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Infância e suas Linguagens

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Infância e suas linguagens.
Daniela de Souza Schmoeller e Celiane dos Santos Martins
Natã Pereira Germano
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Pedagogia (FLX0621) – Prática do Módulo IV
10/12/2019
RESUMO
A seguir, você leitor, irá entender o processo de comunicação das crianças, por período de crescimento. Sabendo que cada criança pode expressar esse processo de forma desigual, não seguindo um “roteiro” obrigatório. Lembrando que sempre é importante a presença e o acompanhamento dos pais no processo de desenvolvimento da criança, até ela se sentir segura para continuar sua caminhada.
Palavras-chave: linguagens, educação infantil, comunicação.
1 INTRODUÇÃO
Toda linguagem carrega significados que correspondem a um conhecimento social, geral, mas estes não são compreendidos pela criança somente por meio das informações linguísticas. Apesar de ter o domínio da gramática prematuramente e usar os mesmos termos da linguagem dos adultos, isto não significa que a criança atribua aos termos os mesmos significados que aqueles. Os significados da linguagem da criança se restringem à compreensão ainda limitada de um mundo que ela tem. Portanto, é de extrema necessidade a interação adulto/criança, pois a linguagem depende desta interação para constituir-se.
2 DESENVOLVIMENTO
Desde antes de nascer, na barriga da sua mãe, a criança se movimenta e ao nascer estes movimentos se tornam constantes que ao longo do seu crescimento serão utilizados para se comunicar inicialmente com sua mãe, mas com o avanço de seu desenvolvimento novas possibilidades corporais são apropriadas para que ocorra uma interação, cada vez mais elaborada, com o mundo social em que vive.
A seguir observe a tabela que mostra o período correto de cada tipo de linguagem específica de cada período vivido pela criança:
	Principais características do desenvolvimento de linguagem
	0 a 3 meses
	- Vocalizações (repetições de vogais e sons guturais) não linguísticas. Essas produções têm pouca influência da língua-mãe.
	- Sorriso reflexo.
	- Movimentos corporais bruscos ou acorda ao ouvir estímulo sonoro.
	- Aquieta-se com a voz da mãe.
	- Procura fonte sonora com movimentos oculares.
	3 a 6 meses
	- As vocalizações começam a adquirir algumas características de linguagem, ou seja, entonação, ritmo e inicia-se a modulação de ressonância.
	- A fase de lalação aparece por volta dos 3 a 4 meses e se distingue por sua fonação lúdica. A criança sente prazer em balbuciar (brincar com os órgãos fono-articulatórios).
	- Ao ouvir música tende a cessar o choro.
	- Começa a voltar à cabeça em direção a um som lateral e próximo.
	6 a 9 meses
	- Pré-conversação. A criança vocaliza principalmente durante os intervalos em que é deixada livre pelo adulto, e também encurta suas vocalizações para dar lugar às respostas do adulto.
	- Localiza diretamente a fonte sonora lateralmente e indiretamente para baixo.
	- Responde quando chamada.
	- Repete sons para escutá-los.
	9 a 12 meses
	- Localiza diretamente a fonte sonora para baixo.
	- Reage paralisando a atividade quando a mãe fala "não".
	- Vocaliza na presença de música.
	- Compreende algumas palavras familiares, por ex.: “mamãe, “papai”, “nenꔓ.
	- Compreende ordens simples, por ex.: "bate palmas" e dar "tchau".
	-- Vocalizações mais precisas e melhor controladas quanto à altura tonal e à intensidade.
	12 a 18 meses
	- Surgem as primeiras palavras funcionais que, em geral, se dá um prolongamento semântico, por ex.: chama "cachorro" a todos os animais.
	- Crescimento quantitativo de compreensão e produção de palavras.
No início ela se comunica através de gestos, sorrisos, choro e “caretas”. A medida que vai crescendo, a criança aprende a balbuciar algumas sílabas para tentar expressar com mais ênfase o que deseja. Conforme vai tendo mais idade, ela aprende a observar tudo à sua volta e também aprende a repetir esses movimentos. 
Neste período de grande aprendizagem, a criança se assemelha a uma esponja, onde absorve todo o conhecimento que lhe é apresentado. Elas têm mais facilidade de aprender algo novo do que um adulto. Um exemplo é aprender a falar e entender a língua inglesa. Geralmente iniciamos esta aprendizagem somente no ensino médio, porém muitos pais matriculam seus filhos, que possuem de 3 à 8 anos, em cursinhos de inglês, onde em menos de 1 ano já conhecem boa parte do vocabulário do idioma.
Quando começam a frequentar escolinhas e creches, nas mais variadas situações das mesmas, as crianças observam atentas todos os movimentos dos adultos, da mesma forma que faziam em casa com seus pais. Eles veem que esses adultos carregam livros, papéis, cadernos e canetas, apesar de não saberem parar que serve estes materiais. 
Eles não sabem o porquê, mas sabem que algo está mantendo essas pessoas concentradas no que fazem, e que essas pessoas demonstram emoções, raiva, tristeza, alegria, sorrisos, etc.
Não sabem que os professores também registram sobre seus brinquedos preferidos ou evitados; as músicas que gostam de ouvir, cantar e dançar; as brincadeiras com tintas e mingaus coloridos que lambuzam suas mãos e seus pés, mesas, papéis e chão. Também não têm ideia de que está nos registros a maneira como são apresentados aos livros, como os exploram, observando figuras e conversando sobre elas. E que é registrado, nos cadernos, como é sua relação com as outras crianças, com o espaço da sala e das áreas livres da escola.
É por meio do movimento que as crianças “[...] aprendem sobre si mesmas, relacionam-se com o outro e com os objetos, desenvolvem suas capacidades e aprendem habilidades. [...]” (GARANHANI, NADOLNY, 2011). Deste modo, o movimento é mais que um deslocamento do corpo no espaço, é uma linguagem que proporciona a criança agir sobre o meio físico, se inserir no meio social, expressar seus pensamentos e experimentar relações com objetos e pessoas. 
Outra forma da criança se expressar é brincando. Com a brincadeira ela socializa com outras crianças, com outras pessoas. Quando a criança está brincando ela não está apenas expressando e comunicando suas experiências, mas se reelaborando, se reconhecendo como sujeito pertencente a um grupo social e a um contexto cultural, onde representar as relações sociais e os significados culturais ali presente. Como afirma Borba (2006, p.47) “[...] o brincar é, portanto, experiência de cultura, através da qual valores, habilidade, conhecimentos e formas de participação social são constituídos e reinventados pela ação coletiva das crianças.”
Em se tratando da educação dos pequenos, talvez as primeiras referências a esse respeito possam ser encontradas na pedagogia da infância de Froebel, que pressupõe a criança como ser criativo e a educação pela auto atividade, pautada na espontaneidade. O educador alemão defende que, pela ação, a criança expressa suas intenções em contato com o mundo externo, e considera que o conhecimento é um processo de conexão que engloba sentimentos, percepção e pensamento.
A atividade e a ação são os primeiros fenômenos do despertar da vida de uma criança. Essa atividade e essa ação são, na verdade, a expressão central do interno[...] que aparece em harmonia com sentimentos e percepção, indicando a apreensão e compreensão de si pela criança assim como uma germinação da capacidade individual (Froebel, 1912, p. 23).
O desenho é uma linguagem que se construiu ao longo dos anos. Como afirmou Derdyk (1990, p. 10), “O homem sempre desenhou. Sempre deixou registros gráficos, índices de sua existência, comunicados íntimos destinados à posteridade. O desenho, linguagem tão antiga e tão permanente, sempre esteve presente, desde que o homem inventou o homem [...].
O desenho, além de ser prazeroso para a criança, também revela coisas que estão, muitas vezes, no subconsciente da criança, ou muitas vezes, é dessa forma que ela se sente confortável em se comunicar com os demais.
"Sabia que eu sei desenhar um cavalo? Ele está fazendo cocô."
"Vou desenhar aqui, que tem espaço vazio."
"O cavalo ficou escondido debaixodisso tudo!" Joana, 3 anos
No início, o que se vê é um emaranhado de linhas que são bem confusas, pontos e círculos, que, muitas vezes, se sobrepõem em várias demãos. Poucos anos depois, já se verifica uma cena complexa, com edifícios e figuras humanas detalhados. O desenho acompanha o desenvolvimento dos pequenos como uma espécie de radiografia. Nele, vê-se como se relacionam com a realidade e com os elementos de sua cultura e como traduzem essa percepção graficamente.
Toda criança desenha. Pode ser com lápis e papel ou com caco de tijolo na parede. Agir com um riscador sobre um suporte é algo que ela aprende por imitação - ao ver os adultos escrevendo ou os irmãos desenhando, por exemplo. "Com a exploração de movimentos em papéis variados, ela adquire coordenação para desenhar", explica Mirian Celeste Martins, especialista no ensino de arte e professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie. A primeira relação das crianças com o desenho se dá, de fato, pelo movimento: o prazer de produzir um traço sobre o papel faz agir.
Desenhar é uma forma da criança lidar com o mundo real e o imaginário ao mesmo tempo. Um exemplo de como o ato de desenhar da criança é útil para nós adultos entendermos elas, é quando, infelizmente, as mesmas passam por traumas como um estupro ou uma agressão física ou psicológica. Ela pode até não conseguir não se comunicar verbalmente, mas lhe dê um papel e alguns lápis que ela, não de primeiro momento, mas com certeza, irá se soltar e desenhar algo a respeito.
(Imagem retirada: https://www.quartodebebe.net/extra/noticias/desenhos-de-criancas-abusadas-sexualmente/).
Na imagem acima podemos notar o quanto a comunicação em forma de desenho é importante. Sem eles não teríamos como detectar esse tipo de situação.
3 CONCLUSÃO
Desta forma a linguagem deve ser concebida no contexto da interação social, não simplesmente como meio de transmissão de informação, mas sim como projeção das próprias pessoas, veículo de trocas, de relações, como meio de representação e comunicação. A linguagem é, por um lado, um meio de interação, de relação e de construção do conhecimento; e, por outro lado, algo que a criança precisa conhecer e dominar.
REFERÊNCIAS
http://www.editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/TRABALHO_EV073_MD1_SA9_ID9062_11102017111143.pdf (acesso em 10/12/2019);
https://trilhaaprendizagem.uniasselvi.com.br/PED101_pratica_interdisciplinar/materiais/reggio_emilia.pdf (acesso em 10/12/2019);
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, Brincadeira e Educação. 8 ed. Brasil.
https://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/as-diversas-linguagens-da-crianca.htm (acesso 10/12/2019);
 MELLO, Ana Maria et alii. O dia a dia de creches e pré-escolas. Porto Alegre: Artmed, 2010.
AUGUSTO. SILVANA de. OLIVEIRA. A linguagem escrita e as crianças - superando mitos na educação infantil. In: Caderno de formação: didática dos conteúdos formação de professores. Universidade Estadual Paulista. Pró-Reitoria de Graduação; Universidade Virtual do Estado de São Paulo. – São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. v. 1 ; 200 p. ;.
 _____. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa: currículo inclusivo: o direito de ser alfabetizado: ano 3: unidade 1. -- Brasília: MEC, SEB, 2012b.48 p.
FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. Tradução Horácio Gonzalez (et. al.). _24 ed._ São Paulo: Cortez. 1995
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Alfabetização e letramento/literacia no contexto da educação infantil: desafios para o ensino, para a pesquisa e para a formação. Revista Múltiplas Leituras, v. 3, n. 1, p. 18-36, jan. jun. 2010.
KLEIMAN, A. B. Preciso “ensinar” letramento? Não basta ensinar ler e escrever? Campinas: CEFIEL,2005.
LERNER, Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre: Artmed, 2002.
PALOMO, Sandra Maria Silva. Linguagem e linguagens. Ecos Revista Científica. São Paulo: Centro Universitário Nove de Julho, v.3, n.2, p.9-15, dez.,2001. 
VYGOTSKY, Lev. Pensamento e linguagem. 5ª reimpressão. São Paulo: Martins Fontes, 1987. 
VYGOTSKY, Lev. A formação social da mente. 4ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 1991 
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, v. 3. 1998
BORBA, Ângela Meyer. A brincadeira como experiência de cultura. In: O cotidiano na Educação Infantil. Boletim 23, novembro, 2006. P. 46-55
SOARES, M. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educação. São Paulo, n. 25, jan./abr. 2004.

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