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04 DE JUNHO / / VOLTA REDONDA / / 1 ªDA EDIÇÃO PÁGINA 1 A REALIDADE DE ALTAMIRA DEPOIS DE BELO MONTE SEM VIGILÂNCIA, ESTRADA ABERTA NA DITADURA MILITAR ESCOA MADEIRA ILEGAL DE ÁREAS PROTEGIDAS Desmatamento e extração ilegal de madeira e ouro margeiam rodovia Transamazônica NOME: LUIZA DE LIMA RAYMUNDO COELHO RU: 2468137 POLO: VOLTA REDONDA Altamira município no estado do Pará, região norte do Brasil, maior que o Acre, sua população estimada no censo do IBGE (2019) era de 114.594 habitantes. A BR230 ou Transamazônica teve início da sua construção na década de 70, foi uma das obras faraônicas durante a ditadura militar, no governo de Emílio G. Médici durante o “milagre econômico”, inaugurada em 30 de agosto de 1972. A construção foi justificada pelo ideal de progresso, amparada pelo ideal nacional- desenvolvimentista. Tendo início no município de Cabedelo estado da Paraíba passando por sete estados (Paraíba, Pernambuco, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas) até chegar à Lábrea, cidade localizada no coração da Amazônia. É uma rodovia transversal, considerada a terceira mais longa do Brasil, cortando algumas das principais cidades do Pará: Marabá, Altamira e Itaituba. Obra que por sua proporção atraiu pessoas de todo canto do país em busca de novas oportunidades de emprego e uma nova vida. A construção da rodovia foi muito importante, conectando várias cidades, culturas e pessoas distintas, porém, não foi planejada de modo sustentável visto que não há políticas que protejam a vegetação local nem mesmo os animais silvestres da região ocasionando a Das 63 espécies endêmicas que são conhecidas na Bacia do rio Xingu, 26 só existem nas corredeiras da Volta Grande, ameaçada pela baixa vazão extinção dos mesmos. A maior parte da população sobrevive do comércio ilegal do ouro e da madeira em remotas áreas protegidas por lei. Outra obra que impactou e modificou a cidade de Altamira foi a usina hidrelétrica de Belo Monte que teve o projeto de sua construção iniciado na década de 70. Localizada na região Volta grande do rio Xingu (PA) sendo a 3ª maior usina hidrelétrica do mundo. Seu projeto inicial foi remodelado para atender as demandas de ambientalistas e investidores, durante o governo da presidente Dilma Rousseff, em 2010, a construção da usina e suas turbinas foi iniciada, sendo inaugurada apenas em 2016 e em 2019 inaugurou-se a última turbina completando assim a obra. Ambientalistas e acadêmicos alertam que a usina iria provocar a alteração do regime de escoamento do rio, com a redução do fluxo da água, afetando assim a flora e fauna locais e introduzindo diversos impactos socioeconômicos, tais como: alteração do nível do rio Xingu ocasionando o deslocamento forçado da população ribeirinha que sobrevivia de pesca, poluição do rio com resíduos deixados pela usina, migração de mais de 100 mil pessoas. Essas mudanças impactaram negativamente o estilo de vida local. Estas mega construções geraram grande fluxo migracional para a região do Pará, modificando a sociedade, a cultura, a língua e o meio ambiente. CSN: Empresa que mais gera empregos em VR-RJ A construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) criou condições de desenvolvimento e fez surgir o município de Volta Redonda; em função da implantação e expansão do primeiro complexo siderúrgico brasileiro durante a ditadura militar no governo de Getúlio Vargas, atraindo migrantes de diversos estados. Infelizmente a produção de aço libera muitos resíduos no meio ambiente, tais como: partículas de monóxido de carbono, metais pesados e poeira, poluindo o ar e o rio Paraíba do Sul. Como as outras obras citadas anteriormente neste artigo, a CSN foi construída com o objetivo de desenvolvimento socioeconômico, porém, há impactos ambientais que são investigados pelo Ministério Público Federal (MPF). No bairro Brasilândia e em outros ao redor as pilhas de matéria prima da CSN já alcançaram mais de 30 metros de altura (sendo recomendado apenas 4 metros), o que ameaça a qualidade de vida dos moradores e do rio. O MPF recebeu denúncia de moradores que reclamaram da sujeira liberada no ar causando doenças respiratórias.
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