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Album do Folclore Brasileiro

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1 
I B E C – 
TRABALHO DE PRÁTICA DE ENSINO DE MÚSICA 
PROFESSORA: MÔNICA COROPOS 
ALUNO: SAULO PEREIRA LIRA - TURMA 15 - 26/09/2017 
 
 ALBUM DO FOLCLORE BRASILEIRO 
Lendas Brasileiras 
LOBISOMEM 
 
 
A origem da lenda é europeia, provavelmente se disseminou a partir do 
século XVI, porém aparece em alguns mitos gregos, como em Licaão e Damarco. 
Reza a lenda que inicialmente um homem foi mordido por um lobo e ficou 
enfeitiçado. Assim, nas noites de lua cheia, seu corpo transforma-se, adquirindo 
garras de lobos com o corpo coberto de pelos, e o lobo sai uivando em busca de seu 
alimento predileto: sangue. 
Por isso, até os dias de hoje, essa criatura feroz e imbatível, gera muito 
medo nos moradores, principalmente de áreas rurais e distantes da cidade. 
Lobisomem no Folclore Brasileiro: 
O lobisomem está muito presente no folclore brasileiro e latino-americano. 
Trata-se de uma aberração, a criatura feroz, homem de dia e lobo nas noites de lua 
cheia que, por castigo divino, está condenada à transformação até o final de suas 
vidas. 
 2 
Dependendo da região do país, a lenda pode sofrer alterações. Em algumas 
culturas acredita-se que o lobisomem somente se transforma numa encruzilhada nas 
noites de sexta-feira e, ao amanhecer, retorna à encruzilhada para se transformar 
em homem novamente. 
Em outras regiões acredita-se que o oitavo filho, com aparência pálida, 
orelhas grandes e nariz avantajado, provavelmente se tornará lobisomem. 
Por sua vez, há crenças que indicam que o lobisomem corresponde ao 
sétimo filho de um casal em que os anteriores sejam todos mulheres. 
Quando isso acontece, acredita-se que o menino se tornará um lobisomem a 
partir da puberdade. Isso quer dizer que o aniversário de 13 anos marcará o primeiro 
momento de transformação, o que acontecerá até ao final de sua vida em todas as 
noites de lua cheia. 
Ao amanhecer, a criatura torna às suas características de homem. Para 
combater o lobisomem, consoante a lenda, o indivíduo deve atingi-lo com objetos e 
balas feitos de prata ou o fogo. 
Há versões da lenda em que o lobisomem prefere raptar bebês não 
batizados e, por isso, muitas famílias batizam suas crianças rapidamente. Não 
obstante, acreditam que se a criança não for batizada, está propensa a virar um 
lobisomem. 
 
MULA-SEM –CABEÇA 
 
É a forma que toma a concubina do sacerdote. Transforma-se em um forte 
animal, de identificação controvertida na tradição oral, e galopa, assombrando quem 
encontra. Lança chispas de fogo pelo buraco de sua cabeça. Suas patas são como 
calçadas com ferro. A violência do galope e a estridência do relincho são ouvidas ao 
longe. Às vezes soluça como uma criatura humana. 
O encanto desaparecerá quando alguém tiver a coragem de arrancar-lhe da 
cabeça o freio de ferro ou se alguém tirar uma gota de sangue com uma madeira 
 3 
não usada. Dizem-na sem cabeça, mas os relinchos são inevitáveis. Quando o freio 
lhe for retirado, reaparecerá despida, chorando arrependida, e não retomará a forma 
encantada enquanto o descobridor residir na mesma freguesia. A tradição comum é 
que esse castigo acompanha a manceba do padre durante o trato amoroso (J. 
Simões Lopes Neto, Daniel Gouveia, Manuel Ambrósio, etc.). Ou tenha punição 
depois de morta (Gustavo Barroso, O Sertão e o mundo). 
A Mula-sem-cabeça corre sete freguesias em cada noite, e o processo para 
seu encantamento é idêntico ao do Lobisomem, assim como, em certas regiões do 
Brasil, para quebrar-lhe o encanto bastará fazer-lhe sangue, mesmo que seja com a 
ponta de um alfinete. Para evitar o bruxedo, deverá o amásio amaldiçoar a 
companheira, sete vezes, antes de celebrar a missa. Manuel Ambrósio cita o 
número de vezes indispensável, muitíssimo maior (Brasil Interior). Chamam-na 
também Burrinha de padre ou simplesmente Burrinha. A frase comum é "anda 
correndo uma burrinha". 
E todos os sertanejos sabem do que se trata. Em um dos mais populares 
livros de exemplos na Idade Média, o Scala Celi, de Johanes Gobi Junior, há o 
episódio em que a hóstia desaparece das mãos do celebrante porque a concubina 
assiste à missa (Studies in the Scala Celi, de Minnie Luella Carter, dissertação para 
o doutorado de Filosofia na Universidade de Chicago, 1928). Gustavo Barroso supõe 
que a origem do mito provenha do uso privativo das mulas como animais de 
condução dos prelados, com registros no documentário do século XII. 
 
CUCA 
 
A Cuca é uma personagem do folclore brasileiro. Trata-se de uma bruxa 
velha com aparência assustadora que possui cabeça de jacaré e unhas imensas. 
Dona de uma voz assustadora, a Cuca rapta as crianças desobedientes. 
 4 
Reza a lenda que a bruxa Cuca dorme uma vez a cada sete anos. Por isso, 
os pais tentam convencer as crianças a dormirem nas horas corretas pois, do 
contrário, serão levadas pela Cuca. 
Origem da Lenda da Cuca: 
Acredita-se que a Lenda da Cuca tenha origem no folclore galego-português 
baseada na criatura "Coca", que significa "crânio, cabeça". 
A "Coca" é um fantasma ou um dragão comedor de crianças desobedientes 
que fica à espreita nos telhados das casas, e as rapta depois de fazerem alguma 
malcriação. 
A figura da Cuca no Brasil está associada à descrição feita por Monteiro 
Lobato (1882-1948) na obra “Sítio do Pica Pau Amarelo”. Com direção da Globo, o 
"Sítio" foi posteriormente adaptado para a televisão. 
Cuca no sitio do pica pau amarelo: 
Representação da Cuca no Sítio do Pica Pau Amarelo 
Nessa versão televisiva, a Cuca é um jacaré com cabelos amarelos e que 
vive numa caverna, onde faz poções mágicas. Interessante notar que nesse 
contexto, ela colabora com a saci-pererê, um dos personagens mais emblemáticos 
do folclore brasileiro. 
Uma das mais conhecidas cantigas de ninar assinala a presença desse ser 
mitológico e malvado. Muitas vezes, a Cuca é confundida com o Bicho-papão. Isso 
porque ambos personagens possuem o mesmo propósito educativo: 
Nana neném: “Nana neném que a Cuca vem pegar, papai foi pra roça, mamãe foi 
trabalhar. 
 
BOTO COR-DE-ROSA 
 
 5 
O boto cor de rosa é uma espécie de golfinho de águas doces, que vive 
principalmente nos rios Amazonas e Orinoco. Ele possui esse nome porque a sua 
pele tem uma cor rosada, mas os machos possuem um rosa um pouco mais escuro 
que as fêmeas. Outra diferença é que os botos machos são muito maiores que as 
fêmeas, e mais pesados também. Este animal é um personagem importante do 
folclore brasileiro. 
A lenda o boto-cor-de-rosa: 
Segundo a lenda folclórica, o boto costuma virar as canoas que atravessam o 
rio à noite, para capturar as moças que estiverem nela. E nas noites de lua cheia em 
especial, uma mágica cai sobre eles, permitindo que ele saia do rio e se transforme 
em um jovem rapaz de beleza estonteante, voz sedutora, e muito educado e meigo, 
que vai enganar as moças da região para que elas se apaixonem, e depois as levar 
para o fundo do rio, para engravidá-las. 
Na região amazônica, é muito comum que, quando uma mulher estiver 
grávida e não souber quem é o pai, seja dito que ela engravidou do boto. Por isso, 
em noites de lua cheia que tem alguma festa popular, as mães precisam ficar o 
tempo inteiro de olho nas filhas para que elas não saiam com nenhum homem, pois 
ele pode ser o boto disfarçado. Outro costume do povo é dizer que, sempre que uma 
jovem desaparece, ela foi capturada pelo boto e está no fundo do rio. 
O boto-cor-de-rosa é um dos animais brasileiros ameaçados de extinção, 
pois toda a população tem medo dele, que ele sequestre as moças da região, 
engravide elas, e por isso sempre que avistam um boto no rio eles o matam, para 
assim proteger suas mulheres. Por causa disso, a população de botos tem se 
reduzido muito, e se continuarem a matá-los, logo-logo eles deixarão de existir. 
 
NEGRINHO DO PASTOREIO 
 
O Negrinho do Pastoreio é uma lenda afro-cristã muito contada no final do 
séculoXIX pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão, sendo muito popular 
 6 
na região Sul do Brasil. 
Na versão da lenda escrita por João Simões Lopes Neto, o protagonista é um 
menino negro e pequeno, escravo de um estancieiro muito mau; este menino não 
tinha padrinhos nem nome, sendo conhecido como Negrinho, e se dizia afilhado da 
Virgem Maria. Após perder uma corrida e ser cruelmente punido pelo estancieiro, o 
Negrinho caiu no sono, e perdeu o pastoreio. Ele foi castigado de novo, mas depois 
achou o pastoreio, mas, caindo no sono, o perdeu pela segunda vez. Desta vez, 
além da surra, o estancieiro jogou o menino sobre um formigueiro, para que as 
formigas o comessem, e foi embora quando elas cobriram o seu corpo. Três dias 
depois, o estancieiro foi até o formigueiro, e viu o Negrinho, em pé, com a pele lisa, 
e tirando as últimas formigas do seu corpo; em frente a ele estava a sua madrinha, a 
Virgem Maria, indicando que o Negrinho agora estava no céu. A partir de então, 
foram vistos vários pastoreios, tocados por um Negrinho, montado em um cavalo 
baio. 
No livro “Como Nasceram as Estrelas”, de Clarice Lispector, a história “O 
Negrinho do Pastoreio” , entre outras lendas, foi abordada. Nessa versão, a história 
é escrita para o público infanto juvenil, sendo mais branda que a adaptação de 
Simões Lopes Neto, e mais detalhada que outras adaptações lançadas em formato 
de história em quadrinho focadas no público infantil. 
A lenda o negrinho do pastoreio possui muitas cenas fortes e duras, como 
muitos contos de fadas europeus. Assim como esses contos, a lenda gaúcha possui 
algumas adaptações que abordam a história de forma branda e bastante lúdica, em 
formato de livro infantil ou história em quadrinho. Como por exemplo: Lendas 
Brasileiras da Turma da Mônica, da Editora Girassol, e Coleção Folclore Mágico, da 
editora Ciranda Cultural. Nessas adaptações infantis o filho do patrão, uma criança, 
não abordado como vilão, e as formigas são amigas do Negrinho e não o matam. 
O Negrinho do Pastoreio é uma lenda afro-cristã muito contada no final do 
século XIX pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão. 
Na versão da lenda escrita por João Simões Lopes Neto, o protagonista é um 
menino negro e pequeno, escravo de um estancieiro muito mau; este menino não 
tinha padrinhos nem nome, sendo conhecido como Negrinho, e se dizia afilhado da 
Virgem Maria. Após perder uma corrida e ser cruelmente punido pelo estancieiro, o 
Negrinho caiu no sono, e perdeu o pastoreio. Ele foi castigado de novo, mas depois 
achou o pastoreio, mas, caindo no sono, o perdeu pela segunda vez. Desta vez, 
além da surra, o estancieiro jogou o menino sobre um formigueiro, para que as 
formigas o comessem, e foi embora quando elas cobriram o seu corpo. Três dias 
depois, o estancieiro foi até o formigueiro, e viu o Negrinho, em pé, com a pele lisa, 
e tirando as últimas formigas do seu corpo; em frente a ele estava a sua madrinha, a 
Virgem Maria, indicando que o Negrinho agora estava no céu. A partir de então, 
foram vistos vários pastoreios, tocados por um Negrinho, montado em um cavalo 
baio. 
No livro “Como Nasceram as Estrelas”, de Clarice Lispector, a história “O 
Negrinho do Pastoreio” , entre outras lendas, foi abordada. Nessa versão, a história 
 7 
é escrita para o público infanto juvenil, sendo mais branda que a adaptação de 
Simões Lopes Neto, e mais detalhada que outras adaptações lançadas em formato 
de história em quadrinho focadas no público infantil. 
A lenda o negrinho do pastoreio possui muitas cenas fortes e duras, como 
muitos contos de fadas europeus. Assim como esses contos, a lenda gaúcha possui 
algumas adaptações que abordam a história de forma branda e bastante lúdica, em 
formato de livro infantil ou história em quadrinho. Como por exemplo: Lendas 
Brasileiras da Turma da Mônica, da Editora Girassol, e Coleção Folclore Mágico, da 
editora Ciranda Cultural. Nessas adaptações infantis o filho do patrão, uma criança, 
não abordado como vilão, e as formigas são amigas do Negrinho e não o matam. 
O personagem foi interpretado por Grande Otelo no filme O Negrinho do 
Pastoreio, de 1973, dirigido por Antonio Augusto Fagundes. 
 
Comidas tipicas 
BAIÃO- DE- DOIS 
 
Baião-de-dois é um prato tipico do estado do Ceará, muito apreciado na 
região Nordeste e partes da região Norte do Brasil, como Rondônia, Acre e Pará. 
Consiste num preparado de arroz e feijão, de preferência o feijão verde ou feijão 
novo. É frequente adicionar-se queijo de coalho. Não se adiciona carne-seca 
(charque) no Ceará. Na Paraíba e Pernambuco, existe uma variante desse prato 
chamado de rubacão, onde no Sertão é bastante apreciado. 
O termo baião, que deu origem ao nome do prato, designa uma dança típica 
do nordeste, por sua vez derivada de uma forma de lundu, chamada "baiano". A 
origem do termo ganhou popularidade com a música Baião de Dois, parceria do 
compositor cearense Humberto Teixeira com o "Rei do Baião", o pernambucano Luís 
Gonzaga, na metade do século XX. 
A origem cearense do prato é atestada também pelo folclorista Câmara 
Cascudo, citando como referência a obra de 1940, Liceu Cearense, de Gustavo 
 8 
Barroso. 
O baião, por ser uma mistura de dois elementos da culinária brasileira 
apreciados e de fácil acesso, o arroz e o feijão, é muito comum em áreas rurais. É 
possível perceber que ele é feito principalmente à noite para que seja aproveitado o 
restante do feijão cozido durante o dia. 
 
FEIJOADA 
 
 
Feijoada é uma designação comum dada a pratos da culinária de países 
lusófonos como Portugal, Brasil, Angola, Moçambique e Macau. A feijoada consiste 
num guisado de feijão, normalmente com carne, e quase sempre acompanhado com 
arroz. É um prato com origem no Norte de Portugal, e que hoje em dia constitui um 
dos pratos mais típicos das cozinhas de Portugal, com as versões à transmontana, à 
poveira, portuguesa, dentre outras, e do Brasil, com a chamada feijoada à brasileira. 
Em Portugal, cozinha-se com feijão branco no noroeste (Minho e Douro 
Litoral) ou feijão vermelho no nordeste (Trás-os-Montes), e geralmente inclui 
também outros vegetais (tomate, cenouras ou couve) além de carne de porco ou de 
vaca, às quais se podem juntar chouriço, morcela ou farinheira. 
No Brasil, é feita da mistura de feijões-pretos com vários tipos de carne de 
porco e de boi. É servida com farofa, arroz branco, couve refogada e laranja fatiada, 
entre outros acompanhamentos. Esta versão da feijoada é conhecida como feijoada 
à brasileira, cuja primeira menção data de 1833, no cardápio do Hôtel Théatre, do 
Recife. 
Tipos de feijoada: 
Feijoada na panela pronta para ser servida. 
Cachupa, prato típico de Cabo Verde, feito à base de feijão e grãos de milho 
cozidos, acompanhados com carne ou peixe e vegetais. Feijoada à brasileira, prato 
 9 
típico brasileiro feito a base de feijão preto e carnes salgadas de porco e bovina. 
Feijoada à transmontana, um prato da culinária portuguesa, feito a base de feijão 
vermelho e carne de porco. Feijoada poveira, um prato da culinária portuguesa, feito 
a base de feijão branco e pedaços de carne. Feijoada à moda do Ibo, um prato da 
culinária de Moçambique, feito com feijão local, galinha e camarão. Maniçoba, 
também conhecida como "feijoada paraense". 
 
MOQUECA CAPIXABA 
 
A Moqueca Capixaba é um prato típico da culinária do estado brasileiro do 
Espírito Santo - de onde advém o nome: capixaba é o natural deste estado e esta 
moqueca é considerada um dos seus pratos típicos. 
Consiste num cozido de peixe ou frutos do mar temperado com coentro, sal, 
urucum, cebola, cebolinha a limão. 
Originária do Espírito Santo a Moqueca ganhou outra versão: a baiana, que 
deve levar leite-de-coco e azeite de dendê. Em todo o Nordeste do Brasil este tipo 
de prato (que leva leite-de-coco e azeite de dendê) é chamado de Peixada. 
CARNE DE SOL 
 
 10 
carne-seca é uma das formas mais antigas de conservação de alimentos para os 
povos decaçadores e pastores nômades. Tradicionalmente, seca-se carne de 
porco, vaca, carneiro, rena, peru, cavalo, avestruz e camelo, entre as espécies 
domesticadas, para além de várias espécies de animais selvagens. Existe evidência 
arqueológica de que o homem-de-neandertal secava carne de mamute. 
A forma mais simples de se conservar carne consiste em cortá-la em 
pedaços que se possam colocar num lugar onde o ar seco retire a humidade da 
carne, mesmo sem qualquer espécie de cura; isto só é possível em climas que 
tenham uma estação seca e fria, como no norte da Europa, ou na Mongólia, onde a 
borts é uma forma tradicional de secar a carne. Noutras regiões, e dependendo da 
disponibilidade de sal, a salga de carne para ser seca é uma forma mais eficiente e 
foi utilizada, por exemplo, na América do Sul: os incas secavam carne de lhama com 
sal, num produto que eles chamavam charqui; este processo foi, depois, transferido 
para o Brasil, onde subsiste com o nome de charque, e aparentemente para a 
América do Norte, onde os nativos aprenderam a conservar carne de bisonte; 
eventualmente, os colonos europeus adotaram o processo, que veio a ser conhecido 
como jerky, uma corruptela de charqui da língua quíchua. 
Em outras regiões, e mais recentemente, passaram a usar-se vários 
condimentos para preparar a carne para a secagem, o que deu lugar, por exemplo, 
ao presunto no sul da Europa, aos enchidos secos e fumados, como o salame, ao 
biltong sul-africano, em que a carne é marinada com vinagre, nitrato de potássio e 
especiarias como coentro, pimenta e cravinho, por vezes, açúcar, antes de ser seca 
ao ar livre. Na China, existe um tipo de carne seca, chamada bakkwa ou rougan que 
é primeiro marinada em açúcar, sal, molho de soja e especiarias e, depois, assada 
para ficar caramelizada. 
No Brasil, a carne-seca também é chamada carne do Ceará, ceará, carne do 
sul, charque, carne-velha, jabá, iabá,carne de sol, sambamba e sumaca.[2] São 
mantas de carne, em geral carne bovina, submetidas a processo de salga, e 
empilhadas em lugares secos, para desidratação e melhor conservação. São muito 
consumidas em receitas de norte a sul do Brasil, mas principalmente do Nordeste. 
Não é raro a utilização dos termos "carne-seca", "charque" e "carne de sol" 
como sinônimos; no entanto, existem diferenças basicamente no modo de 
preparação. A carne-seca é colocada manualmente em pouca salmoura, empilhada 
e exposta por pouco tempo ao sol; o produto final mantém algumas características 
do corte original. 
A carne de sol é preparada artesanalmente, com peças interiças e não sob a 
forma de mantas; também leva menos sal que as outras carnes dessecadas e 
apesar do seu nome, é deixada em locais cobertos e bem ventilados para 
desidratação; também é um produto perecível e deve ser mantido sob refrigeração. 
 
 
 
 11 
ACARAJÉ 
 
O acarajé é uma especialidade gastronômica das culinárias africana e afro-
brasileira. Trata-se de um bolinho feito de massa de feijão-fradinho, cebola e sal, e 
frito em azeite de dendê. No continente africano é conhecido como akara, e 
especificamente no norte da Nigéria é também chamado de kosai. No Gana, por sua 
vez, a iguaria é mais conhecida como koose. 
Na África Ocidental, onde constitui uma comida de rua muito comum, é 
servido com pimenta em pó ou molho de tomate picante. Já no Brasil, especialmente 
da Bahia, é servido com pimenta, camarão seco, caruru e vatapá (também uma 
iguaria africana), sendo relativamente comum a adição de vinagrete, ou ainda de 
maionese. O acarajé faz parte do café da manhã nigeriano. 
O acarajé dos Iorubás da África Ocidental (Togo, Benim, Nigéria, Camarões), 
que corresponde à iguaria consumida no Brasil, é semelhante ao falafel árabe do 
Oriente Médio. Os árabes levaram essa iguaria para a África em diversas incursões 
entre os séculos VII e XIX. As favas secas e grão de bico do falafel foram 
substituídos pelo feijão-fradinho na África. 
Durante o comércio atlântico de escravos, o acarajé foi trazido ao Brasil 
pelas pessoas escravizadas. Manuel Querino, em descrição etnográfica do acarajé 
no livro "A arte culinária na Bahia" (1916), conta que "no início o feijão-fradinho era 
ralado na pedra, de 50 centímetros de comprimento por 23 de largura, tendo cerca 
de 10 centímetros de altura. A face plana, em vez de lisa, era ligeiramente picada 
por canteiro, de modo a torná-la porosa ou crespa. Um rolo de forma cilíndrica, 
impelido para frente e para trás, sobre a pedra, na atitude de quem mói, triturava 
facilmente o milho, o feijão, o arroz". 
 
 
 
 
 12 
TAPIOCA 
 
Tapioca é a fécula extraída da mandioca, usualmente preparada em forma 
granulada. Trata-se do ingrediente principal de algumas iguarias típicas do Brasil, 
como o beiju, quitute indígena descoberto em Pernambuco no século XVI. 
Beiju do Alto da Sé em Olinda, Pernambuco. 
Do tupi tapi (pão) + oca (casa). 
Outra versão diz que o nome tapioca é derivado da palavra tipi'óka 
«aglutinado», o nome para este amido em Tupi; e pode referir-se tanto ao produto 
obtido da fécula quanto ao prato em si feito a partir dele. 
A mandioca, produzida sob o sistema da agricultura de subsistência, era a 
base da alimentação no Brasil até a colonização do território pelos portugueses. 
Pouco após os primeiros anos do descobrimento, os colonizadores 
portugueses na capitania hereditária de Pernambuco descobriram que a tapioca 
servia como bom substituto para o pão. Na cidade de Olinda se consumia 
intensamente o beiju, a farinha e a tapioca (goma) extraídos da mandioca, desde o 
século XVI com a criação portuguesa da Casa de Farinha em Itamaracá. 
A tapioca logo se espalhou pelos demais povos indígenas, como os cariris no 
Ceará e os jês, na Amazônia oriental. Ainda, se transformou posteriormente na base 
da alimentação dos escravos no Brasil. Tudo isso serviu para transformar a tapioca, 
hoje, num dos mais tradicionais símbolos da culinária por quase todo o Norte e 
Nordeste. 
Os indígenas brasileiros faziam vários tipos de beiju: o beiju simples é um 
bolo de massa fresca, úmida, passado pela urupema (peneira de fibras vegetais) 
para formar grumos, que devido ao calor ficam ligados; o beiju-ti canga, feito de 
massa de mandioca mole e seca ao sol; o beijuaçu, redondo, feito como o beiju-
tacinga, mas seco no forno; o caribé, que é o beijuaçu posto de molho e reduzido 
novamente à massa que, quando água é acrescentada, forma um tipo de mingau; o 
beijucica feito de arroz de mandioca, em grumos bem finos; o beiju de tapioca, da 
massa umedecida, saindo da urupema em pequeninos grumos que quando pronto, é 
 13 
enrolado; o curadá, um beiju grande, feito de tapioca (goma) umedecida, em grumos 
maiores, levando castanha crua, depois sendo enrolado. 
A partir da tapioca eram feitas também algumas bebidas alcoólicas como o 
pajuari, o tarubá, o tapiocuí' e a tiquira. Na fabricação do tarubá, os beijus 
umedecidos são colocados sobre folhas de curumi (Ravenala guaianaense), e estas 
sobre uma camada de folhas de bananeira estendida sobre um jirau (grade de 
varas). Após serem polvilhados, os beijus são recobertos com as folhas de curumi e 
deixados por três dias, quando começa a escorrer um líquido viscoso, semelhante 
ao melaço. A massa é dissolvida em água, passada pela peneira e o líquido é 
deixado repousando. Após o descanso a bebida fica pronta. 
 
PATO NO TUCUPI 
 
Pato no tucupi é um prato brasileiro típico da culinária paraense. É elaborado 
com tucupi, líquido de cor amarela extraído da raiz da mandioca brava, e com 
jambu, erva típica da região norte. Pode ser acompanhado por arroz branco ou 
farinha-d'água de mandioca. 
O tucupi e o jambu também estão presentes em outra iguaria amazônica à 
base de camarão chamada tacacá. 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
TACACÁ 
 
O Tacacá é uma iguaria típica da culinária amazônica e pode ser encontrada 
nos estados do Amazonas, Pará, Acre, Amapá e Rondônia. É preparado um caldo 
fino e bem temperado geralmente feito com sal,cebola, alho, coentro do norte, 
coentro e cebolinha e, principalmente, um caldo amarelado, chamado tucupi. 
Coloca-se esse caldo por cima da goma de tapioca, também servida com camarão 
seco e jambu (Erva amazônica que provoca um tipo de formigamento nos lábios.). 
Serve-se muito quente, temperado com pimenta, em cuias. O tucupi e a tapioca (da 
qual se prepara a goma), são resultados da massa ralada da mandioca que, depois 
de prensada para fazer farinha, resulta num líquido leitoso-amarelado. Após deixado 
em repouso, a tapioca fica depositada no fundo do recipiente e o tucupi na sua parte 
superior. 
Sua origem é dos indígenas e, segundo Câmara Cascudo, deriva de um tipo 
de sopa indígena denominada mani poi. Câmara Cascudo diz que “Esse mani poí 
fez nascer os atuais tacacá, com caldo de peixe ou carne, alho, pimenta, sal, às 
vezes camarões secos". 
Ingredientes: tucupi, goma de mandioca, camarão seco, salgado, jambu (Acmella 
oleracea), sal, alho, pimenta de cheiro. 
Em cada estado nortista, tem-se características próprias nos adicionais ao 
tacacá. Adicionais estes que podem ser pipoca, farinha, purê, etc. 
 
 
 
 
 
 
 15 
ARROZ COM PEQUI 
 
O pequi (Caryocar brasiliense), também chamado de pequizeiro,[1] piqui, 
piquiá e pequiá, é uma árvore da família das cariocaráceas nativa do cerrado 
brasileiro. Seu fruto é muito utilizado na culinária sertaneja. Dele, é extraído um óleo 
denominado "azeite de pequi". Seus frutos são, também, consumidos cozidos, puros 
ou juntamente com arroz e frango. Seu caroço é dotado de muitos espinhos, e há 
necessidade de muito cuidado ao se roer o fruto, evitando-se nele cravar os dentes, 
o que pode causar sérios ferimentos nas gengivas e no palato. O sabor e o aroma 
dos frutos são muito marcantes e peculiares. O fruto pode ser conservado tanto em 
essência quanto em conserva.Apontam-se várias possíveis etimologias para o termo 
"pequi"ː viria do tupi-guarani pyqui (py: pele, qui: espinhos, ou seja, "pele com 
espinhos");[2] viria do tupi peki'i;[3] viria do tupi antigo peke'i ou peki.[4]. 
Apontam-se várias possíveis etimologias para o termo "pequi" 
Símbolo da cultura e da culinária do estado brasileiro de Goiás e muito 
utilizado em Minas Gerais, o pequi é encontrado em quase toda a Região Centro-
Oeste do Brasil e nos estados de Rondônia (ao leste), Minas Gerais (norte e oeste), 
Tocantins, Bahia (oeste), e nos cerrados de São Paulo e Paraná, bem como na 
Chapada do Araripe no lado Sul do Ceará, em cidades como Barbalha e Crato. Em 
Goiás, podem ser encontradas todas as variedades. Está na lista de espécies 
ameaçadas do estado de São Paulo. É encontrado também na Bolívia. 
No estado do Tocantins, há uma cidade com o nome de Pequizeiro em 
homenagem à árvore, onde se celebra a festa do pequi todos os anos. 
É uma árvore grossa, com folhas trifoliadas e tomentosas. As flores são 
grandes e com estames compridos. Os frutos são drupáceos, oleaginosos e 
aromáticos. Sua frutificação ocorre no período chuvoso entre os meses de outubro e 
fevereiro. A sua madeira é amarela.Apontam-se várias possíveis etimologias para o 
termo "pequi"ː 
viria do tupi-guarani pyqui (py: pele, qui: espinhos, ou seja, "pele com 
espinhos");viria do tupi peki'i; viria do tupi antigo peke'i ou peki. 
 
 16 
 Folclore na Música 
COCO 
 
 
O coco é um ritmo típico da Região Nordeste do Brasil. Há controvérsias 
sobre o estado em que se originou, sendo citados os estados de Pernambuco, da 
Paraíba e de Alagoas. O nome refere-se também à dança ao som deste ritmo. 
"Coco" significa cabeça, de onde vêm as músicas, de letras simples. Com 
influência africana e indígena, é uma dança de roda acompanhada de cantoria e 
executada em pares, fileiras ou círculos durante festas populares do litoral e do 
sertão nordestino. Recebe várias nomenclaturas diferentes, como pagode, zambê, 
coco de usina, coco de roda, coco de embolada, coco de praia, coco do sertão, coco 
de umbigada, e ainda outros o nominam com o instrumento mais característico da 
região em que é desenvolvido, como coco de ganzá e coco de zambê. Cada grupo 
recria a dança e a transforma ao gosto da população local. 
O som característico do coco vem de quatro instrumentos (ganzá, surdo, 
pandeiro e triângulo), mas o que marca mesmo a cadência desse ritmo é o repicar 
acelerado dos tamancos(que são usados para imitar o barulho do coco sendo 
quebrado). A sandália de madeira é quase como um quinto instrumento, talvez o 
mais importante deles. Além disso, a sonoridade é completada com as palmas. 
Existe uma hipótese que diz que o surgimento do coco se deu pela necessidade de 
concluir o piso das casas no interior, que antigamente era feito de barro. Existem 
também hipóteses de que a dança teria surgido nos engenhos ou nas comunidades 
de catadores de coco. 
Artistas notáveis: Selma do Coco, Amaro Branco, Raízes de Arcoverde, Jackson do 
Pandeiro, Jacinto Silva, Dona Glorinha do Coco 
Coco de zambê 
O coco de zambê, também conhecido como bambelô, coco de praia, zambê 
do pau furado e zambê, é uma dança típica do estado brasileiro do Rio Grande do 
Norte. 
"Bambelô" é um termo originário da língua quimbunda. "Zambê" é um 
 17 
vocábulo de origem africana. "Pagode" é originário do termo sânscrito bhagavati, 
através do termo dravídico pagôdi. 
FORRÓ 
 
Forró é um ritmo e dança típicos da Região Nordeste do Brasil, praticada nas 
festas juninas e outros eventos. Diante da imprecisão do termo, é geralmente 
associado o nome como uma generalização de vários ritmos musicais dessa região, 
como baião, a quadrilha, o xaxado, que têm influências holandesas e o xote, que 
tem influência portuguesa. São tocados, tradicionalmente, por trios, compostos de 
um sanfoneiro (tocador de acordeão, que no forró é tradicionalmente a sanfona de 
oito baixos), um zabumbeiro e um tocador de triângulo. Também é chamado arrasta-
pé, bate-chinela, fobó. 
O forró possui semelhanças com o toré e o arrastar dos pés dos índios, com 
os ritmos binários portugueses e holandeses, porque são ritmos de origem europeia 
a chula, denominada pelos nordestinos simplesmente "forró", xote e variedades de 
polcas europeias que são chamadas pelos nordestinos de arrasta-pé e ou 
quadrilhas. A dança do forró tem influência direta das danças de salão europeias, 
como evidencia nossa história de colonização e invasões europeias. 
Além do forró pé-de-serra, também conhecido como forró tradicional por ser 
o ritmo original, existem outras variações, tais como o forró eletrônico, vertente 
estilizada e pós-modernizada do forró surgida no início da década de 1990 que 
utiliza elementos eletrônicos em sua execução, como a bateria, o teclado, o 
contrabaixo e a guitarra elétrica; e o forró universitário, surgido na capital paulista no 
final da década de 1990, que é uma espécie de revitalização do forró tradicional, que 
eventualmente acrescenta contrabaixo e violão aos instrumentos tradicionais, sendo 
a principal característica os três passos básicos, sendo um deles o "dois para lá dois 
para cá", que veio da polca. 
Conhecido e praticado em todo o Brasil, o forró é especialmente popular nas 
cidades brasileiras de Campina Grande, Caruaru, Juazeiro do Norte e Mossoró, que 
sediam as maiores Festa de São João do país. Já nas capitais Aracaju, Fortaleza, 
João Pessoa, Natal, Maceió, Recife, Teresina e Salvador, são tradicionais as festas 
 18 
e apresentações de bandas de forró em eventos privados que atraem especialmente 
os jovens. 
Origem do nome: 
Escultura em barro pintado de um sanfoneiro, um dos músicos que integram 
as bandas de forró. Caruaru, Pernambuco. 
O termo "forró", segundo o filólogo pernambucano Evanildo Bechara, é uma 
redução de forrobodó, que por sua vez é uma variante do antigo vocábulo galego-
português forbodó, corruptela do francês faux-bourdon, que teria a conotação de 
desentoação. O elo semântico entre forbodó e forrobodó tem origem, segundo 
Fermín Bouza-Brey, na região noroeste da Península Ibérica (Galizae norte de 
Portugal), onde "a gente dança a golpe de bumbo, com pontos monorrítmicos 
monótonos desse baile que se chama forbodó". 
Na etimologia popular (ou pseudoetimologia) é frequente associar a origem 
da palavra "forró" à expressão da língua inglesa for all (para todos). Para essa 
versão foi inventada uma engenhosa história: no início do século XX, os engenheiros 
britânicos, instalados em Pernambuco para construir a ferrovia Great Western, 
promoviam bailes abertos ao público, ou seja for all. Assim, o termo passaria a ser 
pronunciado "forró" pelos nordestinos. Outra versão da mesma história substitui os 
ingleses pelos estadunidenses e Pernambuco por Parnamirim (Rio Grande do Norte) 
do período da Segunda Guerra Mundial, quando uma base militar dos Estados 
Unidos foi instalada nessa cidade. 
Apesar da versão bem-humorada, não há nenhuma sustentação para tal 
etimologia do termo. Em 1912, estreou a peça teatral "Forrobodó", escrita por Carlos 
Bettencourt (1890-1941) e Luís Peixoto (1889-1973), musicada por Chiquinha 
Gonzaga e em 1937, cinco anos antes da instalação da referida base militar em 
território potiguar, a palavra "forró" já se encontrava registrada na história musical na 
gravação fonográfica de “Forró na roça”, canção composta por Manuel Queirós e 
Xerém. 
XAXADO 
 
 19 
É conhecido pelo nome de xaxado um ritmo e dança típicos do nordeste do 
Brasil, com raiz nos costumes do sertanejo local, originário das regiões do Pajeú e 
Moxotó no interior de Pernambuco e evidentes características extraídas das culturas 
indígenas. Seu nome é atribuído ao som onomatopaico que os dançarinos fazem 
com as alpercatas arrastadas no chão durante a dança, soando "xa-xa-xa". 
Há também a versão de que o nome xaxado seja derivado da palavra 
"xaxar", uma corruptela de sachar (cavar a terra com o sacho, capinar). Os 
agricultores xaxam o feijão juntando a terra com uma enxada pequena no pé do 
caule do broto com poucos dias de nascido. 
Verificando os movimentos dos pés de quem está manuseando uma enxada, 
limpando mato na roça ou xaxando, é semelhante aos de quem está dançando o 
xaxado básico. 
A "paternidade" do xaxado também é matéria de bastante controvérsia, pois 
alguns autores afirmam que se trata de uma adaptação de danças portuguesas; 
outros afirmam ser uma recriação de danças indígenas, e há ainda várias fontes que 
acreditam terem sidos os cangaceiros, em especial o bando de Lampião os 
criadores do xaxado. 
Na verdade, as primeiras pesquisas sobre o ritmo remontam a 1922, onde se 
verificava sua prática nas regiões do Agreste e Sertão pernambucano. Os 
cangaceiros possuem o mérito de serem os principais divulgadores do xaxado, pois 
eles usavam a dança como grito de guerra ou para celebração de vitórias. Utilizando 
o rifle em substituição da mulher, a dança era exclusivamente praticada por homens 
(mesmo porque na época as mulheres ainda não participavam dos grupos de 
cangaceiros, situação que mudaria pouco depois com a inclusão de Maria Bonita e 
outras mulheres no bando de Lampião). Com o passar dos anos as mulheres 
conseguiram seu espaço na brincadeira. Por conta dessa divulgação, o xaxado é 
muito ligado ao cangaço, e mesmo inovações na dança acabaram por surgir dentro 
dos vários grupos cangaceiros. 
Assim, hoje em dia o xaxado é executado aos pares, e os grupos dançam 
geralmente acompanhados por conjuntos de pífano, zabumba, triângulo e sanfona, 
apesar de originalmente o xaxado não possuir qualquer acompanhamento, sendo 
uma forma predominantemente vocal, com o som das alpercatas arrastadas no chão 
fazendo as vezes de instrumento de percussão, ditando o ritmo da dança. 
Os movimentos do xaxado são apresentados em fila, claro sinal de influência 
indígena, sem volteio, avançando o pé direito em três e quatro movimentos para os 
lados e puxando o esquerdo, num rápido e arrastado sapateado. 
 
 
 
 
 20 
AXÉ 
 
O axé, ou axé music, é um gênero musical que surgiu no estado da Bahia na 
década de 1980 durante as manifestações populares do Carnaval de Salvador, 
misturando o ijexá, samba-reggae, frevo, reggae, merengue, forró, samba duro, 
ritmos do candomblé, pop rock, bem como outros ritmos afro-brasileiros e afro-
latinos. 
No entanto, o termo "axé" é utilizado erroneamente para designar todos os 
ritmos de raízes africanas ou o estilo de música de qualquer banda ou artista que 
provém da Bahia. Sabe-se hoje, que nem toda música baiana é axé, pois lá há o 
samba-reggae, representado principalmente pelo bloco afro Olodum, o samba de 
roda, o ijexá — tocado com variações diversas por bandas percussivas de blocos 
afro como Filhos de Ghandi, Cortejo Afro, Ilê Aiyê, e Muzenza, entre outros —, o 
pagode baiano e até uma variação de frevo, bem como o sertanejo e forró etc. 
Daniela Mercury é considerada "Rainha do Axé". 
A palavra "axé" é uma saudação religiosa usada no candomblé, que significa 
energia positiva. Expressão corrente no circuito musical soteropolitano, ela foi 
anexada à palavra em inglês "music" pelo jornalista Hagamenon Brito em 1987 para 
formar um termo que designaria pejorativamente aquela música dançante com 
aspirações internacionais. 
Com o impulso da mídia, o axé music rapidamente se espalhou por todo o 
país (com a realização de carnavais fora de época, as chamadas micaretas), e 
fortaleceu-se como potencial mercadológico, produzindo sucessos durante todo o 
ano, tendo, como alguns dos maiores nomes, Daniela Mercury, Márcia Freire, Ivete 
Sangalo, Alinne Rosa, Claudia Leitte, Margareth Menezes, Asa de Águia, Chiclete 
com Banana, entre outros. 
Os pioneiros do gênero foram os músicos da renomada banda Acordes 
Verdes, que acompanhava Luiz Caldas e eram músicos de estúdio da W.R, em 
Salvador. O principal arranjador do estúdio, na altura, era o compositor Alfredo 
Moura. 
 
 
 21 
MAXIXE 
 
 Maxixe ou tango brasileiro, é um tipo de dança de salão brasileira criada por 
afrodescendentes que esteve em moda entre o fim do século XIX e o início do 
século XX. Teve a sua origem no Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX, 
mais ou menos quando o tango também dava os seus primeiros passos na 
Argentina e no Uruguai, do qual sofreria algumas influências. Dançada a um ritmo 
rápido de 2/4, notam-se também influências do lundu, das polcas e das habaneras. 
Por isso mesmo, o maxixe é chamado por alguns de tango brasileiro. Alguns relatos 
afirmam também uma diferença com relação à harmonia, sendo a do tango brasileiro 
(como os de Ernesto Nazareth) um pouco mais complexa do que de seu "irmão", o 
maxixe. 
Foi criado pelos chorões, conjuntos instrumentais de choro, fazendo uma 
variante altamente sincopada da habanera, gênero cubano que também era 
chamado tango-habanera (o primeiro uso da palavra "tango" é datado de 1823, em 
Havana,) e que, na sua variante brasileira, passou a ser chamado "tango brasileiro". 
Até o advento do samba, o maxixe foi o gênero dançante mais importante do Rio de 
Janeiro. 
O ritmo, segundo hipótese levantada por alguns estudiosos, foi influenciado 
pela música trazida por escravos de Moçambique, daí advindo seu nome, que é o 
mesmo de uma cidade moçambicana. Ainda hoje, o padrão rítmico da marrabenta 
(música moçambicana) guarda semelhanças com os padrões rítmicos do maxixe. 
Outra hipótese, contudo, aponta a origem do nome numa pessoa de nome "Maxixe" 
que, certa vez, teria, num baile de carnaval na cidade do Rio de Janeiro, dançado o 
lundu num ritmo diferente, criando, assim, a dança maxixe. 
Ainda há a hipótese de que a planta maxixe batizou essa nova dança que, 
por assim dizer, também brotava nos quatro cantos da cidade. 
 22 
Sendo uma pioneira dança urbana surgida no Brasil, o maxixe é oriundo da Cidade 
Nova, bairro do Rio de Janeiro cuja principal característica era a forte presença de 
afrodescendentes. Diferente da dança do lundu, que era mais ligada ao mundo rural 
e na qual todos participavam da roda cantando ou dançando ou batendo palmas, no 
maxixe todos os pares dançamao mesmo tempo, sendo a melodia e a voz externas 
ao universo dos dançarinos. 
Pelo seu caráter lúdico e sensual, foi alvo de fortes preconceitos, sendo 
rotulado de indecente por grande parte da sociedade. Dava-se-lhe, então, o nome 
de "tango brasileiro" para esconder a relação dessas composições com o maxixe. 
Por conta do que era dito preconceituosamente sobre o maxixe, a dança apenas se 
popularizou na sociedade, através dos clubes carnavalescos e do teatro de revista, 
sendo divulgada por grupos de choro, bandas de música e pianistas populares. 
Assim, tornou-se o gênero dançante mais importante do Rio de Janeiro. Tal 
como o tango, este estilo foi também exportado para a Europa e Estados Unidos nos 
primórdios do século XX, por exemplo, ganhando notoriedade entre os franceses 
pelos pés do requintado dançarino Duque, em Paris. 
A forma rítmica do maxixe influenciou as obras de Donga e Sinhô, pioneiros 
compositores do samba, que tomaria lugar do maxixe como principal gênero musical 
brasileiro. Enquanto dança, o maxixe está presente nos passos do samba de 
gafieira, o samba de breque e o samba-choro) também preserva muitas estruturas 
rítmicas do maxixe. A lambada também deve algumas contribuições de estilo ao 
maxixe. 
 
CHULA 
 
Chula é uma dança típica do Sul do Brasil, introduzida por tropeiros. 
Dançada em desafio, praticada preferencialmente por homens. A chula tem bastante 
semelhança com o Lundu sapateado, encontrado em outros Estados brasileiros. A 
chula do Rio Grande do Sul vem da chula de Portugal. A chula portuguesa (antiga 
chula) é baseada em batidas dos pés e nos desafios. 
Uma vara de madeira denominada lança e medindo cerca de 2 ou 3 metros 
 23 
de comprimento é colocada no chão, com dois ou três dançarinos dispostos em suas 
extremidades. Ao som da gaita gaúcha, os dançarinos executam diferentes 
sapateados, avançando e recuando sobre o pedaço de madeira. Na qual dois 
bailarinos ( ou mais ) se confrontam, cada um desejando mostrar as suas qualidades 
coreográficas, através de gestuais movimentos e sapateados, de um e de outro lado 
de uma lança de madeira, colocada devidamente no chão. 
Após cada seqüência realizada, o outro dançarino deverá repeti-la e em 
seguida realizar uma nova seqüência, geralmente mais complicada que a do seu 
parceiro. Assim, vencerá o dançarino que conseguir não perder o ritmo,e não 
encostar no pedaço de madeira e conseguir realizar a sequência coreográfica 
dançada como desafio pelo dançarino anterior. 
A chula antigamente era usada durante os bailes, onde dois peões queriam 
dançar com uma mesma prenda,então desafiavam-se, aquele que fizesse o passo, 
em sapateio, sem erros teria o direito a dançar com esta prenda pelo resto do baile. 
Hoje essa dança é mostrada apenas de forma cultural durante eventos, 
rodeios, etc, porém não podendo repetir o passo, de seu oponente. Eles fazem 
frequentemente em festas tradicionais ou em eventos apropriados para esse tipo de 
festa. 
 
CARIMBÓ 
 
O carimbó é um ritmo musical amazônico e também uma dança de roda de 
origem indígena, típica da região norte do estado do Pará, no Brasil, influenciado por 
negros (percussão e sensualidade) e portugueses (palmas e sopro). O nome 
também se aplica ao tambor utilizado nesse estilo musical, chamado de "curimbó". 
Na forma tradicional, o carimbó é chamado de "pau e corda", peculiar pela 
batida do tambor curimbó acompanhado por banjo e maraca. Referido em algumas 
bibliografias como “samba de roda do Marajó” e “baião típico de Marajó”. 
O carimbó é considerado um gênero de dança de origem indígena, porém, 
como diversas outras manifestações culturais brasileiras, miscigenou-se, recebendo 
 24 
outras influências, principalmente da cultura negra. O ritmo sofreu 
repressão/proibição por séculos devido a origem, chegou inclusive ser proibido no 
município de Belém (capital do Pará) através da repressão governamental no 
“Código de Posturas de Belém”, de 1880, no capítulo específico intitulado “Das 
bulhas e vozeiras”. 
"É proibido, sob pena de 30.000 reis de multa: (...) Fazer bulhas, vozerias e 
dar autos gritos (...). Fazer batuques ou samba. (...) Tocar tambor, carimbó, ou 
qualquer outro instrumento que perturbe o sossego durante a noite, etc." 
Nas últimas décadas, o carimbó ressurgiu como música regional e como uma 
das principais fontes rítmicas (matriz) de gêneros contemporâneos, como lambada e 
tecnobrega. A expressão cultural espalhou-se também pela Região nordeste do 
Brasil, atualmente está muito associado as festividades religiosas e, tornou-se 
patrimônio Cultural Imaterial do Brasil em setembro de 2014. O registro foi aprovado 
por unanimidade pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, do Instituto do 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). 
Etimologia: 
"Carimbó" do tupi "korimbó", originado do instrumento de percussão 
indígena, junção de "curi" (pau oco) e "m’bó" (furado), significando “pau que produz 
som".Devido a forte presença do instrumento "curimbó", tambor que marca o rítmo, 
feito artesanalmente com a escavação de um tronco de árvore, encoberto com couro 
de animal e afinado ao calor do fogo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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