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Reportagem - Altamira Portifolio A II 2020 NOTA 100

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04 DE JUNHO / / VOLTA REDONDA / / 1 ªDA EDIÇÃO 
 
PÁGINA 1 
A REALIDADE DE ALTAMIRA 
DEPOIS DE BELO MONTE 
 
 
SEM VIGILÂNCIA, ESTRADA ABERTA NA 
DITADURA MILITAR ESCOA MADEIRA ILEGAL 
DE ÁREAS PROTEGIDAS 
Desmatamento e 
extração ilegal de 
madeira e ouro 
margeiam rodovia 
Transamazônica 
 
NOME: LUIZA DE LIMA RAYMUNDO 
COELHO 
RU: 2468137 
POLO: VOLTA REDONDA 
 
Altamira município no estado do Pará, região 
norte do Brasil, maior que o Acre, sua população 
estimada no censo do IBGE (2019) era de 
114.594 habitantes. A BR230 ou 
Transamazônica teve início da sua construção na 
década de 70, foi uma das obras faraônicas 
durante a ditadura militar, no governo de Emílio 
G. Médici durante o “milagre econômico”, 
inaugurada em 30 de agosto de 1972. A 
construção foi justificada pelo ideal de progresso, 
amparada pelo ideal nacional- 
desenvolvimentista. Tendo início no município 
de Cabedelo estado da Paraíba passando por sete 
estados (Paraíba, Pernambuco, Piauí, Maranhão, 
Tocantins, Pará e Amazonas) até chegar à 
Lábrea, cidade localizada no coração da 
Amazônia. É uma rodovia transversal, 
considerada a terceira mais longa do Brasil, 
cortando algumas das principais cidades do Pará: 
Marabá, Altamira e Itaituba. Obra que por sua 
proporção atraiu pessoas de todo canto do país 
em busca de novas oportunidades de emprego e 
uma nova vida. A construção da rodovia foi 
muito importante, conectando várias cidades, 
culturas e pessoas distintas, porém, não foi 
planejada de modo sustentável visto que não há 
políticas que protejam a vegetação local nem 
mesmo os animais silvestres da região 
ocasionando a 
 
 Das 63 espécies endêmicas que são conhecidas na Bacia do rio Xingu, 26 só existem 
nas corredeiras da Volta Grande, ameaçada pela baixa vazão 
 
 extinção dos mesmos. A maior parte da 
população sobrevive do comércio ilegal do 
ouro e da madeira em remotas áreas protegidas 
por lei. 
Outra obra que impactou e modificou a 
cidade de Altamira foi a usina hidrelétrica de 
Belo Monte que teve o projeto de sua 
construção iniciado na década de 70. 
Localizada na região Volta grande do rio 
Xingu (PA) sendo a 3ª maior usina hidrelétrica 
do mundo. Seu projeto inicial foi remodelado 
para atender as demandas de ambientalistas e 
investidores, durante o governo da presidente 
Dilma Rousseff, em 2010, a construção da 
usina e suas turbinas foi iniciada, sendo 
inaugurada apenas em 2016 e em 2019 
inaugurou-se a última turbina completando 
assim a obra. 
 Ambientalistas e acadêmicos alertam que a 
usina iria provocar a alteração do regime de 
escoamento do rio, com a redução do fluxo da 
água, afetando assim a flora e fauna locais e 
introduzindo diversos impactos 
socioeconômicos, tais como: alteração do nível 
do rio Xingu ocasionando o deslocamento 
forçado da população ribeirinha que sobrevivia 
de pesca, poluição do rio com resíduos 
deixados pela usina, migração de mais de 100 
mil pessoas. Essas mudanças impactaram 
negativamente o estilo de vida local. 
Estas mega construções geraram grande 
fluxo migracional para a região do Pará, 
modificando a sociedade, a cultura, a língua e 
o meio ambiente. 
CSN: Empresa que 
mais gera empregos 
em VR-RJ 
A construção da Companhia Siderúrgica 
Nacional (CSN) criou condições de 
desenvolvimento e fez surgir o município de 
Volta Redonda; em função da implantação e 
expansão do primeiro complexo siderúrgico 
brasileiro durante a ditadura militar no 
governo de Getúlio Vargas, atraindo 
migrantes de diversos estados. 
Infelizmente a produção de aço libera 
muitos resíduos no meio ambiente, tais como: 
partículas de monóxido de carbono, metais 
pesados e poeira, poluindo o ar e o rio Paraíba 
do Sul. Como as outras obras citadas 
anteriormente neste artigo, a CSN foi 
construída com o objetivo de desenvolvimento 
socioeconômico, porém, há impactos 
ambientais que são investigados pelo 
Ministério Público Federal (MPF). 
No bairro Brasilândia e em outros ao redor 
as pilhas de matéria prima da CSN já 
alcançaram mais de 30 metros de altura 
(sendo recomendado apenas 4 metros), o que 
ameaça a qualidade de vida dos moradores e 
do rio. O MPF recebeu denúncia de 
moradores que reclamaram da sujeira liberada 
no ar causando doenças respiratórias.

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