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Isabella Cunha 16 P1 LABORATORIAL Fase pré-analítica: o que foi feito antes do exame Fase analítica: laboratório e métodos Obs: se precisar deve repetir e pedir exames mais específicos. Indicações para solicitação de exames laboratoriais: · Para confirmar um sintoma clínico ou estabelecer um diagnóstico. · Descartar um diagnóstico; · Monitorar a terapia (o uso de medicamentos hepatotóxicos requer acompanhamento de enzimas hepáticas TGO e TGP ; Ex: tratamento de tuberculose com antibióticos pode gerar hepatite se não houver monitoramento). · Estabelecer prognósticos (evolução: melhora ou piora) · Triar ou detectar doenças. Identificação e Processamento · Sangue total; · Plasma; · Soro. Centrifugação FCR(g):1,118.10-5x rx(rpm)2 Identificação: o exame só deverá ser feito se houver certeza que é de certo paciente. Na dúvida peça outro exame. Processamento: é o fracionamento do sangue em soro e plasma através da centrifugação. PREPARO DO PACIENTE – FATORES INTERFERENTES · Exercício físico -feito no dia anterior ou no dia pode alterar os resultados, sendo assim, a analise dos exames deverá ter um parâmetro diferente -Hematócrito: de acordo com a mobilização de água no organismo (desidratação ou hidratação) o hematócrito se altera (concentrado ou diluído). -Creatinoquinase: enzima que pode ter sua % alterada de acordo com a atividade dos músculos; CK total e CK MB/músculo cardíaco (indicador de infarto). Se for feito exercício no dia anterior ao exame a creatinoquinase elevará devido ao uso de fosfocreatinina (ATP direcionado para atividade muscular intensa). · Jejum · Adulto: 08 – 12 horas , exceto triglicérides 12h e dislipidemia 4h · Criança: 04 – 06 horas Obs: se houver exagero no tempo de jejum haverá gliconeogênese (transformação de lipídeos e pnts em glicose/energia) e todo metabolismo de proteínas serão comprometidos. · Repouso – mínimo de 4 horas · Hormônios: de acordo com a hora do dia (noitemelatonina) · Dieta -É comum o paciente fazer dieta antes dos exames para obter bons resultados, mascarando ,assim ,o seu estado real . Obs: no caso da glicose é possível pedir exame de hemoglobina glicada (analisa ligação da hemoglobina com glicose em até 3 meses). · Ingestão de álcool -Altera % da glicose, ácido úrico, acetilcoA aumenta. · Tabagismo -Haverá concentração do hematócrito como forma de aumentar a captação de oxigênio através do aumento compensatório do número de hemácias por volume de sangue (semelhante a situação de grandes altitudes) · Medicamentos · Interferência In vivo – fisiológicas/no paciente Ex: histatina aumenta creatinoquinase · Interferência In vitro – analíticas/no exame Ex: cafeína e AAS Obs: pode ter essas duas interferências pois o medicamento poderá alterar a concentração da substancia a ser analisada ou de seus produtos (o medicamento ou seu metabólito podem ser semelhantes a substancia analisada ou também reagir com a mesma impedindo sua visualização. No caso de medicamentos de uso crônico (hipertensivos, anti-diabéticos) deverão ser tomados mesmo em jejum,pois já fazem parte do estado real do paciente e sua falta pode gerar ´´picos´´ ; só não deve exagerar na água para tomar o medicamento. Ex: hipertenso sempre toma medicamento X, se deixar de tomar para fazer exame poderá aparecer alterações anormais que são controladas com o remédio e até mesmo poderá oferecer riscos ao paciente. · Stress -Altera hemograma, leucograma e hormônios. Gera diminuição de fatores (--penia) · A coleta de forma geral · Horário da coleta - Variação circadiana -Fe varia durante o dia ; triglicérides de acordo com o horário da alimentação · Posição do paciente para coleta · Estase venosa prolongada (Torniquete – 1 minuto) · Exercício de punhos Critérios para amostras inaceitáveis · Identificação da amostra; · Hemólise (extravasamento de substancias da célula altera sua citologia e a liberação de enzimas altera o resultado do exame). · Icterícia , dislipidemias · Volume da amostra (quantidade coletada deve ser suficiente para fazer todos os exames e uma reanalise) · Sangue coagulado; · Acondicionamento e conservação inadequados Transporte das amostras O material coletado deve ser processado e conservado (conservantes e refrigeração) até o momento da análise e para que seja feita uma análise confiável ,as células devem estar integras e o sangue jamais coagulado (usa-se anticoagulantes) · Transporte ao laboratório em até 45 min para ser processado; · Laboratório de apoio – até 72 h; · Critérios para conservação / transporte: · Refrigeração (4ºC) ou Congelamento (-20 a -70ºC) · Conservantes (de acordo com a cor da tampa – anticoagulantes ) · Proteção contra luz (substancia fotossensível pode oxidar) · Acondicionamento ( temperatura e umidade) · Evitar agitação (pode sedimentar e sofrer hemólise) · Armazenamento / Alicotação (Banco de amostras) separação da mistura ANTICOAGULANTES · Para obtenção de plasma (bioquímica) ou análises com sangue total (hematologia): · Heparina · Oxalatos: sais de sódio, potássio e amônio · Fluoreto de sódio · Iodoacetato de sódio; · Citrato de sódio Obs:o Ca é imprescindível para a cascata de coagulação . HEPARINA · Anticoagulante fisiológico – inibe a ativação da protrombina em trombina. A falta de trombina impede a conversão de fibrinogênio em fibrina · evita hemólise; · É o melhor anticoagulante para provas de fragilidade das hemácias; · Limitações: Provoca agregação de leucócitos, cora em azul as lâminas com esfregaços; inibe fosfatase ácida, contaminação com fosfatos interfere na determinação de fósforo, custo elevado . EDTA · Sal de sódio ou potássio que atua por quelação sobre os íons cálcio; · Uso recomendado em exames hematológicos; · Limitações: aumenta o tempo de protrombina, não deve ser utilizado em análises de cálcio, nitrogenados não protéicos e enzimas (Ex: inibe fosfatase alcalina e ativa a fosfatase ácida). OXALATOS · Sais de sódio, potássio e amônio (separadamente ou em mistura), atuam por precipitação dos íons cálcio formando oxalato de cálcio · Limitações: sais de sódio e potássio - provoca saída de água das hemácias, redução do volume celular e diluição do plasma. Altera valores do hematócrito e hemossedimentação, oferece risco de hemólise dependendo da concentração, o plasma deve ser separado imediatamente após a coleta, não deve ser empregado em esfregaços (distorções dos leucócitos), em determinações enzimáticas (inibe fosfatase ácida, amilase e desidrogenases), nitrogenados não proteicos. FLUORETO DE SÓDIO · Utilizado como conservante da glicose sangüínea, associado ao oxalato ou EDTA. · Tem a propriedade de inibir a ação de várias enzimas séricas, principalmente as da glicólise. · Não indicado para outros testes · Inibe urease · Reduz atividade da ACP · Aumenta atividade da AMS · Altas concentrações causam hemólise. IODOACETATO DE SÓDIO · Considerações: antiglicolítico substituto do fluoreto de sódio. · Determinação do lactato. · Não tem efeito sobre a urease, podendo ser empregado para testes simultâneos de glicose e uréia. CITRATO DE SÓDIO · Atua sobre o cálcio, convertendo-o em forma não-ionizada sem precipitá-lo. · Utilizado nas provas de coagulação, principalmente as que incluem plaquetas · Não deve ser empregado em Bioquímica Clínica – provoca saída de água das hemácias, inibe fosfatase alcalina e a amilase. · Conservar em geladeira. ANÁLISES LABORATORIAIS · Cada teste de laboratório possui uma série de características que determinam a qualidade da informação por ele fornecida. VALIDADE DE TESTES DIAGNÓSTICOS · A validade de um teste diagnóstico ou instrumento (questionário, por exemplo) é a expressão do grau de acerto entre o teste ou instrumento e o que ele se propõe a medir. A validade de um teste ou instrumento é aferida pela sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivo e negativo. · A quase totalidade dos testes diagnósticos ou instrumentos produz resultados verdadeiro positivos, resultados falsos positivos,resultados verdadeiro negativos e resultados falso negativos TIPOS DE INFORMAÇÃO -Exatidão: é a capacidade do método de fornecer resultados próximos do valor verdadeiro. -Precisão: é a capacidade do método de fornecer resultados reprodutíveis entre si. Um método pode ser preciso e não ser exato. - Sensibilidade analítica: refere-se ao menor valor que o teste consegue diferenciar de zero. -Sensibilidade diagnóstica: é a probabilidade de que um resultado seja anormal ou positivo na presença de doença. -Especificidade analítica: refere-se á capacidade do teste em identificar apenas a substância em questão. -Especificidade diagnóstica: refere-se á probabilidade do resultado ser normal ou negativo na ausência da doença -Sensibilidade: é a capacidade de um instrumento de reconhecer os verdadeiros positivos em relação ao total de doentes. -Especificidade: é o poder de distinguir os verdadeiros negativos em relação ao total de não doentes. VARIABILIDADE · Variações Pré-Analíticas · Relacionadas à fatores intrínsecos do indivíduo, estilo de vida, uso de medicações, doenças associadas, procedimentos de coleta e preparo da amostra. · Variações Analíticas · Relacionadas à metodologia e procedimentos utilizados pelos laboratórios. ERROS NO LAC · Erro aleatório IMPRECISÃO · Trabalho rápido e desorganizado, limite de linearidade não observado, erros de equipamento, falta de manutenção e pipetas não aferidas, vazamento ponteiras, tempos incorretos reação, temperatura BMª, cubetas molhadas por fora, com bolhas, contaminadas com outros reagentes; outros... · Erro sistemático INEXATIDÃO · Preparação e preservação incorreta de padrões, reagentes, controles, amostras; Efeitos da Matriz; defeito da cubeta; energia parasita, pipetas não aferidas; instabilidade eletrônica; Falta de organização; outros... · Erro total · Erro grosseiro · Coleta, processamento, identificação, conservação da amostra; preparo reagentes, erros de registro, cálculos, transcrição resultados DIAGNÓSTICO DA DIABETES MELLITUS · Digestão e absorção dos carboidratos da dieta · O amido supre a glicose diretamente, enquanto que a frutose (da sacarose da dieta) e a galactose (da lactose da dieta) são absorvidos e viram glicose no fígado. INSULINA · Principal hormônio que afeta os níveis de glicose sanguínea; · Pequena proteína sintetizada nas células β das ilhotas de Langerhans do pâncreas; · A insulina age através de receptores das membranas, e seus principais tecidos alvo são o fígado, o músculo e o tecido adiposo. · Efeitos da insulina são opostos a outros hormônios como o glucagon, adrenalina, glicocorticóides e o hormônio do crescimento; · A concentração de glicose sanguínea é o resultado do balanço entre essas diferentes forças endócrinas. Diabetes mellitus · Distúrbio endócrino mais comum encontrado na prática médica; Síndrome caracterizada por hiperglicemia devido a falta absoluta ou relativa de insulina e/ou resistência à insulina Diabetes mellitus primário Tipos : · Diabetes mellitus dependente de insulina (DMDI). - 15% de todos os diabéticos - Qualquer idade (mais comum no jovem pico entre 9 e os 14 anos ) - A falta absoluta de insulina é consequência da destruição autoimune das células beta que produzem insulina. · Diabetes mellitus não dependente de insulina (DMNDI) - 85% de todos os diabéticos -Qualquer idade (mais comum adultoentre os 40 e 80 anos de idade ) - Há resistência dos tecidos periféricos as ações de insulina. Sua concentração pode ser normal ou até mesmo alta . -Obesidade é característica clinica comum. Diabetes Gestacional · Placenta: fonte importante de hormônios que reduzem a ação da insulina; · Pâncreas materno: aumenta a produção de insulina para compensar este quadro de resistência a sua ação; · Processo não ocorre: quadro de diabetes gestacional · Fatores de risco: DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO DO DIABETES MELLITUS: Poliúria: perda de glicose nos rins junto com água; Polidipsia: perdendo água, há mais sede; Polifagia: devido à incapacidade de utilização da glicose; Casos graves (glicemia >400 mg/dL): - Cetonemia; - Cetonúria; - Cetoacidose diabética: produção de corpos cetônicos. · São usados vários testes bioquímicos em associação com avaliação clínica tanto para o diagnóstico inicial dessa condição quanto para o monitoramento dos pacientes a longo prazo SANGUE Glicemia: · Aleatória · Jejum · Pós prandial · TOTG Corpos Cetônicos Frutosamida Hemoglobina Glicada Insulinemia URINA Glicosuria Corpos Cetônicos Microalbuminuria Análise da urina · Glicosúria permite uma boa varredura inicial do DM; · Normalmente a glicose não aparece na urina até que o volume plasmático atinja cerca de 160 mg/dL. Cetonas na urina/plasma · No tecido adiposo, a redução da insulinemia provoca aumento da atividade da lipase hormônio-sensível. · Os corpos cetônicos (acetona, acetoacetato e β – hidroxibutirato) podem acumular-se no plasma do paciente diabético. Análise do sangue · Amostras devem ser coletadas com fluoreto, inibidor da glicólise; · A OMS publicou regras para o diagnóstico do diabetes mellitus com base nos resultados da glicose sanguínea e na resposta a uma carga oral de glicose. · Glicose sanguínea aleatória (GSA) · Em uma emergência, a GSA é a única dosagem requerida. Deve-se esperar uma GSA de menos de 140 mg/dL nos não diabéticos; · GSA acima de 200 mg/dL geralmente indica diabetes. Metas de glicemia capilar para DM na gestação · Glicose sanguínea em jejum · É medida após uma noite de jejum (pelo menos de 8 horas); · É melhor que a GSA para diagnóstico; · Não diabéticos geralmente inferior a 99 mg/dL; · Valores entre 100 – 125 mg/dL devem ser interpretados como estado limiar. · A GSJ igual ou acima de 126 mg/dl em duas ocasiões é diagnóstico de diabetes mellitus. Objetivos glicêmicos nos diferentes momentos do dia · Teste oral de tolerância à glicose (TOTG) · Sinônimo: Curva Glicêmica · Classicamente, o diagnóstico do diabete é feito com base na resposta do paciente a uma carga oral de glicose. 1) Colhe-se amostra de sangue basal após um jejum durante a noite. 2) Paciente ingere 75 g de glicose oral em cerca de 300 mL de água, para ser bebida dentro de 5 minutos (1,75 g/Kg em crianças 3) Medem-se os níveis de glicose do plasma a cada 30 minutos, durante 2 horas. Paciente não deve fumar ou realizar exercícios e deve ter tido dieta normal pelo menos 3 dias antes do teste DM gestacional · Realização do TOTG · Muitos TOTG são realizados desnecessariamente. Existem relativamente poucas indicações para o teste. · Incluem: · Glicose sanguínea em jejum ou pós prandial no limiar. · Glicosúria persistente. · Glicosúria em mulheres grávidas. · Mulheres grávidas com história familiar de diabetes mellitus e aquelas que previamente tiveram bebês grandes ou perda inexplicada de feto. · Interpretação do TOTG · Nos pacientes sem sintomas, o TOTG deve ser interpretado como diabetes mellitus somente quando há um aumento do nível de glicose de 2 horas e quando a glicose sangüínea for igual ou superior a 200mg/dL em algum ponto durante o teste; · Se o paciente tiver Glicose de jejum normal, Glicose de 2 horas na faixa diabética – repetir Teste após 6 semanas. · Tolerância diminuída a glicose (TDG) · Intolerante entre 100 e 125 mg/dL em glicemia de jejum; · Intolerância à sobrecarga entre 140 e 200 mg/dL. · Não deve ser encarada como doença; · Sinaliza que o paciente se encontra em um estágio intermediário entre a normalidade e o diabetes mellitus e tem um risco aumentado de desenvolver diabete; · Tais pacientes devem ser acompanhados anualmente; · Pode ser usado tratamento dietético. · Índices de controle diabético de longo prazo · Uma concentração alta de glicose no LEC leva à sua ligação não enzimática aos resíduos de lisina de várias proteínas. Isso é denominado glicação; · Processo praticamente irreversível, a molécula de glicose permanecerá ligada até que a molécula de proteína sejadegradada. · Hemoglobina A1c ou hemoglobina glicada · Reflete a glicemia ao longo de 3 meses antes de sua dosagem, isto é, a meia vida da hemoglobina. Este é aceito como bom índice de controle diabético e é usado rotineiramente na maioria das clínicas para diabéticos. · Valor referência: Normal de 4 a 6%; · Desejável: < 7%; · Coleta: Sangue total com EDTA/ heparina sódica/ citrato sódico; · Estável até 5 dias entre 20C e 80C. · Frutosamina · Além da hemoglobina, muitas outras proteínas são glicadas quando expostas à glicose no sangue. Uma indicação da extensão de sua glicação pode ser obtida dosando-se a frutosamina, o produto cetamina da glicação não enzimática; · Como a albumina glicada é a principal contribuinte para as dosagens de frutosamina do soro. Essa proteína tem meia vida menor que a hemoglobina; · Reflete o controle glicêmico de 1 a 2 semanas anteriores (meia-vida da albumina é de 14-20 dias). · Valor de referência: 1,9 a 2,8 mmol/L. · Diabéticos: Controle satisfatório < 3,3 mmol/L. · Controle moderado 3,3 a 3,8 mmol/L. · Controle inadequado > 3,8 mmol/L. · Dosagem em soro. · Jejum 8 horas. · Estável até 5 dias entre 20C e 80C. · Microalbuminúria · Taxa de excreção intermediária entre a normalidade (2,5 – 25 mg/dia) e a macroalbuminúria (> 250 mg/dia); · O pequeno aumento da excreção urinária de albumina não é detectado com testes simples empregando tiras e requer confirmação por quantificação cuidadosa em um espécime de urina de 24 horas; · A importância no paciente diabético está no fato de ser sinal precoce e reversível de lesão renal. · Valor de referência: Urina 24 horas < 30 mg/24 horas. · Urina 4, 6 ou 12 horas < 120 µg/min. · Estável até 3 dias entre 20C e 80C. DIAGNOSTICO LABORATORIAL DAS DISLIPIDEMIAS - São alterações metabólicas lipídicas decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico, que ocasionem repercussões nos níveis séricos de lipoproteínas (LP) -> geralmente ocasionam aumento nos níveis das lipoproteínas. É qualquer resultado alterado em relação aos valores de referência. Podem estar ou não associados a outras alterações. SINDROME METABÓLICA A síndrome metabólica pode caracterizada quando o paciente tem pelo menos 3 das 4 doenças a seguir: -Hipertensão Arterial -Intolerância à glicose -Dislipidemia -Obesidade Prevalência nos EUA: - 47 milhões de pessoas : 7% entre 20 e 29 anos , 53% entre 30 e 59 anos, 40% com 60 anos ou mais. Critérios para SM · Uso de anti-hipertensivos ou PA > 130/85 mmHg · Triglicérides > 150 mg/dL · Colesterol HDL < 40 mg/dL em homem e < 50 mg/dL em mulheres · Medida da cintura: homens > 102 cm ; e mulheres > 88 cm · Glicose elevada LIPOPROTEINAS Proteína + grupo prostético lipídico -Partícula contendo Apolipoproteina, colesterol livre, fosfolipídio, triglicerídeo e éster de colesterol. Diferença entre as lipoproteínas : é a proporção de casa uma dessas moléculas (Apolipoproteina, colesterol livre, fosfolipídio, triglicerídeo e éster de colesterol) e o tipo de proteína A proteína é responsável por identificar o receptor correspondente no organismo. Ex: o LDL so entra na célula devido a presença de receptor identificando a apoproteina para a célula. Após identificação, a apoproteina do LDL é fagocitada e trazida para dentro da célula. · Quilomicrons: parte proteica variável e pequena; prevalece o triglicerídeo, É uma partícula grande, mas pouco densa. São produzidos no intestino (alimentação) , é exógeno. · VLDL: tem mais de um tipo de Apolipoproteina, sendo sua parte proteína pequena e prevalece o triglicerídeo. É produzido no fígado (endógeno). · LDL: há prevalência da ApoB100 (receptor responsável pela entrada do LDL na célula, carreia muito colesterol normalmente para os vasos (interior das artérias). Não deveria ser chamado de ´colesterol ruim´, pois o problema é o seu acúmulo (fica maior parte na corrente sanguínea). É a única proteína identificada. Obs: não interessa a quantidade de proteínas, e sim , a parte lipídica. Mas o exame de dosagem da parte proteica que se chama de aposem. · HDL: partícula menor e muito densa (predomina proteica em sua constituição), sua menor parte é constituída de colesterol. Apresenta dois tipos de proteína: ApoA-I e ApoA-II. Tem fama de ´protetora´ pelo fato de transportar o colesterol extra-hepático para o fígado onde pode ser transformado em substancias como horminios sexuais, vitamina D, hormônios corticoides, sais biliares *quanto mais escuro, mais proteína* Todas estas partículas carreadoras de lipídeo precisam ter parte proteica , pois sem está não seria possível transportar lipídeo pelo sangue, uma vez que este é hidrofóbico e também devido a interação das proteínas com receptores das células. Partícula de LDL Somente o LDL possui a proteína identificada que é a ApoB100. A parte hidrofílica fica para o lado de fora da partícula, enquanto tudo é hidrófobico fica na parte interna . Obs: no caso dessas partículas, é uma monocamada fosfolipídica e não uma camada como nas células. Colesterol livre x Éster de colesterol São as formas encontradas de colesterol. O éster de colesterol é o colesterol esterificado. Obs: 1/3 do colesterol é exógeno (alimentação) enquanto 2/3 da produção é endógena. Portanto, deve ser analisado se esse aumento do colesterol é um distúrbio primário ou um distúrbio secundário. Produção hepática de Colesterol O colesterol é formado através do acetilCo-A fornecido pela glicose/carboidratos, por isso que deve-se fazer uma reeducação alimentar completa em caso de dislipidemia primária. Quando é de causa secundária, as vezes o tratamento da própria doença de base já normaliza os níveis. Estratégia de tratamento: · Impedir a formação: a enzima HMG Coa redutase faz parte da via de produção do colesterol, sendo uma inibiçãi uma ótima estratégia de tratamento, pois a via é interrompida e não há produção de colesterol. O principal grupo de fármacos que tratam a dislipidemia com colesterol elevado por esta estratégia são as estatinas (sinvastatina ou a rivastatina que é a sinvastatina modificada de forma molecular com o objetivo de ´minimizar´ as reações adversas, é a mais cara) · Aumentar a eliminação: a forma de eliminar o colesterol é sintetizar sais biliares. O organismo normalmente reabsorve os sais biliares e o medicamento atua justamente diminuindo a reabsorção destes sais biliares obrigando o organismo a usar mais colesterol (que está em excesso) para a produção de novos sais biliares. Obs: não é tão eficiente quanto as estatinas, pois, podem produzir efeito feedback aumentando, assim, a produção de colesterol de forma a compensar a eliminação. Obs: o preço do medicamento é muito importante, pois é de uso crônico e a falta de tratamento tem como consequência a placa de ateroma. Formação de colesterol Os lipídeos chegam ao intestino onde são formados os quilomicrons. Parte deles é reaproveitada (quebrados através da lipoproteína lipase e os ácidos graxos são reaproveitados para produzir membrana de célula) e outra, chamada quilomicrons remanescentes segue para o fígado onde contribuem para a formação de novas lipoproteínas a partir de seu grande conteúdo de triglicerídeos, passando a se chamar VLDL. O VLDL será quebrado e seus ácidos graxos livres serão reaproveitados também e, a sua sobra que não foi quebrada será chamada de VLDL remanescentes ou IDL. O ILD será utilizado para sintetizar o LDL, sendo que parte deste LDL vai para o fígado e outra para tecido extra-hepáticos. O HDL será produzido nos tecidos extra-hepáticos e quando chega ao fígado pode fazer novas lipoproteínas. Relação receptor + LDL É um dos comprometimentos que nós temos na dislipidemia familiar. Processo normal: receptor na superfície da célula irá identificar a Apo B 100 do LDL para que haja interação e a partícula entre na célula. Obs: há discussão sobre os receptores LDL em relação as dislipidemias: · Não há identificação da apoproteína: não haverá fagocitose da partícula de LDL, nem endocitose, nem quebra do LDL em substânciasimportantes nas sínteses dentro das células e sendo assim, a célula irá sinalizar que há necessidade de produzir mais LDL. · Não há receptor suficiente para fazer essa interação: irá sobrar LDL · Há dificuldade na interação Tendo todos como resultado o aumento dos níveis plasmáticos. Essa dislipidemia é familiar e de causa geralmente primária, fácil de controlar. Obs: o controle da entrada de LDL da célula é regulada por ela mesmo, que em situação de excesso intracelular diminui a síntese de receptores para o mesmo, e o contrário quando há falta. LDL modificada Fora da célula essa partícula sofre oxidação e tanto a parte proteica como os lipídeos começam a ser oxidados por radicais livres (produzidos pelo próprio corpo). Em casos de hiperglicemia há também a glicação formando LDL glicada que tem características pró-inflamátoria. Obs: diz-se então LDL modificada por oxidação e/ou por glicação. Formação da Placa de Ateroma A proteína C reativa aparece elevada quando temos um quadro de inflamação, que é o que nós temos aqui. LDL modificada com características pró inflamatórias alteração da permeabilidade do endotélio adesão do LDL no endotélio com migração e adesão de leucócitos formando assim a célula espumosa (associação dessas substâncias) ativação de células T e adesão de plaquetas que cria os pseudópodos acúmulo de macrófagos fechamento do calibre do vaso de vez (impede a passagem de sangue-infarto) ou deslocamento da placa (embolo) que poderá fechar a luz de vasos de menor calibre. Fatores de risco: modificáveis (fumantes, dislipidemias, LDL alta, HDL baixa, triglicerídeos aumentado, obesidade, diabetes, sedentarismo) e não modificáveis (história familiar e pessoal, idade e sexo) Aumenta risco de : IAM, AVC, Gangrena Etiologia das dislipidemias: · Primárias: origem genética -Hipercolesterolemia familiar (HF), dislipidemia familiar combinada (DFC), hipercolesterolemia poligênica, hipertrigliceridemia familiar e síndrome da quilomicronemia . · Secundárias: causadas por outras doenças ou uso de medicamentos (podem ser decorrentes de estilo de vida, de condições mórbidas) -Hipotireoidismo, diabetes mellitus (DM), síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica, obesidade, alcoolismo, icterícia obstrutiva, uso de doses altas de diuréticos, betabloqueadores, corticosteroides, anabolizantes. - Tratamento: controlar a doença de base Diagnóstico laboratorial -As dislipidemias são investigadas em laboratório a partir da análise do perfil lipídico, um conjunto de testes bioquímicos que inclui as dosagens de: · Colesterol total · Triglicerídeos · HDL – Colesterol (´bom´) · LDL – Colesterol (´ruim´) Avaliação -Perfil lipídico é definido pelas determinações do CT, HDL-C, TG e, quando possível do LDL-C após jejum de 12 horas. -Fórmula de Friedewald: LDL-C = CT – HDL-C – TG/5 (válida se TG < 400 mg/dL) O LDL pode ser doseado através de analises colorimétricas, so que o mais comum é o uso dessa fórmula. Estudos mostram que esse jejum de 12 horas não representa o estado metabólico normal do individuo. Colesterol total, HDL, ApoA1, ApoB , são resultados que não sofrem alteração nenhum pós estado brandial , ou seja, o jejum não altera os valores desses. Quando o sangue chega no laboratório ele é separado e o soro vai ser centrifugado , e vai separar as diferentes frações de CT, HDL,TG . O LDL é muitas vezes obtido através do cálculo de Friedewald. Outros marcadores laboratoriais do risco cardiovascular: · Lipoproteina (A) – Lp (a) · Homocisteína (HCY) · Proteina C reativa de alta sensibilidade (PCR-AS) · Fatores hemostáticos – fibrinogênio Esses doseamentos fazem relação com processos inflamatórios. Apenas o TG que altera no jejum. Obs: pessoas que apresentam risco cardiovascular, crianças , idosos, gestantes é mais interessante fazer sem o jejum pra termos uma condição um pouco mais normal do metabolismo. Classificação Laboratorial · Hipercolesterolemia isolada: aumento do LDL ≥ 160mg/dL · Hipertrigliceridemia isolada: (aumento dos TG) TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/dL, se a amostra for obtida sem jejum · Hiperlipidemia mista: aumento do LDL ≥ 160 mg/dL e dos TG (TG ≥ 150 mg/dL ≥ 175 mg/dL, se a amostra for obtida sem jejum. · Diminuição isolada do HDL: (HDL < 40 mg/dL) ou associada a aumento dos TG ou LDL Xantoma é acumulo de gordura (colesterol) em partes do corpo
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