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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO Alunos: EDJARA VALQUIRIA LACERDA DE FARIAS HENRIQUE DOS SANTOS AMORIM KRISLAYNNE MONNESKA DE OLIVEIRA SOUZA MARIA ELIZANGELA NUNES FEITOSA MARTA VIEIRA SALES MIRELE VIEIRA SALES Professora: Myllena Karina Miranda dos Santos Polo: Santa Cruz do Capibaribe-PE Processo do saber do professor: O significado da reflexão na prática docente Apresentação No seu texto, a professora Antônia Edna Brito, da Universidade Federal do Piauí, faz uma análise sobre o processo de formação dos professores, dos novos cenários colocados para a educação após as profundas transformações ocorridas na sociedade nas últimas décadas. Indica a necessidade de uma reflexão, por parte dos professores, sobre a sua prática como educador. Para construir o texto, a autora tomou como referência um estudo desenvolvido em parceria com professores do ensino fundamental de uma escola pública. Resenha A autora provoca uma série de reflexões acerca da possibilidade de se fazer reflexões na escola. Para isso, recorre a diversos autores que, no seu tempo e no seu modo, se posicionaram sobre as necessidades e as possibilidades da adoção de uma prática reflexiva constante na atividade dos professores. Inicia com Donald Schon (2000), que defende que a prática profissional a formação do professor, por si só, não o capacita para resolver sozinho as demandas do cotidiano de uma sala de aula, pois existem problemas que fogem à sua compreensão e competência. Nessa perspectiva, a reflexão se dá na prática pedagógica, buscando reconstruir seu papel como educador, que o habilite a buscar forma criativa caminhos para resolver situações de conflito. Na outra referência utilizada, Pimenta (2002), questiona o termo “professor reflexivo”, que considera limitador, já que apenas a atitude de refletir sobre a sua prática não é suficiente para encontrar soluções para os problemas enfrentados pelo educador no decorrer de sua atividade. Pimenta indica a necessidade de uma interação entre a prática na escola com o contexto social e cultural em que a escola está inserida, o que obriga o professor a fazer uma opção política sobre a situação encontrada. Já Contreras (2002) indica que a prática cotidiana do educador nem sempre oferece espaço para que se faça uma reflexão profunda sobre as situações, que no dinamismo das atividades da sala de aula o professor, de forma espontânea, lança da sua intuição para lidar com os desafios vivenciados ao longo de sua experiência profissional. A reflexão se faz necessária quando o professor não encontra respostas satisfatórias para situações específicas, sendo necessário ampliar o repertório de possibilidades de atuação. As contribuições de Benassuly e Libâneo, seguem no mesmo caminho apontado por Contreras. O primeiro sugere que o professor deve refletir sobre a sua atividade docente, analisando as conseqüências e as implicações socioculturais de sua prática educadora na vida dos alunos. O segundo complementa que a busca por soluções de problemas imediatos deve ser parte da atividade do educador, é preciso criar novos instrumentos de sua ação. Finalizando as citações sobre as contribuições de outros autores sobre o tema, Antônia cita Ghedin, que aponta a sala de aula como um espaço de produção de conhecimento, que requer do professor uma postura crítica sobre o que e para quem está ensinando, tendo uma compreensão clara do significado das ações e implicações de sua prática profissional. O posicionamento de Alarcão (2003) é convergente, enfatizando que os processos de reflexão devem ocorrer em ambientes que favoreçam a criatividade e a liberdade de expressão de todos os atores do ambiente escolar. A autora alerta para as dificuldades que podem ser encontradas pelos educadores nas reflexões que os auxiliem no aprimoramento de suas atividades. Ela aponta alguns obstáculos, além das grandes limitações e dificuldades que a escola, sobretudo as públicas enfrentam. Um ponto importante é a preocupação com as práticas individualistas de alguns professores, que impossibilitaria as necessárias interações e questionamentos sobre os seus próprios conhecimentos, não só dos conteúdos trabalhados, mas sobre a realidade social em que as ações são desenvolvidas. A ação coletiva é imprescindível para que todos na escola possam ser capazes de ir além da solução de problemas imediatos, buscando uma ampla compreensão do contexto. A autora conclui que apesar do trabalho docente ser cercado por momentos de incertezas e indeterminações, o professor precisa se desvincular da limitação de rotinas de tarefas, passando a produzir saberes originais, tendo como referências seu repertório de aprendizados profissionais e pessoais. Conclusão O texto da professora Antônia provoca uma importante discussão sobre a necessidade de uma profunda reflexão sobre as práticas educativas por parte dos professores. É fundamental uma mudança na mentalidade de alguns profissionais da educação, que se encontram presos a um modelo de sociedade que desconsidera as mudanças ocorridas na sociedade desde o avanço da tecnologia. É inaceitável que ainda existam práticas pedagógicas baseadas na memorização de conteúdos inúteis. Porém, é preciso também fazer algumas considerações sobre as condições em que essas reflexões ocorreriam. Os professores, principalmente os que trabalham nas escolas públicas, enfrentam um dos piores momentos da sua história, no que diz respeito à sua valorização profissional, sem perspectivas de crescimento profissional e pessoal, além de estarem constantemente em perigo por causa da violência dentro e fora das salas de aula. Aulas que ocorrem em prédios com infra-estrutura precária, sem materiais didáticos adequados, além de outras dificuldades. A tarefa de refletir sobre um novo modelo de educar não é só do professor. É preciso que haja um engajamento dos que formulam os currículos e pensam a educação. As teorias da educação completa na formação dos currículos do ensino superior. REFERÊNCIAS: BRITO,Antonia Edna. O significado da reflexão na prática docente e na produção dos saberes profissionais do/a professor/a. Disponível em: <https://rieoei.org/historico/deloslectores/1267Brito.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2020. ALARCÃO, Isabel (2003): Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo, Cortez. BENASSULY, Jussara Sampaio (2002): “A formação do professor reflexivo e inventivo”, in LINHARES, Célia, e LEAL, Maria Cristina (orgs.): Formação de professores uma crítica à razão e às políticas hegemônicas. Rio de Janeiro, DP&A. CONTRERAS, José (2002): A autonomia de professores. São Paulo, Cortez. GHEDIN, Evandro (2002): “Professor reflexivo: da alienação da técnica à autonomia crítica”, in PIMENTA, Selma Garrido, e GHEDIN, Evandro: Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo, Cortez Editora. https://rieoei.org/historico/deloslectores/1267Brito.pdf LIBÂNEO, José Carlos (2002): “Reflexividade e formação de professores: outra oscilação do pensamento pedagógico brasileiro?”, in PIMENTA, Selma Garrido, e GHEDIN, Evandro: Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo, Cortez Editora. PIMENTA, Selma Garrido, e GHEDIN, Evandro (orgs.) (2002): Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo, Cortez Editora. SCHÖN, Donald (2000): Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre, Artes Médicas.
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