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CAPÍTULO 2 O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR NA EAD A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: Diferenciar as competências do professor que atua na educação presencial e do tutor que atua na EAD. Entender o tutor como um orientador e mediador da aprendizagem. Compreender quais são as competências e saberes do tutor para atuar na EAD. D8 - 38 Tutoria na Educação a Distância D8 - 39 O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR NA EAD 39 Capítulo 2 CONTEXTUALIZAÇÃO No capítulo anterior, você conheceu os principais conceitos apresentados na literatura sobre o tutor e quais as suas funções na modalidade a distância. Agora chegou o momento de conhecer e estudar sobre as principais competências e saberes necessários para atuar na EAD para este profi ssional que, muitas vezes, é também professor do ensino presencial. À medida que você for lendo cada uma das competências e saberes (apontados na literatura acadêmica) para o tutor atuar na EAD, compare cada uma delas com as competências dos seus professores da educação presencial. Perceba que muitas delas são também essenciais para o professor que atua no ensino presencial, mas com a EAD elas ganham ênfase. Não é raro conversarmos com um professor no ensino presencial e este comentar que depois da atuação e experiência com uma ou mais turmas na EAD ele acabou modifi cando sua forma de ensinar. Passa a exigir mais dos alunos, a realizar com maior frequência atividades em grupo, de pesquisa, e utiliza recursos tecnológicos como a TV, o vídeo e a internet em suas aulas. Acreditamos que isso seja um ganho e um salto de qualidade para a educação em geral. Neste capítulo, você vai estudar e conhecer como ocorre a transição do professor do ensino presencial para a tutoria, quais as diferenças e características na atuação de cada um deles e como se complementam. Você também vai conhecer as principais competências e saberes necessários ao tutor para atuar na EAD. Inicie agora os estudos deste capítulo. Não se esqueça de realizar todas as atividades e desafi os propostos ao longo desta unidade, sublinhe, rabisque e torne este material o mais agradável para seus estudos e refl exões. Preparado? Então vamos lá! DE REPENTE O PROFESSOR PASSA A SER TUTOR Para Aretio (2002), não existe um consenso entre os autores e as instituições quanto à denominação do professor que vai atuar na modalidade de educação a distância. Ele é chamado indistintamente de tutor, assessor, facilitador, conselheiro, orientador, consultor, docente, mediador, professor, caracterizando uma relação com as funções que desempenha. As denominações que o professor recebe variam em função da concepção de D8 - 40 Tutoria na Educação a Distância EAD de cada instituição. No entanto, há instituições que não diferenciam esta denominação, passando a chamar a todos como professor. Entretanto, na literatura, o termo mais utilizado é o de tutor. Geralmente, quem atua na EAD como tutor é o professor do ensino presencial, ou seja, é o professor que possui experiência com a modalidade presencial. Cabe a ele o desafi o de realizar o processo de ensino nesta nova modalidade. No entanto, partindo-se do pressuposto que a maioria dos professores universitários não possui formação pedagógica na área da educação, mas apenas em suas áreas de conhecimento, podemos concluir que boa parte deles não teve nenhuma formação para o uso das novas tecnologias, nem na sua formação inicial, nem na sua formação continuada. E sabemos que, quando esta temática permeava as discussões nos cursos de formação, elas foram, em sua maioria, descontextualizadas ou tiveram outro enfoque. (MERCADO, 1995). Perrenoud (apud CRUZ, 2001, p. 29) afi rma a respeito do professor universitário: [...] a questão da formação docente resume 3 pontos de vista: o de que a pedagogia não existe, já que para ensinar basta dominar o saber a ser transmitido; o que vale mesmo são as questões de talento ou personalidade; a competência didática se adquire, mas a formação tem pouco peso em relação à experiência profi ssional, à aprendizagem concerta. Segundo o autor, os professores pensam que o saber-fazer pedagógico é uma questão de dom ou de experiência e não acreditam que pedagogos e outros especialistas possam dar-lhes qualquer ajuda. Seguindo este mesmo argumento, Vasconcelos (apud CRUZ, 2001) admite que ao docente universitário é permitido um amadorismo pedagógico, baseado na opinião, quase consensual de que, para ser bom professor, basta o conhecimento específi co, a prática profi ssional vivenciada e um certo dom para dar aulas. Para Masetto (1998), este fato é histórico, pois a universidade no Brasil foi criada com o objetivo de formar professores para serem competentes em uma área específi ca de conhecimento. Conforme o autor, até a década de 70, para ensinar nas universidades bastava possuir um bacharelado e ter certo dom para dar aula. Foi daí que surgiu a crença de que “quem sabe, automaticamente ensina”. Esta ideia é complementada por Cruz (2001), quando afi rma que a legislação específi ca que regulamenta o ensino superior não tem nenhuma preocupação com a formação pedagógica do professor para atuar no ensino superior. D8 - 41 O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR NA EAD 41 Capítulo 2 Belloni (1999, p. 76) afi rma que a [...] redefi nição do papel do professor é crucial para o sucesso dos processos educacionais presenciais ou a distância. Sua atuação tenderá a passar do monólogo sábio da sala de aula para o diálogo dinâmico dos laboratórios, salas de meios, e-mail, telefone e outros meios de interação mediatizados; do monopólio do saber à construção coletiva do conhecimento, através da pesquisa; do isolamento individual aos trabalhos em equipe interdisciplinares e complexas; da autoridade a parceiro no processo de educação para a cidadania. Apesar destes fatos, sabemos que é necessária e primordial a formação técnico-pedagógica do corpo docente que atua no ensino superior, pois, não podemos exigir que os professores assumam novas responsabilidades e papéis se não houver mudanças signifi cativas em sua formação, tanto inicial quanto continuada. (ESTEVE, 1995). Kenski (2003) diz que o professor que deseja melhorar suas competências profi ssionais e metodologias de ensino, além da própria refl exão e atualização sobre o conteúdo da matéria ensinada, precisa estar em estado permanente de aprendizagem. Paniagua e Gómez (2008) sugerem que a utilização da informática na educação e o advento da EAD, especialmente no ensino universitário, são oportunidades importantes para transformar as formas tradicionais e/ou a formação convencional prevalecentes até agora. No entanto, para que isso ocorra, é necessário desenvolver novas competências tecnológicas e de ensino pelos professores. Os caminhos para que alcancemos a verdadeira formação para os docentes do ensino superior é ainda um grande desafi o a alcançar, já que o processo é mais lento do que se espera. Alguns estão prontos para a mudança, outros não. Além disso, temos que mudar atitudes governamentais, das organizações, dos profi ssionais e de toda a sociedade. DIFERENÇAS ENTRE O PROFESSOR E O TUTOR As diferenças entre o contexto educacional presencial e o virtual fazem com que o processo de transição de um meio para o outro não seja fácil para muitos professores. Feenberg (1987), por exemplo, destaca a difi culdade inicial sentida por muitos moderadores de conferências eletrônicas em transpor suas habilidades de liderança, desenvolvidas em contextos repletos de sinais sociais (tais como Os caminhos para que alcancemos a verdadeira formação para os docentes do ensino superior é ainda um grande desafi o a alcançar, já que o processo é mais lento do que se espera. Algunsestão prontos para a mudança, outros não. Além disso, temos que mudar atitudes governamentais, das organizações, dos profi ssionais e de toda a sociedade. D8 - 42 Tutoria na Educação a Distância sorrisos e balançar de cabeça em sinal de aprovação ou franzir de testas para indicar surpresa ou discordância), para o ambiente de uma lista de discussão onde o próprio contexto de comunicação e construção de sentido precisa ser explicitamente apresentado e negociado. Gunawardena (1992) relata que, ao decidir adotar para sua prática pedagógica on-line um modelo centrado no aluno, na interação e cooperação entre participantes, encontrou difi culdades em abrir mão do controle da sala de aula tradicional e percebeu que alguns alunos encontraram igual difi culdade em assumir responsabilidade pela sua própria aprendizagem e solicitaram apoio constante. Otto Perters (2003) vem ao encontro destas refl exões quando afi rma que qualquer professor universitário que decide atuar na EAD encontra difi culdades. Segundo ele, todos foram socializados e estudaram em escolas e universidades presenciais. Para o autor, “todos adquiriram e internalizaram as estratégias e habilidades convencionais do ensino face a face, a saber, o ensino expositivo e a aprendizagem receptiva”. (PETERS, 2003, p. 195). Estes professores acreditam que estas habilidades são as mais naturais do mundo, no entanto, com a atuação em espaços virtuais, mais e mais professores estão cientes de que essas práticas requerem novas abordagens de ensino. Para Moran (2003, p. 137): Muitas formas de ensinar hoje não se justifi cam mais. Perdemos tempo demais, aprendemos muito pouco, desmotivamo-nos continuamente. Tanto professores como alunos temos a clara sensação de que muitas aulas convencionais estão ultrapassadas. Mas para onde mudar? Como ensinar e aprender em uma sociedade mais interconectada? Libâneo (apud MUNHOZ, 2003) salienta que o novo professor precisa apresentar a capacidade de aprender a aprender, demonstrar habilidades tanto comunicativa quanto com os meios digitais e saber articular as suas aulas de forma a utilizar diversos materiais. Para este autor, as novas atitudes docentes caminhariam no sentido de: • Assumir o ensino como mediação. Aprendizagem ativa do aluno com a mediação pedagógica do professor. • Modifi car a ideia de uma escola e de uma prática pluridisciplinares, para uma escola, uma prática interdisciplinar. • Conhecer estratégias do ensinar a pensar, ensinar a aprender a aprender. D8 - 43 O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR NA EAD 43 Capítulo 2 • Persistir no empenho de auxiliar os alunos a buscarem uma perspectiva crítica dos conteúdos, a se habituarem a aprender as realidades enfocadas nos conteúdos escolares de forma crítico-refl exiva. • Assumir o trabalho de sala de aula como um processo comunicacional e desenvolver a capacidade comunicativa. • Reconhecer o impacto das novas tecnologias da comunicação e da informação na sala de aula (televisão, vídeo, jogos, computador, internet, CD-ROM etc). • Atender a diversidade cultural e respeitar as diferenças no contexto da escola e da sala de aula. • Investir na atualização científi ca, técnica e cultural, como ingredientes do processo de formação continuada. • Integrar, no exercício da docência, a dimensão afetiva. • Desenvolver comportamento ético e saber orientar os alunos em valores e atitudes em relação à vida, ao ambiente, às relações humanas, a si próprios. Sabemos que cada vez mais os professores precisam adquirir e desenvolver novas competências para atuar na EAD e muitos autores traçam um paralelo indicando as diferenças entre o professor que atua no presencial e o tutor que atua na EAD. A classifi cação a seguir foi elaborada pelo colombiano William Mejía Botero (apud BETANCOURT, 1995, p. 63-66) e apresenta alguns aspectos para tal diferenciação. PROFESSOR (Educação presencial) TUTOR (Educação a distância) Pode desenvolver seu trabalho com base em um conhecimento bastan- te geral em torno de seus alunos e suprir, com sua observação direta, o que ignora deles. Necessita, para efetuar seu tra- balho, um bom conhecimento dos estudantes (idade, ocupação, nível socioeconômico, hábitos de estu- do, expectativas, motivações para estudar etc.). É o centro (ou ao menos costuma ser) do processo ensino e aprendizagem. Expõe durante a maior parte do tempo (ou todo o tempo). Gira ao redor do aluno, que é o centro do processo ensino e aprendizagem. Atende as consultas do aluno, levando-o a falar a maior parte do tempo. D8 - 44 Tutoria na Educação a Distância A fonte principal de informação, impressos, meios audiovisuais, laboratórios são um apoio para seu trabalho. Materiais impressos e audiovisuais são as fontes principais de informa- ção. O tutor dirige, orienta e facilita sua utilização. O processo ensino e aprendizagem requer sua presença física em aula, no mesmo tempo e lugar em que está o estudante. Coincide somente algumas vezes com o estudante no mesmo tempo e lugar. O estudante pode prescindir de sua presença para aprender. Desempenha funções pouco disper- sas, claramente ajustadas. Realiza múltiplas funções: docente, administrativa, orientadora, facilita- dora. Basta um conhecimento superfi cial da instituição a qual presta seus serviços. Requer um bom conhecimento da instituição para poder conhecer o estudante e atender suas dúvidas e solicitações. Tem um estilo de ensino estabeleci- do. Está no processo de desenvolvimen- to um novo estilo de docente. É responsável por todos os aspec- tos do curso que ensina (desenho, conteúdo, organização, valorização- modelo e frequência-qualifi cações, supervisão do aluno). Tem pouca ou nenhuma infl uência sobre estes aspectos (ainda que com sua realimentação pode infl uir neles). A ênfase de seu trabalho se apóia em outras áreas. Desenvolve na aula a maior parte do processo ensino e aprendizagem. Atende o aluno quando este o solicita e só dá ajuda ao estudante quando necessita. Determina o ritmo de avanço de cada aula e do curso em geral. Segue o ritmo que impõe o aluno (dentro de certos parâmetros acadê- micos). Mantém contato cara a cara com o aluno (uma ou mais vezes por semana). Estabelece contato visual de forma esporádica, mas pode desenvolver contato frequente por escrito ou por telefone. Tem liberdade para fazer digressões ou introduzir temas novos, pois, fi xa ou modifi ca os objetivos de aprendi- zagem. Dirige um curso defi nido e dese- nhado por outros, com a fi nalidade de ajudar a obter objetivos sobre os quais não exerce controle. Assume que os estudantes sabem estudar e não efetua ações dirigidas a ensiná-los a estudar. Assume que os estudantes neces- sitam aprender a estudar por si mesmos, sós, e os ajuda nisso. Pode avaliar de acordo com sua percepção como anda o grupo de alunos. Avalia (se o compete fazer) de acor- do com parâmetros e procedimentos estabelecidos. D8 - 45 O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR NA EAD 45 Capítulo 2 Elabora, controla e corrige os exa- mes. Administra exames elaborados por outros (ou por ele mesmo). Dá realimentação imediata. Saúda informação de retorno defe-rida. Procura, em muitos casos, resolver as difi culdades dos estudantes. Orienta, em muitas ocasiões, a como solucionar os problemas. Encontra-se com alunos que, em geral, devem ir às aulas e aos quais deve pedir chamada. Encontra-se com alunos que as- sistem voluntariamente às tutorias presenciais. Entra em contato com um aluno que assiste às aulas, para ver o que é importante, toma anotações e logo as estuda. Atende a um aluno que se supõe que tenha estudado e que leva consultas para tirar o maior proveito à interação. Vai à sala de aula para ditar uma aula (mais ou menos dinâmica) que motive e ensine. Vai atender consultase orientar o aluno para que tire o melhor proveito nos materiais de estudo. Considera-se bom se consegue superar com as atividades de ensino as difi culdades dos estudantes. É bom se consegue ensinar aos seus alunos a superar suas próprias difi culdades. Atende em horas de trabalho nor- mais e quase exclusivamente em sala de aula. Atende também em horas diferentes às da jornada habitual, em lugares distintos (escritório, sala de aula, casa) e por diversos meios (por es- crito, por telefone, por rádio). Quadro 3 - Diferenças entre o professor do ensino presencial e o professor do ensino a distância. Fonte: Botero (apud BETANCOURT, 1995, p. 63-66). Perceba que “a diferença didática não está no uso ou não-uso das novas tecnologias, mas na compreensão das suas possibilidades. Mais ainda, na compreensão da lógica que permeia a movimentação entre os saberes no atual estágio da sociedade tecnológica.” (KENSKI, 2003, p. 49). Apresentamos a seguir outro quadro que também nos ajuda a entender e a relacionar as principais características e diferenças entre o professor e o tutor. D8 - 46 Tutoria na Educação a Distância EDUCAÇÃO PRESENCIAL EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Conduzida pelo professor. Acompanhada pelo tutor. Predomínio de exposições o tempo inteiro. Atendimento ao aluno, em consultas individualizadas ou em grupo, em situações em que o tutor mais ouve do que fala. Processo centrado no professor. Processo centrado no aluno. Processo como fonte central de informação. Diversifi cadas fontes de informações (material impresso e multimeios). Convivência, em um mesmo am- biente físico, de professores e alu- nos, o tempo inteiro. Interatividade entre aluno e tutor, sob outras formas, não descartada a ocasião para os “momentos presen- ciais”. Ritmo de processo ditado pelo pro- fessor. Ritmo determinado pelo aluno den- tro de seus próprios parâmetros. Contato face a face entre professor e aluno. Múltiplas formas de contato, incluída a ocasional face a face. Elaboração, controle e correção das avaliações pelo professor. Avaliação de acordo com parâme- tros defi nidos, em comum acordo, pelo tutor e pelo aluno. Atendimento, pelo professor, nos rígidos horários de orientação e sala de aula. Atendimento pelo tutor, com fl exíveis horários, lugares distintos e meios diversos. Quadro 4 – Paralelo entre as funções do professor no ensino presencial e do tutor na EAD. Fonte: Sá (1998, p. 47). Ao estudar as diferenças entre o professor e o tutor, acreditamos que você tenha percebido o quanto elas são diferentes e, muitas vezes, até contrárias. Por isso, é importante que o professor que atuar no ensino presencial e ao mesmo tempo na EAD desenvolva algumas competências e características para atuar nesta modalidade de ensino. Atividade de Estudos: Até aqui você estudou o conceito de tutor, os diferentes tipos de tutoria e as especifi cidades da atuação do tutor na EAD em comparação às competências do professor presencial. Percebeu que há muitas diferenças entre as funções destes dois atores tão importantes para a educação. Depois de esperar com ansiedade D8 - 47 O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR NA EAD 47 Capítulo 2 para o seu primeiro dia de aula como tutor de um curso de pós- graduação a distância em EAD, chegou o momento de você responder a primeira pergunta de um aluno: Prezado(a) tutora(o). Eu sei que a EAD tem características diferentes do ensino presencial. Mas o que mais me chama atenção são as possíveis diferenças entre o professor e o tutor. Gostaria que você explicasse quais são as principais diferenças e quais as mais difíceis para o tutor desenvolver. Fico aguardando e obrigada. Utilize o quadro a seguir para responder ao aluno. PROFESSOR (Educação presencial) TUTOR (Educação a distância) COMPETÊNCIAS E SABERES NECESSÁRIOS PARA ATUAR NA EAD: AS MÚLTIPLAS FUNÇÕES DO TUTOR As transformações acarretadas pela rápida obsolescência do conhecimento fazem com que as pessoas busquem uma formação permanente, uma atualização constante. A EAD pode ser uma saída para muitos daqueles que não podem se deslocar do local de trabalho, por exemplo, para ir até uma instituição com “paredes”. D8 - 48 Tutoria na Educação a Distância De acordo com Masetto (1998), as mudanças que estão ocorrendo na sociedade, em consequência do crescente desenvolvimento tecnológico, farão os cursos superiores reverem seus métodos. Em decorrência disso, surgem novas formas de ensinar e aprender, baseadas no uso intensivo das NTIC nas instituições presenciais e, principalmente, na EAD. Com isso, surgem, também, novos papéis e novas competências que tanto alunos quanto professores devem adquirir e desenvolver. O professor estabelece uma nova relação com quem está aprendendo, passa do papel de solista ao de acompanhante, tornando-se não mais alguém que transmite conhecimentos, mas aquele que ajuda os seus alunos a gerirem o saber, guiando, ao invés de modelar seus espíritos, despertando a curiosidade, desenvolvendo a autonomia, estimulando o rigor intelectual e criando as condições necessárias para o sucesso da educação formal e da permanente. (DELORS, 2000; NÓVOA, 1999). A respeito do professor e sua prática, seja na educação a distância, seja na educação presencial, Belloni (1999, p. 79) nos explica que: [...] é importante ressaltar que, embora já não ocupe sozinho o centro do palco, o professor continua sendo essencial para o processo educativo em todos os níveis [...] e que suas funções ainda que multiplicadas e transformadas continuam indispensáveis para o sucesso da aprendizagem. Os professores formam um grupo prioritário e estratégico para qualquer melhoria dos sistemas educacionais. Masetto (1998) afi rma que o papel do professor é, antes de tudo, o da sensibilização para os problemas sociais, problematizando teoricamente com o objetivo de desenvolver uma práxis comprometida com a construção de alternativas de vida. Deve-se buscar novos referencias numa perspectiva de emancipação humana. As principais diretrizes teóricas na educação da chamada sociedade da informação permitem desenvolver vários níveis de competências no professor: • Competência no conhecimento: o professor deve ter a capacidade de transformar a informação em conhecimento. Ajudar o aluno a optar pelo que é importante e relevante na informação. • Trabalho interdisciplinar, cooperativo e colaborativo: ter um conhecimento amplo, global, trabalhando com temas geradores extraídos da realidade dos educandos, infl uenciados pela pesquisa, através da construção pelo diálogo entre professor e aluno. [...] Surgem novas formas de ensinar e aprender, baseadas no uso intensivo das NTIC nas instituições presenciais e, principalmente, na EAD. Com isso, surgem, também, novos papéis e novas competências que tanto alunos quanto professores devem adquirir e desenvolver. D8 - 49 O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR NA EAD 49 Capítulo 2 • Autoaprendizagem: o professor deve estar em constante formação e ter consciência da importância da sua autoaprendizagem. • Conhecimento sobre as novas formas de desenvolvimento cognitivo do aprendente, principalmente infl uenciados pelos meios de comunicação. • Competência na comunicação: saber as diferentes linguagens – oral, escrita, áudio, vídeo, gráfi ca, multimídia etc. • Utilização das novas tecnologias: o importante é que o professor saiba utilizar os recursos tecnológicos de forma crítica, atendendo às necessidades de aprendizagem dos seus alunos, propiciando trabalho cooperativo, trocas de experiência e criando ambiente para exploração. • Estímulo ao pensar crítico: não basta apenas ao aluno pensar a informação, mas precisa ter a habilidade e o desejo de utilizá-la, sintetizá- la, analisá-la e avaliá-la. (NÓVOA, 1999; GÓMEZ, 1999; PERRENOUD, 2000; DELORS, 2000; BELLONI, 1999).Neste mesmo caminho, Martins Rodriguez (apud BELLONI, 1999) evidencia que a formação dos professores, tanto no ensino presencial quanto a distância, deve atender a três grandes dimensões: • Pedagógica: os professores devem ter um domínio sobre o campo da Pedagogia, relacionando com metodologias ativas, com a fi nalidade de desenvolver capacidades para a pesquisa e a aprendizagem autônoma. • Tecnológica: abrange as relações entre tecnologias e a educação em todos os seus níveis (avaliação, produção de materiais, estratégias de uso etc.). • Didático: diz respeito à formação específi ca do professor em determinado campo científi co e à necessidade constante de atualização. Indo ao encontro das competências anteriormente citadas, Collins e Berge (1996 apud PALLOFF; PRATT, 2002) classifi cam as várias tarefas e papéis exigidos do professor on-line em quatro áreas: pedagógica, gerencial, técnica e social, veja: a) Função pedagógica Diz respeito ao fomento de um ambiente social amigável, essencial à aprendizagem on-line. O papel do professor em qualquer ambiente educacional é o de garantir que o processo educativo ocorra entre os alunos. No ambiente on-line, o professor se torna um facilitador. Ele conduz D8 - 50 Tutoria na Educação a Distância o grupo de maneira mais livre, permitindo aos alunos explorar o material do curso, ou a ele relacionados, sem restrição. O docente pode trazer assuntos gerais para serem lidos e comentados, além de fazer perguntas visando a estimular o pensamento crítico sobre o assunto discutido. É importante que o professor comente adequadamente as mensagens dos alunos, as quais servirão para estimular debates posteriores. Nesse contexto, o professor atua como animador, tentando motivar seus alunos a explorarem o material mais profundamente do que o fariam na sala de aula presencial. Com a utilização dos ambientes virtuais de aprendizagem como um dos principais recursos de comunicação e interação na EAD, o professor precisa desenvolver uma competência que geralmente não pratica no ensino presencial: o diálogo através da escrita e a mediação em comunidades virtuais. No presencial, a grande característica é a comunicação através da fala e, na EAD, através da escrita, tendo como recurso mediatizador o computador, por exemplo. Toda palavra precisa ser medida e pensada, pois o interlocutor da mensagem, diante de sua subjetividade e cultura, poderá compreender de forma errônea esta mesma mensagem. Começa ai um dos principais desafi os do professor que atua na EAD: a resolução de confl itos e dos ruídos de comunicação. Você vai estudar mais sobre este assunto no último capítulo deste caderno didático. Mas é ideal que você relacione tudo o que está estudando e estudou até este momento com as competências do tutor. Lembre que você também estudou sobre este assunto na disciplina de Gestão da EAD. b) Função gerencial Envolve normas referentes ao agendamento do curso, ao seu ritmo, aos objetivos traçados, à elaboração de regras e à tomada de decisões. O professor de um curso on-line é também seu administrador. Ele é responsável por enviar um programa para o curso com as tarefas a realizar e as diretrizes iniciais para discussão e adaptação. Palloff e Pratt (2002) sugerem que, no começo do curso, sejam enviados um plano de ensino, as diretrizes e o código de normas de comportamento a ser seguido. Em seguida, os participantes podem comentar e debater sobre suas expectativas em relação ao curso. Com a utilização dos ambientes virtuais de aprendizagem como um dos principais recursos de comunicação e interação na EAD, o professor precisa desenvolver uma competência que geralmente não pratica no ensino presencial: o diálogo através da escrita e a mediação em comunidades virtuais. D8 - 51 O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR NA EAD 51 Capítulo 2 A função gerencial é pouco praticada pelos tutores quando o curso a distância em que atua já possui regras e uma metodologia criada pela instituição. Neste caso, cabe a ele apenas indicar aos alunos a leitura do plano de ensino e falar sobre as regras de envio das atividades, prazos, cronogramas e como funciona toda a metodologia daquele curso ou disciplinas. c) Função técnica Depende do domínio técnico do professor, sendo, então, capaz de transmitir tal domínio da tecnologia aos seus alunos. Os professores devem conhecer bem a tecnologia que usam para atuar como facilitadores do curso. Além disso, deverá haver um suporte técnico disponível, de modo que, mesmo um professor menos profi ciente, possa ministrar um curso on-line. Semelhante ao espaço comunitário, Palloff e Pratt (2002) sugerem que seja destinado um espaço em separado para acompanhar o fl uxo da aprendizagem em todo o processo. Conscientes de que os professores precisam ensinar diferentemente nesse meio e de que os alunos também atuam diferentemente, estamos cientes, também, que esse espaço adquire grande importância. Todos precisamos estar conscientes do impacto que a EAD on-line tem na aprendizagem e facilitar a mudança de paradigma necessária ao aluno para que ele tenha maior impacto. “Usar a tecnologia para aprender exige mais do que conhecer um software ou do que se sentir à vontade com o hardware utilizado.” (PALLOFF; PRATT, 2002, p. 109). Entendemos que esta é uma das funções mais importantes do tutor. Como você já estudou no início deste capítulo, geralmente quem atua na EAD é o professor do ensino presencial e que, muitas vezes, não tem cultura de acesso às novas tecnologias, como o computador. Quando utiliza o computador, é apenas para mandar e receber e-mails e fazer uso de editores de texto. É importante que a instituição que pretende atuar na modalidade a distância oriente e capacite seu corpo docente para atuar na EAD e que parte do plano de capacitação seja relacionado com todas as potencialidades técnicas do LMS que está sendo utilizado, além de orientações sobre outras ferramentas disponíveis gratuitamente na internet. Os LMS são sistemas, em geral, baseados na WEB, que se destinam ao gerenciamento eletrônico de cursos a distância. São variados os recursos oferecidos, que podem ir de simples apresentação de páginas de conteúdos a completos sistemas de gestão, incluindo serviços de secretaria e e-commerce. D8 - 52 Tutoria na Educação a Distância Fonte: TORI, Romero. LMS – Learning Management System. Disponível em: <http://www.educlique.com.br/lms.htm>. Acesso em: 26 jun. 2009. Os chamados repositórios virtuais são exemplos destes recursos. De acordo com Nascimento (2009, p. 352), “os repositórios servem para armazenar conteúdos que podem ser pesquisados por meio de busca e acessados para reutilização”. A autora afi rma que os repositórios podem representar uma grande mudança nos cursos a distância, uma vez que são de fácil acesso, oferecem recursos educacionais de alta qualidade, são produzidos em instituições renomadas, incluem todos os níveis e sistemas educativos, além de possibilitar ao professor a utilização de outros recursos para a aprendizagem dos alunos. Esta é mais uma competência que cabe ao professor que atua na EAD, conhecer e pesquisar todas as possibilidades e potencialidades dos recursos virtuais e digitais para garantir aos alunos o maior número possível de recursos para a sua aprendizagem. Vamos agora à última das funções indicadas pelos autores Collins e Berge (PALLOFF; PRATT, 2002) e que, em nossa opinião, é a principal função do tutor. d) Função social Signifi ca facilitação educacional. O professor é responsável por facilitar e dar espaço aos aspectos pessoais e sociais da comunidade on-line. Collins e Berge (1996 apud PALLOFF; PRATT, 2002, p. 104) referem-se a essa função como: [...] estímulo às relações humanas, com a afi rmação e o reconhecimento da contribuição dos alunos; isso inclui manter o grupo unido, ajudar de diferentesformas os participantes a trabalharem juntos por uma causa comum e oferecer aos alunos a possibilidade de desenvolver sua compreensão da coesão do grupo. Esses elementos são a essência dos princípios necessários para construir e manter a comunidade virtual. Para dar um sentido de comunidade ao grupo, o tutor poderá usar algumas estratégias, como, por exemplo: iniciar seus cursos pelas apresentações dos alunos, para que todos se conheçam. Dessa forma, cria-se uma atmosfera confi ante e aberta, tornando real o fato de que o grupo é D8 - 53 O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR NA EAD 53 Capítulo 2 composto por pessoas, com sua própria experiência de vida e saberes. Outra estratégia utilizada é a de elaborar previamente uma atividade em grupo, com simulações ou projetos, criando a sensação de trabalho em equipe. Conheça mais algumas competências que o tutor deve possuir ou desenvolver, de acordo com Gutierrez e Prieto (1994), no livro: A mediação pedagógica: educação a distância alternativa. Gutierrez e Prieto (1994) também possuem uma preocupação no que diz respeito à formação dos professores para atuar em EAD, à produção do material impresso e ao acompanhamento destes estudantes. Os autores sugerem que o professor deve possuir algumas características para atuar nesta modalidade de ensino. A seguir apresentamos, de forma resumida, o que estes autores propõem: • Ser participativo: para os autores, o ensino e a aprendizagem baseados na participação requerem uma nova metodologia. O processo de aprendizagem deve estar pautado na comunicação dialogal. Neste modelo, a refl exão deve ser grupal para, em seguida, transformar a própria prática. A avaliação da aprendizagem deve ser formativa e permanente. • Partir da realidade e fundamentar-se na prática social do estudante: os temas de estudo e os materiais indicados pelo tutor devem partir da realidade e da prática social dos estudantes. Dessa forma, o objetivo é que alunos voltem a sua prática com o objetivo de transformá-la. Cabe ao tutor este estímulo. • Promover atitudes críticas e criativas nos agentes do processo: segundo os autores, geralmente em cursos a distância há a promoção da passividade, da submissão acrítica dos materiais didáticos e recursos e, ainda, relações “improdutivas” do estudante com o material. “Tais atitudes de conformismo e relações de dependência destroem a possibilidade real de a pessoa ser sujeito, entendido isso como o processo de participação nas decisões, a análise crítica e a criatividade social.” (GUTIERREZ; PRIETO, 1994, p. 51). Para os autores, é importante que alunos e tutores abordem os objetivos de estudo com empatia. A aproximação com a realidade que interroga é uma das prerrogativas da criatividade. A percepção com empatia prepara o caminho para a observação objetiva, que supõe um interrogatório o mais criativo possível da realidade. Dessa forma, há a possibilidade de que tutor e alunos possam descompor, esmiuçar, desatar, desmascarar e desarmar a realidade social que os cerca. D8 - 54 Tutoria na Educação a Distância • Abrir caminhos para a participação e a expressão: os autores fazem uma observação bem interessante sobre o processo de comunicação na EAD. Historicamente, muitos cursos de educação a distância sobrevalorizam os meios no processo educativo. Transmitir conteúdos por rádio, vídeo, TV, impressos é fazer educação a distância. Neste caso, para a maioria das instituições, falar de comunicação implica, simplesmente, uma fonte difundindo mensagens a receptores. Para Gutierrez e Prieto (1994), na comunicação alternativa é necessário criar formas e modos de comunicação destinados a promover e intensifi car o diálogo, recriar as relações e ressignifi car os conteúdos para, em seguida, codifi cá-los e expressá-los como proposta alternativa. • Promover processos e obter resultados: é importante que tutores e alunos, bem como o material didático de qualquer curso a distância, partam de suas próprias experiências e do que signifi ca sua própria realidade. Pela simples formulação dos objetivos é comprovado se esta sendo seguindo um caminho para chegar a uma meta, ou se o caminhar já constitui de fato um aspecto muito importante do processo. • Fundamentar-se na produção de conhecimentos: de acordo com os autores, para garantir e possibilitar que o aluno produza conhecimento é essencial que o ato de ensinar propriamente dito coincida com o ato de produzir conhecimento. Neste caso, cabe aos materiais didáticos e ao tutor possibilitar a produção dos conhecimentos pelos alunos. • Ser lúdico, prazeroso e belo: neste caso, os autores se referem mais aos materiais didáticos elaborados para a modalidade a distância do que propriamente a atuação do tutor. Tanto a apresentação formal como o tratamento pedagógico gerarão no aluno uma certa disposição ao ânimo, empatia e uma confi ança visível. • Desenvolver uma atitude de pesquisador: cabe ao tutor esta competência e aos materiais didáticos proporcionarem no aluno a busca e a pesquisa. Gutierrez e Prieto (1994, p. 59) afi rmam que ao invés de “transmitir os conteúdos por meio do clássico programa de instrução, tem- se de buscar que os temas de cada um dos módulos convertam-se no núcleo gerador do processo de aprendizagem”. É importante você perceber que a maioria das competências apresentadas anteriormente, propostas por Gutierrez e Prieto (1994), são essenciais para qualquer professor, seja ele do ensino presencial ou na educação a distância. Dando continuidade às discussões e às refl exões sobre as competências do tutor, apresentamos a seguir aqueles saberes docentes preconizados por Tardiff e Lessard (2005): D8 - 55 O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR NA EAD 55 Capítulo 2 • Saberes da formação profi ssional: transmitidos pelas instituições de formação de professores, pertencentes às Ciências da Educação e à ideologia pedagógica. • Saberes disciplinares: pertencentes às variadas áreas do conhecimento. • Saberes curriculares: correspondentes aos discursos, objetivos, conteúdos e métodos constantes dos programas escolares, e que o professor precisa saber aplicar. • Saberes experienciais: desenvolvidos pelos professores na sua própria prática, no exercício das suas funções. Segundo os autores, vão sendo incorporados à experiência individual e coletiva através do habitus e das habilidades (do “saber - fazer” e do “saber - ser”). Litwin (2001) defi ne o tutor através de duas categoriais. A primeira chamada de tutor virtual e a segunda de tutor eletrônico. Os dois termos se confundem um pouco, mas em sua essência, signifi caria dizer que o tutor virtual é aquele que está envolvido na informação sobre provas, notas, indicar leituras, qualifi car respostas e ajuda em exercícios complementares. O tutor eletrônico é aquele que é chamado de tutor real, que se comunica com os alunos via eletrônica ou por telefone, porém, não com frequência. Ele analisaria os desempenhos dos alunos nas avaliações, pode observar as difi culdades dos alunos em relação à avaliação e propor exercícios extras para o apoio aos estudantes. O que parece é que a autora mescla os dois tipos de tutores a ponto de confundir suas funções, sobretudo, no que diz respeito à avaliação de aprendizagem. Além disso, vemos que na visão de Litwin o tutor eletrônico tem um peso maior no sistema de educação a distância em relação ao tutor virtual. Revela-se, como risco, a perda da essência do ser docente: ensinar de forma autônoma e refl exiva e ensinar a pensar, no âmbito de uma sociedade democrática. Mesmo tendo a oportunidade de intervir de modo permanente, o tutor corre um novo risco e mais profundo: o de perder defi nitivamente seu lugar. (LITWIN, 2001). Deve-se assegurar nos cursos de EAD uma dupla qualidade, pedagógica e técnica, ou seja, um modelo mais integrado em que o professor deverá sercapaz de acompanhar e orientar todas as fases da produção. Mas o uso mais intensivo dos meios tecnológicos de informação e comunicação torna o ensino mais complexo e exige a segmentação do ato de ensinar em múltiplas tarefas, sendo esta segmentação a característica principal da EAD. (BELLONI, 1999, p. 58). D8 - 56 Tutoria na Educação a Distância Uma das características principais da educação a distância, quando pensamos sobre a formação docente, é a “transformação do professor de uma entidade individual em uma entidade coletiva”. (BELLONI, 1999, p. 74). Principalmente, a partir deste fato, é que consideramos o trabalho em equipe como fundamental nesta modalidade de ensino. Belloni (1999) descreve os vários desdobramentos que a função docente pode ter em cursos de EAD: • Professor formador: orienta o estudo e a aprendizagem do aluno. • Conceptor e realizador de cursos e materiais (podemos chamá-lo de conteudista): prepara os planos e elabora os conteúdos de ensino. • Professor pesquisador: pesquisa e atualiza sua disciplina específi ca. • Professor tutor: orienta os alunos em seus estudos relativos à disciplina pela qual é o responsável; no geral, esclarece dúvidas. • Tecnólogo educacional: é responsável pela adequação dos conteúdos aos meios tecnológicos de forma didática e pedagógica. Assegura a integração das equipes técnicas e pedagógicas. • Monitor: tem a responsabilidade de manter os alunos motivados durante o curso, com capacidade de liderança. Em algumas experiências de EAD, também é o responsável em sanar as dúvidas técnicas dos alunos no decorrer do curso. Para fazer frente a estas novas formas de ensinar, o professor passará a ter a necessidade constante de atualização, tanto no que se refere ao seu conteúdo de ensino, quanto em relação às novas metodologias de ensino e às novas tecnologias. Arnaldo Niskier (1999) afi rma que o educador a distância reúne as qualidades de um planejador, pedagogo, comunicador e técnico de informática. Participa na produção dos materiais, seleciona os meios mais adequados para sua multiplicação e mantém uma avaliação permanente, a fi m de aperfeiçoar o próprio sistema. Nesta modalidade de ensino, o educador tenta prever as possíveis difi culdades, buscando antecipar-se aos alunos na sua solução. O professor da EAD deve ser valorizado, pois sua responsabilidade, além de ser maior, por atingir um número infi nitamente mais elevado de alunos, torna-o mais vulnerável a críticas e a contestações em face dos materiais e atividades que elabora. Conforme Niskier (1999, p. 393), o papel do tutor é: Arnaldo Niskier (1999) afi rma que o educador a distância reúne as qualidades de um planejador, pedagogo, comunicador e técnico de informática. Participa na produção dos materiais, seleciona os meios mais adequados para sua multiplicação e mantém uma avaliação permanente, a fi m de aperfeiçoar o próprio sistema. Nesta modalidade de ensino, o educador tenta prever as possíveis difi culdades, buscando antecipar-se aos alunos na sua solução. Uma das características principais da educação a distância, quando pensamos sobre a formação docente, é a “transformação do professor de uma entidade individual em uma entidade coletiva”. (BELLONI, 1999, p. 74). Principalmente, a partir deste fato, é que consideramos o trabalho em equipe como fundamental nesta modalidade de ensino. D8 - 57 O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR NA EAD 57 Capítulo 2 - comentar os trabalhos realizados pelos alunos; - corrigir as avaliações dos estudantes; - ajudá-los a compreender os materiais do curso através das discussões e explicações; - responder às questões sobre a instituição; - ajudar os alunos a planejarem seus trabalhos; - organizar círculos de estudo; - fornecer informações por telefone, fac-símile e e-mail; - supervisionar trabalhos práticos e projetos; - atualizar informações sobre o progresso dos estudantes; - fornecer feedback aos coordenadores sobre os materiais dos cursos e as difi culdades dos estudantes; e - servir de intermediário entre a instituição e os alunos. Segundo Moran (2003), o desafi o que os profi ssionais que atuam no ensino superior irão enfrentar é motivar os estudantes (fase em que os alunos não precisam ir todos os dias à aula) a continuar aprendendo quando não estão em sala de aula. Educar a distância signifi ca uma forma de ensino e aprendizagem na qual ocorrem trocas e não somente repasse de informação, que não deve ser simplesmente o ato de colocar conteúdo em uma página e depois cobrar atividade dos alunos. Estimular o aluno a aprender em ambientes virtuais é outro grande desafi o pedagógico que temos hoje. De acordo com o autor, as metodologias empregadas em EAD também precisam ser desenvolvidas nas aulas presenciais. “Exige-se mais do tutor de que de cem professores convencionais” (SÁ, 1998, p. 46), pois este necessita ter uma excelente formação acadêmica e pessoal. Na formação acadêmica, pressupõem-se capacidade intelectual e domínio dos conhecimentos, destacando-se as técnicas metodológicas e didáticas. Além disso, deve conhecer com profundidade os assuntos relacionados com a matéria e área profi ssional em foco. A habilidade para planejar, acompanhar e avaliar atividades, bem como motivar o aluno para o estudo, também são relevantes. Na formação pessoal, deve ser capaz de lidar com o heterogêneo quadro de alunos e ser possuidor de atributos psicológicos e éticos: maturidade emocional, empatia com os alunos, habilidade de mediar questões, liderança, cordialidade e, especialmente, a capacidade de ouvir. Shulman (1995 apud LITWIN, 2001) afi rma que o saber de um docente inclui pelo menos: • conhecimento do conteúdo; Segundo Moran (2003), o desafi o que os profi ssionais que atuam no ensino superior irão enfrentar é motivar os estudantes (fase em que os alunos não precisam ir todos os dias à aula) a continuar aprendendo quando não estão em sala de aula. D8 - 58 Tutoria na Educação a Distância • conhecimento pedagógico de tipo real, especialmente no que diz respeito às estratégias e à organização da classe; • conhecimento curricular; • conhecimento pedagógico acerca do conteúdo; • conhecimento sobre os contextos educacionais e • conhecimento das fi nalidades, dos propósitos e dos valores educativos e de suas raízes históricas e fi losófi cas. A diferença entre o docente e o tutor é institucional e leva a consequências pedagógicas importantes. As intervenções do tutor na educação a distância, demarcadas em um quadro institucional diferente, distinguem-se em função de três dimensões de análise (LITWIN, 2001), conforme apresentamos a seguir: • Tempo: o tutor deverá ter a habilidade de aproveitar bem seu tempo, sempre escasso. Ao contrário do docente, o tutor não sabe se o aluno assistirá à próxima tutoria ou se voltará a entrar em contato para consultá- lo. Por esse motivo, aumentam o compromisso e o risco da sua tarefa. • Oportunidade: em uma situação presencial, o docente sabe que o aluno retornará; que caso este não encontre uma resposta que o satisfaça, perguntará de novo ao docente ou a seus colegas. Entretanto, o tutor não tem essa certeza. Tem de oferecer a resposta específi ca quando tem a oportunidade de fazer isso porque não sabe se voltará a ter. • Risco: aparece como consequência de privilegiar a dimensão tempo e de não aproveitar as oportunidades. O risco consiste em permitir que os alunos sigam com uma compreensão parcial, que pode se converter em uma construção errônea sem que o tutor tenha a oportunidade de adverti- lo. “O tutor deve aproveitar a oportunidade para o aprofundamento do tema e promover processos de reconstrução, começando por assinalar uma contradição.” (LITWIN, 2001, p. 102). Tais conhecimentos dos docentes, em geral, nos conduzem à situação específi ca dos saberes requeridos ao tutorda EAD. Nestes ambientes, os contextos educacionais assumem um valor especial que requerem do tutor uma análise fl uida, rica e fl exível de cada situação, vista sob o ângulo do tempo, oportunidade e risco, que imprimem as condições institucionais da EAD. Hanna (apud ALVES; NOVA, 2003) apresenta algumas sugestões para o professor que deseja iniciar algum curso a distância. Sugere que, logo no início, ele deve: Nestes ambientes, os contextos educacionais assumem um valor especial que requerem do tutor uma análise fl uida, rica e fl exível de cada situação, vista sob o ângulo do tempo, oportunidade e risco, que imprimem as condições institucionais da EAD. D8 - 59 O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR NA EAD 59 Capítulo 2 • conhecer sua fundamentação pedagógica; • determinar sua fi losofi a de ensino e aprendizagem; • ser parte de uma equipe de trabalho com diversas especialidades; • desenvolver habilidades para o ensino on-line; • conhecer seus aprendizes; • conhecer o ambiente on-line; • aprender sobre os recursos tecnológicos; • criar múltiplos espaços de trabalho, de interação e socialização; • estabelecer o tamanho de classe desejável; • criar relacionamentos pessoais on-line; • desenvolver comunidades de aprendizagem; • defi nir as regras vigentes para as aulas on-line e • esclarecer suas expectativas sobre os papéis dos aprendizes. Mas, para Mediano (1988) a formação deste mesmo professor tutor deve ser estudada em duas vertentes: uma, chamada de formação acadêmica e, a outra, de formação pessoal. Na formação acadêmica, devem existir: • preparação em sua matéria, preocupação por estar em dia; • formação em técnicas de trabalho intelectual, técnicas de estudo e de investigação; • formação em metodologia didática para evitar utilizar sempre o mesmo recurso, por exemplo: a aula magistral; • preparação para planejar o curso, para motivar os alunos; • conhecimento da situação real de sua profi ssão, dos planos de estudo e das saídas profi ssionais da carreira que reparte, do mesmo modo como das fontes de informação, dos centros de processamento de dados e das estruturas relacionados com a carreira e a profi ssão. Todo professor deve ser tutor de sua própria disciplina, orientando a aprendizagem de seus alunos. Exerce uma ação tutorial intelectual que não D8 - 60 Tutoria na Educação a Distância exclui a ação educadora no sentido de formação permanente da pessoa. É necessária a relação direta com os alunos. Convém ter conhecimentos profundos em técnicas de ajuda, técnicas da entrevista, como forma de comunicação, técnicas de observação, como método de aproximação à realidade humana. (MEDIANO, 1988). Para exercer competentemente estas funções, necessita de formação especializada. Hoje, a ideia da formação permanente vigora para todas as profi ssões, mas, especialmente, para os profi ssionais da educação. Logo, “o tutor se encontra diante de uma tarefa desafi adora e complexa”. (LITWIN, 2001, p. 103). As instituições de EAD devem ter a preocupação de formar o tutor através de cursos de capacitação e averiguar o seu desempenho. É importante que se ofereçam, permanentemente, cursos preparatórios, para que conheçam o funcionamento e especifi cidades dessa modalidade de ensino. Além de proporcionar aos docentes capacitação sobre as técnicas de EAD, deve-se realizar práticas de tutorias para ampliar os temas de estudo. Conforme vimos até aqui, são inúmeras as competências para o professor atuar na EAD, no entanto, cada instituição estabelece as funções e competências que o tutor deve ter de acordo com a metodologia utilizada (prevista no projeto político-pedagógico), os recursos, os materiais didáticos, os meios de comunicação e suas concepções de educação. Atividade de Estudos: Você trabalha como tutor em um curso de ensino médio a distância na modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos) do seu município. Você precisa elaborar uma atividade no Fórum de discussão e, ao mesmo tempo, utilizar um ou mais recursos de repositórios de aprendizagem disponíveis na internet. Você tem 30 alunos. Siga os passos a seguir para elaborar a atividade: 1) Escolha e anote aqui a disciplina e o conteúdo que abordará a atividade. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ D8 - 61 O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR NA EAD 61 Capítulo 2 ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Pesquise nos repositórios a seguir pelo menos um vídeo e um artigo que abordam o tema escolhido no item 1. Veja alguns exemplos para facilitar a sua pesquisa, mas você poderá utilizar outros a sua escolha. Não se esqueça de compartilhá-los com seus colegas de curso!: http://br.youtube.com/ http://br.yahoo.com/?p=us http://endeavor.isat.com.br/ http://video.globo.com/ http://www.truveo.com/ http://videolog.uol.com.br/ http://www.slideshare.net/ http://www.creativecommons.org.br/ http://www.portacurtas.com.br/naescola.asp http://www.rodaviva.fapesp.br/ http://www.educacert.com.br/ http://www.eric.ed.gov/ http://books.google.com.br/ http://www.scielo.br/ http://prossiga.ibict.br http://rived.mec.gov.br/site_objeto_lis.php http://portaldoprofessor.mec.gov.br/ http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/ http://www.dominiopublico.gov.br/ http://www.periodicos.capes.gov.br D8 - 62 Tutoria na Educação a Distância 3) Agora chegou o momento de elaborar a atividade do fórum de discussão, indicando o artigo e o vídeo. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 4) Elabore as regras de participação do grupo e critérios de avaliação. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Você deve estar se perguntando neste momento: • Mas para atuar na EAD o professor precisa de todas estas competências? • O professor vai conseguir se adaptar às mudanças necessárias para atuar nesta modalidade de ensino? • De todas as competências lidas e estudadas até este momento, quais são aquelas cruciais e condicionantes para o sucesso de sua atuação? • Se você fosse atuar hoje como um(a) tutor(a), quais competências você considera que já possui e quais ainda deve desenvolver? D8 - 63 O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR NA EAD 63 Capítulo 2 São muitas as perguntas quando falamos sobre a atuação do professor na EAD, suas competências, funções, atribuições e seu perfi l. Antes de mais nada, o ideal é não perderde vista o foco da educação: formar sujeitos ativos, críticos e pesquisadores. Aquelas competências que devem ser desenvolvidas serão trabalhadas ao longo do processo e na medida em que a instituição onde o tutor atua exigir de sua função. Mas, sem mais delongas, assim como no capítulo anterior, é você que vai realizar as considerações deste capítulo, que tratou basicamente das novas competências necessárias ao tutor. Observe a seguir algumas palavras ou expressões, elas compreendem pelo menos uma competência necessária ao tutor, conforme estudamos até aqui. Cabe a você, ao lado de cada palavra, descrever em detalhes mais informações e explicações sobre aquela determinada competência, além de indicar um exemplo de como aquelas competências podem ser colocadas em prática. Vamos lá?! Utilize o quadro a seguir para completar as suas considerações. Conhecimento na disciplina Função gerencial Função técnica Função pedagógica Função social Pesquisa Mediação D8 - 64 Tutoria na Educação a Distância Aproveite para pesquisar nas referências a seguir alguns livros ou sites dos autores que mais interessaram a você ao longo da leitura deste capítulo. A autonomia de estudo é competência essencial para o estudante a distância, você sabia? E se tornar um pesquisador é um dos caminhos mais fáceis para se alcançar a autonomia. REFERÊNCIAS ALVES, L.; NOVA, C. Educação a distância: uma nova concepção de aprendizagem e interatividade. São Paulo: Futura, 2003. ARETIO, L. G. La educación a distancia. De la teoria a la práctica. Barcelona, Espanha:Ariel, 2002. 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