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Contrarrazões- Lucas Moraes

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 99ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE TERESINA, ESTADO DO PIAUÍ
Autos n º XXXXXXXXXXXXX.
RESTAURANTE AMARGO LTDA., já qualificada nos autos da RECLAMATÓRIA TRABALHISTA em que é autor RENATO, vem, através do seu advogado regularmente constituído, com o devido respeito e acatamento perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 900 da Consolidação das Leis de Trabalho, oferecer as:
CONTRARRAZÕES AO RECURSO ORDINÁRIO
Para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região.
 
Diante do exposto, requer o recebimento das contrarrazões apresentadas e a sua remessa ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho.
Nestes termos,
Pede-se deferimento.
Curitiba, XX de maio de 2020.
Advogado
OAB/PR.
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA VIGÉSIMA SEGUNDA REGIÃO.
AUTOS: XXXXXXXXXXXXX
ORIGEM: 99ª VARA DO TRABALHO DE TERESINA – PIAUÍ
RECORRENTE: RENATO
RECORRIDA: RESTAURANTE AMARGO LTDA
EMÉRITOS JULGADORES:
 I – SÍNTESE DA LIDE.
Renato, ora Recorrente, aforou a Reclamatória Trabalhista em face do Restaurante Amargo LTDA (adiante Recorrido), arguindo, dentre outros pedidos:
1. Que trabalhou como motorista para a Recorrida, tendo sempre recebido salário fixo no valor de R$ 1.600,00 (mil e seiscentos reais) mensais;
2. Afirmou que diariamente dirigia o veículo com as refeições solicitadas pelos clientes, as quais eram entregues por um ajudante;
3. Aduz que foi dispensado imotivadamente após dois anos de serviços.
4. Assim, ajuizou ação trabalhista distribuída à 99, Vara do Trabalho de Teresina/PI, pleiteando diferenças salariais decorrentes do piso salarial estipulado para os funcionários em bares e restaurantes, conforme a convenção coletiva firmada pelo sindicato dos bares e restaurantes com o sindicato dos garçons e ajudantes em bares e restaurantes, ambos do estado do Piauí.
5. Pleiteou também o pagamento extraordinário pelo tempo de duração de viagem de ida e volta ao trabalho, pois ficava com o carro da empresa que dirigia e que ficava sob a sua guarda.
6. Alegou que de sua residência para o local do trabalho havia apenas três linhas diretas de ônibus com tarifa modal em cada horário, sendo o transporte insuficiente.
7. Requereu salário in natura pelo uso do veículo do empregador, o qual ficava com em sua garagem ao longo da semana útil, com a obrigação de deixa-lo na garagem durante o fim de semana de folga, bem como nas férias.
8. Solicitou a integração de diárias de viagem, recebidas no valor de R$ 400,00 (quatrocentos reais) por cada viagem ocorrida, relatando que ao longa do contrato viajou a serviço por três ocasiões, em três meses diferentes.
9. Por último, requereu diferenças salarias decorrentes de equiparação salarial com outro motorista, o qual inicialmente trabalhava com maitre, mas por força de decisão do INSS, por limitação física, teve sua função alterada, quando percebia R$ 2.000,00 (dois mil reais) mensalmente.
Diante dos fatos e pedidos, ato contínuo, na audiência foram entregues defesas e prova documental, foram dispensados os depoimentos pessoais. O Recorrente declarou não ter outras provas. 
No entanto, a Recorrida requereu a oitiva de uma testemunha, a qual foi indeferida pelo magistrado, sendo registrado na ata de audiência o inconformismo da Recorrida, visto que foi violado o princípio da ampla defesa.
Após o encerramento da audiência, o magistrado prolatou a sentença de improcedência total dos pedidos, fixando custas em R$ 500,00 (quinhentos reais).
Inconformado, Renato interpôs o recurso ordinário em face da sentença que julgou improcedente os pedidos.
Assim, por tudo o que foi ilustrado, os argumentos trazidos pelo Recorrente não merecem acolhimento, o que se faz necessário manter a acertada r. sentença proferida pelo juízo a quo, pois está em conformidade com as normas vigentes e pacífica jurisprudência dos tribunais, acerca das verbas rescisórias pleiteadas pelo Recorrente, conforme as razões de fato e de direito a seguir expostas.
PRELIMINARMENTE
I – DA INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO E A SUA DESERÇÃO
Antes de adentrar ao mérito das razões recursais, faz-se necessário abordar a intempestividade e a deserção do Recurso Ordinário interposto pela Reclamante.
Primeiramente, deve ser negado o conhecimento do Recurso Ordinário, isto porque, como se verifica, o Recorrente interpôs o recurso após o decurso do prazo legal de 8 (oito) dias, protocolando a peça recursal apenas 15 dias depois da notificação da improcedência da Reclamatória trabalhista.
O art. 895, inc. I da CLT é expresso ao apontar que o prazo é de 8 (oito) dias.
No mesmo sentindo, o Recorrente não recolheu às custas do preparo recursal. Para a interposição do recurso é necessário o recolhimento do depósito recursal e das custas processuais, de acordo com o art. 899 da CLT.
Desta forma, sendo a tempestividade e o preparo requisitos obrigatórios de admissibilidade do Recurso Ordinário e, considerando que o Recorrente não preencheu tais requisitos obrigatórios, pugna-se, desde logo, pelo não conhecimento do recurso.
II – DO CERCEAMENTO DE DEFESA.
Caso a colenda turma entenda que o recurso deva ser acolhido, deve ser declarada a nulidade da r. sentença, uma vez que a decisão do juízo de origem de não deferiu a produção de prova testemunhal feriu o princípio da ampla defesa.
Como já informado, a juízo de origem indeferiu o pleito de oitiva de testemunha da Recorrida na audiência, momento em que foi consignado em ata a recusa, com as impugnações feitas pela recorrida.
Destarte, para restabelecer o princípio da ampla defesa e viabilizar para as Reclamadas o pleno exercício da defesa dos seus direitos, requer-se digne este emérito colegiado de anular o presente processo, aproveitando os atos supervenientes não conflitantes com a razão da anulação, com o consequente retorno dos autos à instância "a quo" , determinando que a MM. Juiz de 1º grau permita a produção completa de prova pleiteada pela Recorrida.
.
III – DO MÉRITO 
III.I – DA INAPLICABILIDADE DA NORMA COLETIVA.
O Recorrente teve seu pedido de diferenças salarias julgado improcedente. Assim, requer o acolhimento do recurso para que seja reconhecida as diferenças salariais pela aplicação da convenção coletiva firmada pelo sindicato dos bares e restaurantes com o sindicado dos garçons e ajudantes em bares e restaurantes do estado do Piauí.
No entanto, mais uma vez deve ser negado o pedido, mantendo-se assim a r. sentença que não reconheceu as diferenças salariais.
Isto porque, o Recorrente tinha como função de motorista da Recorrida, realizando entrega de alimentos para os clientes, com o auxílio de um ajudante.
A função de motorista é uma categoria diferenciada, contendo o próprio estatuto que dispõe sobre o exercício da sua profissão, a Lei 13.103/15 (estatuto do motorista)
Neste sentido, o art. 511, § 3 da CLT é expresso ao afirmar que a norma coletiva não se aplica a categoria profissional diferenciada, não fazendo jus o Recorrente ao pleito de diferenças salariais.
Assim entende o TST, conforme a súmula 374:
Súmula nº 374 do TST
NORMA COLETIVA. CATEGORIA DIFERENCIADA. ABRANGÊNCIA (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 55 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o direito de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento coletivo no qual a empresa não foi representada por órgão de classe de sua categoria. (ex-OJ nº 55 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996)
Assim, a sentença deve ser mantida, com o desprovimento do Recurso Ordinário.
III. II – DA INCIDÊNCIA DAS HORAS IN ITINERE
O Magistrado a quo indeferiu o pleito de incidência das horas in itinere. Irresignado, o Recorrente busca o acolhimento para que incida as horas, sob o argumento de que sua residência para o local do trabalha havia apenas três linhas diretas de ônibus, com tarifa modal em cada horário, sendo o transporte insuficiente.
A improcedência do pedido deve ser mantida, pois com o advento da reforma trabalhista (Lei 13467/17), o empregador ficou desobrigadoquanto ao pagamento de horas in itinere, denominadas como horas de trajeto ou percurso.
O art. 58, §º2 da CLT aponta que “ O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador”. Esta nova redação se deu com a reforma trabalhista, conforme mencionado acima.
Ainda, o TST sumulou este entendimento, nos termos da Súmula 90.
Súmula nº 90 do TST
HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE SERVIÇO (incorporadas as Súmulas nºs 324 e 325 e as Orientações Jurisprudenciais nºs 50 e 236 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu retorno é computável na jornada de trabalho. (ex-Súmula nº 90 - RA 80/1978, DJ 10.11.1978)
II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado e os do transporte público regular é circunstância que também gera o direito às horas "in itinere". (ex-OJ nº 50 da SBDI-1 - inserida em 01.02.1995)
III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas "in itinere". (ex-Súmula nº 324 – Res. 16/1993, DJ 21.12.1993)
IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público. (ex-Súmula nº 325 – Res. 17/1993, DJ 21.12.1993)
V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo. (ex-OJ nº 236 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001).
Portanto, o pedido do Recorrente pela reforma da sentença a quo não merece prosperar.
III. III – DO DESCABIMENTO DO SALÁRIO IN NATURA.
O Recorrente foi vencido, também, quanto ao pedido de salário in natura, o qual alegou que usava o veículo da Recorrida. Aduziu que o veículo ficava em sua garagem ao longa da semana útil, com a obrigação de deixa-lo na garagem durante o fim de semana de folga, bem como nas férias.
Inconformado com a decisão de primeiro grau, o Recorrente pede que a sentença seja reformada com o reconhecimento do salário in natura como devido.
Pois bem. O desprovimento deste pedido é a medida necessária mais uma vez. Ora, o Recorrente em nenhum momento afirmou ou comprovou que o veículo era utilizado também para fins particulares. Ao contrário, aduziu que era usada o carro apenas para entrega, ficando apenas obrigado a cuidar do veículo, ou seja, o veículo ficava sob sua guarda, inclusive em sua casa na garagem. Além do mais, o próprio Recorrente afirma que não poderia utiliza-lo no fim de semana para fins próprios.
Ou seja, aplica-se o art. 458, §2, inc. II da CLT, que salienta o afastamento da verba contraprestacional quando o veículo não é utilizado para o particular do empregado.
Sendo assim, o pedido não merece prosperar, devendo a sentença ser mantida com a improcedência deste pedido.
III. IV – DA IMPROCEDÊNCIA DA INTREGRAÇÃO DAS DIÁRIAS PARA VIAGEM.
O pedido integração das diárias de viagem também foi indeferido. O Recorrente alegou que viajou a serviços em três ocasiões, em três meses diferentes, no qual recebeu R$ 400, 00 (quatrocentos reais) para cada uma das viagens.
A irresignação do Recorrente não merece prosperar, pois as ajudas de viagem não superaram o 50% por cento do salário mensal. Ou seja, o Recorrente recebeu 400,00 (quatrocentos reais) para cada viagem, enquanto recebia R$ 1.600,00 de remuneração mensal.
Tais valores foram praticados em conformidade com o art. 457, §2 da CLT.
Desta maneira, a sentença deve ser mantida nos próprios termos, julgando improcedente o pedido de integração das diárias para viagem.
III.V – DA IMPROCEDÊNCIA DE DIFERENÇAS SALARIAIS POR EQUIPARAÇÃO SALARIAL
				
O recorrente requer a reforma da sentença para que seja concedida as diferenças salariais, tendo como paradigma outro motorista, o qual inicialmente trabalhava com maitre, mas por força de decisão do INSS, por limitação física, teve sua função alterada, quando percebia R$ 2.000,00 (dois mil reais mensais).
A reforma da sentença não deve prosperar.
Isto porque, o paradigma que o recorrente sustenta trata-se de trabalhador readaptado, termo usado pela CLT, para afirmar que tal paradigma não servirá para fins de equiparação salarial. Tal regra esta disposta no art. 461, §4 da CLT, senão, vejamos:
Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade.
§ 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial.
De uma dedução literal, nota-se que o pedido do Recorrente não encontra amparo legal para a concessão do benefício. Com isso, a sentença não deve ser reforma, sendo a medida certa a improcedência deste pedido.
V. – DOS REQUIREMENTOS
Ex positis, REQUER-SE:
a) Que seja acolhida a preliminar de intempestividade, pois o recurso foi interposto fora do prazo legal;
b) Que seja acolhida a preliminar de deserção, uma vez que não foram recolhidas as custas processuais;
c) Caso o recurso seja acolhido, que seja reconhecido a preliminar de cerceamento de defesa, uma vez que foi indeferida a oitiva de testemunha da parte ré;
d) Que seja afastado o adicional de insalubridade, vez que é necessário a prova pericial para a concessão ou indeferimento de tal benefício.;
Requer ainda quanto ao mérito, que se digne este Egrégio Tribunal de negar provimento ao Recurso Ordinário interposto pelo Recorrente, para manter a sentença nos exatos termos em que foi proferida, nos pontos atacados pelo Recorrente.
 
Nestes temos
Pede-se deferimento
Curitiba, XX de XXXX de XXXX
ADVOGADO XXX
OABXXX

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