 
exercer atividade. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o Estado. 
 
• ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Exercer (atividade, de que está impedido por decisão 
administrativa); 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. Consuma-se o delito com a reiteração de atos relacionados à 
atividade impedida por decisão administrativa. 
2. Não é admissível a tentativa. 
 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
 
É crime PRÓPRIO (Só pode ser cometida por pessoa impedida de exercer 
a atividade por decisão administrativa), formal e HABITUAL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
MMUUIITTAA AATTEENNÇÇÃÃOO!! 
 
SSEE AA DDEECCIISSÃÃOO QQUUEE IIMMPPEEDDIIUU OO IINNDDIIVVÍÍDDUUOO DDEE EEXXEERRCCEERR AA 
AATTIIVVIIDDAADDEE FFOORR JJUUDDIICCIIAALL EE NNÃÃOO AADDMMIINNIISSTTRRAATTIIVVAA,, NNÃÃOO 
EESSTTAARRÁÁ CCAARRAACCTTEERRIIZZAADDOO OO CCRRIIMMEE PPRREEVVIISSTTOO NNOO AARRTTIIGGOO 220055.. 
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7.1.10 ALICIAMENTO PARA O FIM DE EMIGRAÇÃO 
 
O Estado, sem dúvida, tem interesse na permanência de trabalhadores dentro 
do país, entretanto, é claro que todos têm o direito de ir e vir, podendo 
trabalhar onde quiser. 
Sendo assim, se um trabalhador brasileiro quiser se aventurar na Inglaterra, 
por exemplo, não há que se falar em qualquer ato passível de punição (desde 
que cumpridos todos os trâmites legais, obviamente). 
Ocorre, porém, situações em que brasileiros são recrutados para trabalhos no 
exterior, através de promessas absurdas, fora da realidade. Um caso comum é 
o que acontece com mulheres que, seduzidas por promessas de altos salários 
para trabalharem como garçonetes ou dançarinas, ao chegarem em outro país, 
são obrigadas a servir como prostitutas a fim de garantir seu sustento. 
Para coibir esta última situação, dispõe o código penal: 
 
Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de 
levá-los para território estrangeiro. 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. 
 
Ressalto, mais uma vez, que o fato criminoso está em recrutar MEDIANTE 
FRAUDE, não bastando o simples recrutamento para caracterizar o delito. 
Para finalizar este contato inicial com o aliciamento para fins de emigração, 
atente que o texto legal utiliza a expressão “trabalhadoreS”, no plural. Sendo 
assim, para a caracterização do delito é necessário que sejam aliciados pelo 
menos DOIS trabalhadores. 
 
 7.1.10.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa; 
2. SUJEITO PASSIVO: É o Estado. 
 
• ELEMENTOS: 
 
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1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Recrutar (trabalhadores, mediante fraude, com o fim de 
levá-los para território estrangeiro) 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
 
 
• Finalidade de levá-los para território estrangeiro. 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. Consuma-se o delito com o recrutamento mediante fraude, 
independentemente da emigração. 
2. É admissível a tentativa. Exemplo: Tício envia uma carta com 
proposta fraudulenta, com fim de emigração, e esta é interceptada 
antes de chegar ao destino. 
 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
 
É crime comum e FORMAL. 
 
 
 
 
 
 
 
7.1.11 ALICIAMENTO DE TRABALHADORES DE UM LOCAL 
PARA O OUTRO DO TERRITÓRIO NACIONAL 
 
Futuro(a) aprovado(a), agora é aquele momento para fazer uma pausa e 
descansar a cabeça lendo uma notícia de jornal...Vamos refrescar o cérebro: 
 
O DELITO AQUI ESTUDADO SÓ ABRANGE CASOS EM QUE AGENTES SÃO 
ALICIADOS PARA SAIR DO BRASIL PARA OUTRO PAÍS. 
NO CASO EM QUE HÁ O ALICIAMENTO PARA SAIR DE UM LOCAL PARA 
OUTRO DENTRO DO PAÍS, FICA CARACTERIZADO O DELITO DO ART. 207, 
QUE VEREMOS EM SEGUIDA. 
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MULHER É PRESA POR ALICIAR TRABALHADORES RURAIS 
 
Uma nova rota de trabalho irregular foi descoberta na manhã de ontem, 
no município de Boa Viagem, a 234 quilômetros de Fortaleza. A 
proprietária de uma empresa de ônibus, Francisca Lúcia Martins Lobo, 
39, foi presa por policiais rodoviários federais sob a acusação de que 
teria aliciado, contratado e transportado irregularmente seis 
trabalhadores rurais das cidades de Boa Viagem e Itatira. Eles estavam 
em um ônibus e foram detidos quando passavam pelo posto da Polícia 
Rodoviária Federal (PRF) de Boa Viagem. 
Abordado pelos policiais, o grupo revelou que estava a caminho do 
município de Rio das Pedras, em São Paulo, onde iriam trabalhar em 
uma usina cortando cana-de-açúcar. De acordo com a Delegacia 
Regional de Trabalho (DRT), as carteiras de trabalho dos seis homens 
estavam em poder de um companheiro de Francisca Lúcia, conhecido 
apenas como Thiago. A passagem Ceará/São Paulo seria paga com o 
valor a ser recebido no trabalho do corte da cana, mas sem 
qualquer garantia de retorno. 
Pouco mais de meia hora da primeira apreensão, um outro ônibus foi 
parado por policiais rodoviários em Pedra Branca. Ele trazia um grupo 
de nove homens que havia retornado de uma viagem a São Paulo, 
segundo eles, promovida pela mesma proprietária de ônibus e com o 
mesmo objetivo: trabalhar no corte de cana. Francisca Lúcia foi levada 
para a delegacia municipal de Boa Viagem e autuada em flagrante por 
aliciamento, artigo 207 do Código Penal Brasileiro (CPB). 
segundo um comerciante local, a rotina de trabalho na usina seria 
extenuante, com cargas diárias de trabalho de doze horas. Os 
trabalhadores permaneceriam por até seis meses na usina e teriam 
direito a apenas um dia de descanso semanal. 
 
Após a leitura acima, podemos começar a tratar de uma figura penal muito 
parecida com a que vimos no artigo 206. Observe o disposto no Código Penal: 
 
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para 
outra localidade do território nacional: 
Pena - detenção de um a três anos, e multa. 
 
O crime de aliciamento de trabalhadores de um local para outro, previsto no 
art. 207 do Código Penal, possui objeto próprio consistente no interesse 
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público, no sentido de que não ocorra o êxodo de trabalhadores dentro do 
território brasileiro. 
No delito em questão, o aliciamento ocorre para levar um trabalhador de um 
local para outro dentro do território nacional, diferenciando-se neste ponto do 
que foi dito no aliciamento para o fim de emigração. 
 
 10.1.11.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: Qualquerpessoa; 
2. SUJEITO PASSIVO: É o Estado. 
 
• ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Aliciar, que nada mais é do que recrutar mediante fraude. 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
 
 
• Finalidade de levá-los de uma para outra localidade do 
território nacional. 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. Consuma-se o delito com o aliciamento, independentemente da 
emigração de um local para outro dentro do território nacional. 
2. É admissível a tentativa. 
 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
 
É crime comum e FORMAL. 
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• AGRAVANTE 
O legislador optou por agravar a pena nas situações em que, ao menos 
teoricamente, a vítima goza de menor poder de reação. Observe: 
 
Art. 207[...] 
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é 
menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de 
deficiência física ou mental. 
 
• TIPOS EQUIPARADOS 
 
Ainda no artigo 207, no parágrafo 1º, o CP estendeu a pena prevista no 
caput a quem: 
 
1. RECRUTAR TRABALHADORES FORA DA LOCALIDADE DE 
EXECUÇÃO DO TRABALHO, DENTRO DO TERRITÓRIO 
NACIONAL, MEDIANTE FRAUDE OU COBRANÇA DE 
QUALQUER QUANTIA DO TRABALHADOR. 
 
 
 
 
 
 
 
2. RECRUTAR TRABALHADORES FORA DA LOCALIDADE DE 
EXECUÇÃO DO TRABALHO, SEM ASSEGURAR CONDIÇÕES DE 
RETORNO AO LOCAL DE ORIGEM. 
 
 
 
 
 
 
 
VISA A LEI PUNIR QUEM, DENTRO DO TERRITÓRIO NACIONAL, EMPREGANDO 
FRAUDE OU COBRANDO DETERMINADA QUANTIA, ALICIA TRABALHADOR EM 
LOCAL DIVERSO DAQUELE EM QUE O SERVIÇO DEVE SER PRESTADO. 
CONSUMA-SE COM O ALICIAMENTO MEDIANTE FRAUDE. 
É ADMISSÍVEL A TENTATIVA. 
O LEGISLADOR OBJETIVOU IMPEDIR SITUAÇÕES EM QUE O TRABALHADOR É 
RECRUTADO SEM QUALQUER TIPO DE FRAUDE, MAS AO FINAL DO TRABALHO 
VÊ-SE ABANDONADO, SEM CONDIÇÕES DE REGRESSAR AO SEU LOCAL DE 
ORIGEM. 
CONSUMA-SE NO INSTANTE EM QUE, FINDO O TRABALHO, NÃO É GARANTIDO 
AO TRABALHADOR O RETORNO AO SEU LOCAL DE ORIGEM. 
É CRIME OMISSIVO PRÓPRIO E NÃO ADMITE A TENTATIVA. 
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7.2 DOS CRIMES CONTRA A PREVIDÊNCIA 
 
As bancas, no que diz respeito aos crimes contra a previdência, exigem o 
conhecimento de duas figuras tipificadas no Código Penal. São elas: 
 
• SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA; E 
• APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA. 
 
Vamos estudá-las: 
 
7.2.1 SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA 
 
No dia 17/07/2000 foi publicada no Diário Oficial da União a Lei 9.983 que, 
entre outras alterações empreendidas no Código Penal Brasileiro, fez inserir no 
corpo desse estatuto o crime de SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO 
PREVIDENCIÁRIA, nos seguintes termos: 
 
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e 
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: 
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de 
informações previsto pela legislação previdenciária segurados 
empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador 
autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000) 
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da 
contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou 
as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000) 
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, 
remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de 
contribuições sociais previdenciárias: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 
2000) 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Podemos resumir o supracitado artigo dizendo que comete este crime contra 
administração pública em geral o particular que suprimir ou reduzir 
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contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante condutas do 
tipo: 
 
1. OMITIR DE FOLHA DE PAGAMENTO DA EMPRESA OU 
DOCUMENTO DE INFORMAÇÕES PREVISTO PELA 
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA, SEGURADO EMPREGADO, 
EMPRESÁRIO, TRABALHADOR AVULSO OU TRABALHADOR 
AUTÔNOMO OU A ESTE EQUIPARADO QUE LHE PRESTEM 
SERVIÇOS; 
 
 
 
 
 
2. DEIXAR DE LANÇAR, MENSALMENTE, NOS TÍTULOS 
PRÓPRIOS DA CONTABILIDADE DA EMPRESA AS QUANTIAS 
DESCONTADAS DOS SEGURADOS OU AS DEVIDAS PELO 
EMPREGADOR OU PELO TOMADOR DE SERVIÇOS; 
 
 
 
3. OMITIR, TOTAL OU PARCIALMENTE, RECEITAS OU LUCROS 
AUFERIDOS, REMUNERAÇÕES PAGAS OU CREDITADAS E 
DEMAIS FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 
PREVIDENCIÁRIAS. 
 
 
 
 
 
Finalizando esta parte inicial, segundo leciona Damásio de Jesus: “As normas 
incriminadoras protegem o patrimônio do Estado e, particularmente, a 
Seguridade Social, a fim de permitir que ela, recebendo as contribuições de 
que é credora, pelo INSS, possa alcançar a finalidade de assegurar o direito 
concernente à saúde, à previdência e à assistência social.” 
 
 
COÍBE SITUAÇÕES EM QUE OS SALÁRIOS, NA HORA DA ESCRITURAÇÃO, 
SÃO LANÇADOS COM UM VALOR INFERIOR, A FIM DE IMPOR MENOR 
ÔNUS PARA A EMPRESA. 
VISA GARANTIR A CORRETA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DA EMPRESA. 
OBJETIVA IMPEDIR A OMISSÃO DE RECEITAS, LUCROS, REMUNERAÇÕES 
PAGAS, CREDITADAS, ENFIM, QUALQUER FATO GERADOR DE 
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. 
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 7.1.10.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: Trata-se de um crime próprio, podendo ser 
cometido somente por quem detém a competência para exercer as 
condutas acima tipificadas. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o Estado e, secundariamente, a Seguridade 
Social. 
 
• ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
 
• Suprimir (Contribuição social previdenciária e qualquer 
acessório, mediante as condutas descritas). 
• Reduzir (Contribuição social previdenciária e qualquer 
acessório, mediante as condutas descritas). 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo, ou seja, basta a vontade livre e consciente de suprimir 
ou reduzir contribuição social. 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. Consuma-se o delito com a efetiva supressão ou redução da 
contribuição social previdenciária. 
2. É admissível a tentativa. 
 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
 
É crime próprio e MATERIAL. 
 
• EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
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O legislador achou por bem dar uma “chance” ao agente, ou seja, caso 
aja conforme o parágrafo 1º do art. 337-A, não será punido. Veja: 
 
Art. 337-A 
[...] 
§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara 
e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as 
informações devidas à previdência social, na forma definida em lei 
ou regulamento, antes do início da ação fiscal. 
 
Do exposto no supra artigo, podemos concluir que para que ocorra a 
extinção de punibilidade deve o agente cumprir simultaneamente os 
seguintes requisitos: 
 
1. PESSOALIDADE � A retratação deve ser feita pelo PRÓPRIO 
agente. 
2. ESPONTANEIDADE � Devem ser espontâneas as condutas de 
declarar e confessar. 
3. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES DEVIDAS À PREVIDÊNCIA SOCIAL. 
4. ANTES DO INÍCIO DA AÇÃO FISCAL. 
 
• PERDÃO JUDICIAL 
 
O parágrafo 2º do art. 337-A traz hipótese de perdão judicial, além de 
um caso particular em que é cabívela aplicação exclusiva de multa. 
Veja: 
 
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente 
a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde 
que: 
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja 
igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, 
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de 
suas execuções fiscais. 
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Para os dois casos, além das condições subjetivas (ser primário e bons 
antecedentes), é necessário que o valor das contribuições devidas seja 
inferior ao teto fixado pela Previdência Social. 
• CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA 
 
O legislador achou por bem conferir um beneficio aos casos em que o 
empregador é PESSOA FÍSICA e possui folha de pagamento mensal de 
até R$ 1.510,00. Veja o disposto no CP: 
 
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento 
mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), 
o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar 
apenas a de multa. 
 
7.2.2 APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 
 
O legislador, também através da lei nº 9.983/00, inseriu o seguinte dispositivo 
no Código Penal: 
 
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições 
recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou 
convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A CONDUTA DEFINIDA NO “CAPUT” CONFIGURA O CHAMADO CRIME DE 
CONDUTA MISTA. 
MAS, PROFESSOR... O QUE É ISSO? 
É O DELITO QUE REÚNE UMA AÇÃO E UMA OMISSÃO NO MESMO TIPO. 
PERCEBA QUE, PARA A OCORRÊNCIA DO CRIME, PRIMEIRO O AGENTE 
RECOLHE (AÇÃO) E DEPOIS DEIXA DE REPASSAR (OMISSÃO). 
ENTRETANTO, APESAR DE SER CLASSIFICADO COMO DE CONDUTA 
MISTA, O STJ E O STF CLASSIFICAM O DELITO COMO OMISSIVO PRÓPRIO 
E ESTE DEVE SER O ENTENDIMENTO QUE VOCÊ DEVE LEVAR PARA SUA 
PROVA!!! 
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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela 
Lei nº 9.983, de 2000) 
 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei 
nº 9.983, de 2000) 
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância 
destinada à previdência social que tenha sido descontada de 
pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do 
público; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham 
integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de 
produtos ou à prestação de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 
2000) 
 
 
 
 
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas 
ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência 
social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000). 
 
 
 
 
PARA COMPREENDERMOS BEM O INCISO I, É NECESSÁRIO COMPARÁ-LO 
COM A ANTIGA REDAÇÃO PREVISTA NO ART. 95 DA LEI Nº 8.212/91. VEJA: 
 
“DEIXAR DE RECOLHER, NA ÉPOCA PRÓPRIA, CONTRIBUIÇÃO OU OUTRA 
IMPORTÂNCIA DEVIDA À SEGURIDADE SOCIAL E ARRECADADA DOS 
SEGURADOS OU DO PÚBLICO;” 
 
OBSERVE QUE O NOVO TIPO PENAL PASSOU A ABRANGER TAMBÉM OS 
RECOLHEDORES DE CONTRIBUIÇÕES DE TERCEIROS E SUBSTITUIU A 
EXPRESSÃO SEGURIDADE SOCIAL (PREVIDÊNCIA + ASSISTÊNCIA SOCIAL 
+ SAÚDE) PARA INCLUIR, DE FORMA RESTRITIVA, SOMENTE A 
EXPRESSÃO PREVIDÊNCIA SOCIAL. 
TRATA-SE DE CRIME PRÓPRIO, ENDEREÇADO ÀQUELES QUE REALIZAM 
DESPESAS CONTÁBEIS OU CUSTOS RELATIVOS À VENDA DE PRODUTOS 
OU À PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. 
NORMALMENTE NÃO É EXIGIDO EM PROVA!!! 
A MAIORIA DOS BENEFÍCIOS É PAGA DIRETAMENTE AO SEGURADO PELO 
INSS. OCORRE QUE, EM ALGUNS CASOS, A EMPRESA PAGA UM 
BENEFÍCIO E DEPOIS É REEMBOLSADA. 
VISA-SE COM ESTE DISPOSITIVO QUE A EMPRESA AGUARDE O 
REEMBOLSO PARA SÓ POSTERIORMENTE PAGAR O BENEFÍCIO. 
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 7.1.10.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: É a pessoa que tem o dever de repassar valores à 
Previdência. Trata-se de crime próprio. 
2. SUJEITO PASSIVO: Primariamente, é a previdência social e, de 
forma secundária, os próprios segurados lesados pelo não repasse. 
 
• ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo da conduta principal: 
• Deixar de repassar (as contribuições recolhidas dos 
contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional) 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo. 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. Consuma-se o delito na data do término do prazo convencional ou 
legal do repasse ou recolhimento das contribuições devidas ou do 
pagamento do benefício devido. 
2. Não é admissível a tentativa. 
 
• QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
 
É crime próprio e MATERIAL. 
 
• EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
 
Caro(a) aluno(a), lembra o que vimos com relação à extinção da 
punibilidade quando tratamos da sonegação de contribuição 
previdenciária? Aqui o legislador resolveu facilitar os seus estudos e 
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efetuou PRATICAMENTE um “CTRL-C + CTRL-V” (Copiar/Colar) no texto 
já estudado. Observe: 
 
Art. 168-A 
[...] 
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, 
declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, 
importâncias ou valores e presta as informações devidas à 
previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes 
do início da ação fiscal. 
 
Perceba que a diferença para a sonegação é que aqui há exigência do 
pagamento das contribuições, importâncias ou valores. Sendo assim, 
podemos concluir que, para que ocorra a extinção de punibilidade, deve 
o agente cumprir simultaneamente os seguintes requisitos: 
 
1. PESSOALIDADE � A retratação deve ser feita pelo 
PRÓPRIO agente. 
2. ESPONTANEIDADE � Devem ser espontâneas as condutas 
de declarar e confessar. 
3. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES DEVIDAS À 
PREVIDÊNCIA SOCIAL. 
4. ANTES DO INÍCIO DA AÇÃO FISCAL. 
 
5. PAGAMENTO 
 
 
• PERDÃO JUDICIAL 
 
Aqui o legislador também foi legal com você, pois trouxe o mesmo 
conceito da sonegação de contribuição previdenciária, incluindo apenas a 
necessidade do... PAGAMENTO!!! Assim como na extinção de 
punibilidade. Veja o disposto: 
 
IIGGUUAALL ÀÀ 
SSOONNEEGGAAÇÇÃÃOO DDEE 
CCOONNTTRRIIBBUUIIÇÇÃÃOO 
PPRREEVVIIDDEENNCCIIÁÁRRIIAA 
EXIGÊNCIA 
PRÓPRIA DA 
APROPRIAÇÃO 
INDÉBITA 
PREVIDENCIÁRIA 
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§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente 
a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde 
que: 
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de 
oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social 
previdenciária, inclusive acessórios; ou 
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja 
igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, 
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de 
suas execuções fiscais. 
Para os dois casos, além das condições subjetivas (ser primário e bons 
antecedentes), é necessário que o valor das contribuições devidas seja 
igual ou inferior ao teto fixado pela Previdência Social e que o 
pagamento seja feito antesde oferecida a denúncia. 
Vejamos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AÇÃO 
FISCAL 
OFERECIMENTO 
DA DENÚNCIA 
VALOR DAS CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS, INCLUSIVE ACESSÓRIOS, IGUAL OU 
INFERIOR ÀQUELE ESTABELECIDO PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL. 
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Para finalizar a apropriação indébita previdenciária, observe este 
interessante julgado do STJ que resume grande parte do que vimos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
STJ - RECURSO ESPECIAL: REsp 888947 PB 2006/0207474-2 
Processual penal. Recurso especial. Apropriação indébita 
previdenciária. 
1. O dolo do crime de apropriação indébita previdenciária é a 
consciência e a vontade de não repassar à Previdência, dentro do 
prazo e na forma da lei, as contribuições recolhidas, não se exigindo a 
demonstração de especial fim de agir ou o dolo específico de fraudar a 
Previdência Social como elemento essencial do tipo penal. 
2. Ao contrário do que ocorre na apropriação indébita comum, não se 
exige o elemento volitivo consistente no animus rem sibi habendi 
(dolo específico) para a configuração do tipo inscrito no art. 168-A do 
Código Penal. 
3. Sendo assim, o registro nos livros contábeis e a declaração ao 
Poder Público dos descontos não recolhidos, conquanto sejam 
utilizados para comprovar a inexistência da intenção de se apropriar 
dos valores arrecadados, não têm reflexo na apreciação do elemento 
subjetivo do referido delito. 
4. Trata-se de crime omissivo próprio, em que o tipo objetivo é 
realizado pela simples conduta de deixar de recolher as contribuições 
previdenciárias aos cofres públicos no prazo legal, após a retenção do 
desconto. 
5. A alegada impossibilidade de repasse de tais contribuições em 
decorrência de crise financeira da empresa constitui, em tese, causa 
supralegal de exclusão da culpabilidade -inexigibilidade de conduta 
diversa -, e, para que reste configurada, é necessário que o julgador 
verifique a sua plausibilidade, de acordo com os fatos concretos 
revelados nos autos, não bastando para tal a referência a meros 
indícios de insolvência da sociedade. 
6. O ônus da prova, nessa hipótese, compete à defesa, e não à 
acusação, por força do art. 156 do CPP. 
7. Recurso conhecido e provido para denegar a ordem de habeas 
corpus e, conseqüentemente, determinar o prosseguimento da ação 
penal. 
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7.3 LEGISLAÇÃO SOBRE PRISÃO ESPECIAL PARA OS 
DIRIGENTES DE ENTIDADES SINDICAIS - (LEI N. 2.860, DE 
31/08/56). 
 
Caros alunos, esta lei, exigida em alguns poucos editais (como, por exemplo, o 
último para Auditor Fiscal da Receita Federal e AFT), restringe-se ao seguinte: 
 
Art. 1º - Terão direito à prisão especial os dirigentes de entidades 
sindicais de todos os graus e representativas de empregados, 
empregadores, profissionais liberais, agentes e trabalhadores 
autônomos. 
Art. 2º - O empregado eleito para a função de representação 
profissional ou para cargo de administração sindical, quando sujeito 
a prisão antes de condenação definitiva, será recolhido a prisão 
especial à disposição da autoridade competente. 
 
Apesar do art. 5.° da Constituição da República consagrar o princípio da 
igualdade, estabelecendo que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza", a Lei Maior, o Código de Processo Penal e a legislação 
extravagante conferem a certas pessoas o direito à prisão especial, ou seja, o 
"privilégio" de ficar preso em cela ou estabelecimento penal ou não, diverso do 
cárcere comum, até o julgamento final ou o trânsito em julgado da decisão penal 
condenatória. 
A prisão especial é concedida às pessoas que, pela relevância do cargo, função, 
emprego ou atividade desempenhada na sociedade nacional, regional ou local, ou 
pelo grau de instrução, estão sujeitas à prisão cautelar decorrente de infração 
penal. Abrange autoridades civis e militares dos três poderes da República e pode 
ser relacionada à natureza do crime, à qualidade da pessoa e à fase do processo. 
Esta lei é extremamente contestada, pois é difícil concluir o porquê de dirigentes 
de entidades sindicais possuírem determinados privilégios não extensíveis à 
maioria da população, tal qual a prisão especial. 
Desta forma, para sua PROVA, basta uma simples leitura dos dispositivos legais 
e, em minha opinião, dificilmente este assunto será exigido. 
 
 
 
 
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Futuro(a) Aprovado!!! 
 
Chegamos ao último tópico da nossa aula e a cada tema você fica 
mais perto do seu sonho... Respire fundo e siga em frente que em 
breve a recompensa virá!!! 
 
***************************************************************** 
 
7.4 DOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA 
 
Caro (a) aluno (a), a partir de agora começaremos a tratar da lei nº 8.137/90 
que versa sobre os crimes contra a ordem tributária. Darei uma rápida passada 
pelos crimes praticados por particulares a fim de facilitar o seu entendimento 
global. 
 
7.4.1 DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULARES 
 
Constituem-se crimes os atos praticados por particulares, visando suprimir ou 
reduzir tributo ou contribuição social e qualquer acessório, através da prática 
das condutas definidas nos artigos 1º e 2º, da Lei 8.137/1990. 
O art. 1º da lei nº. 8.137/90 é um dos mais exigidos em prova. Segundo ele, 
constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo ou 
contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: 
• Omitir informação ou prestar declaração falsa às autoridades 
fazendárias; 
• Fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos ou 
omitindo operação de qualquer natureza em documento ou livro 
exigido pela lei fiscal; 
• Falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda ou 
qualquer outro documento relativo à operação tributável; 
• Elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba 
ou deva saber falso ou inexato; 
• Negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou 
documento equivalente relativo à venda de mercadoria ou prestação 
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de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-lo em desacordo com a 
legislação. 
 
Complementando as condutas tipificadas no art. 1º da lei nº. 8.137/90, o art. 
2º vem dizer que constitui crime da mesma natureza: 
• Fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou 
fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou 
parcialmente, de pagamento de tributo; 
• Deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição 
social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de 
obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos; 
• Exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, 
qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de 
imposto ou de contribuição como incentivo fiscal; 
• Deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo 
fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de 
desenvolvimento; 
• Utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que 
permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação 
contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública. 
 
Por fim,o art. 12 vem definir que: 
Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um terço) 
até a metade as penas previstas nos arts. 1°, 2° [...]: 
 I - ocasionar grave dano à coletividade; 
 II - ser o crime cometido por servidor público no exercício de suas 
funções; 
 III - ser o crime praticado em relação à prestação de serviços ou 
ao comércio de bens essenciais à vida ou à saúde. 
 
Recentemente foi aprovado o enunciado da Súmula Vinculante n. 24, que 
trata dos crimes contra a ordem tributária, nos seguintes termos: 
 
"Não se tipifica crime material contra a ordem 
tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 
8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo". 
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O teor desta súmula leva a uma importante consideração, originada no direito 
penal, com marcantes conseqüências na esfera tributária. Trata-se da 
distinção conceitual existente entre os crimes materiais, enquadrados pela 
súmula vinculante, e os crimes formais. 
Como você já sabe, crimes materiais são aqueles delitos que apenas se 
reputam consumados com a materialização do resultado previsto no tipo 
penal. Em outras palavras, não basta a ação ou omissão do agente, sendo 
necessário que o resultado lesivo tenha sido devidamente atingido com a ação 
ou omissão. 
Por outro lado, crimes formais são aqueles nos quais, embora seja previsto o 
resultado lesivo, este não é necessário para que o crime seja considerado 
consumado. Assim, no crime formal, o delito se consuma com a simples ação 
ou omissão típica, sem que se atualize o resultado previsto. 
Conforme reconhece a própria súmula vinculante, os delitos previstos no art. 
1º da Lei n. 8.137/90 são crimes materiais, isto é, são crimes que apenas se 
consumam com a realização do resultado, que, na espécie, coincide com a 
supressão ou redução do imposto devido. 
Ocorre que a existência de supressão ou redução dos tributos apenas pode ser 
declarada mediante atividade administrativa de lançamento, com a 
constituição do referido crédito tributário, o qual ainda poderá ser objeto de 
impugnação por parte do contribuinte. 
Sendo assim, a constituição definitiva do crédito tributário é necessária, pois 
ela é que possibilita a avaliação da existência do elemento "resultado", 
necessário à consumação do crime material. Portanto, sem a constituição 
definitiva do crédito tributário, não pode haver ação penal, muito menos 
condenação por crime previsto no art. 1º da Lei n. 8.137/90. 
Sem embargo, a mesma situação não se estende às condutas previstas no 
art. 2º da Lei n. 8.137/90, que estabelece crimes formais contra a ordem 
tributária; ou seja, que determina a existência de condutas tipificadas 
penalmente, independentemente da realização do resultado de supressão ou 
redução de tributos. 
Como se percebe, nenhuma das condutas tipificadas no art. 2º exige a efetiva 
redução do tributo. Pelo contrário, tais crimes têm como objetivo apenas 
antecipar a tutela penal para um âmbito pré-lesão ao erário, afastando o 
direito penal tributário do clássico princípio da lesividade. 
Disto decorre o fato de que, para os crimes do art. 2º da Lei n. 8.137/90, não 
é necessária a constituição definitiva do crédito tributário, vez que o resultado 
lesivo ao erário é apenas indiretamente mencionado, não sendo essencial à 
consumação dos crimes previstos neste artigo, que, portanto, classificam-se 
como crimes formais. 
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Este é o entendimento do Supremo Tribunal Federal, conforme publicado no 
Informativo STF n. 560: 
 
7.4.2 DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIOS 
PÚBLICOS 
 
A partir de agora trataremos dos crimes contra a ordem tributária praticados 
por funcionários públicos. ATENÇÃO TOTAL!!! 
“Mas professor... Mais crimes praticados por funcionários públicos??? Assim 
não é possível!!!!” 
O Tribunal conheceu de embargos de declaração para, emprestando-lhes 
efeitos modificativos, negar provimento a recurso ordinário em habeas corpus, 
de forma a permitir o prosseguimento de inquérito policial instaurado contra a 
paciente, acusada pela suposta prática dos crimes previstos no art. 2º, I, da Lei 
8.137/90 (sonegação fiscal) e no art. 203 do CP ("Frustrar, mediante fraude ou 
violência, direito assegurado pela legislação do trabalho") - v. Informativo 513. 
Na espécie, o acórdão embargado dera parcial provimento ao recurso ordinário 
para trancar o inquérito policial relativamente ao crime de sonegação fiscal, 
aplicando o entendimento firmado pela Corte no sentido de que o prévio 
exaurimento da via administrativa é condição objetiva de punibilidade, não 
havendo se falar, antes dele, em consumação do crime material contra a 
Ordem Tributária, haja vista que, somente após a decisão final do 
procedimento administrativo fiscal é que será considerado lançado, 
definitivamente, o referido crédito. 
Asseverou-se que tal orientação jurisprudencial seria inerente ao tipo penal 
descrito no art. 1º, I, da Lei 8.137/90, classificado como crime material, que se 
consuma quando as condutas nele descritas produzem como resultado a efetiva 
supressão ou redução do tributo. 
Observou-se que o crime de sonegação fiscal, por sua vez, é crime formal que 
independe da obtenção de vantagem ilícita em desfavor do Fisco, bastando a 
omissão de informações ou a prestação de declaração falsa, isto é, não 
demanda a efetiva percepção material do ardil aplicado. 
Daí que, no caso, em razão de o procedimento investigatório ter por objetivo a 
apuração do possível crime do art. 2º, I, da Lei 8.137/90, a decisão definitiva 
no processo administrativo seria desnecessária para a configuração da justa 
causa imprescindível à persecução penal. RHC 90532 ED/CE, rel. Min. Joaquim 
Barbosa, 23.9.2009. (RHC-90532) 
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É possível sim, e não só possível como fácil. Observe o que dispõe a lei nº 
8.137/90 no capítulo I, Seção II: 
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos 
previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - 
Código Penal (Título XI, Capítulo I): 
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de 
que tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, 
total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato 
de tributo ou contribuição social; 
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu 
exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar 
promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo 
ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, 
de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário 
público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Perceba que os crimes apresentados nos incisos I, II e III são bem 
semelhantes a alguns já vistos: 
 
• Inciso I � Semelhante ao delito de extravio, sonegação ou inutilização 
de livro ou documento. Veja: 
 
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que 
tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total 
ou parcialmente. 
 
 
 
 
 
 
 
DIFERENÇAS 
 
ACRESCENTA AO DELITO DE EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO 
DE LIVRO OU DOCUMENTO UM RESULTADO NATURALÍSTICO, QUAL SEJA: 
ACARRETAR PAGAMENTO INDEVIDO OU INEXATO DETRIBUTO OU CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 
 
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• Inciso II � União do crime de concussão com a corrupção passiva: 
 
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida. 
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas 
em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal 
vantagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Inciso III � Semelhante ao delito de advocacia administrativa. Observe: 
 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado 
perante a administração pública, valendo-se da qualidade de 
funcionário. 
 
 
 
 
 
 
Visto isso, fica claro que para sua PROVA, no que diz respeito aos crimes 
funcionais contra a ordem tributária, basta conhecer bem os delitos estudados 
quando tratamos dos Crimes contra a Administração Pública e ter conhecimento 
das diferenças em relação a eles. 
DIFERENÇAS 
 
APÓS UNIR OS VERBOS CORRESPONDENTES À CONCUSSÃO E À 
CORRUPÇÃO PASSIVA, ACRESCENTA UM FIM ESPECIAL: 
PARA DEIXAR DE LANÇAR OU COBRAR TRIBUTO OU 
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL, OU COBRÁ-LOS PARCIALMENTE. 
 
DIFERENÇAS 
 
SUBSTITUI A EXPRESSÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA POR 
ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA. 
 
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7.4.3 EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
 
A extinção da punibilidade dos crimes contra a ordem tributária (sonegação fiscal) 
era disciplinada pelo artigo 14 da Lei n.º 8137/90 que determinava que o 
pagamento do débito tributário feito antes do recebimento da denúncia criminal 
era causa excludente da punibilidade, mas foi revogado pelo art. 98 da Lei n.º 
8.383/91. 
O art. 34 da Lei n.º 9.249/95, contudo, voltou a admitir a mencionada extinção 
da punibilidade. Observe: 
 
Art. 34. Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos na Lei nº 
8.137, de 27 de dezembro de 1990, e na Lei nº 4.729, de 14 de 
julho de 1965, quando o agente promover o pagamento do tributo 
ou contribuição social, inclusive acessórios, antes do recebimento 
da denúncia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7.4.4 PENA DE MULTA 
 
Como você deve ter percebido, nos arts. 1º a 3º, temos a definição da 
aplicabilidade da pena de multa quando da ocorrência dos delitos. 
O art. 8º da lei nº 8.137/90 vem definir regras para a aplicabilidade de tal 
sanção. Observe: 
 
RECEBIMENTO 
DA DENÚNCIA 
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Art. 8° Nos crimes definidos nos arts. 1° a 3° desta lei, a pena de 
multa será fixada entre 10 (dez) e 360 (trezentos e sessenta) dias-
multa, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e 
prevenção do crime. 
Parágrafo único. O dia-multa será fixado pelo juiz em valor não 
inferior a 14 (quatorze) nem superior a 200 (duzentos) Bônus do 
Tesouro Nacional BTN. 
 
Complementando o art. 8º, temos o art. 10, dispositivo este constantemente 
exigido em PROVAS. Sendo assim, atenção: 
 
 Art. 10. Caso o juiz, considerado o ganho ilícito e a situação 
econômica do réu, verifique a insuficiência ou excessiva 
onerosidade das penas pecuniárias previstas nesta lei, poderá 
diminuí-las até a décima parte ou elevá-las ao décuplo. 
 
 7.4.5 DELAÇÃO PREMIADA 
 
Nos termos do parágrafo único do art. 16 da lei nº. 8.137/90, o co-autor ou 
partícipe que, através de confissão espontânea, revelar à autoridade policial ou 
judicial toda a trama delituosa, terá a sua pena reduzida de um a dois terços. 
 
Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério 
Público nos crimes descritos nesta lei, fornecendo-lhe por escrito 
informações sobre o fato e a autoria, bem como indicando o tempo, 
o lugar e os elementos de convicção. 
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em 
quadrilha ou co-autoria, o co-autor ou partícipe que através de 
confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda a 
trama delituosa terá a sua pena reduzida de um a dois terços 
 
 7.4.6 AÇÃO PENAL E REPRESENTAÇÃO FISCAL 
 
Nos crimes contra a ordem tributária, a ação penal é PÚBLICA 
INCONDICIONADA. 
A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes contra a ordem 
tributária definidos nos arts. 1º e 2º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 
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1990, será encaminhada ao Ministério Público depois de proferida a decisão 
final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário 
correspondente. 
 
***************************************************************** 
Caro(a) Aluno(a) 
 
Parabéns por mais uma aula vencida. 
 
Há pouco tempo você estava no início da nossa “EESSCCAADDAA DDOO DDIIRREEIITTOO PPEENNAALL 
RRUUMMOO ÀÀ AAPPRROOVVAAÇÇÃÃOO” e agora faltam poucos degraus para atingir a última aula e 
garantir importantes pontos no concurso que, apesar de não estar com o edital 
aberto, cada vez mais se aproxima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que deixa tudo mais interessante é que só depende de você, do seu esforço, do 
seu empenho, da sua força de vontade e da sua dedicação... E por falar em 
dedicação... É hora de praticar com os exercícios. 
 
Abraços e bons estudos, 
 
Pedro Ivo 
 
"A diferença entre uma pessoa de sucesso e as outras não é falta de força, nem a 
falta de conhecimento, mas particularmente a falta de determinação.” 
(Vince Lombardi) 
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RESUMO DA MATÉRIA APRESENTADA 
 
CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 
CRIME CONDUTA CONSUMAÇÃO TENTATIVA 
ATENTADO CONTRA 
A LIBERDADE DE 
TRABALHO 
Constranger alguém, 
mediante violência ou grave 
ameaça: 
I- A exercer ou não exercer 
arte, ofício, profissão ou 
indústria, ou a trabalhar ou 
não trabalhar durante certo 
período ou em determinados 
dias 
II- A abrir ou fechar o seu 
estabelecimento de trabalho 
ou a participar de parede ou 
paralisação de atividade eco-
nômica. 
 
Na primeira modalidade, 
com o EFETIVO exercício 
ou com a suspensão do 
exercício de arte, ofício, 
profissão ou indústria. 
Na segunda, com o 
trabalho ou suspensão 
deste. 
Na terceira, com a 
abertura ou fechamento do 
estabelecimento. 
Na quarta, com a 
paralisação da atividade 
econômica. 
ATENTADO CONTRA 
A LIBERDADE DE 
CONTRATO DE 
TRABALHO E 
BOICOTAGEM 
VIOLENTA 
Constranger alguém, 
mediante violência ou grave 
ameaça, a celebrar contrato 
de trabalho ou a não fornecer 
a outrem ou não adquirir de 
outrem matéria-prima ou 
produto industrial ou agrícola. 
Consuma-se com a cele-
bração deste e, no caso da 
boicotagem, no momento 
em que a pessoa 
constrangida não fornece 
ou adquire os produtos. 
ATENTADO CONTRA 
A LIBERDADE DE 
ASSOCIAÇÃO 
Constranger alguém, 
mediante violência ou grave 
ameaça, a participar ou deixar 
de participar de determinado 
sindicato ou associação 
profissional. 
Consuma-se o delito no 
momento em que a pessoa 
constrangida passa ou não 
a fazer farte de sindicato 
ou associação profissional. 
PARALISAÇÃO DE 
TRABALHO, 
SEGUIDA DE 
VIOLÊNCIA OU 
PERTURBAÇÃO DA 
Participar de suspensão ou 
abandono coletivo de 
trabalho,praticando violência 
contra pessoa ou contra coisa. 
***Para que se considere 
Consuma-se o delito com a 
prática da violência. 
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ORDEM coletivo o abandono de 
trabalho é indispensável o 
concurso de, pelo menos, três 
empregados. 
PARALISAÇÃO DE 
TRABALHO DE 
INTERESSE 
COLETIVO 
Participar de suspensão ou 
abandono coletivo de 
trabalho, provocando a 
interrupção de obra pública 
ou serviço de interesse 
coletivo. 
Consuma-se o delito com a 
interrupção de obra 
pública ou serviço de 
interesse coletivo. 
INVASÃO DE 
ESTABELECIMENTO 
INDUSTRIAL, 
COMERCIAL OU 
AGRÍCOLA. 
SABOTAGEM 
Invadir ou ocupar 
estabelecimento industrial, 
comercial ou agrícola, com o 
intuito de impedir ou 
embaraçar o curso normal do 
trabalho ou, com o mesmo 
fim, danificar o 
estabelecimento ou as coisas 
nele existentes ou delas 
dispor. 
Consuma-se o delito no 
instante em que o agente 
invade ou ocupa 
estabelecimento industrial, 
comercial ou agrícola. 
Na sabotagem, consuma-
se quando o sujeito ativo 
danifica as coisas ou no 
instante que dispõe dos 
objetos do 
estabelecimento. 
 
 
FRUSTRAÇÃO DE 
DIREITO 
ASSEGURADO POR 
LEI TRABALHISTA 
Frustrar, mediante fraude ou 
violência, direito assegurado 
pela legislação do trabalho. 
Obrigar ou coagir alguém a 
usar mercadorias de 
determinado estabelecimento, 
para impossibilitar o 
desligamento do serviço em 
virtude de dívida. 
Impedir alguém de se desligar 
de serviços de qualquer 
natureza, mediante coação ou 
por meio da retenção de seus 
documentos pessoais ou 
contratuais. 
 
A pena é aumentada de um 
sexto a um terço se a vítima é 
menor de dezoito anos, idosa, 
Consuma-se o delito no 
instante em que o 
empregado não pode 
exercer direito assegurado 
pela legislação trabalhista. 
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gestante, indígena ou 
portadora de deficiência física 
ou mental. 
FRUSTRAÇÃO DE 
LEI SOBRE A 
NACIONALIZAÇÃO 
DO TRABALHO 
Frustrar, mediante fraude ou 
violência, obrigação legal 
relativa à nacionalização do 
trabalho. 
Consuma-se o delito com a 
frustração de lei que 
disponha sobre a 
nacionalização do trabalho. 
EXERCÍCIO DE 
ATIVIDADE COM 
INFRAÇÃO DE 
DECISÃO 
ADMINISTRATIVA 
Exercer atividade de que está 
impedido por decisão 
administrativa. 
Consuma-se o delito com a 
reiteração de atos 
relacionados à atividade 
impedida por decisão 
administrativa. 
ALICIAMENTO PARA 
O FIM DE 
EMIGRAÇÃO 
Recrutar trabalhadores, 
mediante fraude, com o fim 
de levá-los para território 
estrangeiro. 
Consuma-se o delito com o 
recrutamento mediante 
fraude, 
independentemente da 
emigração. 
ALICIAMENTO DE 
TRABALHADORES 
DE UM LOCAL PARA 
OUTRO DO 
TERRITÓRIO 
NACIONAL 
Aliciar trabalhadores com o 
fim de levá-los de uma para 
outra localidade do território 
nacional. 
 
Recrutar trabalhadores fora 
da localidade de execução do 
trabalho, dentro do território 
nacional, mediante fraude ou 
cobrança de qualquer quantia 
do trabalhador ou, ainda, não 
assegurar condições do seu 
retorno ao local de origem. 
 
A pena é aumentada de um 
sexto a um terço se a vítima é 
menor de dezoito anos, idosa, 
gestante, indígena ou 
portadora de deficiência física 
ou mental. 
 
Consuma-se o delito com o 
aliciamento, independente-
mente da emigração de 
um local para outro dentro 
do território nacional. 
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CRIMES CONTRA A PREVIDÊNCIA 
CRIME CONDUTA CONSUMAÇÃO TENTATIVA 
APROPRIAÇÃO 
INDÉBITA 
PREVIDENCIÁRIA 
Deixar de repassar à 
previdência social as 
contribuições recolhidas dos 
contribuintes, no prazo e 
forma legal ou convencional. 
Recolher, no prazo legal, 
contribuição ou outra 
importância destinada à 
previdência social que tenha 
sido descontada de 
pagamento efetuado a 
segurados, a terceiros ou 
arrecadada do público. 
Recolher contribuições 
devidas à previdência social 
que tenham integrado 
despesas contábeis ou custos 
relativos à venda de produtos 
ou à prestação de serviços. 
Pagar benefício devido a 
segurado, quando as 
respectivas cotas ou valores 
já tiverem sido reembolsados 
à empresa pela previdência 
social. 
*** É extinta a punibilidade 
se o agente, 
espontaneamente, declara, 
confessa e efetua o 
pagamento das contribuições, 
importâncias ou valores e 
presta as informações devidas 
à previdência social, na forma 
definida em lei ou 
regulamento, antes do início 
da ação fiscal 
*** É facultado ao juiz deixar 
de aplicar a pena ou aplicar 
Consuma-se o delito na 
data do término do prazo 
convencional ou legal do 
repasse ou recolhimento 
das contribuições devidas 
ou do pagamento do 
benefício devido. 
 
 
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somente a de multa se o 
agente for primário e de bons 
antecedentes, desde que: 
 I – tenha promovido, após o 
início da ação fiscal e antes de 
oferecida a denúncia, o 
pagamento da contribuição 
social previdenciária, inclusive 
acessórios; ou 
II – o valor das contribuições 
devidas, inclusive acessórios, 
seja igual ou inferior àquele 
estabelecido pela previdência 
social, administrativamente, 
como sendo o mínimo para o 
ajuizamento de suas 
execuções fiscais. 
SONEGAÇÃO DE 
CONTRIBUIÇÃO 
PREVIDENCIÁRIA 
Suprimir ou reduzir 
contribuição social 
previdenciária e qualquer 
acessório, mediante as 
seguintes condutas: 
I – omitir de folha de 
pagamento da empresa ou de 
documento de informações 
previsto pela legislação 
previdenciária segurados 
empregado, empresário, 
trabalhador avulso ou 
trabalhador autônomo ou a 
este equiparado que lhe 
prestem serviços; 
II – deixar de lançar 
mensalmente nos títulos 
próprios da contabilidade da 
empresa as quantias 
descontadas dos segurados 
ou as devidas pelo 
empregador ou pelo tomador 
de serviços; 
III – omitir, total ou 
Consuma-se o delito com a 
efetiva supressão ou 
redução da contribuição 
social previdenciária. 
 
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parcialmente, receitas ou 
lucros auferidos, 
remunerações pagas ou 
creditadas e demais fatos 
geradores de contribuições 
sociais previdenciárias. 
 
***É extinta a punibilidade se 
o agente, espontaneamente, 
declara e confessa as 
contribuições, importâncias 
ou valores e presta as 
informações devidas à 
previdência social, na forma 
definida em lei ou 
regulamento, antes do início 
da ação fiscal. 
***É facultado ao juiz deixar 
de aplicar a pena ou aplicar 
somente a de multa se o 
agente for primário e de bons 
antecedentes, desde que: 
II – o valor das contribuições 
devidas, inclusive acessórios, 
seja igual ou inferior àquele 
estabelecido pela previdência 
social, administrativamente, 
como sendo o mínimo para o 
ajuizamento de suas 
execuções fiscais. 
 
 
 
 
 
 
 
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PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA 
 
Atentado contra a liberdade de trabalho 
Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça: 
I - a exercer ou não exercer

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