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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA ENGENHARIA QUÍMICA DANIELLA SARANNE BENTES CARDOSO MARESSA MARTINS DE PINHO THATIERLEN DA COSTA REIS CARACTERIZAÇÃO DE GRUPOS FUNCIONAIS Relatório solicitado para obtenção de nota parcial referente à 2ª aula prática da disciplina de Química Orgânica e Bioquímica Experimental. Prof. Responsável: Dr. Geverson Façanha da Silva. MANAUS 2017 LISTA DE FIGURAS Figura 1- Reação entre o reagente de Tollens e formol 10 Figura 2 - Solução do reagente de Tollens com acetona 10 Figura 3 - Reação do reagente de Tollens com a glicose 11 Figura 4 - Apenas observou-se precipitado amarelo na amostra 3 12 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Preparação da solução utilizando tipos diferentes de álcool e reagente de Lucas 7 Tabela 2 - Preparação de cada solução teste 7 Tabela 3 - Preparação da solução de cada tubo de ensaio 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 5 2 METODOLOGIA 7 2.1 MATERIAIS E REAGENTES 7 2.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 7 2.2.1 Teste de Lucas 7 2.2.2 Teste de Tollens 8 2.2.3 Teste do Iodofórmio 8 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 10 3.1 TESTE DE LUCAS 10 3.2 TESTE DE TOLLENS 11 3.3 TESTE DO IODOFÓRMIO 13 4 CONCLUSÃO 15 REFERÊNCIAS 16 ANEXOS 17 1 INTRODUÇÃO É possível se identificar substâncias orgânicas desconhecidas se baseando apenas em dados espectrométricos (IV, UV, EM e RMN). No entanto, na maioria das vezes é preciso que se complemente com outras análises como solubilidade, ponto de fusão e ebulição, rotação ótica, entre outros, para que se tenha segurança no resultado (SILVA, 2017). A caracterização de grupos funcionais em compostos orgânicos veio para auxiliar esse processo. Devido as propriedades dos carbonos (citar algumas propriedades) a química orgânica possui uma grande variedade de moléculas. Por isso, houve a necessidade de criar grupos com estrutura e propriedades semelhantes denominado grupo funcional. Cada função é caracterizada por um ou mais átomos tais como oxigênio, nitrogênio, enxofre, hidrogênio e halogênios (SOLOMONS & FRYHLE, 2005). Os principais grupos funcionais são os hidrocarbonetos composto apenas de carbono e hidrogênio, haletos de alquila que são formados por halogênios como o bromo (Br), cloro (Cl), flúor (F) e iodo (I), álcoois que possui um grupo hidroxila (-OH) ligado a uma cadeia carbônica, éteres são compostos em que um átomo de oxigênio está entre cadeias de carbono (R – O – R’), ácidos carboxílicos formados por um grupo carboxila (-CO2H), ésteres são formados pela substituição do hidrogênio do grupo hidroxila por uma cadeira carbônica sendo então derivado do ácido carboxílico, aldeídos são compostos orgânicos que possuem um grupo carbonilo terminal, cetona possui o grupo carbonila, amina é derivada da amônia pela substituição de um, dois ou três hidrogênios por compostos orgânicos e por fim, as amidas derivadas do grupo carboxila pela substituição do oxigênio por nitrogênio, molécula nitrogênio ou amônia. (BRUICE, 2006; CONSTANTINO M. G., 2008) Os grupos funcionais são importantes pois a partir deles pode- se determinar as características químicas e biológicas das moléculas, sua estrutura tridimensional, a reatividade e ainda a reação que a substância sofre. Cada grupo funcional possui um determinado tipo de reação, sendo assim possível determinar a função de uma espécie observando a reação na qual ela sofrerá. (XAVIER, ARAÚJO, & NONATO, 2015) Para isso, realizou- se três análises qualitativas o teste de Lucas, teste de Tollens e o do Iodofórmio. O teste de Lucas é utilizado para diferenciar álcool primário, secundário e terciário (MACEDO & ALMEIDA, 2016). Do menos reativo para o mais reativo da esquerda para a direita, Álcool primário < Álcool Secundário < Álcool Terciário O teste de Tollens é utilizado para verificar a presença de aldeídos formando um espelho de prata. Pode também ser usada para identificar a presença de açucares redutores como glicoses e pentoses. (RODRIGUES, 2014) O teste do Iodofórmio é usado para distinguir cetonas e metilcetonas. (ALVES, 2017) 2 METODOLOGIA 2.1 MATERIAIS E REAGENTES ● 15 Conta gotas comunitárias; ● Reagente de LUCAS; ● Reagente iodeto de potássio-iodo; ● Hidróxido de sódio (NaOH) 5% e 10%; ● 4 Pipeta de 5 mL comunitária; ● 1 Pipeta de 5 mL por equipe; ● 1 Vidro de relógio pequeno; ● 1 Espátula; ● 1 Béquer de 50 mL; ● 6 Béquer de 50 mL comunitário; ● Metanol (CH3OH); ● Formol (CH2O); ● Acetona (C3H6O); ● Álcool t-butílico (C4H10O); ● Álcool etílico (C2H6O); ● Glicose (C6H12O6); ● 8 Tubo de ensaio pequeno; ● 1 Tubo de ensaio grande; ● 2 Estantes para tubos de ensaios; ● Peras; ● Hidróxido de amônio (NH4OH)10%; ● Nitrato de prata (AgNO3) 5%. 2.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 2.2.1 Teste de Lucas O reagente de Lucas já estava pronto, desta forma não foi preciso prepará-lo. As amostras foram preparadas de acordo com a tabela 1: Tabela 1 - Preparação da solução utilizando tipos diferentes de álcool e reagente de Lucas Quantidade da amostra Reagente de Lucas Amostra Tubos 4 gotas 30 gotas t-butílico 1 4 gotas 30 gotas etílico 2 Após a preparação da solução, foram levadas ao Vortex para serem agitados e bem misturados. Foi deixado em repouso por alguns minutos, onde foram observados. Anotações foram feitas a partir das observações para futura discussão. 2.2.2 Teste de Tollens 2.2.2.1 Preparação do reagente de Tollens Colocou- se 2 mL de solução a 5% de Nitrato de Prata (AgNO3) em um tubo de ensaio grande. Em seguida adicionou- se uma gota da solução a 10% de Hidróxido de Sódio (NaOH). Agitou- se o tubo e acrescentou- se a solução de Hidróxido de amônio (NH4OH) a 10%, gota a gota, com agitação, até que o precipitado de hidróxido de prata se dissolvesse totalmente, obtendo-se uma solução transparente. Após a preparação, a solução foi deixada em repouso por 10 minutos. 2.2.2.2 Teste das Substâncias Foram preparadas três soluções diferentes em três tubos de ensaio pequeno, a tabela 2 abaixo mostra a preparação de cada solução. Tabela 2 - Preparação de cada solução teste Quantidade da amostra Reagente de Tollens Amostra Tubos 10 gotas* 0,5 mL Formol 1 10 gotas* 0,5 mL Acetona 2 0,015 g 0,5 mL Glicose 3 * a - 10 gotas equivalem a aproximadamente 0,5 mL. 2.2.3 Teste do Iodofórmio Foram preparados três tubos de ensaio de acordo com a tabela 3 abaixo: Tabela 3 - Preparação da solução de cada tubo de ensaio Quantidade da amostra OH2 NaOH 10% Iodeto de potássio-iod o Amostra Tubos 5 gotas 2 mL 5 gotas 0,5 mL Álcool etílico 1 5 gotas 2 mL 4 gotas 0,5 mL Metanol 2 5 gotas 2 mL 5 gotas 0,5 mL Acetona 3 A adição da solução alcalina de hidróxido de sódio (NaOH) foi feita lentamente e com agitação. Foi observado o desaparecimento da cor marrom e o surgimento de um precipitado amarelo (iodofórmio) nos casos de teste positivo. Os resultados foram anotados para posterior discussão. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 TESTE DE LUCAS O teste de Lucas é utilizado para verificar se um álcool é primário, secundário ou terciário. Este teste deve ser aplicado apenas para álcoois que são solúveis em água. A reatividadedos álcoois segue o seguinte esquema: primário < secundário < terciário < alílico (dupla ligação) < benzílico (MATOZO,2008). O reagente de Lucas é uma solução composta por cloreto de zinco em ácido clorídrico concentrado Onde o cloreto de zinco tem a função de um catalisador em reações de substituição álcoois orgânicos ( MACEDO et al, 2016) Durante o teste as condições são muito ácidas, fazendo com que os álcoois produzam um intermediário carbocátion que reage com o íon cloreto produzindo uma turvação na mistura (ALVES, 2017). Na amostra 1 que possui tanto o reagente de Lucas quanto o álcool t-butílico, houve uma mudança rápida na coloração, mudando de um amarelo escuro para quase transparente, produzindo também uma leve turvação na mistura, além da solubilidade ocorre de forma rápida em comparação a segunda amostra, que possui álcool etílico. A segunda amostra não demonstrou alteração na coloração e não houve total solubilização do soluto. O que está de acordo com a literatura, pois o t-butílico é um álcool terciário, o que pode ser confirmado a partir de sua estrutura na imagem abaixo, álcoois terciários reagem rapidamente no teste de Lucas. Já o álcool etílico demonstra ser um álcool primário, pois não reage ao teste de Lucas. Álcool t-butílico Álcool etílico 3.2 TESTE DE TOLLENS O teste de Tollens serve para identificar a presença de aldeídos como também de açúcares redutores e traz melhores resultados em meio alcalino pelo fato do aldeído ser mais reativo soluções básicas. O reagente de Tollens possui um íon metálico que é reduzido a durante a reação com aldeídos Ag+ Ag0 alifáticos e aromáticos. De modo geral a reação se dá pela equação a seguir, Embora o esperado seja a formação de um precipitado de prata, a não formação desse precipitado não indica um teste negativo. A solução do teste realizado com o formol (metanal – CH2O) ficou turva e possuiu uma coloração leitosa indicando um teste positivo, como mostra a figura 1. Figura 1- Reação entre o reagente de Tollens e formol A solução com acetona não reagiu, como esperado, pois a acetona é um agente redutor mais fraco que o aldeído. A figura 2 ilustra o ocorrido. Figura 2 - Solução do reagente de Tollens com acetona E por fim, a reação com a glicose apresentou uma coloração avermelhada esperada pelo fato de a glicose possuir um grupo aldeído em sua molécula e por ser um açúcar redutor. A figura a seguir mostra a reação com a glicose. Figura 3 - Reação do reagente de Tollens com a glicose 3.3 TESTE DO IODOFÓRMIO No teste do Iodofórmio substâncias contendo o grupo (CH3CO-) ou (CH3CHOH-) reagem com o iodo em meio fortemente básico, que produz um precipitado característico de iodofórmio e um íon carboxilato (ALVES, 2017). A reação pode ser observada a seguir: O ensaio também é positivo com amostras contendo os grupos (CH2ICO-) ou ligado a um átomo de hidrogênio ou um átomo de carbono que não contém hidrogênios muito ativos. Este ensaio de Iodofórmio permite a diferenciação entre cetonas e metilcetonas. No caso das amostras dispostas na bancada, apenas a 3 (acetona) deu positivo para o teste proposto, conforme pode ser visto na figura a seguir: Figura 4 - Apenas observou-se precipitado amarelo na amostra 3 4 CONCLUSÃO Os objetivos do experimento foram alcançados, pois através deste foi possível realizar o estudo da reatividade relativa de vários tipos de grupos funcionais, utilizando o teste de Lucas, de Tollens e do Iodofórmio para realizar as interconversões funcionais. Por meio dos testes pode-se verificar especificamente se havia a presença ou não do determinado grupo funcional. Os resultados obtidos e analisados ocorreram de acordo com a literatura levando em consideração erros instrumentais e pessoais. REFERÊNCIAS ALVES, G. (25 de Março de 2017). Testes Orgânicos- Análise Qualitativa. Fonte: <http://aperfeicoamentoemquimica.blogspot.com.br/2011/11/testes-orga nicos-analise-qualitativa.html> BRUICE, P. Y. (2006). Química Orgânica (Vol. 1). São Paulo: Pearson Prentice Hall. CONSTANTINO, M. G. (2008). Química Orgânica (Vol. 1). Rio de Janeiro: LTC. MACEDO, P. L.A., ALMEIDA, N. M.S. (2016). Reconhecimento de funções orgânicas. Universidade Estadual de Santa Cruz, Departamento de Ciências exatas e tecnológicas. Ilhéus- Bahia MATOZO, H.C. (2008). Química orgânica prática. João Monlevade - MG. RODRIGUES, J. (02 de Outubro de 2014). fciências. Fonte: Laboratório Online: http://www.fciencias.com/2014/10/02/teste-de-tollens-laboratorio-online/ SILVA, G. F. (2017). Apostila de Química Geral e Bioquímica Experimental. Manaus: Universidade do Estado do Amazonas. SOLOMONS, T., & FRYHLE, C. (2005). Química Orgânica (Vol. I). Rio de Janeiro: LTC. XAVIER, J., ARAÚJO, P., & NONATO, P. (2015). Caracterização de grupos funcionais. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará. ANEXOS ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO 1. O que é reagente de LUCAS? O reagente de Lucas é uma solução composta por cloreto de zinco em ácido clorídrico concentrado, ele é utilizado para verificar se um álcool é primário, secundário ou terciário. 2. Até quantos carbonos na molécula de álcool, o teste de LUCAS deve ser utilizado? Por que? Ele é solúvel em álcoois com menos de 6 carbonos, pois este teste deve ser realizado apenas em álcoois solúveis em água, quanto mais carbonos na cadeia menos solúvel o composto é em água. 3. O que é reagente de TOLLENS? Como se identifica que este teste foi positivo? O reagente de Tollens é uma solução de nitrato de prata amoniacal. Verifica- se que o teste é positivo pela formação de um precipitado de prata, conhecido como espelho de prata. 4. Que tipo de substância dar teste positivo com o reagente de TOLLENS? Substâncias que possuem a presença do grupo funcional aldeído. Podendo ser moléculas alifáticos e aromáticos. 5. Que tipo de grupamentos podem ser identificados através da reação do iodofórmio? Por que os compostos que contém o grupo -CHOHCH3 apresentam teste positivo? O ensaio do iodofórmio será positivo, como é claro, com compostos que reagem com o reagente teste e formam um derivado que contém um dos grupos mencionados acima. A seguir aparecem os tipos principais de compostos que dão resultado positivo no ensaio: Este ensaio é positivo com amostras que contêm os grupos CH3CO-, ou CH2ICO-, ou CHI2CO-, ligados a um átomo de hidrogênio ou um átomo de carbono que não tem hidrogênios muito ativos, ou grupos que contribuem com um grau excessivo de impedimento estéreo. O ensaio permite a distinção entre cetonas (RCOR) e metilcetonas (RCOCH3). As substâncias que contêm um dos grupos mencionados não darão iodofórmio se o grupo for destruído pela ação hidrolítica do reagente, antes da iodação se completa. 6. Escreva a equação e o mecanismo da reação de formação do iodofórmio. A obtenção de metanos trihalogenados pelo uso apropriado de hipohalogenitos é denominado reação halofórmica. Em geral, dão a reação do halofórmio todos os compostos que possuem na estrutura ogrupo CH3CO- unido à um átomo de hidrogênio ou carbono, e todos aqueles que podem formar uma estrutura desse tipo por oxidação. Quando o halogênio que se usa é o iodo, forma-se iodofórmio.
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