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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ GRADUAÇÃO LETRAS – INGLÊS EDUCAÇÃO ESPECIAL Pesquisa e análise de práticas pedagógicas na escola inclusiva ALUNA: LIGIA MARIA MIRANDA FICKER MATRÍCULA: 201902373219 LETRAS - INGLÊS| FORMAÇÃO PEDAGÓGICA EAD/JUNHO 2020 1 – Objetivos: O presente trabalho tem por objetivo relacionar conteúdos trabalhados ao longo da disciplina com o cotidiano escolar e a prática pedagógica refletindo sobre os desafios e as possibilidades do educador atuar na construção de uma escola inclusiva. Bem como compreender com barreiras físicas, atitudinais e comportamentais podem impedir ou dificultar o processo de inclusão de alunos com necessidades especiais e como atuar na superação dessas dificuldades. Tais observações foram realizadas mediante o estudo e análise do artigo “ACESSIBILIDADE EM AMBIENTES ESCOLARES: identificação de barreiras físicas”, disponível em http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east- 1.amazonaws.com/designproceedings/16ergodesign/0197.pdf . 2 – Introdução Teórica: Antes mesmo de adentrarmos nas questões teóricas a serem desenvolvidas faz- se necessária a realização de alguns apontamentos relativos ao tema acessibilidade e mobilidade urbana. Primeiramente, necessário esclarecermos o que vem a ser acessibilidade, é a qualidade do que é acessível, ou seja, é aquilo que é atingível, que tem acesso fácil, está relacionado àquilo que tem facilidade de aproximação, no trato e na aquisição. É a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia, de edificações, espações mobiliários, vias públicas, equipamentos urbanos e transporte coletivo. A acessibilidade garante a segurança e integridade física de pessoas com necessidades especiais ou de mobilidade reduzida, assegurando assim o direito de ir e vir, e ainda de usufruir dos mesmos ambientes que uma pessoa sem necessidade especial, seja por espaços projetados já com esse objetivo ou ainda espaços adaptados. Entretanto o termo não significa apenas permitir que pessoas com deficiências ou mobilidade reduzida participem de atividades que incluem o uso de produtos, serviços e informação, mas a inclusão e extensão do uso destes por todas as parcelas presentes em uma determinada população. visando sua adaptação e locomoção, eliminando as barreiras. Consiste no direito de garantir a toda e qualquer pessoa com necessidade especial ou mobilidade reduzida, de transitar por espaços públicos e ou privados, sem que seja encontrada barreiras arquitetônicas que impossibilitem o convívio ou trânsito social em áreas de acesso, circulação ou permanência. Essas barreiras impeditivas de acesso, geram mais do que só um impedimento físico, elas impedem o usufruto por direito dos espaços físicos, propiciam acidentes e causam constrangimento. Dito isto, vemos que o artigo base tem como foco a acessibilidade no ambiente escolar, visando contribuir para a autonomia de todos os frequentadores do ambiente, ao identificar as armadilhas que dificultam ou impossibilitam que uma pessoa possa desfrutar de todos os ambientes, sem restrições. 3 – Procedimentos Metodológicos: O presente trabalho é uma revisão bibliográfica sistemática, interpretativa, ancorada em análise de textos, livros e da legislação brasileira pertinente ao tema em análise. Foram realizados estudos e pesquisas bibliográficas, para que fosse possível identificar e avaliar cada elemento tido como barreira física apresentado no artigo base acima citado. 4 – Relatório: Na arquitetura e no urbanismo, a acessibilidade tem sido uma preocupação constante nas últimas décadas. Atualmente estão em andamento obras e serviços de adequação do espaço urbano e dos edifícios às necessidades de inclusão de toda população, visando eliminar os obstáculos existentes ao acesso, modernizando e incorporando essas pessoas ao convívio social, possibilitando o ir e vir. Projetos e políticas sociais dessa natureza tem como objetivo despertar e facilitar o convívio da sociedade com exposição da diferença e diversidade humana, promovem também ações que favorecem a redução das desigualdades sociais e segregação de pessoas, possibilitando maior convívio interpessoal, aceitação e conscientização da sociedade das diferenças humanas, colaborando para o fim das manifestações de constrangimento e preconceito. Sendo assim, a acessibilidade tem que ser expandida para vários campos da sociedade, principalmente e especialmente no ambiente escolar, promovendo ações que favoreçam a redução e/ou extinção das desigualdades sociais e segregação de pessoas, possibilitando maior convívio interpessoal, aceitação e conscientização da sociedade das diferenças humanas, colaborando para o fim das manifestações de constrangimento e preconceito. A Lei da Acessibilidade através do decreto 5.296/2004 contempla e define a pessoa portadora de deficiência: I – Pessoa portadora de deficiência, além daquelas previstas na Lei n. 10.690 de 16 de junho de 2003, a que possui limitação ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas seguintes categorias: a) deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções; b) deficiência auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz; c) deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores; d) deficiência mental: funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas. As pessoas obesas também são consideradas portadoras de necessidades especiais no conceito da acessibilidade. Para Cohen e Duarte (2001, p.2), a delimitação adequada do conceito de acessibilidade reside no seu potencial de gerar novos paradigmas para o planejamento de espaços, bem como para a reflexão e abordagem de uma temática que tem estado tão presente em discussões onde se buscam respostas para os inúmeros problemas hoje encontrados nas cidades por pessoas com deficiência. Para os efeitos da NBR 9050 aplicam-se as seguintes definições acessibilidade: possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos: • Acessível: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento que possa ser alcançado, acionado, utilizado e vivenciado por qualquer pessoa, inclusive aquelas com mobilidade reduzida. O termo acessível implica tanto acessibilidade física como de comunicação; • Adaptável: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas características possam ser alteradas para que se torne acessível. Entretanto o conceito de acessibilidade é muito mais amplo, a acessibilidade espacial tem como função identificar quais usuários teriam mais dificuldades na realização de atividades e o propor a adequação mais pertinente ao ambiente relacionado.Para Dischinger (2004, apud OLIVEIRA, 2006), “(…) a acessibilidade espacial é a possibilidade de compreensão da função, da organização e das relações espaciais que o ambiente estabelece, e a participação das atividades que ali ocorrem, fazendo uso dos equipamentos disponíveis com segurança e autonomia”. De acordo com a Lei de Diretrizes Básicas da Educação (LDB), isso deve começar ainda na fase escolar, a partir do contato com práticas e metodologias que garantam a acessibilidade na escola. Toda pessoa com deficiência (física, intelectual, visual, auditiva) deve ter direito à igualdade de oportunidades assegurada. A rede regular de ensino deve oferecer educação especial para qualquer aluno com deficiência. Existem diversas questões em relação ao sistema inclusivo no ambiente escolar, e aqui podemos esclarecer sobre as principais formas de acessibilidade que devem estar presentes nas instituições: a) Arquitetônica: a acessibilidade arquitetônica corresponde ao espaço e aos equipamentos que devem ser implementados para atender os alunos com necessidades especiais, garantindo sua segurança durante a locomoção no ambiente; b) Comportamental: consiste na cultura de valores inclusivos dentro da instituição, conscientizando à todos sobre a importância da inclusão e prezando sempre pelo respeito às diferenças; c) Comunicação: envolve diversos elementos favoráveis às pessoas com deficiência, desde a acústica das salas de aula e demais ambientes, até as sinalizações e figuras que possam auxiliar os mesmos na comunicação e interação com os demais; d) Técnica: a acessibilidade técnica trata-se da inclusão de equipamentos e produtos que possam auxiliar a rotina de uma pessoa com necessidades especiais, como texturas nos pisos, barras de apoio no banheiro (vaso sanitário), corrimãos etc; e) Pedagógica: são itens primordiais para a inclusão, que permitem aos alunos deficientes uma experiência e vivência saudável dentro do ambiente escolar. Isso inclui elementos como programas (softwares) para pessoas com deficiência visual, bem como adaptadores para lápis, caneta, tesoura, entre outros. Conforme Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência (nº 13.146/2015), acessibilidade é a: “(...) possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida”. A Norma de Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos ABNT NBR 9050:2015, determina que escolas brasileiras públicas e privadas devem ser acessíveis. Além da acessibilidade arquitetônica, é preciso prover acessibilidade na sinalização e comunicação. Os materiais didáticos são importantes recursos para a aprendizagem, no entanto, muitos deles não são adaptados para que alunos com algum tipo de deficiência façam uso. As especificações de acessibilidade dos materiais podem ser encontradas na Norma de Acessibilidade de Comunicação na prestação de serviços ABNT NBR 15.599:2008. Com a expansão das tecnologias digitais, a tendência é que o conteúdo educacional esteja cada vez mais diversificado e presente em diferentes formatos, versões impressas, audiovisuais e eletrônicas. De forma que estes materiais devem estar adequados as necessidades especiais de cada aluno que seja portador de alguma deficiência. Pois bem, ante todas as considerações acima apresentadas, e tomando por base a legislação pátria, temos que o acesso das pessoas deficientes e sua integração com a sociedade é medida que se impõe. O Brasil necessita dar atenção aos portadores de necessidades especiais notadamente à escola como prioridade em receber o público de forma respeitosa e adequada às suas necessidades, porque compromete desde o deslocamento em todos os ambientes até a sala de aula onde ocorre a maior exclusão social da pessoa, são muitas barreiras além de cumprir a lei, temos ainda escadas, rampas, espaços e ergonomia em desacordo a legislação, arquitetura e engenharia devem prestar atenção ao cumprimento deste requisito básico nas obras e buscar assessorar-se de profissionais capacitados na área. O governo deve cumprir a lei também em seus ambientes e abarcar as outras áreas com diretriz única na Política Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Retomando sobre o tema aqui aventado o segmento da Acessibilidade que apesar de leis e ampla divulgação das necessidades dá-se ainda pouca importância a parcela da sociedade brasileira que ainda vive as margens e dificuldades de manter os direitos básicos garantidos na constituição. Concluindo, devemos procurar promover e cada vez mais implementar e requerer de todos os seguimentos da sociedade o cumprimento da legislação para que haja a efetiva inclusão das pessoas com deficiência em todos os setores, principalmente nas áreas públicas. 5 – Referências Bibliográficas: COHEN, Regina; DUARTE, Cristiane Rose. Subsídios para o planejamento de acessibilidade aos espaços urbanos. Belo Horizonte, 2001. In: Anais do II Seminário Internacional Sociedade Inclusiva, PUC-Minas. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 9050. Acessibilidade de Pessoas Portadoras de Deficiências a Edificações, Espaço, Mobiliário e Equipamentos Urbanos. Rio de Janeiro, 31 mar. 2004. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 05 out. 1988 e IBGE 2010. BRASIL. Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000 e 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Brasília, 2004. DISCHINGER, M.; BINS ELY, V. H. M.; MACHADO, R. Desenho Universal nas Escolas: acessibilidade na rede municipal de ensino de Florianópolis. Florianópolis: Grupo PET/Arq/SESu/UFSC, 2004.
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