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Curso: Direito Disciplina: Ciência Política Professor: Rafael Mandaragan Gallo Turno: M ( ) N (x) Turma: C23 Data: 08/05/2020 Alunos: Anna Carolina Rocha Arnaud, Pedro Carneiro Lobo. 1. Quais as semelhanças entre o pensamento de Thomas Hobbes e o de John Locke? Para Thomas Hobbes, o estado de natureza é sinônimo de estado de guerra, do homem contra o homem e do mais forte dominando o mais fraco, num ambiente sem quaisquer garantias da manutenção do poder, que não as alcançadas por intermédio da força. Já para Locke e seu conceito de tabula rasa, o homem não nasce com característica nenhuma, sem nenhuma ideia nata, e vai aprendendo a relacionar-se com o outro e com o ambiente a partir da experiência. Os dois pensadores partem da mesma premissa para o surgimento do Estado Civil: a necessidade de proteção dos indivíduos da comunidade, através da organização política e consensual, atribuída na figura de um soberano. 2. O fundamento do poder do governo (governante) é o mesmo em Locke e Hobbes? Justifique sua resposta. Não, Locke utiliza o pacto de consentimento em que os homens concordam em construir a sociedade civil com a finalidade de preservar e consolidar os direitos naturais. Já o Hobbes acredita no pacto de submissão onde os indivíduos se submetem a um terceiro (homem ou assembleia). 3. O que se entende por jusnaturalismo? São transformações econômicas e sociais que impuseram mudanças na concepção de poder do Estado, que foi entendida como uma instituição criada através do consentimento dos indivíduos pelo contrato social. Sendo também denominado Direito Natural, é a lei imposta pela natureza a todos aqueles que se encontram em um Estado de Natureza. Existe, contudo, grande diferença na forma como Locke, diversamente de Hobbes, concebe especificamente cada um dos termos do trinômio estado natural/ contrato social/ estado civil. 4. Por que um governo absoluto não seria um governo legítimo para Locke? Locke proclama que qualquer governo tem poderes limitados, não existindo sem consentimento dos governados, e que todos os homens nascem livres. É a partir destas ideias básicas que logo proclama que as formas de poder absoluto não podem ser incluídas no poder político, na sociedade civil ou no governo civil. 5. O que seria o governo civil? Segundo John Locke, o governo civil é a solução adequada para as inconveniências do estado de natureza, que devem certamente ser grandes quando os homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela mesma ofensa. 6. Faça uma sumarização dos autores vistos até aqui – Maquiavel, Bodin, More e Hobbes – e compare com as ideias do pensamento político de John Locke. Maquiavel fez de O Príncipe um manual de ação política, cujo objetivo maior era a concretização de um poder absoluto, inabalável. Na obra, ele dissertou sobre como deveria ser o poder político exercido sobre um território e uma população, estabeleceu formas de relacionamento do monarca para com a nobreza, o clero, o povo e seu ministério. Em “Discorsi”, Maquiavel trata o republicanismo, dando função para o povo, o guardião da liberdade, exige, para seu cumprimento, a participação ativa do cidadão nos afazeres cívicos, isto é, sua inscrição no espaço público como agente político. Essa inscrição não pode ser inteiramente compreendia se o desejo que caracteriza o povo carecer de qualquer determinação, isto é, se for tomado somente em uma perspectiva negativa. O pensamento de Maquiavel em os Disorsi é semelhante ao de Locke, referente a liberdade do cidadão na área política. Bodin dedica boa parte de sua reflexão política à questão da soberania. Nesse sentido, um dos mais marcantes valores pregados pelo seu pensamento consiste em defender a indivisibilidade da soberania. Segundo o autor, um sistema político em que a delegação de poderes se institui enquanto prática comum promove a diluição da soberania necessária a um governo estável. Ele acredita que a ideia de um governo misto gera uma falsa impressão de que não há a ação de um setor politicamente soberano. Jean Bodin não aceita a possibilidade de uma forma de governo pautada na ausência de soberania. Caso não haja um setor politicamente soberano, seja minoritário ou majoritário, qualquer governo acaba se transformando em um verdadeiro regime de natureza anárquica. Por isso esse pensador francês vai pensar no “estado” que a soberania assume em diferentes contextos políticos, para assim, julgar qual a classificação mais adequada ao seu tipo de governo. Bodin apoiava a Monarquia, diferente de Locke que apoia o governo civil. Hobbes é um autor imerso na transição do Iluminismo enquanto movimento intelectual. Segundo ele no Estado de Natureza os homens se comportam segundo a vontade de cada um, tendo uma perspectiva onde todos se afastam do “mal estremo” (Morte), indo para a busca do prazer, da satisfação de seus desejos: busca de poder. O contrato é um instrumento onde cada homem cede sua liberdade imanente, seu direito natural para viver em uma sociedade política. Hobbes e Locke tem semelhanças nos primeiros conceitos de Estado Natural, mas logo se contrapõem pois Locke não aceita o governo absoluto de Hobbes e cria a sua própria concepção de Estado Natural, acrescentando o contrato social e o estado civil. Thomas More é defensor da Monarquia e do “bom governo” – governo forte, centralizado e bem administrado-. Segundo More à cidade desordenada e corrompida, ele opõe a imagem de uma organização racional, fundada numa estrita divisão do trabalho e numa disciplina cívica rigorosa, mas também numa completa igualdade social. Ele vê a impossibilidade de uma ordem justa nas condições existenciais na Europa para uma Monarquia enquanto bom governo. Diferente de More Locke não defende a monarquia pois acredita na liberdade dos cidadãos na política.
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