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2ª Prova Fêmeas – José Nélio Inseminação Artificial Qual espécie vocês acham que mais vende sêmen no Brasil? É o peru, porque 100% é inseminação. Por conta de seu peso, não consegue montar na perua e a perua não aguenta seu peso. Inseminação em Bovinos Qual é o objetivo de se inseminar uma fêmea bovina? Você consegue dispersar um material genético melhorador, você tem um touro que as filhas tem de media 40kg de leite, é esse que você quer, para aumentar a produção. Falando de animais de produção, pensamos em quantidade. Se eu deixar um touro de alta genética junto com as vacas, ele consegue cobrir uma parcela da população, mas se eu coleto seu sêmen, posso ter 500.000 filhas. A grande vantagem da inseminação artificial é permitir essa dispersão do material genético melhorador. Para que a gente faça a IA precisamos ter muitos conhecimento de anatomia: Vulva Vagina Cérvix (barreira que impede saída e entrada) Na IA é necessário que se passe a cérvix, tenho que passa-la com o aplicador, se eu jogar o sêmen antes, ele é perdido, cai a taxa de prenhez. É fácil passar a cervix, só é preciso ter prática. O pré-requisito para se ter uma boa taxa de concepção em bovinos é ultrapassar a cervix. Quando eu passo a cervix, jogo o sêmen e ele chega até o local de fecundação. O touro deposita o sêmen na vagina, como a concentração e volume é maior, ele consegue passar pela cervix. Quantos ml de sêmen se deposita na IA? 0,25 ml paleta fina ou 0,5 ml paleta grossa. Quando eu vou realizar a IA? Na fase final da folicular, quando ocorre o cio do estro, sempre inseminamos o animal no estro. Eixo: GnRH produzido no hipotálamo age na hipófise que produz FSH e LH. O FSH promove o crescimento do folículo terciário, aparece na onda de crescimento inicial do folículo e vai até a ação da inibina, que junto com o estrógeno faz feedback negativo ao FSH (folículos menores entram em atresia e o folículo maior continua crescendo com ação do LH Divergência folicular). Quem promove o crescimento inicial dos folículos é o FSH e quem promove o crescimento final é o LH e ele vai crescendo até que tenha um pico de estrógeno feedback positivo no hipotálamo pico de GnRH FSH e LH ovulação. Na superovulação eu tenho que parar a divergência, tenho que conseguir quebrar isso, aumento FSH. O estrógeno fica muito alto para que ocorra a ovulação e necessariamente a progesterona tem que estar baixa, se ela estiver alta não ovulação e não tem cio. Deu o pico de LH, 24 horas depois tem ovulação. Na IA o sêmen está no botijão, então eu preciso identificar o momento de inseminar a fêmea, que é sempre tem que ser feita antes da ovulação, porque: O espermatozoide quando chega no trato da fêmea precisar passar pela capacitação que precisa ser de 8 a 10h antes. O tempo de viabilidade oocitária cai a medida que passa o tempo os ovulação, o período que oócito fica viável é pequeno, no máximo 8 horas. Se eu inseminar na hora da ovulação o que acontece? Até o sptz se capacitar o oócito vai morrer. Alguns podem até emprenhar, mas a grande maioria não. A possiblidade de prenhez cai de 50 para 10%. Eu preciso de um sinal da fêmea para que eu possa inseminar, e esse sinal é o cio. Como eu vejo o cio de uma vaca? Quando ela deixa alguém montar e fica paradinha, ou seja, quando ela aceita 3a monta. Tem outros sinais: ela urina mais, muco, etc, mas o mais importante é quando ela deixa outra fêmea montar nela. A que está montando está no cio? Pode até estar, mas você precisa ver uma outra montando nela. O que faz ela ficar paradinha é o estrógeno. O estrógeno é responsável pela fecundação, tudo que acontece para o sptz encontra o oócito é feito pelo estrógeno. Depois que eles se encontraram e começou a virar embrião a progesterona é a responsável. O sptz fica armazenado no epidídimo, a fecundação ocorre na tuba uterina, quem faz ele chegar ali é o estrógeno, primeira coisa que o estrógeno faz para o sptz sair do testículo é o cio. O primeiro obstáculo que o sptz tem que passar é a cervix, o estrógeno a relaxa, ele liquidifica os fluidos, contrai o útero para deslocamento do sptz e induz movimentos peristálticos na tuba e promove os movimentos ciliares das células. A progesterona faz a ação contrária, sob sua ação não tem comportamento de cio nem ovulação, ela mantém a gestação e o estrógeno é o responsável pela fecundação. Não é fácil ver cio, porque pode acontecer no período da noite (30%), depende de gente observando cio. O período do cio é pequeno (12 horas), se tiver produzindo muito leite é só 3h-5h. O cio dessas vacas é menor, porque ela come muito e seu metabolismo é muito acelerado, metabolizando muito rápido o estrógeno então ao invés dela ficar 12h no cio, por ela comer muito ela fica por volta de 4h, em função da alta metabolização do estrógeno pelo fígado. Se uma vaca da cio hoje, ela só volta a dar cio daqui a 21 dias. Nós identificamos o animal no cio quando ela aceita monta, então todas as ferramentas para identificar o cio vai estar relacionado com isso, colocando alguma coisa que identifique que ela foi montada, como o CAMAR (?) dispositivo que solta uma tinta e fica vermelho quando a vaca é montada. Tinta Idex (?): conforme a vaca vai montando, vai tirando a tinta. Eletronicos: podômetro uma fêmea que não está no cio da uns 80 passos por dia, já uma no cio da até 200 passos por dia. Aparelhinho que emite som de rádio quando uma vaca monta na outra (nome?): é o sistema mais eficiente de detecção de cio. É muito caro e não é prático. Raspadinha: conforme vai montando vai raspando. Pode-se usar também um rufião ai tem que ficar observando ou usa um bursal (?) que coloca no queixo dele que é cheio de tinta e quando ele monta marca as vacas. O inicio do cio determina quando a gente inseminar, uma vaca que deu cio agora, mais ou menos 30 horas depois ela vai estar ovulando. Então nós inseminamos 12h depois do início do cio, porque 30h menos 12h dá 18h e vacas inseminadas de 12 a 22h antes da ovulação tem melhores taxas de concepção. Se ela deu cio de manhã eu insemino a tarde, se ela deu cio a tarde insemino na próxima manhã. Antes de começar a trabalhar com o sêmen eu tenho que preparar a vaca para inseminação, prendo ela, faz limpeza retal, lava, seca e amarra a cauda, ai prepara o sêmen. Não posso preparar o sêmen e correr atrás da vaca depois. Normalmente quando insemina muitas vacas não lava, nem amarra, nada disso. Para que a gente faça a IA precisamos de alguns itens: luva de palpação, descongelador (manter água 35 a 37º), termômetro, pinça, cortador de paleta ou tesoura, papel toalha, bainha de contenção do aplicador e aplicador. Manejo de botijão: dentro tem o caneco, tem uma rafe que fica cheio de dose de sêmen, eu não posso expor muito senão descongela, a temperatura lá dentro é -196ºC, o caneco tem que ser mantido dentro do botijão senão vai prejudicando as outras doses de sêmen. Montagem do aplicador: precisa ter água a 35-37ºC, pego a paleta e deixo 40s nessa água até descongelar completamente,pode deixar mais se quiser, o mínimo é 41s. Depois que descongelou, tiro faço a secagem com papel toalha e corto a pontinha contrária ao algodão, um corte reto. Encaixa o palete na bainha até o final e coloca no aplicador. Uma vez feito isso vou para a vaca tomando cuidado pra não sujar o aplicador, abre a vulva e introduz no sentido dorsal o aplicador e fazendo a palpação retal encaminha o aplicador pela cervix até que passe o último anel cervical e o sêmen é depositado. IATF: inseminação artificial em tempo fixo Espécie bovina. Importante: identificar cio = quando a vaca aceita a monta; hora de inseminar = 12 horas depois do ínicio do cio; como realizar procedimento. Quando fazemos a inseminação convencional, temos um problema que é difícil identificar o cio. Pelo fato de ser difícil, surgiu a ideia de tentar fazer uma inseminação sem a necessidade de observar cio, que é a IATF. Na hora que eu junto as vacas todas, começo a fazer o protocolo, já sei a hora de inseminar. Se já sei a hora de inseminar, não tem a necessidade de identificar cio. Porque eu identifico cio pra saber a hora de inseminar. Se eu tenho uma biotecnologia, IATF, que permita eu sincronizar a ovulação, saber a hora da ovulação, eu sei a hora de inseminar. Isso é vantagem, resolvo o problema que era observar cio, não precisa mais. Como é feito? Baseado na fisiologia da vaca, criou-se toda a tecnologia. Chego no rebanho, vacas paridas cobertas por touro e quero inseminar todas juntas. Elas vão estar em que momento do cio? Cada vaca vai estar em um momento do cio, espalhado. Como fazer para sincronizar o cio? O que determina o crescimento do folículo? FSH e LH, FSH no começo do crescimento até virar terciário, depois disso é o LH. Deve se parar uma onda de crescimento folicular e começar uma outra em todas vacas juntas. Como? Deve-se parar a secreção de GnRH para não ter FSH e LH, consequentemente não ter crescimento folicular e entrarem em atresia. Para parar o GnRH: Se tiver progesterona tem folículo crescendo; Prostaglandina age no CL, ela para a progesterona, que faz feedback negativo no hipotálamo. Mas isso não é um bloqueio e sim, uma diminuição na liberação. Como começa a ter folículo terciário no ovário da fêmea: quando ela ainda é feto. Quando para? Na menopausa, mas vaca não tem menopausa, então só para quando ela morre. O crescimento folicular é constante, desde quando a fêmea é feto. Fazer bloqueio no hipotálamo: se usar progesterona mais estrógeno = progesterona faz feedback negativo no hipotálamo, quando eu associo os dois ai sim, acontece um feedback extremamente negativo a ponto de bloquear. Numa vaca normal, quando isso acontece? Ovulou, começa a formar o CL que vai até o 19º dia – nova onda – alguns entram em atresia, outros continuam crescendo. 10 dias após cio, por exemplo, tem CL e tem folículo grande, ou seja, tem progesterona e estrógeno juntos. O folículo grande não ovula e entra em atresia. Começa nova onda. Essa associação vai fazer um feedback muito forte no hipotálamo, e ai há diminuição do GnRH. Quando vai ter nova onda? Quando os níveis de estrógeno abaixar. Logo, se eu pegar varias vacas que estão em diferentes fases do ciclo estral e aplicar estrógeno mais progesterona, vai parar qualquer folículo que tiver em qualquer tamanho e diminuir a produção de GnRH. Sem GnRH não tem FSH nem LH. Quando começa nova onda? Quando os hormônios são metabolizados, por volta do 4º dia após a aplicação. Primeira premissa da IATF: sincronização da emergência de onda. Associação de estrógeno com progesterona. Esse método é baseado na atresia folicular, mas existe outro. Após a ovulação começa outra onda de crescimento folicular, então o outro protocolo é induzir a ovulação. Segunda premissa da IATF: controlar a progesterona. Implante de progesterona intravaginal e mantém o tempo que quiser, para controlar o crescimento folicular, pra que as vacas ovulem na hora que eu quero e não antes. Se ela ovular antes da inseminação, o resultado é ruim. Se eu manter a progesterona, eu faço um controle desse crescimento, faz com que ocorra um crescimento mais ou menos pareado entre os folículos; evita ovulações precoces. Como? Tirar e colocar o implante na hora que eu quero, só que tem a progesterona da vaca, então tenho que controlá-la também aplicando prostaglandina, lisa o CL e não tem progesterona. Exógena: simplesmente retira o implante. Endógena: reaplico prostaglandina. Por que controlar a progesterona? Primeiro para parear o crescimento folicular, e depois tem que tirar a progesterona, porque eu preciso induzir a ovulação depois. Terceira premissa da IATF: sincronizar a ovulação. Apesar delas tentarem sincronizar a emergência de onda, umas crescem mais que as outras. Então na hora de inseminar esparrama ovulações e não pode ser assim. As ovulações ocorrem muito perto e eu tenho que inseminar todas em um determinado momento só. Aplico indutor de ovulação: LH (direto), GnRH (indireto), estrógeno (indireto), HCG. Os mais usuais são estrógeno e GnRH. Feito isso, é possível determinar a ovulação. Geralmente com esse programa, essas vacas ovulam 70 horas depois de retirar o implante. Então, 70-72 horas depois que eu tirei elas estão ovulando, e inseminamos geralmente 48-54 horas depois, vai cair na janela ótima = melhor momento para inseminar. Protocolo de associação de progesterona e estrógeno (atresia folicular via feedback negativo no hipotálamo) Dia 0: estrógeno + progesterona (implante) - folículos grandes, médios e pequenos, todos entram em atresia. Dia 4: Depois de metabolizado, 4 dias depois começa uma nova onda (controlo o crescimento folicular para que não tenha ovulações antes da inseminação e depois retiro a progesterona para permitir que ocorra a ovulação e aplico prostaglandina para lisar o CL). Cada indutor determina o momento da ovulação. Se ela vai ovular por volta de 70-72 horas depois da retirada do implante, subtrai 24h = em torno de 48h (após retirada do implante) que é o momento da inseminação. Janela ótima. Outro protocolo: induzir ovulação. 12- 24 horas após a ovulação vai começar nova onda de crescimento folicular. Qual dos dois é mais eficiente? O primeiro, porque se pegar um tanto de vaca, cada uma em um período do ciclo e for induzir ovulação, algumas podem não responder, porque o folículo ainda está pequeno. 2 métodos de pré-sincronização: vai falar na próxima aula Dia 7 (depois do GnRH): aplica prostaglandina para quebrar CL e controlar a progesterona (segunda premissa). Pode aplicar antes? Não, porque o CL em formação, até o 5º dia não tem receptor para prostaglandina. Então, não é responsivo. 56h depois da prostaglandina, aplico GnRH para realizar a 3ª premissa, sincronizar a ovulação. Em media 30-32 horas depois, há ovulação. Momento de inseminar: 12-24h antes de ovular, logo 12-16horas depois do GnRH. Dia 0: GnRH Dia 7: prostaglandina 56 horas depois: GnRH 16 horas depois: inseminação Independente do que acontecer, não pode mudar o protocolo! Esse protocolo é inferiora esse, porque para que ele funcione tem que ter um folículo grande no começo. Como fazer sexagem do sêmen? Pela quantidade de DNA no cromossomo, o X tem muito mais que o Y. Cora o cromossomo com corante que penetra no núcleo sem matar a célula, depois com um laser visualiza, o X emite mais luz. Apenas 30% fica viável. Inseminar 10 horas depois da ovulação, porque ele sai quase pronto, pré-capacitado. EQUINOS Cérvix longitudinal, menos fibrosa, útero em formato de T, ovário preso pouco móvel. Cio: levanta a cauda, micção frequente, aceita aproximação do macho, exposição do clitóris, é necessário apresentar um macho. Tem que palpar e passar ultrassom para identificar o cio. Depois de duas semanas que pariu, pode cobrir que emprenha. Prática IATF Método Progesterona + Estradiol Dia 0: Estrógeno + Progesterona com objetivo de promover atresia folicular que ocorre por conta do Feedback extremamente negativo ao GnRH, consequentemente FSH e LH abaixam. O folículo para crescer precisa de FSH e LH, folículo pequeno, o FSH faz ele crescer, se tem estrógeno + progesterona tem FSH e LH? Não, então o que acontece com esse folículo? Entra em atresia. Folículo médio, pós divergência precisa do LH pra crescer, mas não tem então ele entra em atresia. Aí eu tenho a Primeira Premissa da IATF que é sincronizar a emergência de onda com associação do estrógeno com progesterona. Segunda Premissa: controlar a progesterona por meio do implante que fica por 8-9 dias e depois é retirado. Para parar a progesterona endógena aplica-se prostaglandina. O controle serve pra que? Para ter um padrão de crescimento folicular, para evitar uma ovulação precoce e depois eu tiro para permitir que ocorra a ovulação. Terceira Premissa: sincronizar a ovulação. Tudo isso é feito no dia da retirada do implante, para sincronizar a ovulação pode-se usar LH, estrógeno, GnRH e hCG, usamos o estrógeno pois é muito mais barato. Quando eu faço o ciprionato de estradiol, da retirada até o cio são 72 horas. Eu tenho sempre que inseminar antes, geralmente 48 horas após a retirada, o que da em torno de 20 a 22 horas antes da ovulação. Nós fazemos também aplicação de eCG, produzida pelo córion da égua gestante do dia 30 até 120 de gestação. A função do eCG na vaca é fazer o papel de FSH e LH, pois consegue se ligar ao receptor de FSH e LH no ovário, se tem um folículo pequeno vai se ligar mais FSH, se for pós divergência, LH. No caso da IATF, temo um folículo grande, então usamos a eCG para da um empurrãozinho no crescimento desse folículo, é utilizado geralmente em vacas de corte, zebus que tem anestro pós parto por falta de LH. D0: estrógeno + progesterona Ultrassom Como funciona o ultrassom? Por meio do som que é criado por meio de vários cristaizinhos que vibram e emitem um som de altíssima frequência que caminha e de acordo com que bate nas estruturas forma o eco que volta para os cristais e os fazem vibrar e mandam informação via energia elétrica. Como é formada a imagem em termos de tons de cinza? O liquido é preto, pois é anecóico porque o som passa direto por ele, o musculo é cinza e o osso é hiperecóico. Uma das coisas mais caras que nós temos no ultrassom é a probe, então tem que ter muito cuidado, é indicado deixá-la no chão, porque se pisar não tem problema, tem problema se cair, porque se ela cai muda à disposição dos cristais e a imagem fica preta onde o cristal mudou de posição. Sempre uma mão fica passando o ultrassom e a outra segurando o fio. Em função de ser portátil sempre estamos ligando e desligando, pra colocar a probe, tenho que deixar fora da energia para evitar riscos. Os pininhos de encaixe não entram justapostos, ficam bambos, na medida em que eu passo a travinha eles mexem. Eles não são justapostos, porque se eu for colocando ele bem justinho pode ser que comesse a amassar e ele quebre. Quando coloco a probe eu ligo o ultrassom na energia, mas tem que ter protetores como estabilizador ou filtro de linha. É interessante ter 2 ultrassons, um de menor qualidade que fique parado no caso de emergências. IA nos outros animais Égua Como eu determino o momento de inseminação da égua? Tem que fazer o controle folicular por palpação é ultrassonografia. O cio pode ser induzido com GnRH e hCG. Fez a indução, com 35 mm, provavelmente ela vai ovular com 40 horas depois da indução. Uma vez que a fêmea no cio foi identificada, o sêmen vai vir pra gente de uma central. Como é feita a IA em bovinos? Faz-se palpação retal, identifica a cervix, leva o aplicador na vagina, passa a cervix e joga o sêmen. Na égua é dessa forma? Não, na égua a palpação não é retal, e sim intravaginal, porque a cervix da égua mais difícil de identificar, não é fácil de ser palpada e tem uma projeção para dentro da vagina. Com a mão esquerda identifica a cervix e com a outra introduz a pipeta direcionando a bainha para a entrada da cervix. A cervix da égua não é difícil de passar igual a da vaca, porque suas fibras são longitudinais, não apresentam resistência. O sêmen fica numa seringa ou numa bisnaguinha que é acoplada a bainha e quando pressionada impulsiona o sêmen para dentro. Suínos A cervix é comprida, semelhante a dos bovinos em termos de estrutura, é dura, possui consistência mais firme e é extremamente comprida formada por vários anéis formando um saca-rolha. A IA dos suínos é intracervical, porque não dá para segurar e passar a cervix e porque o volume de sêmen é grande (100 ml). O cachaço pode ejacular até meio litro. O útero dos suínos é muito longo e pregueado, porque abriga muitos leitões (12-14 em média). Na IA é importante o momento de inseminar que é determinado através do cio, para detectar em suínos: a primeira evidencia é a vulva inchada, no cio fica muito inchada e vermelha, a fêmea fica mais inquieta, urina com frequência, se passar um macho ela fica parada, tem o reflexo de tolerância ao homem (pressão no dorso e fica quieta: está no cio), pode ocorrer corrimento vaginal. O cio da porca dura de 48 a 72 horas, as ovulações ocorrem do inicio do cio (20 horas) e a ultima depois de 36 horas. Tem uma janela de ovulações, portanto, tem que fazer 2 inseminações (para cobrir maior porcentagem de ovulações). A primeira inseminação tem que ser antes da ovulação = 12 horas depois do inicio do cio e a segunda inseminação 24 depois do inicio do cio. Como é feita a IA: utiliza-se pipetas descartáveis ou não introduzindo no sentido dorsal e penetrando no sentido anti-horário até que passe pela cervix e faz-se uma ligeira tração, quando sentir resistência coloca a bisnaguinha e introduz o sêmen fazendo um ligeira pressão, se apertar demais, tem refluxo. Quando o sêmen é coletado, é diluído com fluido, substância energética e antibiótico evitando problemas de infecção. O sêmen pode ser resfriado por 3 dias, dá pra congelar mas diminui a viabilidade. Pequenos Ruminantes Precisa usar um laparoscopio, porque a cervix é complicadíssima, da pra fazer sem, mas é difícil. Geralmenteé feito em doadoras de embrião. Algumas dificuldades: o protocolo de IATF para pequenos ruminantes não está bem desenvolvido (não dá pra usar estrógeno + progesterona em pequenos ruminantes, porque para o crescimento folicular, ai utiliza progesterona por um longo período, consegue sincronizar, mas não é tão efetivo). Outra dificuldade é que a viabilidade de sêmen é muito inferior ao de bovinos, um dos maiores problemas que tem na IA de pequenos ruminantes mais relacionados com ovinos é a cervix (dificuldade de passar a cervix com a pipeta). A entrada da cervix é muito variada entre as fêmeas. Não tem como palpar cabras e ovelhas então não tem como direcionar a entrada. A cervix é extremamente longa em relação ao útero, com 9 anéis em média. Tem variação entre raças e variações individuais. Como vejo cio em ovelhas: o cio é de 17 em 17 dias. A cabra no cio fica balançando a cauda, elas não tem comportamento homossexual (assim como equinos e búfalos), urina mais vezes, necessariamente deve-se usar um rufião para detectar o cio em ovelhas. A IA é feita 12 horas após o inicio do cio, existem varias formas de ser feita: 1) Inseminação vaginal com sêmen fresco; 2) Inseminação cervical: usa-se a pipeta e faz-se a inseminação na cervix, pode-se usar sêmen refrigerado. 3) Inseminação transcervical: passa a cervix, dá pra usar sêmen congelado, deve-se tracionar a cervix para fora e direcionando o aplicador. A taxa de concepção é mais eficiente. 4) Inseminação através de laparoscopia: casos extremos, como sêmen e doadoras muito caros. Enche a cavidade de CO2 o que permite que procure o útero na cavidade, a pipeeta tem uma agulha na ponta que é inserida no útero e joga o sêmen la dentro. Cão Por que fazer IA em cão? Para facilitar a dispersão de material genético, quando tem incompatibilidade macho/fêmea, desvio de comportamento, fêmea que não aceita o macho. Por exemplo, o buldogue inglês não aguenta por causa de sua respiração e peso. Algumas raças são agressivas, como o Doberman e Fila. Identificação do cio: sangramento no proestro (1 semana de sangramento em média cio), finalizou o sangramento, começa a aceitar o macho, na presença do macho, fica parada, levanta a cauda, a vulva fica inchada. A inseminação geralmente é feita uma ou duas vezes, por isso é importante identificar o melhor momento. A cadela tem uma particularidade em que o oócito demora mais para chegar em metáfase II, que geralmente são 2 dias. Não adianta inseminar na hora do cio, quando nem teve ovulação (20-32 horas depois do inicio do cio). Deve-se inseminar 2 dias após a ovulação, quando o oócito estará pronto. A citologia vaginal permite identificar o momento do cio. Para que eu saiba o inicio do cio faz-se uma sequencia de citologias vaginais. A citologia é feita uma semana depois do sangramento de 2 em 2 dias, por meio de um swab, na parte dorsal onde é feita uma escarificação (células da parte dorsal da vagina), passa na lamina e cora no panótipo. Proestro: tem células queratinizando e maioria das células comuns que estão começando a ficar achatadas com núcleos menores e hemácias. Estro: células sem núcleo, 70-80% queratinizadas. Identificou o inicio do cio, IA com 48 e 96 horas do inicio do cio e o sucesso é muito grande. Mais de 90% das cadelas ficam gestantes. O sêmen é utilizado a fresco, refrigerado, não é utilizado congelamento. Geralmente leva a fêmea ate o macho, coleta e já insemina na hora mesmo. Se for fazer uma inseminação faz com 48 horas, pois a maioria das ovulações se concentram no inicio. Técnica utilizada: acopla uma seringa de 10 ml com sêmen e um pouco de ar na pipeta (de bovinos, a bainha), introduz no sentido dorsal até achar a resistência, quando acha a resistência, vem com a seringa e encaixa introduzindo o sêmen lentamente. Depois fica segurando a cadela de cabeça pra baixo uns 15 minutos e deixa ela quieta por uma hora. Utiliza-se sêmen congelado para técnicas intrauterinas por endoscopia e intracervicais. Aves A coleta é feita fazendo uma massagem na base da asa chegando até na cloaca, espreme e sai o sêmen, ai pega com uma seringa e joga na cloaca da fêmea. Muito usado em peru. FIV- Fertilização in Vitro Fazer tudo que acontece in vivo, a partir do folículo maduro, pós pico de LH, na placa in vitro. Desde o inicio da maturação até a produção do embrião. Envolve maturação, fecundação, desenvolvimento inicial do embrião. Quando ocorre o pico de LH, reinicia a prófase I. Para na metáfase II e só finaliza com a fecundação, onde não vai ter mais OMI. Vantagens da FIV: 1. Maior aproveitamento da fêmea, pode-se aspirá-la a cada 3 dias. Normalmente ela produz oócitos a cada 21 dias e prenhez a cada ano. Com a FIV esses números são multiplicados, 120 filhos de uma fêmea por exemplo. Pode aproveitar em fêmeas gestantes também, não causa aborto. 2. Interessante em casos de problemas reprodutivos no útero, mas que o ovário esteja intacto. 3. Qualquer animal acidentado que não aceite monta 4. Deu suporte para vários outros trabalhos, como capacitação de espermatozoide, clones... O Brasil produz 70% de embriões FIV do mundo, por causa da raça zebu predominante no Brasil, que tem muito mais folículos e de alta qualidade para serem aspirados. Para fazer a FIV eu preciso de: coletar os oócitos imaturos, passar pela fase de maturação, fertilização e depois de cultivo para ter oócito saindo do folículo até a formação do embrião de 7 dias. Depois de produzir o embrião, ou eu congelo ou transfiro (maioria das vezes). Para ter acesso, preciso de guia e mandril para apoiar e chegar ao final da cérvix. No mandril tem uma agulha, e nela tem um bico de plástico onde vou fazer a aspiração. Usar probe microconvexa para ultrassom. Se aspirar com agulha com diâmetro muito grande pode destruir as células granulosas dos oócitos = metabolismo energético do oócito, transforma glicose em piruvato. Portanto o calibre deve ser menor (40x8). Bizel curto é melhor, não tem explicação. Não pode fazer uma pressão muito grande para aspirar nem muito pequena, pois pode perder oócito ou ele pode ficar na agulha preso. Aspirar folículos de 3 a 4 mm = muito grande a taxa de aspiração (?) é baixa, ou seja, folículos pequenos estão no inicio da onda. Observando o cio, deve-se aspirar depois da ovulação, quando começa nova onda. Duas aspirações = a segunda é mais difícil, porque vai ter CL Usando o protocolo de IATF = usando estrógeno e progesterona, aspirar 4 dias depois, pois serão metabolizados. Se usar FSH pode ter um comprometimento de qualidade de oócito. É necessária uma área fechada para não entrar sujeira e contaminar os oócitos, microscópio, lupa, pipetas, ponteiras, filtro porque quando aspirar o conteúdo vem cheio de debris celulares e precisa filtrar. As placas são mantidas em aquecedora em temperatura de 37 -38 graus. Na hora de maturar, precisa de um tubo de CO2 a campo. O animal deve estar contido. Fazer avaliação das fêmeas, avaliação simples para saber se estão sem afecções. No campo: ultrassom probe biconvexa, mandril para levar a agulha ate o ovário, bomba de vácuo, tubos aquecidos em torno de 37 graus, agulhas.Limpeza retal, faz epidural simples (3 ml), lavar, secar a vagina, introduzir a guia no fundo de saco vaginal. Localizar o ovário e realizar as aspirações, levar o tubo com o aspirado para o laboratório, leva na placa, coloca na aquecedora e vê quais estão viáveis, faz a seleção de oócitos com maior qualidade = homogeneidade de citoplasma e quantidade de células da granulosa, quanto mais, melhor. Coloca os selecionados no meio de maturação, CO2, veda e leva para o laboratório. Vamos continuar no que paramos da última aula, faltou o finalzinho da produção in vitro de embriões. Eu falei pra vocês na última aula a parte de campo (aspiração e seleção de oócitos) e hoje eu vou falar pra vocês da parte de laboratório. Lembram, a gente aspirou os oócitos, fizemos aspiração folicular, limpou, colocou a probe la com a agulha vai fazendo aspiração e tem uma bomba de vácuo que recolhe esses oócitos no tubo. Depois leva para o laboratório, faz a lavagem do filtro pra tirar a quantidade de sangue e ficar bem limpinho, coloco em uma placa e ali você faz a seleção dos oócitos. Eu falei sobre seleção de oócitos. Selecionamos eles, geralmente grau I e grau II, as vezes, grau III também. Se é comercial o pessoal coloca tudo, tá?! Eles colocam mesmo, se virar embrião, virou. Faz umas gotinhas com os que eles consideram viáveis, que tem uma boa quantidade de células da granulosa, no mínimo 3. Com boa homogeinidade, sem ter pontos brancos, vacúolos. Os outros que sobram (desnudo ou com baixa qualidade) você pode colocar uma outra gota e se virar embrião, melhor. Quanto mais melhor em termos comerciais. Depois disso tudo, leva para o laboratório. Aqui pessoal, já pode colocar no meio de maturação, que é a parte que eu vou falar agora pra vocês. Já pode sair do campo e já ir maturando. Tirou do folículo, o que que reinicia? Continua a meiose, estava parada na prófase I, continua a maturação e finaliza em metáfase II. Esse é o processo de maturação que vamos fazer agora. A partir do momento que eu tirei ele do folículo, ele começa seu processo de maturação. Qual o hormônio que vai estar paradinho ai? OMI. Tirei, não tem mais, coloquei no meio la, começa a maturação. Já coloca ele no meio de maturação que tem FSH, LH, dipiógeno, piruvato, tem vários constituintes que não vem ao caso aqui, necessários pra esse desenvolvimento. Sair de prófase I e chegar em metáfase II. Geralmente isso leva 20-22 horas pra essa maturação ocorrer. Chega no laboratório faz a seleção, vai colocar nas plaquinhas. Nessas plaquinhas a gente tem essas bolhas de meio de maturação que vai todos esses hormônios que eu comentei com vocês. Hoje já não usa muito o soro fetal, porque tem problema do bezerro nascer muito grande. Tem vários produtos nesse meio que permite ser muito semelhante ao que é observado no meio folicular. Depois disso leva pra uma estufa. Tem vários tipos de estufas, até portáteis. Então a maturação vai ser feita a seleção no microscópio no aumento geralmente de 20x ou na lupa. Avaliação a gente já fez, você tem os bons e os ruins. Meios de maturação, quanto tempo que a gente deixa? 20-24 horas, geralmente 22hque é a media que deixa. Aspirou lá, começa a maturação lá. Mantém em estufa de CO2 a 5% tem variação de 10 até 15%, mas geralmente é 5%. Temperatura de 37ºC, com alta umidade. Deixa as 24h horas e depois faz a avaliação. O objetivo é sai da prófase I, chamada também de vesícula germinativa, e chegar em metáfase II. Geralmente 70 a 90% dos oócitos chegam a metáfase II. Em prófase I não tem o primeiro corpúsculo polar, esse corpúsculo é a divisão meiótica, a outra metade do DNA só que em parte menor, a parte maior fica com o oócito. Por que faz essa divisão? Para acumulo de nutrientes, porque depois que ocorre a fecundação o oócito é dependente dele pra aquele monte de divisão que vai ocorrer pra virar embrião. Então ele precisa ter bastante citoplasma, organelas e todas as estruturas ali pra serem responsáveis por essas divisões que vão ocorrer ali. Ele não está grudado em nada, não recebe alimento de fora, é uma célula solta ali no útero., então ele depende muito dele. Por isso, não tem porque dele dividir com ninguém. Saiu de prófase I, metáfase II, divisão do corpúsculo polar que nada mais é que a primeira divisão meiótica. O que acontece com o corpúsculo polar, ele continua a divisão meiótica dele? Não. Ele para, não tem estrutura, ficou tudo pro outro. Por isso que na divisão meiótica do oócito a gente tem formação de quantas células? Geralmente são 4, no oócito são 3, porque essa aqui não divide. Vai ter liberação do segundo corpúsculo polar, quando? Na fecundação. Como é feita a avaliação pra ver se teve uma maturação boa? As células que estão envolta dele ali, que são as células da granulosa, elas se expandem antes da maturação. Passou as 22h, vi quais que estão maturados, vou retirar eles desse meio de maturação e colocar em outro meio que é o meio de fertilização, que vai ter cálcio, todo o processo pra promover a capacitação do oócito e permitir o desenvolvimento desse processo de fertilização. Com isso, vai preparando o sêmen. O sêmen a sua aprimoração é a mesma pra inseminação de uma vaca normal. Como que é o processo? Tira do botijão, coloca no banho maria a 35 a 37ºC por 40 segundos, descongelei o sêmen, é a mesma coisa. A inseminação vai ser diferente. Pra que eu insemine in vitro pessoal, eu tenho que separar o sêmen. Eu não posso pegar aquele que tem um monte mortos com diluidor ou crioprotetor e colocar uma gotinha de 100 microlitros, é bem pequenininho, não é nem um ml é um décimo de ml. Não da. Eu tenho que colocar só o espermatozoide praticamente. Como que eu faço isso? Eu vou fazer uma centrifugação em meio de concentração que a gente chama no caso aqui percol 45 - 90 é o mais usual, que são dois gradientes de concentração. Faz a centrifugação por 30 minutos em 600g. Vai separar os espermatozoides mortos dos vivos., vai formar um pelete no fundo com os mortos. Depois disso, tira os espermatozoides, pode ate fazer uma lavagem deles e depois preparo uma concentração de 1 milhão de espermatozoides por ml pra que eu possa fazer a inseminação. (Explicou que na câmara de New faz a contagem e ter que ter 100 mil espermatozoides em 4 microlitros.) Vai fazer a inseminação com 100 mil espermatozoides em 4 microlitros, vai com a pipeta e joga os espermatozoides ali. Lembrando que já tirei do meio de maturação e coloquei no meio de fertilização. Vou deixar por 18 horas, nesse meio vai ter fatores de capacitação desses espermatozoides, que é cálcio, heparina, entre outros que não importa nesse momento. Informações importantes da fecundação: saber que o meio é diferente, a concentração do espermatozoide que eu vou ter é 1 milhão por ml e eu vou deixar eles por 18 horas ali em processo de fecundação. Depois de 18 horas, enxerga já bastante desnudado, os espermatozoides se movimentando na gota. Vai ver uma grande quantidade de espermatozoidesaderidos na zona pelúcida, porém só um entra. Vocês lembram o mecanismo de fecundação, como que é mais ou menos? Eu tenho o oócito, aqui o citoplasma dele, zona pelúcida. O espermatozoide vai vir, vai chegar aqui e se ligar na zona pelúcida. Na zona pelúcida tem um sitio de ligação que se chama ZP3. Ele vai se ligar na ZP3, quando ele se liga automaticamente nessa ligação tem outro sitio de ligação que vai promover a reação acrossômica. As membranas interna e externa começam a se unirem formando vários poros aqui dentro do acrossomo. Libera as enzimas e começa a destruir. Abriu. O espermatozoide penetra ali dentro. Entra só um. Ele se liga na membrana, expõe umas proteínas que se ligam no citoplasma do oócito. Esse oócito tem vários grânulos corticais, começam a migrar, modificam a estrutura da zona pelúcida e não entra mais ninguém. Uma vez aqui dentro, ele é meio que fagocitado pela célula, entra com cauda e tudo. Começa a descondensar e união. Como vai avaliar se fecundou ou não? Se começar a se dividir. Vai ver a clivagem dele, se quebrou ou não, gerou mais células ou não. Avalia a taxa de fecundação pelo número de embriões clivados, transformados que começaram a se dividir. Geralmente 72 horas depois do processo. Uma vez que teve a fecundação a gente retira essas células que estão envolta do oócito por pipetagem. Pra retirar as células da granulosa. Por que é importante tirar elas agora? Porque elas vão pegar aquelas nutrientes que estão no meio de cultivo, ou seja, pra não haver competição com o oócito. Então no primeiro momento elas maturaram, era necessário, eu preciso delas pra maturação. Lembra que eu falei pra vocês, a nutrição do oócito depende dessas células da granulosa. Quem transforma glicose em ATP é o piruvato e quem transforma glicose em piruvato são as células da granulosa. Agora eu já não preciso mais delas, o embrião em formação consegue usar energia de outras formas. O oócito não, mas o embrião sim, então não preciso mais delas. Então eu maturei, fecundei e agora vou desenvolver esses embriões até a fase que dá para eu transferi-los que é por volta de 7-8 dias de desenvolvimento. Então a primeira coisa que eu faço é retirar essas células da granulosa, porque elas vão competir no meio de cultivo que eu tenho. Depois que eu retirei elas, eu vou colocar no meio que a gente chama meio de cultivo e deixar por 7-8 dias. Dependendo da pressão de O2 que tiver lá, eu tenho que fazer uma troca de meio nesse intervalo ai. Contando 72 horas depois da maturação, ou seja, um dia depois da maturação em si eu avalio se eles estão clivados ou não, mas provavelmente aqui pelo menos 30% já se perderam. Depois eu deixo de 7 a 9 dias e avalio a taxa de embriões ou blastocisto já que nessa fase geralmente é blastocisto. E aí provavelmente apenas 30% ainda estarão viáveis, se atrasar esse processo apenas 12% estarão viáveis. Ou seja, de 100 oocitos recolhidos apenas 12 estão capazes de serem gerados, e mais ou menos 8 ou 9 vão nascer. No D5, já temos mórula. A mórula de melhor qualidade é a de grau I que não deve conter extrusões. São 5 graus, grau I e grau II não interferem em nada. A partir de grau III já tem interferência na taxa de concepção. Na fase de blastocisto expandido faz-se a implantação, geralmente entre D7 a D8. Recapitulando: aspiramos a vaca, lavamos, selecionamos, coloco em meio de maturação imitando o que acontece no organismo da vaca após o pico de LH, depois faço a inseminação, o cultivo de embriões e depois transfiro para a receptora. Transferência de embriões - TE Existem dois tipos: in vivo e in vitro. Prós da transferência de embriões frente à FIV: velocidade, praticidade e resposta. Hoje a TE é mais usada geralmente por quem não consegue fazer FIV. Vantagens das TEs: trás a possibilidade de multiplicar o material genético da mãe, potencializando o efeito genético melhorador; transportar o embrião; controlar doenças... a partir dela surgiram várias outras biotecnologias como clonagem, analise genética de embriões, etc. O principal problema das TEs é submeter animais a estresse hormonal e fisiológico, a fim de provocar a superovulação. Em vez de crescer só um folículo crescem vários, então eu vou ter excesso de estrógeno que provoca o estresse hormonal e depois vem a progesterona que fica alta também por que são vários corpos lúteos. Outros problemas: custo, necessidade de mão de obra especializada, endogamia... E como é a fisiologia normal? A vaca ovulou agora e formou corpo lúteo, que ficou até o dia 17 mais ou menos e a partir disso inicia uma nova onda com vários folículos crescendo, e um cresce mais e produz inibina que inibe o crescimento dos outros através de feedback negativo na hipófise, o FSH cai. Na TE eu quero ter várias ovulações, que não tenha produção inibina. Para isso, eu mantenho o FSH alto, que é uma proteína, ou seja, tem período curto de duração. Geralmente são 8 aplicações com intervalo de 12 em 12 horas, são 4 dias de suplementação de FSH para que os folículos pequenos cresçam após a divergência folicular. Para que tudo isso ocorra o animal deve estar saudável, com vacinações em dia, necessita de uma estrutura mínima para contenção do animal, um pequeno laboratório e mão de obra treinada. Vamos partir agora para a seleção da doadora. Como eu faço essa seleção? Geralmente é aquela que tem melhor produtividade, com bom mérito genético de seleção. Pra selecionar receptoras a gente tem que ter um animal sem doença, de preferencia novilha com boa condição corporal (em torno de 3 a 3,5), o tamanho da receptora deve ser avaliado em relação ao tamanho do embrião que vai ser gerado, tentando evitar problemas no parto. Se não tiver novilha, pode ser vaca que nunca tenha tido nenhuma falha reprodutiva prévia e que preferencialmente esteja saindo do anestro. De preferência que ela tenha saído do anestro, e dar 1 ou 2 cios primeiro. É necessária uma seleção das receptoras, pois se ela não tiver corpo lúteo, não tem porque transferir. Não faz sentido colocar embrião sem o corpo lúteo (não terá como continuar a gestação sem a progesterona). A doadora será de acordo com a parte zootécnica de produção dela e as receptoras, aquelas que irão receber os embriões, irão levar a gestação até o final e depois irão criar o bezerro, precisam ter boa condição corporal – 3,5 (normalmente novilha), sem doença reprodutivas, se for uma vaca, tem que ser 60 dias pós-parto e que não tenha tido problemas no parto. Protocolos de superovulação: antigamente trabalhava com o cio base, a vaca dava cio e de 9 a 12 dias depois eu começava a superovulação, os primeiros protocolos eram assim, tinha que observar cio. Então se eu tinha 10 doadores, eu iria conseguir coletar de 1, porque elas não davam cio no mesmo tempo, então não se conseguia utilizar todas as doadoras ao mesmo tempo. Tem que começar a superovulação 1 dia depois do início da onda, as ondas começam 1dia depois da ovulação, por volta de 10 dias começa uma segunda onda. São 2 dias do início da onda até a divergência. Antigamente errava-se o momento de fazer a aplicação de FSH, pois baseava-se no cio base, mas se a vaca tem 3 ondas por exemplo, não dá certo mais. São 8 aplicações de FSH durante 4 dias. Depois veio o protocolo de IATF, que é o mesmo da TE. O protocolo para se fazer na doadora é a mesma da IATF. Como que eu sincronizo uma vaca? Com estrógeno e progesterona. Assim a onda começa 4 dias depois, começo então a fazer o protocole de superovulação no dia 4. Então pessoal, quando eu faço estrógeno e progesterona a onda começa no dia 4, então no dia 4 eu começo a fazer a superovulação. Como é feito o processo de superovulação? Faço aplicações de FSH de 12h em 12h, ou seja, 2x ao dia durante 4 dias. Se eu fizer aplicação de ECG no dia 4 eu consigo superovular também. Qual a vantagem de ECG? A meia vida dela é longa, 10 dias, ou seja, é necessária uma única aplicação de ECG (ao invés de dar 8 doses de FSH eu dou apenas 1 dose de ECG.) No dia 6 faz uma dose de prostaglandina, na quinta dose de FSH eu faço uma dose de prostaglandina. Retiro o implante no dia 7 pela manhã, dou uma dose de FSH de manhã e outra dose de FSH a tarde. Agora tem que sincronizar a ovulação, então faço LH ou GnRH. Aplico o indutor (LH ou GnRH), 12h depois eu faço a primeira inseminação (aplicou indutor de manhã, faz inseminação a tarde) e 24h faz outra inseminação. Faz 2 aplicações pois terá várias ovulações. Para receptoras é o mesmo protocolo de IATF, não muda nada. Só que ao invés de inseminar no dia 10, eu transfiro o embrião no dia 17. Para sêmen sexado, tem que fazer 2 doses também e atrasa a inseminação, faz com 16h e 30h (ao invés de 12h e 24h), tem que aproximar mais as ovulações. Como é feita a coleta de embriões? Tem que jogar líquido lá dentro, eu lavo o útero dessa vaca. Com uma sonda eu vou passar a cérvix, vai enchendo o útero com o liquido (tampão). No laboratório eu coloco na plaquinha e faço a seleção dos embriões.
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