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1 I B E C – TRABALHO DE PRÁTICA DE ENSINO DE MÚSICA PROFESSORA: MÔNICA COROPOS ALUNO: SAULO PEREIRA LIRA - TURMA 15 - 26/09/2017 ALBUM DO FOLCLORE BRASILEIRO Lendas Brasileiras LOBISOMEM A origem da lenda é europeia, provavelmente se disseminou a partir do século XVI, porém aparece em alguns mitos gregos, como em Licaão e Damarco. Reza a lenda que inicialmente um homem foi mordido por um lobo e ficou enfeitiçado. Assim, nas noites de lua cheia, seu corpo transforma-se, adquirindo garras de lobos com o corpo coberto de pelos, e o lobo sai uivando em busca de seu alimento predileto: sangue. Por isso, até os dias de hoje, essa criatura feroz e imbatível, gera muito medo nos moradores, principalmente de áreas rurais e distantes da cidade. Lobisomem no Folclore Brasileiro: O lobisomem está muito presente no folclore brasileiro e latino-americano. Trata-se de uma aberração, a criatura feroz, homem de dia e lobo nas noites de lua cheia que, por castigo divino, está condenada à transformação até o final de suas vidas. 2 Dependendo da região do país, a lenda pode sofrer alterações. Em algumas culturas acredita-se que o lobisomem somente se transforma numa encruzilhada nas noites de sexta-feira e, ao amanhecer, retorna à encruzilhada para se transformar em homem novamente. Em outras regiões acredita-se que o oitavo filho, com aparência pálida, orelhas grandes e nariz avantajado, provavelmente se tornará lobisomem. Por sua vez, há crenças que indicam que o lobisomem corresponde ao sétimo filho de um casal em que os anteriores sejam todos mulheres. Quando isso acontece, acredita-se que o menino se tornará um lobisomem a partir da puberdade. Isso quer dizer que o aniversário de 13 anos marcará o primeiro momento de transformação, o que acontecerá até ao final de sua vida em todas as noites de lua cheia. Ao amanhecer, a criatura torna às suas características de homem. Para combater o lobisomem, consoante a lenda, o indivíduo deve atingi-lo com objetos e balas feitos de prata ou o fogo. Há versões da lenda em que o lobisomem prefere raptar bebês não batizados e, por isso, muitas famílias batizam suas crianças rapidamente. Não obstante, acreditam que se a criança não for batizada, está propensa a virar um lobisomem. MULA-SEM –CABEÇA É a forma que toma a concubina do sacerdote. Transforma-se em um forte animal, de identificação controvertida na tradição oral, e galopa, assombrando quem encontra. Lança chispas de fogo pelo buraco de sua cabeça. Suas patas são como calçadas com ferro. A violência do galope e a estridência do relincho são ouvidas ao longe. Às vezes soluça como uma criatura humana. O encanto desaparecerá quando alguém tiver a coragem de arrancar-lhe da cabeça o freio de ferro ou se alguém tirar uma gota de sangue com uma madeira 3 não usada. Dizem-na sem cabeça, mas os relinchos são inevitáveis. Quando o freio lhe for retirado, reaparecerá despida, chorando arrependida, e não retomará a forma encantada enquanto o descobridor residir na mesma freguesia. A tradição comum é que esse castigo acompanha a manceba do padre durante o trato amoroso (J. Simões Lopes Neto, Daniel Gouveia, Manuel Ambrósio, etc.). Ou tenha punição depois de morta (Gustavo Barroso, O Sertão e o mundo). A Mula-sem-cabeça corre sete freguesias em cada noite, e o processo para seu encantamento é idêntico ao do Lobisomem, assim como, em certas regiões do Brasil, para quebrar-lhe o encanto bastará fazer-lhe sangue, mesmo que seja com a ponta de um alfinete. Para evitar o bruxedo, deverá o amásio amaldiçoar a companheira, sete vezes, antes de celebrar a missa. Manuel Ambrósio cita o número de vezes indispensável, muitíssimo maior (Brasil Interior). Chamam-na também Burrinha de padre ou simplesmente Burrinha. A frase comum é "anda correndo uma burrinha". E todos os sertanejos sabem do que se trata. Em um dos mais populares livros de exemplos na Idade Média, o Scala Celi, de Johanes Gobi Junior, há o episódio em que a hóstia desaparece das mãos do celebrante porque a concubina assiste à missa (Studies in the Scala Celi, de Minnie Luella Carter, dissertação para o doutorado de Filosofia na Universidade de Chicago, 1928). Gustavo Barroso supõe que a origem do mito provenha do uso privativo das mulas como animais de condução dos prelados, com registros no documentário do século XII. CUCA A Cuca é uma personagem do folclore brasileiro. Trata-se de uma bruxa velha com aparência assustadora que possui cabeça de jacaré e unhas imensas. Dona de uma voz assustadora, a Cuca rapta as crianças desobedientes. 4 Reza a lenda que a bruxa Cuca dorme uma vez a cada sete anos. Por isso, os pais tentam convencer as crianças a dormirem nas horas corretas pois, do contrário, serão levadas pela Cuca. Origem da Lenda da Cuca: Acredita-se que a Lenda da Cuca tenha origem no folclore galego-português baseada na criatura "Coca", que significa "crânio, cabeça". A "Coca" é um fantasma ou um dragão comedor de crianças desobedientes que fica à espreita nos telhados das casas, e as rapta depois de fazerem alguma malcriação. A figura da Cuca no Brasil está associada à descrição feita por Monteiro Lobato (1882-1948) na obra “Sítio do Pica Pau Amarelo”. Com direção da Globo, o "Sítio" foi posteriormente adaptado para a televisão. Cuca no sitio do pica pau amarelo: Representação da Cuca no Sítio do Pica Pau Amarelo Nessa versão televisiva, a Cuca é um jacaré com cabelos amarelos e que vive numa caverna, onde faz poções mágicas. Interessante notar que nesse contexto, ela colabora com a saci-pererê, um dos personagens mais emblemáticos do folclore brasileiro. Uma das mais conhecidas cantigas de ninar assinala a presença desse ser mitológico e malvado. Muitas vezes, a Cuca é confundida com o Bicho-papão. Isso porque ambos personagens possuem o mesmo propósito educativo: Nana neném: “Nana neném que a Cuca vem pegar, papai foi pra roça, mamãe foi trabalhar. BOTO COR-DE-ROSA 5 O boto cor de rosa é uma espécie de golfinho de águas doces, que vive principalmente nos rios Amazonas e Orinoco. Ele possui esse nome porque a sua pele tem uma cor rosada, mas os machos possuem um rosa um pouco mais escuro que as fêmeas. Outra diferença é que os botos machos são muito maiores que as fêmeas, e mais pesados também. Este animal é um personagem importante do folclore brasileiro. A lenda o boto-cor-de-rosa: Segundo a lenda folclórica, o boto costuma virar as canoas que atravessam o rio à noite, para capturar as moças que estiverem nela. E nas noites de lua cheia em especial, uma mágica cai sobre eles, permitindo que ele saia do rio e se transforme em um jovem rapaz de beleza estonteante, voz sedutora, e muito educado e meigo, que vai enganar as moças da região para que elas se apaixonem, e depois as levar para o fundo do rio, para engravidá-las. Na região amazônica, é muito comum que, quando uma mulher estiver grávida e não souber quem é o pai, seja dito que ela engravidou do boto. Por isso, em noites de lua cheia que tem alguma festa popular, as mães precisam ficar o tempo inteiro de olho nas filhas para que elas não saiam com nenhum homem, pois ele pode ser o boto disfarçado. Outro costume do povo é dizer que, sempre que uma jovem desaparece, ela foi capturada pelo boto e está no fundo do rio. O boto-cor-de-rosa é um dos animais brasileiros ameaçados de extinção, pois toda a população tem medo dele, que ele sequestre as moças da região, engravide elas, e por isso sempre que avistam um boto no rio eles o matam, para assim proteger suas mulheres. Por causa disso, a população de botos tem se reduzido muito, e se continuarem a matá-los, logo-logo eles deixarão de existir. NEGRINHO DO PASTOREIO O Negrinho do Pastoreio é uma lenda afro-cristã muito contada no final do séculoXIX pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão, sendo muito popular 6 na região Sul do Brasil. Na versão da lenda escrita por João Simões Lopes Neto, o protagonista é um menino negro e pequeno, escravo de um estancieiro muito mau; este menino não tinha padrinhos nem nome, sendo conhecido como Negrinho, e se dizia afilhado da Virgem Maria. Após perder uma corrida e ser cruelmente punido pelo estancieiro, o Negrinho caiu no sono, e perdeu o pastoreio. Ele foi castigado de novo, mas depois achou o pastoreio, mas, caindo no sono, o perdeu pela segunda vez. Desta vez, além da surra, o estancieiro jogou o menino sobre um formigueiro, para que as formigas o comessem, e foi embora quando elas cobriram o seu corpo. Três dias depois, o estancieiro foi até o formigueiro, e viu o Negrinho, em pé, com a pele lisa, e tirando as últimas formigas do seu corpo; em frente a ele estava a sua madrinha, a Virgem Maria, indicando que o Negrinho agora estava no céu. A partir de então, foram vistos vários pastoreios, tocados por um Negrinho, montado em um cavalo baio. No livro “Como Nasceram as Estrelas”, de Clarice Lispector, a história “O Negrinho do Pastoreio” , entre outras lendas, foi abordada. Nessa versão, a história é escrita para o público infanto juvenil, sendo mais branda que a adaptação de Simões Lopes Neto, e mais detalhada que outras adaptações lançadas em formato de história em quadrinho focadas no público infantil. A lenda o negrinho do pastoreio possui muitas cenas fortes e duras, como muitos contos de fadas europeus. Assim como esses contos, a lenda gaúcha possui algumas adaptações que abordam a história de forma branda e bastante lúdica, em formato de livro infantil ou história em quadrinho. Como por exemplo: Lendas Brasileiras da Turma da Mônica, da Editora Girassol, e Coleção Folclore Mágico, da editora Ciranda Cultural. Nessas adaptações infantis o filho do patrão, uma criança, não abordado como vilão, e as formigas são amigas do Negrinho e não o matam. O Negrinho do Pastoreio é uma lenda afro-cristã muito contada no final do século XIX pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão. Na versão da lenda escrita por João Simões Lopes Neto, o protagonista é um menino negro e pequeno, escravo de um estancieiro muito mau; este menino não tinha padrinhos nem nome, sendo conhecido como Negrinho, e se dizia afilhado da Virgem Maria. Após perder uma corrida e ser cruelmente punido pelo estancieiro, o Negrinho caiu no sono, e perdeu o pastoreio. Ele foi castigado de novo, mas depois achou o pastoreio, mas, caindo no sono, o perdeu pela segunda vez. Desta vez, além da surra, o estancieiro jogou o menino sobre um formigueiro, para que as formigas o comessem, e foi embora quando elas cobriram o seu corpo. Três dias depois, o estancieiro foi até o formigueiro, e viu o Negrinho, em pé, com a pele lisa, e tirando as últimas formigas do seu corpo; em frente a ele estava a sua madrinha, a Virgem Maria, indicando que o Negrinho agora estava no céu. A partir de então, foram vistos vários pastoreios, tocados por um Negrinho, montado em um cavalo baio. No livro “Como Nasceram as Estrelas”, de Clarice Lispector, a história “O Negrinho do Pastoreio” , entre outras lendas, foi abordada. Nessa versão, a história 7 é escrita para o público infanto juvenil, sendo mais branda que a adaptação de Simões Lopes Neto, e mais detalhada que outras adaptações lançadas em formato de história em quadrinho focadas no público infantil. A lenda o negrinho do pastoreio possui muitas cenas fortes e duras, como muitos contos de fadas europeus. Assim como esses contos, a lenda gaúcha possui algumas adaptações que abordam a história de forma branda e bastante lúdica, em formato de livro infantil ou história em quadrinho. Como por exemplo: Lendas Brasileiras da Turma da Mônica, da Editora Girassol, e Coleção Folclore Mágico, da editora Ciranda Cultural. Nessas adaptações infantis o filho do patrão, uma criança, não abordado como vilão, e as formigas são amigas do Negrinho e não o matam. O personagem foi interpretado por Grande Otelo no filme O Negrinho do Pastoreio, de 1973, dirigido por Antonio Augusto Fagundes. Comidas tipicas BAIÃO- DE- DOIS Baião-de-dois é um prato tipico do estado do Ceará, muito apreciado na região Nordeste e partes da região Norte do Brasil, como Rondônia, Acre e Pará. Consiste num preparado de arroz e feijão, de preferência o feijão verde ou feijão novo. É frequente adicionar-se queijo de coalho. Não se adiciona carne-seca (charque) no Ceará. Na Paraíba e Pernambuco, existe uma variante desse prato chamado de rubacão, onde no Sertão é bastante apreciado. O termo baião, que deu origem ao nome do prato, designa uma dança típica do nordeste, por sua vez derivada de uma forma de lundu, chamada "baiano". A origem do termo ganhou popularidade com a música Baião de Dois, parceria do compositor cearense Humberto Teixeira com o "Rei do Baião", o pernambucano Luís Gonzaga, na metade do século XX. A origem cearense do prato é atestada também pelo folclorista Câmara Cascudo, citando como referência a obra de 1940, Liceu Cearense, de Gustavo 8 Barroso. O baião, por ser uma mistura de dois elementos da culinária brasileira apreciados e de fácil acesso, o arroz e o feijão, é muito comum em áreas rurais. É possível perceber que ele é feito principalmente à noite para que seja aproveitado o restante do feijão cozido durante o dia. FEIJOADA Feijoada é uma designação comum dada a pratos da culinária de países lusófonos como Portugal, Brasil, Angola, Moçambique e Macau. A feijoada consiste num guisado de feijão, normalmente com carne, e quase sempre acompanhado com arroz. É um prato com origem no Norte de Portugal, e que hoje em dia constitui um dos pratos mais típicos das cozinhas de Portugal, com as versões à transmontana, à poveira, portuguesa, dentre outras, e do Brasil, com a chamada feijoada à brasileira. Em Portugal, cozinha-se com feijão branco no noroeste (Minho e Douro Litoral) ou feijão vermelho no nordeste (Trás-os-Montes), e geralmente inclui também outros vegetais (tomate, cenouras ou couve) além de carne de porco ou de vaca, às quais se podem juntar chouriço, morcela ou farinheira. No Brasil, é feita da mistura de feijões-pretos com vários tipos de carne de porco e de boi. É servida com farofa, arroz branco, couve refogada e laranja fatiada, entre outros acompanhamentos. Esta versão da feijoada é conhecida como feijoada à brasileira, cuja primeira menção data de 1833, no cardápio do Hôtel Théatre, do Recife. Tipos de feijoada: Feijoada na panela pronta para ser servida. Cachupa, prato típico de Cabo Verde, feito à base de feijão e grãos de milho cozidos, acompanhados com carne ou peixe e vegetais. Feijoada à brasileira, prato 9 típico brasileiro feito a base de feijão preto e carnes salgadas de porco e bovina. Feijoada à transmontana, um prato da culinária portuguesa, feito a base de feijão vermelho e carne de porco. Feijoada poveira, um prato da culinária portuguesa, feito a base de feijão branco e pedaços de carne. Feijoada à moda do Ibo, um prato da culinária de Moçambique, feito com feijão local, galinha e camarão. Maniçoba, também conhecida como "feijoada paraense". MOQUECA CAPIXABA A Moqueca Capixaba é um prato típico da culinária do estado brasileiro do Espírito Santo - de onde advém o nome: capixaba é o natural deste estado e esta moqueca é considerada um dos seus pratos típicos. Consiste num cozido de peixe ou frutos do mar temperado com coentro, sal, urucum, cebola, cebolinha a limão. Originária do Espírito Santo a Moqueca ganhou outra versão: a baiana, que deve levar leite-de-coco e azeite de dendê. Em todo o Nordeste do Brasil este tipo de prato (que leva leite-de-coco e azeite de dendê) é chamado de Peixada. CARNE DE SOL 10 carne-seca é uma das formas mais antigas de conservação de alimentos para os povos decaçadores e pastores nômades. Tradicionalmente, seca-se carne de porco, vaca, carneiro, rena, peru, cavalo, avestruz e camelo, entre as espécies domesticadas, para além de várias espécies de animais selvagens. Existe evidência arqueológica de que o homem-de-neandertal secava carne de mamute. A forma mais simples de se conservar carne consiste em cortá-la em pedaços que se possam colocar num lugar onde o ar seco retire a humidade da carne, mesmo sem qualquer espécie de cura; isto só é possível em climas que tenham uma estação seca e fria, como no norte da Europa, ou na Mongólia, onde a borts é uma forma tradicional de secar a carne. Noutras regiões, e dependendo da disponibilidade de sal, a salga de carne para ser seca é uma forma mais eficiente e foi utilizada, por exemplo, na América do Sul: os incas secavam carne de lhama com sal, num produto que eles chamavam charqui; este processo foi, depois, transferido para o Brasil, onde subsiste com o nome de charque, e aparentemente para a América do Norte, onde os nativos aprenderam a conservar carne de bisonte; eventualmente, os colonos europeus adotaram o processo, que veio a ser conhecido como jerky, uma corruptela de charqui da língua quíchua. Em outras regiões, e mais recentemente, passaram a usar-se vários condimentos para preparar a carne para a secagem, o que deu lugar, por exemplo, ao presunto no sul da Europa, aos enchidos secos e fumados, como o salame, ao biltong sul-africano, em que a carne é marinada com vinagre, nitrato de potássio e especiarias como coentro, pimenta e cravinho, por vezes, açúcar, antes de ser seca ao ar livre. Na China, existe um tipo de carne seca, chamada bakkwa ou rougan que é primeiro marinada em açúcar, sal, molho de soja e especiarias e, depois, assada para ficar caramelizada. No Brasil, a carne-seca também é chamada carne do Ceará, ceará, carne do sul, charque, carne-velha, jabá, iabá,carne de sol, sambamba e sumaca.[2] São mantas de carne, em geral carne bovina, submetidas a processo de salga, e empilhadas em lugares secos, para desidratação e melhor conservação. São muito consumidas em receitas de norte a sul do Brasil, mas principalmente do Nordeste. Não é raro a utilização dos termos "carne-seca", "charque" e "carne de sol" como sinônimos; no entanto, existem diferenças basicamente no modo de preparação. A carne-seca é colocada manualmente em pouca salmoura, empilhada e exposta por pouco tempo ao sol; o produto final mantém algumas características do corte original. A carne de sol é preparada artesanalmente, com peças interiças e não sob a forma de mantas; também leva menos sal que as outras carnes dessecadas e apesar do seu nome, é deixada em locais cobertos e bem ventilados para desidratação; também é um produto perecível e deve ser mantido sob refrigeração. 11 ACARAJÉ O acarajé é uma especialidade gastronômica das culinárias africana e afro- brasileira. Trata-se de um bolinho feito de massa de feijão-fradinho, cebola e sal, e frito em azeite de dendê. No continente africano é conhecido como akara, e especificamente no norte da Nigéria é também chamado de kosai. No Gana, por sua vez, a iguaria é mais conhecida como koose. Na África Ocidental, onde constitui uma comida de rua muito comum, é servido com pimenta em pó ou molho de tomate picante. Já no Brasil, especialmente da Bahia, é servido com pimenta, camarão seco, caruru e vatapá (também uma iguaria africana), sendo relativamente comum a adição de vinagrete, ou ainda de maionese. O acarajé faz parte do café da manhã nigeriano. O acarajé dos Iorubás da África Ocidental (Togo, Benim, Nigéria, Camarões), que corresponde à iguaria consumida no Brasil, é semelhante ao falafel árabe do Oriente Médio. Os árabes levaram essa iguaria para a África em diversas incursões entre os séculos VII e XIX. As favas secas e grão de bico do falafel foram substituídos pelo feijão-fradinho na África. Durante o comércio atlântico de escravos, o acarajé foi trazido ao Brasil pelas pessoas escravizadas. Manuel Querino, em descrição etnográfica do acarajé no livro "A arte culinária na Bahia" (1916), conta que "no início o feijão-fradinho era ralado na pedra, de 50 centímetros de comprimento por 23 de largura, tendo cerca de 10 centímetros de altura. A face plana, em vez de lisa, era ligeiramente picada por canteiro, de modo a torná-la porosa ou crespa. Um rolo de forma cilíndrica, impelido para frente e para trás, sobre a pedra, na atitude de quem mói, triturava facilmente o milho, o feijão, o arroz". 12 TAPIOCA Tapioca é a fécula extraída da mandioca, usualmente preparada em forma granulada. Trata-se do ingrediente principal de algumas iguarias típicas do Brasil, como o beiju, quitute indígena descoberto em Pernambuco no século XVI. Beiju do Alto da Sé em Olinda, Pernambuco. Do tupi tapi (pão) + oca (casa). Outra versão diz que o nome tapioca é derivado da palavra tipi'óka «aglutinado», o nome para este amido em Tupi; e pode referir-se tanto ao produto obtido da fécula quanto ao prato em si feito a partir dele. A mandioca, produzida sob o sistema da agricultura de subsistência, era a base da alimentação no Brasil até a colonização do território pelos portugueses. Pouco após os primeiros anos do descobrimento, os colonizadores portugueses na capitania hereditária de Pernambuco descobriram que a tapioca servia como bom substituto para o pão. Na cidade de Olinda se consumia intensamente o beiju, a farinha e a tapioca (goma) extraídos da mandioca, desde o século XVI com a criação portuguesa da Casa de Farinha em Itamaracá. A tapioca logo se espalhou pelos demais povos indígenas, como os cariris no Ceará e os jês, na Amazônia oriental. Ainda, se transformou posteriormente na base da alimentação dos escravos no Brasil. Tudo isso serviu para transformar a tapioca, hoje, num dos mais tradicionais símbolos da culinária por quase todo o Norte e Nordeste. Os indígenas brasileiros faziam vários tipos de beiju: o beiju simples é um bolo de massa fresca, úmida, passado pela urupema (peneira de fibras vegetais) para formar grumos, que devido ao calor ficam ligados; o beiju-ti canga, feito de massa de mandioca mole e seca ao sol; o beijuaçu, redondo, feito como o beiju- tacinga, mas seco no forno; o caribé, que é o beijuaçu posto de molho e reduzido novamente à massa que, quando água é acrescentada, forma um tipo de mingau; o beijucica feito de arroz de mandioca, em grumos bem finos; o beiju de tapioca, da massa umedecida, saindo da urupema em pequeninos grumos que quando pronto, é 13 enrolado; o curadá, um beiju grande, feito de tapioca (goma) umedecida, em grumos maiores, levando castanha crua, depois sendo enrolado. A partir da tapioca eram feitas também algumas bebidas alcoólicas como o pajuari, o tarubá, o tapiocuí' e a tiquira. Na fabricação do tarubá, os beijus umedecidos são colocados sobre folhas de curumi (Ravenala guaianaense), e estas sobre uma camada de folhas de bananeira estendida sobre um jirau (grade de varas). Após serem polvilhados, os beijus são recobertos com as folhas de curumi e deixados por três dias, quando começa a escorrer um líquido viscoso, semelhante ao melaço. A massa é dissolvida em água, passada pela peneira e o líquido é deixado repousando. Após o descanso a bebida fica pronta. PATO NO TUCUPI Pato no tucupi é um prato brasileiro típico da culinária paraense. É elaborado com tucupi, líquido de cor amarela extraído da raiz da mandioca brava, e com jambu, erva típica da região norte. Pode ser acompanhado por arroz branco ou farinha-d'água de mandioca. O tucupi e o jambu também estão presentes em outra iguaria amazônica à base de camarão chamada tacacá. 14 TACACÁ O Tacacá é uma iguaria típica da culinária amazônica e pode ser encontrada nos estados do Amazonas, Pará, Acre, Amapá e Rondônia. É preparado um caldo fino e bem temperado geralmente feito com sal,cebola, alho, coentro do norte, coentro e cebolinha e, principalmente, um caldo amarelado, chamado tucupi. Coloca-se esse caldo por cima da goma de tapioca, também servida com camarão seco e jambu (Erva amazônica que provoca um tipo de formigamento nos lábios.). Serve-se muito quente, temperado com pimenta, em cuias. O tucupi e a tapioca (da qual se prepara a goma), são resultados da massa ralada da mandioca que, depois de prensada para fazer farinha, resulta num líquido leitoso-amarelado. Após deixado em repouso, a tapioca fica depositada no fundo do recipiente e o tucupi na sua parte superior. Sua origem é dos indígenas e, segundo Câmara Cascudo, deriva de um tipo de sopa indígena denominada mani poi. Câmara Cascudo diz que “Esse mani poí fez nascer os atuais tacacá, com caldo de peixe ou carne, alho, pimenta, sal, às vezes camarões secos". Ingredientes: tucupi, goma de mandioca, camarão seco, salgado, jambu (Acmella oleracea), sal, alho, pimenta de cheiro. Em cada estado nortista, tem-se características próprias nos adicionais ao tacacá. Adicionais estes que podem ser pipoca, farinha, purê, etc. 15 ARROZ COM PEQUI O pequi (Caryocar brasiliense), também chamado de pequizeiro,[1] piqui, piquiá e pequiá, é uma árvore da família das cariocaráceas nativa do cerrado brasileiro. Seu fruto é muito utilizado na culinária sertaneja. Dele, é extraído um óleo denominado "azeite de pequi". Seus frutos são, também, consumidos cozidos, puros ou juntamente com arroz e frango. Seu caroço é dotado de muitos espinhos, e há necessidade de muito cuidado ao se roer o fruto, evitando-se nele cravar os dentes, o que pode causar sérios ferimentos nas gengivas e no palato. O sabor e o aroma dos frutos são muito marcantes e peculiares. O fruto pode ser conservado tanto em essência quanto em conserva.Apontam-se várias possíveis etimologias para o termo "pequi"ː viria do tupi-guarani pyqui (py: pele, qui: espinhos, ou seja, "pele com espinhos");[2] viria do tupi peki'i;[3] viria do tupi antigo peke'i ou peki.[4]. Apontam-se várias possíveis etimologias para o termo "pequi" Símbolo da cultura e da culinária do estado brasileiro de Goiás e muito utilizado em Minas Gerais, o pequi é encontrado em quase toda a Região Centro- Oeste do Brasil e nos estados de Rondônia (ao leste), Minas Gerais (norte e oeste), Tocantins, Bahia (oeste), e nos cerrados de São Paulo e Paraná, bem como na Chapada do Araripe no lado Sul do Ceará, em cidades como Barbalha e Crato. Em Goiás, podem ser encontradas todas as variedades. Está na lista de espécies ameaçadas do estado de São Paulo. É encontrado também na Bolívia. No estado do Tocantins, há uma cidade com o nome de Pequizeiro em homenagem à árvore, onde se celebra a festa do pequi todos os anos. É uma árvore grossa, com folhas trifoliadas e tomentosas. As flores são grandes e com estames compridos. Os frutos são drupáceos, oleaginosos e aromáticos. Sua frutificação ocorre no período chuvoso entre os meses de outubro e fevereiro. A sua madeira é amarela.Apontam-se várias possíveis etimologias para o termo "pequi"ː viria do tupi-guarani pyqui (py: pele, qui: espinhos, ou seja, "pele com espinhos");viria do tupi peki'i; viria do tupi antigo peke'i ou peki. 16 Folclore na Música COCO O coco é um ritmo típico da Região Nordeste do Brasil. Há controvérsias sobre o estado em que se originou, sendo citados os estados de Pernambuco, da Paraíba e de Alagoas. O nome refere-se também à dança ao som deste ritmo. "Coco" significa cabeça, de onde vêm as músicas, de letras simples. Com influência africana e indígena, é uma dança de roda acompanhada de cantoria e executada em pares, fileiras ou círculos durante festas populares do litoral e do sertão nordestino. Recebe várias nomenclaturas diferentes, como pagode, zambê, coco de usina, coco de roda, coco de embolada, coco de praia, coco do sertão, coco de umbigada, e ainda outros o nominam com o instrumento mais característico da região em que é desenvolvido, como coco de ganzá e coco de zambê. Cada grupo recria a dança e a transforma ao gosto da população local. O som característico do coco vem de quatro instrumentos (ganzá, surdo, pandeiro e triângulo), mas o que marca mesmo a cadência desse ritmo é o repicar acelerado dos tamancos(que são usados para imitar o barulho do coco sendo quebrado). A sandália de madeira é quase como um quinto instrumento, talvez o mais importante deles. Além disso, a sonoridade é completada com as palmas. Existe uma hipótese que diz que o surgimento do coco se deu pela necessidade de concluir o piso das casas no interior, que antigamente era feito de barro. Existem também hipóteses de que a dança teria surgido nos engenhos ou nas comunidades de catadores de coco. Artistas notáveis: Selma do Coco, Amaro Branco, Raízes de Arcoverde, Jackson do Pandeiro, Jacinto Silva, Dona Glorinha do Coco Coco de zambê O coco de zambê, também conhecido como bambelô, coco de praia, zambê do pau furado e zambê, é uma dança típica do estado brasileiro do Rio Grande do Norte. "Bambelô" é um termo originário da língua quimbunda. "Zambê" é um 17 vocábulo de origem africana. "Pagode" é originário do termo sânscrito bhagavati, através do termo dravídico pagôdi. FORRÓ Forró é um ritmo e dança típicos da Região Nordeste do Brasil, praticada nas festas juninas e outros eventos. Diante da imprecisão do termo, é geralmente associado o nome como uma generalização de vários ritmos musicais dessa região, como baião, a quadrilha, o xaxado, que têm influências holandesas e o xote, que tem influência portuguesa. São tocados, tradicionalmente, por trios, compostos de um sanfoneiro (tocador de acordeão, que no forró é tradicionalmente a sanfona de oito baixos), um zabumbeiro e um tocador de triângulo. Também é chamado arrasta- pé, bate-chinela, fobó. O forró possui semelhanças com o toré e o arrastar dos pés dos índios, com os ritmos binários portugueses e holandeses, porque são ritmos de origem europeia a chula, denominada pelos nordestinos simplesmente "forró", xote e variedades de polcas europeias que são chamadas pelos nordestinos de arrasta-pé e ou quadrilhas. A dança do forró tem influência direta das danças de salão europeias, como evidencia nossa história de colonização e invasões europeias. Além do forró pé-de-serra, também conhecido como forró tradicional por ser o ritmo original, existem outras variações, tais como o forró eletrônico, vertente estilizada e pós-modernizada do forró surgida no início da década de 1990 que utiliza elementos eletrônicos em sua execução, como a bateria, o teclado, o contrabaixo e a guitarra elétrica; e o forró universitário, surgido na capital paulista no final da década de 1990, que é uma espécie de revitalização do forró tradicional, que eventualmente acrescenta contrabaixo e violão aos instrumentos tradicionais, sendo a principal característica os três passos básicos, sendo um deles o "dois para lá dois para cá", que veio da polca. Conhecido e praticado em todo o Brasil, o forró é especialmente popular nas cidades brasileiras de Campina Grande, Caruaru, Juazeiro do Norte e Mossoró, que sediam as maiores Festa de São João do país. Já nas capitais Aracaju, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Maceió, Recife, Teresina e Salvador, são tradicionais as festas 18 e apresentações de bandas de forró em eventos privados que atraem especialmente os jovens. Origem do nome: Escultura em barro pintado de um sanfoneiro, um dos músicos que integram as bandas de forró. Caruaru, Pernambuco. O termo "forró", segundo o filólogo pernambucano Evanildo Bechara, é uma redução de forrobodó, que por sua vez é uma variante do antigo vocábulo galego- português forbodó, corruptela do francês faux-bourdon, que teria a conotação de desentoação. O elo semântico entre forbodó e forrobodó tem origem, segundo Fermín Bouza-Brey, na região noroeste da Península Ibérica (Galizae norte de Portugal), onde "a gente dança a golpe de bumbo, com pontos monorrítmicos monótonos desse baile que se chama forbodó". Na etimologia popular (ou pseudoetimologia) é frequente associar a origem da palavra "forró" à expressão da língua inglesa for all (para todos). Para essa versão foi inventada uma engenhosa história: no início do século XX, os engenheiros britânicos, instalados em Pernambuco para construir a ferrovia Great Western, promoviam bailes abertos ao público, ou seja for all. Assim, o termo passaria a ser pronunciado "forró" pelos nordestinos. Outra versão da mesma história substitui os ingleses pelos estadunidenses e Pernambuco por Parnamirim (Rio Grande do Norte) do período da Segunda Guerra Mundial, quando uma base militar dos Estados Unidos foi instalada nessa cidade. Apesar da versão bem-humorada, não há nenhuma sustentação para tal etimologia do termo. Em 1912, estreou a peça teatral "Forrobodó", escrita por Carlos Bettencourt (1890-1941) e Luís Peixoto (1889-1973), musicada por Chiquinha Gonzaga e em 1937, cinco anos antes da instalação da referida base militar em território potiguar, a palavra "forró" já se encontrava registrada na história musical na gravação fonográfica de “Forró na roça”, canção composta por Manuel Queirós e Xerém. XAXADO 19 É conhecido pelo nome de xaxado um ritmo e dança típicos do nordeste do Brasil, com raiz nos costumes do sertanejo local, originário das regiões do Pajeú e Moxotó no interior de Pernambuco e evidentes características extraídas das culturas indígenas. Seu nome é atribuído ao som onomatopaico que os dançarinos fazem com as alpercatas arrastadas no chão durante a dança, soando "xa-xa-xa". Há também a versão de que o nome xaxado seja derivado da palavra "xaxar", uma corruptela de sachar (cavar a terra com o sacho, capinar). Os agricultores xaxam o feijão juntando a terra com uma enxada pequena no pé do caule do broto com poucos dias de nascido. Verificando os movimentos dos pés de quem está manuseando uma enxada, limpando mato na roça ou xaxando, é semelhante aos de quem está dançando o xaxado básico. A "paternidade" do xaxado também é matéria de bastante controvérsia, pois alguns autores afirmam que se trata de uma adaptação de danças portuguesas; outros afirmam ser uma recriação de danças indígenas, e há ainda várias fontes que acreditam terem sidos os cangaceiros, em especial o bando de Lampião os criadores do xaxado. Na verdade, as primeiras pesquisas sobre o ritmo remontam a 1922, onde se verificava sua prática nas regiões do Agreste e Sertão pernambucano. Os cangaceiros possuem o mérito de serem os principais divulgadores do xaxado, pois eles usavam a dança como grito de guerra ou para celebração de vitórias. Utilizando o rifle em substituição da mulher, a dança era exclusivamente praticada por homens (mesmo porque na época as mulheres ainda não participavam dos grupos de cangaceiros, situação que mudaria pouco depois com a inclusão de Maria Bonita e outras mulheres no bando de Lampião). Com o passar dos anos as mulheres conseguiram seu espaço na brincadeira. Por conta dessa divulgação, o xaxado é muito ligado ao cangaço, e mesmo inovações na dança acabaram por surgir dentro dos vários grupos cangaceiros. Assim, hoje em dia o xaxado é executado aos pares, e os grupos dançam geralmente acompanhados por conjuntos de pífano, zabumba, triângulo e sanfona, apesar de originalmente o xaxado não possuir qualquer acompanhamento, sendo uma forma predominantemente vocal, com o som das alpercatas arrastadas no chão fazendo as vezes de instrumento de percussão, ditando o ritmo da dança. Os movimentos do xaxado são apresentados em fila, claro sinal de influência indígena, sem volteio, avançando o pé direito em três e quatro movimentos para os lados e puxando o esquerdo, num rápido e arrastado sapateado. 20 AXÉ O axé, ou axé music, é um gênero musical que surgiu no estado da Bahia na década de 1980 durante as manifestações populares do Carnaval de Salvador, misturando o ijexá, samba-reggae, frevo, reggae, merengue, forró, samba duro, ritmos do candomblé, pop rock, bem como outros ritmos afro-brasileiros e afro- latinos. No entanto, o termo "axé" é utilizado erroneamente para designar todos os ritmos de raízes africanas ou o estilo de música de qualquer banda ou artista que provém da Bahia. Sabe-se hoje, que nem toda música baiana é axé, pois lá há o samba-reggae, representado principalmente pelo bloco afro Olodum, o samba de roda, o ijexá — tocado com variações diversas por bandas percussivas de blocos afro como Filhos de Ghandi, Cortejo Afro, Ilê Aiyê, e Muzenza, entre outros —, o pagode baiano e até uma variação de frevo, bem como o sertanejo e forró etc. Daniela Mercury é considerada "Rainha do Axé". A palavra "axé" é uma saudação religiosa usada no candomblé, que significa energia positiva. Expressão corrente no circuito musical soteropolitano, ela foi anexada à palavra em inglês "music" pelo jornalista Hagamenon Brito em 1987 para formar um termo que designaria pejorativamente aquela música dançante com aspirações internacionais. Com o impulso da mídia, o axé music rapidamente se espalhou por todo o país (com a realização de carnavais fora de época, as chamadas micaretas), e fortaleceu-se como potencial mercadológico, produzindo sucessos durante todo o ano, tendo, como alguns dos maiores nomes, Daniela Mercury, Márcia Freire, Ivete Sangalo, Alinne Rosa, Claudia Leitte, Margareth Menezes, Asa de Águia, Chiclete com Banana, entre outros. Os pioneiros do gênero foram os músicos da renomada banda Acordes Verdes, que acompanhava Luiz Caldas e eram músicos de estúdio da W.R, em Salvador. O principal arranjador do estúdio, na altura, era o compositor Alfredo Moura. 21 MAXIXE Maxixe ou tango brasileiro, é um tipo de dança de salão brasileira criada por afrodescendentes que esteve em moda entre o fim do século XIX e o início do século XX. Teve a sua origem no Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX, mais ou menos quando o tango também dava os seus primeiros passos na Argentina e no Uruguai, do qual sofreria algumas influências. Dançada a um ritmo rápido de 2/4, notam-se também influências do lundu, das polcas e das habaneras. Por isso mesmo, o maxixe é chamado por alguns de tango brasileiro. Alguns relatos afirmam também uma diferença com relação à harmonia, sendo a do tango brasileiro (como os de Ernesto Nazareth) um pouco mais complexa do que de seu "irmão", o maxixe. Foi criado pelos chorões, conjuntos instrumentais de choro, fazendo uma variante altamente sincopada da habanera, gênero cubano que também era chamado tango-habanera (o primeiro uso da palavra "tango" é datado de 1823, em Havana,) e que, na sua variante brasileira, passou a ser chamado "tango brasileiro". Até o advento do samba, o maxixe foi o gênero dançante mais importante do Rio de Janeiro. O ritmo, segundo hipótese levantada por alguns estudiosos, foi influenciado pela música trazida por escravos de Moçambique, daí advindo seu nome, que é o mesmo de uma cidade moçambicana. Ainda hoje, o padrão rítmico da marrabenta (música moçambicana) guarda semelhanças com os padrões rítmicos do maxixe. Outra hipótese, contudo, aponta a origem do nome numa pessoa de nome "Maxixe" que, certa vez, teria, num baile de carnaval na cidade do Rio de Janeiro, dançado o lundu num ritmo diferente, criando, assim, a dança maxixe. Ainda há a hipótese de que a planta maxixe batizou essa nova dança que, por assim dizer, também brotava nos quatro cantos da cidade. 22 Sendo uma pioneira dança urbana surgida no Brasil, o maxixe é oriundo da Cidade Nova, bairro do Rio de Janeiro cuja principal característica era a forte presença de afrodescendentes. Diferente da dança do lundu, que era mais ligada ao mundo rural e na qual todos participavam da roda cantando ou dançando ou batendo palmas, no maxixe todos os pares dançamao mesmo tempo, sendo a melodia e a voz externas ao universo dos dançarinos. Pelo seu caráter lúdico e sensual, foi alvo de fortes preconceitos, sendo rotulado de indecente por grande parte da sociedade. Dava-se-lhe, então, o nome de "tango brasileiro" para esconder a relação dessas composições com o maxixe. Por conta do que era dito preconceituosamente sobre o maxixe, a dança apenas se popularizou na sociedade, através dos clubes carnavalescos e do teatro de revista, sendo divulgada por grupos de choro, bandas de música e pianistas populares. Assim, tornou-se o gênero dançante mais importante do Rio de Janeiro. Tal como o tango, este estilo foi também exportado para a Europa e Estados Unidos nos primórdios do século XX, por exemplo, ganhando notoriedade entre os franceses pelos pés do requintado dançarino Duque, em Paris. A forma rítmica do maxixe influenciou as obras de Donga e Sinhô, pioneiros compositores do samba, que tomaria lugar do maxixe como principal gênero musical brasileiro. Enquanto dança, o maxixe está presente nos passos do samba de gafieira, o samba de breque e o samba-choro) também preserva muitas estruturas rítmicas do maxixe. A lambada também deve algumas contribuições de estilo ao maxixe. CHULA Chula é uma dança típica do Sul do Brasil, introduzida por tropeiros. Dançada em desafio, praticada preferencialmente por homens. A chula tem bastante semelhança com o Lundu sapateado, encontrado em outros Estados brasileiros. A chula do Rio Grande do Sul vem da chula de Portugal. A chula portuguesa (antiga chula) é baseada em batidas dos pés e nos desafios. Uma vara de madeira denominada lança e medindo cerca de 2 ou 3 metros 23 de comprimento é colocada no chão, com dois ou três dançarinos dispostos em suas extremidades. Ao som da gaita gaúcha, os dançarinos executam diferentes sapateados, avançando e recuando sobre o pedaço de madeira. Na qual dois bailarinos ( ou mais ) se confrontam, cada um desejando mostrar as suas qualidades coreográficas, através de gestuais movimentos e sapateados, de um e de outro lado de uma lança de madeira, colocada devidamente no chão. Após cada seqüência realizada, o outro dançarino deverá repeti-la e em seguida realizar uma nova seqüência, geralmente mais complicada que a do seu parceiro. Assim, vencerá o dançarino que conseguir não perder o ritmo,e não encostar no pedaço de madeira e conseguir realizar a sequência coreográfica dançada como desafio pelo dançarino anterior. A chula antigamente era usada durante os bailes, onde dois peões queriam dançar com uma mesma prenda,então desafiavam-se, aquele que fizesse o passo, em sapateio, sem erros teria o direito a dançar com esta prenda pelo resto do baile. Hoje essa dança é mostrada apenas de forma cultural durante eventos, rodeios, etc, porém não podendo repetir o passo, de seu oponente. Eles fazem frequentemente em festas tradicionais ou em eventos apropriados para esse tipo de festa. CARIMBÓ O carimbó é um ritmo musical amazônico e também uma dança de roda de origem indígena, típica da região norte do estado do Pará, no Brasil, influenciado por negros (percussão e sensualidade) e portugueses (palmas e sopro). O nome também se aplica ao tambor utilizado nesse estilo musical, chamado de "curimbó". Na forma tradicional, o carimbó é chamado de "pau e corda", peculiar pela batida do tambor curimbó acompanhado por banjo e maraca. Referido em algumas bibliografias como “samba de roda do Marajó” e “baião típico de Marajó”. O carimbó é considerado um gênero de dança de origem indígena, porém, como diversas outras manifestações culturais brasileiras, miscigenou-se, recebendo 24 outras influências, principalmente da cultura negra. O ritmo sofreu repressão/proibição por séculos devido a origem, chegou inclusive ser proibido no município de Belém (capital do Pará) através da repressão governamental no “Código de Posturas de Belém”, de 1880, no capítulo específico intitulado “Das bulhas e vozeiras”. "É proibido, sob pena de 30.000 reis de multa: (...) Fazer bulhas, vozerias e dar autos gritos (...). Fazer batuques ou samba. (...) Tocar tambor, carimbó, ou qualquer outro instrumento que perturbe o sossego durante a noite, etc." Nas últimas décadas, o carimbó ressurgiu como música regional e como uma das principais fontes rítmicas (matriz) de gêneros contemporâneos, como lambada e tecnobrega. A expressão cultural espalhou-se também pela Região nordeste do Brasil, atualmente está muito associado as festividades religiosas e, tornou-se patrimônio Cultural Imaterial do Brasil em setembro de 2014. O registro foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Etimologia: "Carimbó" do tupi "korimbó", originado do instrumento de percussão indígena, junção de "curi" (pau oco) e "m’bó" (furado), significando “pau que produz som".Devido a forte presença do instrumento "curimbó", tambor que marca o rítmo, feito artesanalmente com a escavação de um tronco de árvore, encoberto com couro de animal e afinado ao calor do fogo. 25
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