Buscar

REVISÃO-AVALIAÇÃO EDUCACIONAL-2019

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

UNIVESP – PEDAGOGIA (Turma 2018-2) 
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL E DA APRENDIZAGEM 
 
Respostas complementares a dúvidas da webconferência 
 
 A avaliação formativa apresenta-se como uma boa opção, mas os especialistas reconhecem os 
grandes obstáculos para sua aplicação de fato. Então, como viabilizar essa prática nas nossas 
escolas? 
A avaliação formativa, para que se torne uma prática efetiva, requer antes de mais nada compreensão e 
adesão por parte de toda a equipe pedagógica. Trata-se de um movimento de reforma longo, que não 
passa apenas pelas regulamentações, mas também pelas representações e pelo esforço contínuo e 
cotidiano nas escolas. Não há receitas prontas, mas o desafio é válido. 
 
 Gostaria de uma explicação sobre as avaliações formativas reguladoras. 
A regulação das aprendizagens é uma ideia-chave em trabalhos sobre avaliação, como os de Perrenoud. 
Trata-se do esforço do professor para compreender como o aluno está se apropriando dos saberes 
ensinados. Há dúvidas? Dificuldades? Quais são? Como intervir para que os saberes sejam aprendidos? 
 
 Eu queria entender um pouco melhor sobre a regulação da aprendizagem... pode dar exemplos? 
Vou dar um exemplo bem simples: diante dos resultados de uma prova de Matemática na qual a maioria 
dos alunos não conseguiu operar a divisão, o que se pode fazer? Retomar as explicações? Reformular o 
que foi explicado? Propor novos trabalhos? A regulação das aprendizagens significa que o professor 
analisa, constata e intervém no processo. 
 
 Se possível, pode esclarecer a relação entre os conceitos de conhecimento e aprendizagem 
(semelhanças e diferenças entre eles)? 
A aprendizagem pode ser interpretada como a apropriação de um determinado conhecimento. Ela consiste 
em modificar a capacidade de realizar uma tarefa (que pode ser considerada um tipo de conhecimento) a 
partir de uma interação com o ambiente. 
 
 Percebo ainda um equívoco na associação entre progressão continuada e promoção automática. 
Como posso explorar esse tema em meus estudos? 
Perfeito! Para aprofundar o tema, vale a leitura de Claudia Cristina Fiorio Guilherme, no livro 
intitulado Práticas docentes no regime de progressão continuada (São Paulo, Junqueira & Marin 
Editores, 2007). É uma sugestão de leitura. 
 
 Na semana 6, o artigo de Adriana Bauer fala em “avaliações estandardizadas”. O que quer dizer 
isso? 
As avaliações estandardizadas são feitas a partir de um padrão. É esse o princípio das avaliações 
externas, feitas em larga escala. 
 
 Quais são os pontos positivos e negativos da Progressão Continuada? 
O regime foi mal compreendido, e isso foi muito ruim. Mas a proposta pauta-se em algo muito fértil, que é 
a tentativa de reverter a lógica de um sistema escolar seletivo para outro no qual as aprendizagens sejam 
valorizadas. 
 
 A avaliação contínua seria o acompanhamento do progresso em atividades no dia a dia na escola 
ou em uma avaliação como a formativa? 
A avaliação formativa parte de um princípio: deve ser usada para favorecer as aprendizagens. Nessa 
perspectiva, ela abarca várias iniciativas, como a avaliação contínua, que pode ser usada para constatar 
possíveis dificuldades dos alunos e, a partir delas, organizar o ensino para ajudar o aluno a aprender mais. 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL E DA APRENDIZAGEM 
Texto de revisão 
PROFª DRª SÔNIA MARIA VANZELLA CASTELLAR 
 
No desenvolvimento da disciplina “Avaliação Educacional e da Aprendizagem”, tivemos como 
objetivo identificar a importância dos processos da avaliação formativa na aprendizagem dos alunos. 
Estudamos a construção histórica da avaliação escolar e a influência das nossas experiências escolares 
anteriores em nossa prática atual, o papel da autoavaliação e a função da avaliação interna e externa em 
relação a prática docente e sua intervenção no sistema educacional e no cotidiano escolar. A avaliação 
educacional e da aprendizagem é fundamental de ser entendida e estudada porque coloca o aluno no 
centro do processo de ensino e aprendizagem, ao mesmo tempo que o professor revela sua prática 
pedagógica. 
Na primeira semana, estudamos o ato de avaliar e seu papel na organização do sistema de ensino 
seriado. Partimos de análises sobre o sentido da cultura escolar e das memórias dos professores sobre o 
sistema e das experiências vivenciadas como aluno. Um ponto importante desse tema foi identificar de 
que maneira a avaliação reflete o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes, o que significa que 
também é fundamental analisar, por meio da avaliação, a capacidade de compreensão dos conteúdos 
(novos conhecimentos e habilidades). 
Nessa semana também analisamos as trajetórias de formação como parte do processo de 
aprendizagem, ressaltando os sucessos e fracassos na escola. A abordagem sobre a avaliação formativa 
e classificatória foram as que tiveram mais ênfase e que interferem no trabalho cotidiano do professor em 
sala de aula, com várias possibilidades de apreender e registrar os processos de aprendizagem de acordo 
com a natureza dos conteúdos ministrados e os objetivos propostos, até uma perspectiva mais ampla, 
voltada para verificar o desempenho de diferentes estabelecimentos de ensino e, assim, reunir dados para 
o planejamento de ações destinadas ao aperfeiçoamento de nosso sistema educacional. 
Na segunda semana, a discussão teve como propósito promover uma reflexão sobre o significado 
da avaliação, a relação com o ensinar e as memórias dos professores em relação a escola e ao processo 
de aprendizagem, as quais podem, em união com as ferramentas técnicas, auxiliar a escolher os métodos 
de avaliação e análise para chegar ao objetivo de ensino do conteúdo. O ponto relevante dessa semana 
foi a análise referente a complexidade que envolve a avaliação – formativa e classificatória –, o que implica 
rever aspectos do sistema educacional e da prática docente, por isso a complexidade dos tipos de 
avaliação. 
A avaliação revela ainda uma visão de escola, a manutenção ou não das tradições das culturas 
escolares e reflete na relação entre professor e aluno, principalmente no que diz respeito à maneira como 
encaramos a escola e a nossa capacidade de aprender novos conhecimentos e habilidades. Todo o 
trabalho do professor envolve um processo avaliativo, e todo pensamento sobre a escola também, pois 
esse processo deve envolver o crescimento tanto do aluno quanto do professor, de maneira clara e 
contundente, com critérios e objetivos claros para todos os envolvidos, afinal, nenhuma avaliação é neutra 
nem isenta, precisa ser contextualizada e conduzir a uma avaliação da aprendizagem. 
Na terceira semana, vimos que os estudos sobre a memória e as experiências de avaliação 
reverberam nos processos de aprendizagem (sucesso e fracasso) vivenciados na escola. Os vídeos e os 
textos indicam caminhos para serem pensados e analisados no sentido de melhorar a qualidade de ensino 
na escola. O estudo mostrou os sentidos e significados que foram atribuídos à avaliação no decorrer do 
processo de organização do sistema de ensino brasileiro, que se iniciou a partir do final do século XIX. 
As primeiras escolas graduadas foram instauradas no Brasil em 1893, com esse modelo surgiram os 
calendários escolares com tempos específicos para se avaliar os conteúdos apresentados para cada 
turma. Com base nos modelos escolares de países como Portugal e França, os alunos eram divididos por 
série de acordo com a idade, considerando que todos da mesma idade tinham o mesmo conhecimento 
para poder aprender determinado conteúdo, assim, o conteúdo era transmitido pelo professor, que ao final 
de um ciclo, avaliava os alunos para poder organizá-los nas séries seguintes. 
Com uma avaliação unificada, os alunos passam a se importar apenas com a nota e não com o 
aprendizado em si, forçando a reprodução de um conteúdo decorado. Esses métodos foram uma constante 
até que os primeiros imperativos de mudança começaram com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional,de 1996. 
Discutindo as articulações entre avaliação e representações da aprendizagem, pretendemos mostrar 
as diferentes lógicas que envolvem essa atividade e as suas potencialidades como promotora do 
aprendizado. É preciso entender o que precisamos fazer para que os alunos aprendam, nesse sentido, é 
crucial que o professor faça reflexões sobre o processo de aprendizagem e como ele se dá de diferentes 
formas para diferentes pessoas, em diferentes contextos e no tratamento de conteúdos variados. 
Na quarta semana, trabalhamos com as diferentes lógicas que norteiam os processos 
avaliativos e suas relações com as possibilidades de organização escolar em modelos de séries e 
ciclos, pois o sistema avaliativo influencia na gestão da aula, no cuidado com os alunos e suas dificuldades 
e no trabalho do professor. Discutimos a importância da avaliação formativa, o rompimento com a 
organização em graus e a dificuldade em se dar uma nota, por ser difícil quantificar o conhecimento. 
A avaliação deve ser uma maneira de verificar se o aluno aprendeu, por isso há diversos movimentos 
para que a centralidade do processo avaliativo seja o aprendizado e não o ranqueamento a partir de notas. 
A flexibilização do fluxo escolar e o rompimento da seriação, com avaliações contínuas e uma progressão 
continuada, exige uma autoavaliação do professor para saber o que deve ser avaliado. Existem diversas 
formas de realizar avaliações, que envolvem ferramentas, técnicas, análises e tempos diferentes, porém. 
implantá-las faz parte de um processo que pode culminar em diversas mudanças positivas no sistema 
escolar. 
Na quinta semana, discutimos sobre a regulação da aprendizagem, instrumentos avaliativos e as 
diferentes formas de avaliação, visto que ela está atrelada a uma concepção de mundo, de escola e de 
ser humano, envolvendo questões didáticas, pedagógicas, políticas e sociais. Um processo avaliativo que 
classifica, compara e controla pode gerar êxitos ou fracassos em diversos níveis de aprendizagem. 
Nessa semana também apresentamos ferramentas avaliativas além das provas, como portfolios, 
produções de maneira geral como desenho, música e autoavaliação, além dos fundamentos das 
avaliações somativas, qualitativas, diagnósticas e contínuas, com ênfase na avaliação formativa. 
A avaliação somativa é uma síntese do processo avaliativo, que se materializa com notas ou 
conceitos, atribuindo uma nota, normalmente uma média, sem considerar a trajetória de aprendizagem do 
educando, um processo que ajuda a classificar e selecionar o aluno. A avaliação qualitativa quebra com 
uma lógica de testes e exames para lógica da observação, das questões abertas e outras ferramentas que 
resultem em dados precisos sobre o que ele está aprendendo. A avaliação diagnostica se dá no início de 
um processo e revela as aprendizagens do aluno no momento especifico, ela pode fazer uso de vários 
instrumentos como produção de textos, relatório e resolução de problemas, mas se o resultado não for 
considerado nos planejamentos seguintes, ela é inútil. Enquanto que na avaliação contínua não há um 
momento especifico para avaliar e nem a atribuição de uma nota, é o processo que leva a compreender a 
aprendizagem do educando. 
 A avaliação formativa visa a melhoria da aprendizagem de todos, considera os tempos de 
aprendizagem de cada sujeito e como elaboram, pensam e desenvolvem seus aprendizados. O professor 
interfere em cada etapa e as avaliações são contínuas e qualitativas, logo, a avaliação não deve servir só 
para identificar se o aluno vai ser retido ou aprovado. 
Na sexta semana, discutimos sobre as avaliações institucionais e as avaliações externas, suas 
características e influências em diversas esferas do cotidiano escolar. Foram apresentados diferentes 
pontos de vista e as discussões sobre suas vantagens e seus problemas, principalmente por apresentar 
dados que não necessariamente condizem com a realidade total de um grupo, mas que podem dar 
visibilidade a grandes projetos ou problemas. 
As avaliações externas foram criadas a priori como uma política educacional em busca de uma 
regulação da qualidade do ensino, mas são organizadas fora do ambiente escolar, normalmente pelo 
estado. Pensadas para serem aplicadas com um numero muito grande de alunos de maneira padronizada, 
onde reside as maiores críticas, pois desconsideram o processo de aprendizagem e as particularidades 
dos grupos, produzindo inclusive efeitos negativos no trabalho do professor, como a perda da autonomia. 
Essas avaliações podem servir como guia de planejamento, banco de informações e mecanismo de 
incentivo à busca por melhorias, mas, com correções neutras e objetivas, tendendo a culpabilizar os 
professores e escolas pelos resultados obtidos, acabam por ranquear alunos, alocar recursos, distribuir 
bônus e estimular a competição, tirando dos professores a função de decidir como ensinar os conteúdos 
por orientação de ensinar os conteúdos cobrados nas provas, sem preocupação com outros conceitos e 
habilidades importantes à formação dos alunos. Os problemas podem ser relacionados a desarticulação e 
distanciamento entre os acadêmicos da área de avaliação e os responsáveis pela definição das políticas. 
Durante a sétima semana, convidamos os alunos a pensar e conhecer práticas docentes que 
utilizam a avaliação a serviço da aprendizagem, considerando o compartilhamento e a articulação da 
equipe em busca de favorecer o aprendizado por meio de processos formativos. Apresentamos as 
experiências de professoras que atuam na escola pública para discutir suas práticas e resultados, 
propondo alternativas para as questões identificadas como obstáculos para a aprendizagem, a 
necessidade de se repensar o currículo, o tempo e a dinâmica escolar de modo geral e tendo como 
base uma sólida discussão e articulação do projeto político pedagógico da escola, a educação continuada 
do corpo docente.