Buscar

Bacteriologia Gardnerella vaginalis1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESTADO DO PARÁ
ÁREA DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS, BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA 
BACTERIOLOGIA CLÍNICA
PROFESSORA: MARIA DAS GRACAS CARVALHO ALMEIDA
ALUNO: LUAN LOPES SOUZA
TURMA FR7
RELATÓRIO DE GARDNERELLA VAGINALIS
BELÉM
2020
1-INTRODUÇÃO
A gardnerella vaginalis, anteriormente denominada Haemophilus vaginalis e Corynebacterium vaginale, é uma bactéria anaeróbia facultativa, imóvel, observada sob a forma de cocobacilos Gram-variáveis. Desde sua primeira descrição por Gardner e Dukes em 1955, é reconhecida por colonizar o trato genital feminino. A doença mais comum que o micro-organismo pode causar é a vaginose bacteriana, mas doenças graves, como bacteriemias e meningites, já foram descritas. Em homens, o achado das bactérias usualmente é considerado irrelevante clinicamente, porém já foram relatados casos de uretrite, prostatite e ITUs. 
A doença geralmente é assintomática, embora as secreções sejam características e apresentem odores desagradáveis. Pode ser transmitida sexualmente, embora não seja considerada uma doença venérea. Muitas vezes a bactéria pode permanecer inócua nos órgãos genitais femininos.
2-CARACTERÍSTICAS DA GARDNERELLA VAGINALIS
A G. vaginalis é uma bactéria fastidiosa, que necessita de meios ricos para o isolamento. Pode ser utilizado o ágar Columbia, que contém biotina, ácido fólico, niacina e tiamina, ou ainda o ágar Chocolate, com incubação de 48 horas a 37oC e em atmosfera rica em CO2. Suas colônias são pequenas (cerca de 0,5 mm), opacas e β-hemolíticas. Hemolisam o sangue humano, mas não de carneiro. Entre as principais características bioquímicas, destacam-se oxidase (-), catalase (-), hidrólise do hipurato (+), produção de ácido a partir de glicose, inositol (-), manitol (-) e rhamnose (-)(22). A G. vaginalis coloniza preferencialmente o trato genital feminino. O fato se deve a duas razões: o líquido seminal contém altas concentrações de zinco, que pode inibir a bactéria, e o epitélio prostático contém células colunares, que dificultam a adesão da G. vaginalis. Entretanto, estudos mostram taxas de colonização em homens saudáveis que variam de 7,2% a 11,4%, podendo atingir 38% dos casos quando cultivada especificamente para o agente. A característica marcante dessa bactéria é apresentar reação ao Gram-variável. O fato ocorre devido à fina camada de peptidoglicano encontrada, constituindo apenas 20% do peso da parede celular, semelhante aos 23% encontrados em Escherichia coli e muito menor que a porcentagem observada em estafilococos, estreptococos e lactobacilos. Consequentemente, vários isolados da G. vaginalis podem aparecer como Gram-positivos, Gram-negativos ou Gramvariáveis. Apesar da delgada camada de peptidoglicano, a parede celular das bactérias não contém compostos normalmente encontrados nas bactérias Gram-negativas, como ácidos micólicos e galactanas. A composição química é semelhante à encontrada nas espécies de Corynebacterium, motivo que justifica o fato de a bactéria ser descrita junto às Gram-positivas. 
3-MORFOLOGIA
 Bactérias do tipo G. vaginalis se apresentam na forma de cocobacilos Grampositivos, Gram-negativos ou Gram-variáveis, são imóveis, anaeróbios facultativos, apresentam pili e uma camada de exopolissacarídeo permitindo um alto poder de adesão às células epiteliais. São fastidiosas e têm a necessidade de meios de cultura do tipo ágar sangue, Columbia ou ágar chocolate. O tempo de incubação para o seu crescimento, é em torno de 72 horas, com formação de colônias com aproximadamente 0,3mm a 0,5mm de diâmetro com hemólise difusa. (SILVEIRA; SOUZA; ALBINI, 2010). Além disso, são bactérias que não possuem cápsula e são catalase e oxidase negativa. Possuem uma toxina citolítica que é capaz de destruir hemácias humanas, assim como as células epiteliais locais, o que explica a mudança estrutural das células durante a VB. Também são capazes de desencadear a formação da imunoglobulina IgA, gerando uma resposta inflamatória local (HERNÁNDEZ, et al., 2007). (83) 3322.3222 contato@conbracis.com.br www.conbracis.com.br Produzem ácidos orgânicos, em maior quantidade o ácido acético, usado para sua multiplicação, além, de altas quantidades de aminas aromáticas, que associada ao pH elevado, rapidamente se volatizam, resultando no odor de “peixe podre”, característico da infecção. A presença das aminas e dos ácidos provocam alterações na mucosa do trato genital feminino, acarretando na esfoliação das células modificadas, chamadas de “clue-cells” ou células-guia, ocasionando o corrimento vaginal (Figura 1) (NETO, 2011). Figura 1: G. vaginalis no fundo do esfregaço sobre as células-guia (clue-cells) Fonte: http://screening.iarc.fr/atlascyto_detail.php?flag=1&lang=4&Id=cyt14591&cat=E2d São nessas células onde as bactérias se aderem protegendo-se contra enzimas extracelulares e anticorpos locais. Essa adesão permite a colonização da área, reduzindo as chances das G. vaginalis serem eliminadas tanto na urina quanto no fluido vaginal (SILVEIRA; SOUZA; ALBINI, 2010)
4-PATOGENICIDADE
A vagina é um órgão naturalmente habitado por diversas bactérias, algumas “boas”, algumas “ruins”. Os lactobacilos são as bactérias “boas” e encontram-se normalmente em maior quantidade (cerca de 95% da população), impedindo o crescimento de bactérias potencialmente causadoras de doenças através do controle do pH vaginal e da competição por alimentos.
A vaginose bacteriana ocorre quando há uma ruptura deste equilíbrio, acarretando em uma diminuição dos lactobacilos e um crescimento da flora “ruim” que pode ser composta por diversas bactérias, entre elas: Gardnerella vaginalis, Prevotella, Porphyromonas, Bacteroides, Peptostreptococcus, Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum, Mobiluncus, Fusobacterium e Atopobium vagina.
De todas essas bactérias, a Gardnerella vaginalis parece ser o micro-organismo mais característico da vaginose, estando presente em mais de 96% dos casos.
Não sabemos ainda muito bem o que leva a essa desregulação da flora bacteriana natural da vagina, mas alguns fatores de riscos já são conhecidos:
· Múltiplos parceiros sexuais.
· Realizar ducha vaginal com frequência.
· Fumar.
· Uso recente de antibióticos.
· Uso de DIU.
A vaginose bacteriana é uma doença típica de mulheres em idade fértil; não sabemos o porquê, mas é mais comum em mulheres afrodescendentes.
A classificação da vaginose bacteriana como uma doença sexualmente transmissível (DST) é atualmente aceita, apesar de ser ainda controversa. A favor da classificação como DST pesa o fato da promiscuidade ser um dos fatores de risco para o seu desenvolvimento.
Outro dado positivo é o fato do uso da camisinha diminuir a incidência desta infecção. Por outro lado, mesmo mulheres virgens ou sem relação sexual recente podem desenvolver vaginose bacteriana.
 Apesar de reconhecidamente mostrar baixa virulência, a G. vaginalis apresenta alguns fatores de virulência já bem estabelecidos. Além de pili, ela apresenta uma camada de exopolissacarídeo, que justifica o grande poder de adesão dessa bactéria às células epiteliais. Em 1990, Rottini et al descreveram uma toxina citolítica, capaz de lisar principalmente as hemácias humanas, uma vez que possuem atividade sobre os polimorfonucleares e as células epiteliais, porém costumam fazê-lo em concentrações superiores àquelas que promovem lise nas hemácias humanas. As clue-cells são células epiteliais escamosas cuja superfície está repleta de bactérias semelhantes à G. vaginalis. São muito comumente encontradas em esfregaços vaginais e também em urinas colhidas por punção suprapúbica em mulheres. Assim, podem ser observadas em homens (no sêmen), secreção uretral e swabs uretrais. A adesão às células epiteliais permite à bactéria colonizar a mucosa vaginal, minimizando o contato com enzimas extracelulares e anticorpos locais, reduzindo as chances de ser eliminada junto com o fluido vaginal ou a urina. A patogenicidade da G. vaginalis no trato urinário já foi sugerida por vários pesquisadores. Fairley e Birch demonstraramque a bactéria pode aderir ao epitélio escamoso da bexiga em pacientes com cistite. 
A garnerella vaginalis é uma bactéria que faz parte da flora vaginal normal de 20 a 80% das mulheres sexualmente ativas. Quando, por um desequilíbrio dessa flora, ocorre um predomínio dessa bactéria (segundo alguns autores em associação com outros germes como bacteróides, mobiluncus, micoplasmas etc), temos um quadro que convencionou-se chamar de vaginose bacteriana.
Usa-se esse termo para diferenciá-lo da vaginite, na qual ocorre uma verdadeira infecção dos tecidos vaginais. Na vaginose, por outro lado, as lesões dos tecidos não existem ou são muito discretas, caracterizando-se apenas pelo rompimento do equilíbrio microbiano vaginal normal.
A vaginose por gardnerella pode não apresentar manifestações clínicas (sinais ou sintomas). Quando ocorrem, estas manifestações caracterizam-se por um corrimento homogêneo amarelado ou acinzentado, com bolhas esparsas em sua superfície e com um odor ativo desagradável. O prurido (coceira) vaginal é citado por algumas pacientes mas não é comum. Após uma relação sexual, com a presença do esperma (de pH básico) no ambiente vaginal, costuma ocorrer a liberação de odor semelhante ao de peixe podre.
Duas em cada três mulheres com vaginose bacteriana não apresentam nenhum tipo de sintoma. Naquelas com sintomas, o mais comum é um corrimento acinzentado com forte odor, geralmente descrito como corrimento com cheiro de peixe. Este corrimento vaginal com mau cheiro costuma piorar após relação sexual.
Vaginose bacteriana
Ao contrário das outras causas de corrimento vaginal que costumam cursar com vaginite (inflamação da vagina), a vaginose bacteriana causa pouca ou nenhum inflamação, portanto, não costuma cursar com sintomas de dor, coceira ou disúria (dor ou incômodo para urinar).
Foi detectada uma maior incidência da vaginose bacteriana em mulheres que tem múltiplos parceirossexuais.
No homem pode ser causa de uretrite e, eventualmente, de balanopostite (inflamação do prepúcio e glande). A uretrite é geralmente assintomática e raramente necessita de tratamento. Quando presentes os sintomas restringem-se a um prurido (coceira) e um leve ardor (queimação) miccional. Raramente causa secreção (corrimento) uretral. No homem contaminado é que podemos falar efetivamente que se trata de uma DST
5-TRANSMISSÃO
Geralmente primária na mulher. Sexual no homem. Pode ocorrer também transmissão pelo contato genital entre parceiras sexuais femininas
6-PERÍODO DE INCUBAÇÃO
De 2 a 21 dias.
7-DIAGNÓSTICO
Pesquisa do agente em material vaginal e/ou uretral. A interpretação do resultado deve ser associado à clínica.
O diagnóstico da vaginose bacteriana é baseada no conjunto de sintomas e achados laboratoriais. Se você tem queixas de corrimentos, o ginecologista fará um exame ginecológico completo e colherá amostras das secreções.
Através do exame das secreções é possível avaliar o pH da vagina (que fica menos ácido na vaginose) e procurar por micro-organismos através de um microscópio. Na vaginose há um teste simples,  feito no próprio consultório, que consiste na adição de hidróxido de potássio 10% na secreção vaginal para aumentar a liberação do característico cheiro forte de peixe.
Através do exame no microscópio é possível identificar as chamadas clue-cells, células típicas da vaginose bacteriana. Também é possível identificar outros germes que causam corrimento que não a vaginose, como fungos, por exemplo.
Propaganda
A cultura das secreções para identificação de bactérias não tem papel no diagnóstico uma vez que até 60% das mulheres sem vaginose possuem Gardnerella vaginalis e outras bactérias em suas vaginas. Ter Gardnerella vaginalis não significa que necessariamente a mulher irá desenvolver vaginose.
8-TRATAMENTO
Em cerca de 1/3 dos casos, a vaginose desaparece mesmo sem tratamento, devido à recuperação da população natural de lactobacilos na vagina. Portanto, como a chance de cura espontânea é relevante, só indicamos tratamento caso existam sintomas ou se a paciente esteja prestes a realizar uma cirurgia ginecológica.
Antibióticos
Após a confirmação do diagnóstico de vaginose bacteriana o tratamento deve ser iniciado com a utilização de antibióticos em doses prescritas pelo ginecologista, os quais podem ser administrados pela via oral ou vaginal durante até sete dias. O tratamento da vaginose bacteriana deve ser realizado da forma correta para garantir a cura e não pré-dispor o organismo a outras infecções genitais.
O tratamento, quando indicado, é feito com antibióticos por via oral ou intravaginal. Os mais prescritos são o metronidazol ou a clindamicina por sete dias. Tinidazol ou secnidazol também são boas opções.
Os esquemas terapêuticos mais indicados são:
· Metronidazol comprimidos de 500 mg, por via oral, duas vezes ao dia por 7 dias.
· Gel de metronidazol 0,75%, um aplicador completo (5 g) por via intravaginal, uma vez ao dia por 5 dias.
· Creme de clindamicina 2%, um aplicador completo (5 g) por via intravaginal ao deitar por 7 dias.
· Tinidazol 2 g, por via oral, uma vez ao dia por 2 dias
O consumo de álcool deve ser evitado durante o tratamento com metronidazol, pois essa mistura aumenta o risco de reação do tipo dissulfiram ,abstinência do uso de álcool deve continuar por 24 horas após a conclusão do metronidazol.
Quando é prescrito um curso de clindamicina por via intravaginal deve-se evitar relações sexuais com preservativos por até cinco dias após o término do tratamento, pois o antibiótico é feito à base de óleo e enfraquece o látex, diminuindo sua eficácia como barreira de proteção.
Como a vaginose não é necessariamente uma DST, não é necessário tratar o parceiro. Não há evidências de que o tratamento do parceiro influencie na taxa de cura da paciente. Em casos de relação homossexual entre mulheres ainda há dúvidas se o tratamento da parceira é necessário.
Grávidas
O tratamento da vaginose bacteriana nas grávidas deve ser feito sempre que houver sintomas.
Em relação às grávidas sem sintomas, o tratamento é controverso, pois não há provas de que o mesmo reduza a incidência de partos prematuros. Atualmente só o indicamos o tratamento na grávida assintomática se houver alto risco de parto prematuro ou se ela apresentar antecedentes de parto prematuro relacionado à presença de vaginose.
Recorrência
O tratamento com antibióticos cura a vaginose mas não age diretamente nas suas causas. Por isso, a taxa de recorrência é alta, cerca de 30% em três meses e até 50% em um ano.
Pacientes com mais de três episódios por ano se beneficiam de um tratamento a longo prazo com metronidazol gel intravaginal 0,75%, duas vezes por semana, por 4 a 6 meses.
O consumo de iogurtes com lactobacilos não é eficaz na prevenção, uma vez que esses lactobacilos são diferentes daqueles que vivem na vagina.
9-EXAMES
A vaginose bacteriana ocorre quando há o desequilíbrio da flora vaginal e a consequente diminuição do número de lactobacilos e aumento de bactérias patogênicas (que causam doença).
O diagnóstico da vaginose bacteriana pode ser feito através da descrição dos sintomas somada ao exame clínico realizado em consultório pelo ginecologista através da análise especular. De forma mais precisa, é possível diagnosticar a enfermidade por meio de exames que analisem a secreção vaginal como bacterioscopia, cultura e análise do pH. O exame preventivo de Papanicolaou, em que é realizada a coleta de células da vagina e do colo por uma raspagem visa rastrear a presença de lesões precursoras do câncer de colo uterino, porém também pode ajudar a dar o diagnóstico de outras doenças como a vaginose bacteriana.
Procedimentos laboratoriais 
Apesar de a G. vaginalis crescer em meios utilizados rotineiramente no laboratório, como o ágar Sangue e o Chocolate, por exemplo, o uso de meios seletivos facilita o isolamento da bactéria, visto que, por se tratar de um micro-organismo que requer condições especiais para o crescimento, pode em muitos casos ser descartada pelo laboratório, mesmo estando presente na amostra. O meiomais indicado para o crescimento da G. vaginalis é o ágar CNA, que utiliza como base o ágar Columbia, acrescido de sangue de carneiro e antibióticos. A adição de ácido nalidíxico e colistina inibe o crescimento de enterobactérias e Pseudomonas spp., bem como de leveduras e alguns Gram-positivos. Em amostras obtidas por punção suprapúbica ou de pacientes com suspeita de síndrome uretral aguda, a amostra deve ser semeada com alça calibrada de 0,01 ml (1:100), considerando qualquer crescimento, e deve-se fazer a identificação e o antibiograma. Deve-se realizar a coloração de Gram de urina não centrifugada, homogeneizando bem a urina, pipetando 10 μl em lâmina, deixando secar ao ar e depois procedendo com a coloração de Gram. A presença de uma ou mais bactérias por campo geralmente é relacionada com contagens de colônias superiores a 100.000 UFC/ml. A presença de grande número de células epiteliais, a ausência de leucócitos e a presença de mais de um tipo morfológico sugerem contaminação da amostra. Como a G. vaginalis é uma bactéria fastidiosa, pode não crescer nos meios de cultura habituais ou requerer maior tempo de incubação. Somente com o exame de Gram poderemos suspeitar da condição, como também verificar a presença de clue-cells. Apresenta crescimento sutil, formando colônias com 0,3 a 0,5 mm de diâmetro, com hemólise difusa, visualizada mais facilmente após incubação prolongada (72 horas). Necessita atmosfera de 5% a 7% de CO2 e temperaturas entre 35 e 37oC. A bactéria usualmente cresce em 24 horas, porém é mais bem visualizada e identificada após 48 a 72 horas de incubação.
Na mulher, geralmente é primária, enquanto que no homem a transmissão se dá através da relação sexual. O contato genital entre parceiras sexuais femininas também pode transmitir a bactéria.
10- COMPLICAÇÕES/CONSEQUÊNCIAS
Infertilidade. Salpingite. Endometrite. DIP. Ruptura prematura de Membranas. Aborto. Aumento do risco de infecção pelo HIV se houver contato com o vírus. Há aumento também do risco de se contrair outras infecções como a gonorréia, trichomoníase etc. Durante a gestação pode ser causa de prematuridade ou RN de baixo peso.
11-PREVENÇÃO
Usar preservativo
Evitar duchas vaginais, exceto sob recomendação médica
Limitar número de parceiros sexuais
Contrôles ginecológicos periódicos
12 REFERÊNCIAS
https://www.todamateria.com.br/gardnerella/
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42302010000300026&script=sci_arttext&tlng=pt
https://www.tuasaude.com/gardnerella/
https://maestrovirtuale.com/cocobacillus-morfologia-e-especies-principais/
https://www.mdsaude.com/ginecologia/infeccao-ginecologica/vaginose-bacteriana-gardnerella/
https://www.gineco.com.br/saude-feminina/doencas-femininas/vaginose-bacteriana/
https://www.portalsaofrancisco.com.br/saude/gardnerella-vaginalis
SILVEIRA, A. C. O. et al..A Gardnerella vaginalis e as infecções do trato urinário. J Bras Patol Med Lab • v. 46 • n. 4 • p. 295-300 • agosto 2010.

Continue navegando