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METODOLOGIA DO ENSINO DE GEOGRAFIA Maria da Assunção Simões Francisco M593 Metodologia do ensino de geografia / Organizadores, Carlos Alberto Löbler, Maria da Assunção Simões Francisco. – Porto Alegre : SAGAH, 2016. xii, 202 p. il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-69726-98-2 1. Educação. 2. Método de ensino. 3. Geografia. I. Löbler, Carlos Alberto. Francisco, Maria da Assunção Simões . CDU 37.022.910 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 Como ensinar geografia nas séries iniciais Objetivos de aprendizagem � Compreender como se dá o processo de alfabetização cartográ- fica. � Identificar as principais representações espaciais utilizadas na car- tografia escolar e os elementos nela utilizados. � Aplicar os conceitos da cartografia na prática escolar dos anos do ensino fundamental. Introdução A cartografia pode ser entendida como a área de conhecimento que estuda, analisa e produz qualquer tipo ou forma de representação da superfície terrestre, seja por meios de mapas, cartas, maquetes etc. Alfabetizar cartograficamente o aluno é um dos objetivos dos anos iniciais do ensino fundamental e, para tanto, é necessário desenvolver noções de lateralidade, orientação, localização, referências espaciais. Para além da leitura de mapas e de representações gráficas, a escola deve estimular as crianças a produzirem suas próprias representações do espaço. Neste texto, você vai aprender como ensinar geografia e como aplicar conceitos da cartografia na prática escolar dos anos do ensino fundamental. A alfabetização cartográfica: um processo de construção A representação do espaço por meio de instrumentos convencionais, como plantas baixas, croquis maquetes e mapas, requer tanto que a criança construa relações espaciais quanto que adquira os códigos específicos utilizados em cada instrumento. O conjunto de códigos utilizados, como escala, projeção cartográfica, le- genda, etc., é denominado linguagem cartográfica, e a aquisição e decodifi- cação desses códigos são chamadas de alfabetização cartográfica. Entende-se por cartografia a área de conhecimento da geografia que se ocupa com a análise, interpretação e produção de diferentes formas de se re- presentar a superfície, o espaço natural e o geográfico. Assim, mapas, plantas e croquis são algumas das representações cartográficas possíveis que, con- forme Oliveira (1978), têm a função de representar a superfície, mas também o pensamento do mapeador e atuar como meio de comunicação. Pissinati (2007) afirma que é muito comum que as pessoas associem a cartografia a uma mera técnica empregada pela geografia física; alerta que ao aprender a “ler” as informações contidas nos mapas, os indivíduos abrem “novas janelas da vida”; e cita Francischett (1997, p. 72 apud PISSINATI, 2007, p. 173) “[...] o uso do mapa desenvolve a percepção e principalmente o pensamento, pois para seu entendimento é necessária a compreensão e a decodificação dos signos, razões que levam a desenvolver a cognição como operação mental.” Assim, a escola deve, conforme alerta Castrogiovanni (2000), possibilitar que o aluno possa ser um leitor e um mapeador ativo. Pissinati (2007) afirma que as crianças precisam sentir, conhecer e re- presentar o espaço geográfico que ocupam. Assim, os rabiscos e os dese- nhos elaborados pelas crianças já podem ser entendidos como representações espaciais, pois contemplam elementos significativos (a família, o animal de estimação, a casa, etc.) contidos no espaço ocupado. O processo de leitura e interpretação das representações espaciais, por- tanto da alfabetização cartográfica, inicia-se ainda na educação infantil, momento em que a criança constrói as primeiras relações topológicas com o espaço. O ingresso nos primeiros anos do ensino fundamental aprofundará o conhecimento sobre tais relações e desenvolverá as relações espaciais proje- tivas e euclidianas, como veremos a seguir. Relações topológicas, projetivas e euclidianas As primeiras relações que a criança constrói e utiliza em seu cotidiano usam como referencial para localização o seu próprio corpo e são chamadas por topológicas, tais como: vizinhança, separação, ordem ou sucessão, envolvi- 87Como ensinar geografia nas séries iniciais mento ou fechamento e continuidade. Tais relações se traduzem, por exemplo, em perto, longe, dentro ou fora de algo ou alguma coisa. Nas relações projetivas, o referencial de localização já não é estático e a posição dos objetos no espaço dependerá do ponto de vista do observador. É nesse momento que as crianças aprendem e praticam os conceitos de direita, esquerda, frente, atrás, em cima, em baixo, ao lado, bem como visão frontal, vertical e oblíqua. Martinelli (2001, p. 8) afirma que as crianças desenvolvem as relações projetivas “Primeiro em relação a elas próprias (6 a 8 anos), depois, em re- lação a outrem colocado à sua frente (8 a 11 anos), e, posteriormente, coor- denando vários pontos de vista, instalando-se mentalmente nestas mesmas posições (11 a 12 anos).”. Assim, a criança expressa “eu estou de frente para a caixa de brinquedos” para “a caixa de brinquedos está à minha frente” ou “a caixa está atrás de mim” e, por fim, “a caixa de brinquedos está do lado esquerdo do sofá”. Olhando o objeto a partir de perspectivas diferentes: visão horizontal, vertical e oblíqua Da mesma forma, ao conceber o espaço a partir de pontos de vista diferentes, a criança será capaz de reconhecer o objeto mesmo que este seja representado de forma diferente (visão horizontal, vertical ou oblíqua). Note como na imagem abaixo o sofá está representado a partir de pontos de vista (ou perspectivas) diferentes. Figura 1. Sofá em perspectivas diferentes. Fonte: Silva (2013). 88 Metodologia do ensino de Geografia A representação 1 apresenta a visão horizontal frontal (esta é a visão que mais praticamos ao longo de nossa vida, por exemplo, quando caminhamos e vemos prédios, casas, árvores, etc.). A representação 2 apresenta a visão oblíqua, que é uma visão vista “de cima”, mas inclinada. A representação 3 apresenta uma visão horizontal, mas estamos posicionados de forma a ob- servar a lateral do objeto. A representação 4 apresenta a visão vertical, ou seja, vemos o objeto de cima (p. ex., quando lemos um livro). Bidimensional e tridimensional Na cartografia, distinguimos dois tipos de imagens: � Imagens bidimensionais ou planas: são representadas por duas dimen- sões (a largura e o comprimento). Os mapas, plantas e croquis e ima- gens de satélites são alguns exemplos. � Imagens tridimensionais: apresentam três dimensões (largura, compri- mento e altura). A maquete é um exemplo. Compreender a diferença entre as representações bidimensionais e tridi- mensionais é essencial para o processo de alfabetização cartográfica do aluno, já que o mundo em que vivemos é tridimensional, e a representação, por meio do mapa, é bidimensional. Cassuli e Paiva (2014, p. 176) concluem: Quando os alunos concretizarem as operações mentais que en- volvem proporcionalidade, horizontalidade e verticalidade esta- rão aptas a interpretarem e utilizarem elementos cartográficos (escala e coordenadas geográficas, por exemplo), chegando as relações espaciais métricas ou euclidianas. Segundo Martinelli (2001) este processo se dá dos nove aos doze anos, completan- do-se a construção do espaço. 89Como ensinar geografia nas séries iniciais O processo de alfabetização cartográfica A Figura 2 esquematiza o processo de alfabetização cartográfica até o mo- mento em que o mapa já pode ser visto como um meio de comunicação. Nas palavras de Cassuli e Paiva (2014, p. 176): A alfabetização cartográfica inicia-se pela da visão oblíqua, pas- sando para a visão vertical, a representação do espaço tridimen- sional na forma bidimensional, o aprendizado ao alfabeto carto- gráfico com a utilização de linhas, pontos e área, a construção da noção de legenda com os significantes e significados, o desen-volver a noção de proporcionalidade e assim o entendimento e aplicação da escala, o desenvolvimento da lateralidade e referên- cias para que seja possível a orientação. Figura 2. Processo de alfabetização cartográfica. Fonte: Adaptada de Simielli (2007). Alfabetização cartográ�ca Imagem tridimensional e imagem bidimensional Visão oblíqua e visão vertical Alfabeto cartográ�co: linha, ponto e área Proporção escala Construção da noção de legenda Lateralidade referências orientação Desmisti�cação da cartogra�a — desenho Cartogra�a como meio de comunicação e leitura das representações grá�cas no processo de aprendizagem da Geogra�a COGNIÇÃO COGNIÇÃO 90 Metodologia do ensino de Geografia O texto Alfabetização cartográfica no ensino fundamental I: conhecimento x prática, de Danieli C. Cassuli e Raniere G. Paiva (2014), é esclarecedor sobre o tema alfabetização cartográfica. As principais representações cartográficas e a linguagem cartográfica Existem diferentes representações da superfície terrestre, e as mais comuns são as listadas abaixo. � Globo terrestre: É uma representação cartográfica sobre uma superfície esférica, em es- cala pequena. As categorias região e território também são conteúdos do en- sino fundamental I. Figura 3. Globo Terrestre. Fonte: R7 (2009-2016). 91Como ensinar geografia nas séries iniciais � Mapas: São representações bidimensionais que reproduzem áreas maiores da su- perfície da Terra e, por isso, de forma muito reduzida, sem muitos detalhes. Um mapa pode representar temas, como, por exemplo, o analfabetismo por região. Figura 4. Mapa — Taxa de analfabetismo por municípios, no Rio Grande do Sul — 2000. Fonte: Mapas FEE (c2015). � Plantas: As plantas são representações bidimensionais e se diferenciam dos mapas porque representam partes da superfície terrestre de modo pouco reduzido, fornecendo, assim, muitos detalhes da área representada. 92 Metodologia do ensino de Geografia Figura 5. Planta da cidade de São Paulo. Fonte: Branco, Mendonça e Lucci (2016). Figura 6. Planta baixa de apartamento. Fonte: Jet Dicas (c2016). � Croquis: São representações de locais elaboradas de maneira simplificada e sem obedecer a proporções exatas e, portanto, sem grande exatidão. Mapas tu- rísticos são exemplos de croquis e muitas vezes apresentam pontos turísticos mais próximos do que realmente estão. É comum ler no croqui a mensagem “meramente ilustrativo e sem escalas”. 93Como ensinar geografia nas séries iniciais � Maquete: São representações tridimensionais e em escala reduzida de uma topo- grafia, uma paisagem ou de um projeto arquitetônico, entre outros. Figura 7. Croqui — Itaparica. Fonte: Reserva Itaparica (2009). Figura 8. Croqui elaborado por aluno. Fonte: Dietrich (2015). 94 Metodologia do ensino de Geografia Elementos da representação cartográfica Os mapas têm uma linguagem específica denominada linguagem cartográ- fica. Para ler e compreender as informações contidas em um mapa é preciso conhecer os principais elementos da linguagem cartográfica. Os principais elementos da linguagem cartográfica são: Figura 9. Maquete elaborada na escola. Fonte: Artesanato e Reciclagem (2013). Fonte: Salla (2011). Título: revela o assunto do mapa. Fonte: indica a origem dos dados apresentados e a data a que se referem. Orientação: mostra a direção e a localização por meio da rosa-dos-ventos ou de um ícone que indica o norte (esses desenhos nem sempre estão explícitos). Projeção: é a distorção feita para adaptar uma superfície esférica (p. ex., a Terra) para um plano (o papel ou a tela do computador). Escala cartográfica: informa a relação entre o tamanho do es- paço real e a redução feita para representá-lo. Legenda: decodifica os símbolos usados (as cores e formas, como linhas de diferentes espessuras para diferenciar, por exemplo, ruas e rodovias). 95Como ensinar geografia nas séries iniciais Compreender a escala é uma das principais dificuldades enfrentadas pelos alunos du- rante o processo de leitura do mapa. Cartografia: práticas pedagógicas O trabalho sobre a representação do espaço será realizado durante todo o ensino fundamental I. Figura 10. Elementos do mapa. Fonte: Adaptada de Rio Grande do Sul (2016). 96 Metodologia do ensino de Geografia Abaixo você pode conhecer algumas atividades que desenvolvem a alfa- betização cartográfica na escola. Atividade 1. Mapa do “eu” Objetivo: representar um objeto a partir de proporções reduzidas, desenvolver o conceito de escala. O “Mapa do eu”, é o desenho do corpo, utilizando-se de uma escala pré- -determinada. Para esta atividade, efetuamos a medida da altura dos alunos e registramos os valores no caderno de cada um. Fizemos o questionamento: “Que escala utilizarei para fazer o meu mapa no caderno?”. Com os alunos, determinamos a seguinte escala = 1 m : 10 cm. Aproveitamos para explicar que não podemos utilizar uma escala maior porque o desenho iria ficar minúsculo e teríamos dificuldade para fazê-lo, como também não poderíamos fazer um desenho muito grande, porque não caberia no caderno. Com essas explicações, buscamos ensinar proporcionalidade. Após o exemplo e com o auxílio da régua, cada aluno fez a redução de sua altura dentro da escala determinada, marcando o espaço no caderno. Dentro do espaço, o aluno desenhou seu corpo, com todos os detalhes possíveis. Em seguida, pintou o desenho respeitando as cores e roupas utilizadas por ele neste dia, fazendo também a legenda. Montamos na sala uma exposição dos desenhos para que todos pudessem observar seus colegas, semelhanças e diferenças, analisando e interpretando a atividade realizada. Fonte: Ferronatto e Francischetti (c2016). Atividade 2. Caça ao tesouro Objetivo geral: desenvolver a orientação espacial a partir da utilização do mapa. � Passo 1: Esconder 10 bandeirinhas de determinada cor nas dependências da escola ou em sua área externa. Serão colocadas no mesmo lugar tantas bandeirinhas 97Como ensinar geografia nas séries iniciais de quantas cores for o número de grupos de alunos. Assinalar em uma planta do colégio ou em uma carta do bairro onde estão as bandeirinhas e qual a cor que aquele grupo deverá pegar. Em seguida, será feito outro mapa que será entregue em um segundo momento com a localização do baú. � Passo 2: Distribuir os grupos. Entregar a história abaixo aos alunos e os mapas que mostram onde estão escondidas as bandeirinhas. � Passo 3: Quando os alunos juntarem as 10 bandeirinhas, receberão o segundo mapa que assinala onde está o baú. O baú é feito de uma caixa dentro da outra, num total de quatro caixas. A primeira só será aberta se o enigma 1 for desvendado, e assim por diante. Quando a 4ª caixa for aberta, o grupo ganha o prêmio que está dentro dela (caixa de bombom, material escolar, etc.). O grupo vencedor será aquele que conseguir realizar a tarefa mais rapidamente. � Caça ao tesouro Antes de a escola ser construída, há muito tempo atrás, houve um nau- frágio de um navio pirata na costa do Oceano Atlântico, atualmente na praia do Rio de Janeiro. Um pirata muito destemido foi o único sobrevivente desse naufrágio. Milagrosamente, ele recuperou uma grande quantidade de baús cheios de tesouros, resultado de pilhagens de muitos anos. Ele acabou vindo para _______________________ (município) e escondendo esses baús na área onde a Escola _______________________ foi construída. A partir das aulas de geografia conseguimos mapear onde estão escondidos esses baús. Vai começar a caçada implacável em busca do tesouro perdido. Vamos ver quem chega primeiro? Devemos lembrar que o pirata muito esperto deixou enigmas e o baú só consegue ser aberto se você decifrá-los. Fonte: Botelho (2013). 98 Metodologia do ensino de Geografia Durante as aulas de didática do curso de pedagogia, Mauro conheceu e admirou as práticas didáticas propostas pela pedagogia histórico-crítica. A ideia de a educação ser capaz detransformar a realidade social confirmava suas atitudes e valores pessoais. Atualmente, Mauro é um professor do 3º ano do ensino fundamental e pratica o que aprendeu na faculdade. É considerado um grande educador e é admirado por pais, alunos e outros docentes da escola. Em suas aulas, o professor pratica o que aprendeu na faculdade. Veja como ele conduz o tema água a partir de um mapa de recursos hídricos. 1. Prática social inicial — abordagem do conteúdo: 2. Nas próximas aulas, vamos aprender sobre um importante recurso natural: a água. O que vocês sabem sobre a água? Ela é importante? De onde vem a água? 3. As respostas dadas permitem que Mauro observe o que os alunos já sabem e o que gostariam de aprender. 4. Problematização — transformar o conteúdo em questões desafiadoras que le- vem os alunos a quererem saber mais sobre o conteúdo; mostrar a relação entre o conteúdo e a prática social: 5. Mauro planeja o conteúdo a partir de questões ou situações/ problema. 6. Discussão sobre o conteúdo — transformação do conteúdo e dos desafios da prática social inicial em questões problematizadoras/desafiadoras): 7. A água é gratuita ou pagamos por sua utilização? Existe relação entre a água e a energia elétrica que consumimos? Todas as pessoas de nosso planeta têm acesso à água? Toda água é potável? Se precisamos tanto dela para sobreviver porque poluímos rios, lagos etc.? Onde encontramos rios no mapa? 8. Instrumentalização — Mauro pede que as crianças pesquisem sobre lugares em que a água é escassa (p. ex., África, Brasil) e os localizem no mapa. Solicita que as crianças comparem com o desperdício de água que existe em outras regiões (grandes cidades). Exibe pequenos trechos de filmes e utiliza de mapas que apre- sentam a escassez de água no mundo. 9. Catarse — é o momento em que o aluno constrói uma nova postura mental que une seu cotidiano às informações estudadas em aula. 10. Prática social final — é a manifestação da nova atitude prática do aluno que se traduz em práticas sociais, como economia de água, conservação do meio ambiente, etc. 99Como ensinar geografia nas séries iniciais 1. Sistema de símbolos que envolve proporcionalidade, uso de signos or- denados, técnicas de representação gráfica. Também é uma forma de atender a diversas necessidades, das mais cotidianas (p. ex., chegar a um lugar que não se conhece) às mais es- pecíficas (representar ruas, delimitar áreas de plantio, países, etc.). O texto acima se refere: a) à natureza. b) às paisagens. c) ao estudo do meio. d) à linguagem cartográfica. e) ao espaço geográfico. 2. (Adaptado de PEB Suzano/2012) Em uma aula de geografia da Educação Básica, após os alunos observarem e comentarem alguns mapas de bairros, um professor solicitou a eles que criassem uma representação, em forma de mapa, que demarcasse a escola e suas residências, usando cores e sinais, a fim de criar um modo de orientar seus colegas a visitá-los. A proposta apresentada pelo pro- fessor: a) dificulta a aprendizagem da linguagem cartográfica, uma vez que os alunos poderão fazer um mapa com orientações equivo- cadas. b) reforça a ideia de que os mapas são apenas representações e devem ser sempre copiados e de fonte confiável. c) permite desenvolver nos alunos a capacidade cognitiva de interpretar os lugares a partir da aproximação com a linguagem cartográfica. d) retira o foco de aprendizagem principal da geografia, que não deve apresentar mapas como meio de transmitir informações. e) impede o contato dos alunos com o alfabeto cartográfico e a legenda, pois não houve contato com materiais que pudessem trazer esses elementos. 3. (Adaptado de PEB I Fumarc/Ma- racaru-2012) Desde as primeiras manifestações da sociedade humana, percebe-se a necessidade de co- nhecer e dominar melhor os diversos espaços a serem ocupados. Para isso, o homem começou a se preocupar em representar, por meio de dese- nhos e outras linguagens gráficas, a localização dos lugares que conhecia. Foi nesse processo que os mapas se constituíram como instrumento po- lítico fundamental. Entende-se como cartografia o conjunto de técnicas e métodos utilizados na elaboração dos mapas. Em relação ao processo de ensino da linguagem cartográfica, leia as afirmativas abaixo. I. As primeiras operações espaciais responsáveis pelo processo de alfabetização cartográfica são as relações espaciais topológicas. II. As crianças poderão elaborar cro- quis representando o trajeto de casa para escola, já que essas re- presentações são menos precisas e, em geral, não têm escala. III. A representação do espaço exigirá que as crianças compreendam 100 Metodologia do ensino de Geografia a noção de escala, que deve ser entendida como a relação entre as medidas no mapa e as medidas correspondentes na realidade. IV. A legenda, que é o título do mapa, é fundamental para compreender as informações nele contidas. São afirmativas CORRETAS: a) I e II apenas. b) I e III apenas. c) II e III apenas. d) I, II e III apenas. e) I, III e IV apenas. 4. (Adaptado Prefeitura de São Luis 2007) Sobre o trabalho com mapas, considerando as concepções atuais do ensino de geografia, assinale a afirmativa CORRETA. a) O mapa, por ser uma represen- tação muito abstrata do espaço, deve ser apresentado às crianças somente a partir do 6.º ano do en- sino fundamental, que é quando se está começando a desenvolver o raciocínio lógico. b) A alfabetização cartográfica diz respeito ao desenvolvimento de leitura e escrita, e o professor deve trabalhar diferentes gêneros textuais, como bilhetes, receitas, notícias de jornal etc. c) Por ser o mapa uma represen- tação espacial, é de fundamental importância que, nos anos iniciais do ensino fundamental I, sejam trabalhadas atividades envol- vendo cópias de livros e memo- rização do nome das cidades contidas no mapa. d) Uma das grandes dificuldades das crianças na compreensão de um mapa diz respeito à transferência de um conjunto de elementos tridimensionais para uma super- fície plana. e) A invenção de novas tecnologias, como o GPS, substituiu o ensino sobre alfabetização cartográfica nas escolas. 5. “É uma representação em que os detalhes aparecem com nitidez. Essa representação serve, portanto, para representar áreas pequenas, como construções, terrenos, bairros, etc.” As características cartográficas citadas referem-se a qual tipo de representa- ção da superfície terrestre? a) Globo terrestre b) Carta c) Mapa d) Planta e) Tábua de argila 101Como ensinar geografia nas séries iniciais ARTESANATO E RECICLAGEM. Maquete escolar: modelos e dicas de como fazer. [S.l.]: Artesanato e Reciclagem, 2013. Disponível em: <http://www.artesanatoereciclagem. com.br/1562-maquete-escolar-modelos-e-dicas-de-como-fazer.html>. Acesso em: 17 set. 2016. BOTELHO, Mariana. Geografia: caça ao tesouro. Leopoldina: Superintendência Regio- nal, 2013. Disponível em: <http://geografiapipcbc.blogspot.com.br/2013/02/caca-ao- -tesouro.html>. Acesso em: 16 set. 2016. BRANCO, Anselmo; MENDONÇA, Claudio; LUCCI, Elian. Geografia para todos. [S.l.: s.n.], 2016. Disponível em: <http://www.geografiaparatodos.com.br/index. php?pag=capitulo_3_geoprocessamento_e_mapa>. 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