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dissertativa - sucessoes

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O caso em que tratamos é caso de questionamentos de quais são as modalidades de exclusão de um herdeiro da sucessão legitima, que são duas das modalidades, a indignidade e deserção para a exclusão do herdeiro de sucessão legitima. Com base na lei 10.406 , em seu artigo o Art. 1.814, inciso I do Código Civil, Suzane Von Richthofen se torna indigna da partilha da herança dos seus pais por ser uma das responsáveis da morte cruel dos seus genitores, e pelo fato de arquitetar e posteriormente concretizar seu plano de matar seus pais, ela se torna indigna, totalmente excluída desse benefício devido seu ato criminoso cometido. Haja vista, acerca do gozo do direito de herança, é um direito fundamental inerente de cada cidadão, em conformidade com o que está sacramentado no diploma legal em seu artigo 5º, inciso XXX, da Constituição Federal. Ora pois, todos têm direito a herdar, entretanto, haverá algumas situações em que esse direito poderá ser restringido em conformidade com a ou as atitudes do herdeiro. Considera-se aberta a sucessão no momento da morte do de cujus, seja ela presumida ou real, sendo a herança transmitida, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários, conforme artigo 1.784 do Código Civil. Indignidade a modalidade sucessória da Indignidade, é a exclusão da herança por imputação legal e encontra apoio no diploma legal em seu artigo 1.814 do Código Civil. Logo, o legislador considera que o herdeiro não é digno de herdar, diante a prática delituosa e de atos reprováveis contra o autor(s) da herança. Vejamos, se acaso indigno inflija a ordem ética de afeição, acerca e perante o autor da herança, o que atenta contra a moral e a boa-fé nas relações em sociedade, tratando-se a exclusão, nesse caso, de verdadeira punição. O caso supra de Suzane foi muito polêmico, haja vista todos os artifícios utilizados por ela e os seus comparsas, e o que mais impressionou a todos foi o grau de intensidade da participação da filha na conduta delituosa. Deserdação A deserdação é a exclusão do sucessor feita pelo próprio autor da herança. Nesta modalidade, a manifestação de vontade é imprescindível. Apenas podem ser deserdados os herdeiros necessários, e na manifestação expressa, feita normalmente em cédulas testamentária, deve estar explicando o porquê da deserdação, a causa pelo qual a pessoa faz jus a tal instituto. Como nos mostram os artigos 1.962 e 1.963, do Código Civil Brasileiro[38]: Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos descendentes por seus ascendentes: I - ofensa física; II - injúria grave; III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto; IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade. Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos ascendentes pelos descendentes: I - ofensa física; II - injúria grave; III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta; IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade. Além de suas causas próprias, podem também serem causas de deserdação as mesmas citadas como indignidade. Pois, ante o exposto, todas as causas que geram indignidade, também geram deserdação. Vale salientar ainda que os ascendentes e descendentes podem ser atingidos pelas causas próprias de indignidade e pelas causas próprias deserdação, contudo o cônjuge somente poderá vir a ser deserdado, caso pratique atos descritos na indignação. Sendo causas próprias de deserdação para ascendentes e descendentes, lesão corporal, injúria grave, relações ilícitas com madrasta, padrasto, marido ou companheiro do filho/neto, e desamparo do ascendente/descendente em alienação mental ou em grave enfermidade. Vale frisar que a deserdação deve ser expressa e não há o perdão do deserdado, bem como somente o herdeiro necessário pode ser deserdado. Sabe-se ainda que a deserdação se dá por ato praticado antes da abertura da sucessão, visto que a mesma é solicitada pelo de cujus. Não devendo assim confundir indignidade e deserdação, mesmo diante das semelhanças de ambos institutos, pois há grandes divergências como a vontade, de suas fontes, pois uma decorre de lei e a outra por sanção aplicada pelo autor da herança, bem como a indignidade é dependente da sentença judicial, enquanto que a deserdação se dá pelo testamento. A principal reflexão da deserdação é a exclusão do herdeiro necessário da herança, mas, se não constatada judicialmente, a causa de deserção não prevalecerá. Ora pois, não acarreta a invalidade do testamente, sendo somente restabelecido a legitima dos herdeiros necessários. Diminuem-se os legados e os quinhões dos herdeiros legítimos ou instituídos, em quanto baste para inteirar a legitima do herdeiro que foi ineficazmente deserdado.

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