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cap_2_(37-66)

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CAPÍTULO 2
O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS 
COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR NA EAD
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
  Diferenciar as competências do professor que atua na educação presencial e do 
 tutor que atua na EAD.
  Entender o tutor como um orientador e mediador da aprendizagem.
  Compreender quais são as competências e saberes do tutor para atuar na EAD.
D8 - 38
 Tutoria na Educação a Distância
D8 - 39
O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS 
PARA ENSINAR NA EAD 
39
 Capítulo 2 
CONTEXTUALIZAÇÃO
No capítulo anterior, você conheceu os principais conceitos apresentados 
na literatura sobre o tutor e quais as suas funções na modalidade a distância. 
Agora chegou o momento de conhecer e estudar sobre as principais 
competências e saberes necessários para atuar na EAD para este profi ssional 
que, muitas vezes, é também professor do ensino presencial.
À medida que você for lendo cada uma das competências e saberes 
(apontados na literatura acadêmica) para o tutor atuar na EAD, compare 
cada uma delas com as competências dos seus professores da educação 
presencial. Perceba que muitas delas são também essenciais para o professor 
que atua no ensino presencial, mas com a EAD elas ganham ênfase.
Não é raro conversarmos com um professor no ensino presencial e este 
comentar que depois da atuação e experiência com uma ou mais turmas na 
EAD ele acabou modifi cando sua forma de ensinar. Passa a exigir mais dos 
alunos, a realizar com maior frequência atividades em grupo, de pesquisa, e 
utiliza recursos tecnológicos como a TV, o vídeo e a internet em suas aulas. 
Acreditamos que isso seja um ganho e um salto de qualidade para a educação 
em geral. 
Neste capítulo, você vai estudar e conhecer como ocorre a transição 
do professor do ensino presencial para a tutoria, quais as diferenças e 
características na atuação de cada um deles e como se complementam. Você 
também vai conhecer as principais competências e saberes necessários ao 
tutor para atuar na EAD.
Inicie agora os estudos deste capítulo. Não se esqueça de realizar todas 
as atividades e desafi os propostos ao longo desta unidade, sublinhe, rabisque 
e torne este material o mais agradável para seus estudos e refl exões.
Preparado? Então vamos lá!
DE REPENTE O PROFESSOR PASSA A SER TUTOR
Para Aretio (2002), não existe um consenso entre os autores e as 
instituições quanto à denominação do professor que vai atuar na modalidade 
de educação a distância. Ele é chamado indistintamente de tutor, assessor, 
facilitador, conselheiro, orientador, consultor, docente, mediador, professor, 
caracterizando uma relação com as funções que desempenha. As 
denominações que o professor recebe variam em função da concepção de 
D8 - 40
 Tutoria na Educação a Distância
EAD de cada instituição. No entanto, há instituições que não diferenciam esta 
denominação, passando a chamar a todos como professor. Entretanto, na 
literatura, o termo mais utilizado é o de tutor. 
Geralmente, quem atua na EAD como tutor é o professor do ensino 
presencial, ou seja, é o professor que possui experiência com a modalidade 
presencial. Cabe a ele o desafi o de realizar o processo de ensino nesta 
nova modalidade. No entanto, partindo-se do pressuposto que a maioria 
dos professores universitários não possui formação pedagógica na área da 
educação, mas apenas em suas áreas de conhecimento, podemos concluir 
que boa parte deles não teve nenhuma formação para o uso das novas 
tecnologias, nem na sua formação inicial, nem na sua formação continuada. E 
sabemos que, quando esta temática permeava as discussões nos cursos de 
formação, elas foram, em sua maioria, descontextualizadas ou tiveram outro 
enfoque. (MERCADO, 1995). 
Perrenoud (apud CRUZ, 2001, p. 29) afi rma a respeito do professor 
universitário:
[...] a questão da formação docente resume 3 pontos de 
vista: o de que a pedagogia não existe, já que para ensinar 
basta dominar o saber a ser transmitido; o que vale mesmo 
são as questões de talento ou personalidade; a competência 
didática se adquire, mas a formação tem pouco peso em 
relação à experiência profi ssional, à aprendizagem concerta. 
Segundo o autor, os professores pensam que o saber-fazer 
pedagógico é uma questão de dom ou de experiência e não 
acreditam que pedagogos e outros especialistas possam 
dar-lhes qualquer ajuda. 
Seguindo este mesmo argumento, Vasconcelos (apud CRUZ, 2001) 
admite que ao docente universitário é permitido um amadorismo pedagógico, 
baseado na opinião, quase consensual de que, para ser bom professor, basta 
o conhecimento específi co, a prática profi ssional vivenciada e um certo dom 
para dar aulas.
Para Masetto (1998), este fato é histórico, pois a universidade no Brasil foi 
criada com o objetivo de formar professores para serem competentes em uma 
área específi ca de conhecimento. Conforme o autor, até a década de 70, para 
ensinar nas universidades bastava possuir um bacharelado e ter certo dom 
para dar aula. Foi daí que surgiu a crença de que “quem sabe, automaticamente 
ensina”. Esta ideia é complementada por Cruz (2001), quando afi rma que a 
legislação específi ca que regulamenta o ensino superior não tem nenhuma 
preocupação com a formação pedagógica do professor para atuar no ensino 
superior.
D8 - 41
O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS 
PARA ENSINAR NA EAD 
41
 Capítulo 2 
Belloni (1999, p. 76) afi rma que a
[...] redefi nição do papel do professor é crucial para o sucesso 
dos processos educacionais presenciais ou a distância. Sua 
atuação tenderá a passar do monólogo sábio da sala de aula 
para o diálogo dinâmico dos laboratórios, salas de meios, 
e-mail, telefone e outros meios de interação mediatizados; do 
monopólio do saber à construção coletiva do conhecimento, 
através da pesquisa; do isolamento individual aos trabalhos 
em equipe interdisciplinares e complexas; da autoridade a 
parceiro no processo de educação para a cidadania.
Apesar destes fatos, sabemos que é necessária e primordial a formação 
técnico-pedagógica do corpo docente que atua no ensino superior, pois, não 
podemos exigir que os professores assumam novas responsabilidades e 
papéis se não houver mudanças signifi cativas em sua formação, tanto inicial 
quanto continuada. (ESTEVE, 1995).
Kenski (2003) diz que o professor que deseja melhorar suas competências 
profi ssionais e metodologias de ensino, além da própria refl exão e atualização 
sobre o conteúdo da matéria ensinada, precisa estar em estado permanente 
de aprendizagem. 
Paniagua e Gómez (2008) sugerem que a utilização da informática na 
educação e o advento da EAD, especialmente no ensino universitário, são 
oportunidades importantes para transformar as formas tradicionais e/ou a 
formação convencional prevalecentes até agora. No entanto, para que isso 
ocorra, é necessário desenvolver novas competências tecnológicas e de 
ensino pelos professores. 
Os caminhos para que alcancemos a verdadeira formação para os 
docentes do ensino superior é ainda um grande desafi o a alcançar, já que 
o processo é mais lento do que se espera. Alguns estão prontos para a 
mudança, outros não. Além disso, temos que mudar atitudes governamentais, 
das organizações, dos profi ssionais e de toda a sociedade.
DIFERENÇAS ENTRE O PROFESSOR E O TUTOR
As diferenças entre o contexto educacional presencial e o virtual fazem 
com que o processo de transição de um meio para o outro não seja fácil para 
muitos professores. 
Feenberg (1987), por exemplo, destaca a difi culdade inicial sentida por 
muitos moderadores de conferências eletrônicas em transpor suas habilidades 
de liderança, desenvolvidas em contextos repletos de sinais sociais (tais como 
Os caminhos para 
que alcancemos a 
verdadeira formação 
para os docentes do 
ensino superior é ainda 
um grande desafi o 
a alcançar, já que o 
processo é mais lento 
do que se espera. 
Algunsestão prontos 
para a mudança, outros 
não. Além disso, temos 
que mudar atitudes 
governamentais, das 
organizações, dos 
profi ssionais e de toda a 
sociedade.
D8 - 42
 Tutoria na Educação a Distância
sorrisos e balançar de cabeça em sinal de aprovação ou franzir de testas para 
indicar surpresa ou discordância), para o ambiente de uma lista de discussão 
onde o próprio contexto de comunicação e construção de sentido precisa ser 
explicitamente apresentado e negociado. 
Gunawardena (1992) relata que, ao decidir adotar para sua prática 
pedagógica on-line um modelo centrado no aluno, na interação e cooperação 
entre participantes, encontrou difi culdades em abrir mão do controle da sala de 
aula tradicional e percebeu que alguns alunos encontraram igual difi culdade 
em assumir responsabilidade pela sua própria aprendizagem e solicitaram 
apoio constante. 
Otto Perters (2003) vem ao encontro destas refl exões quando afi rma 
que qualquer professor universitário que decide atuar na EAD encontra 
difi culdades. Segundo ele, todos foram socializados e estudaram em escolas 
e universidades presenciais. Para o autor, “todos adquiriram e internalizaram 
as estratégias e habilidades convencionais do ensino face a face, a saber, o 
ensino expositivo e a aprendizagem receptiva”. (PETERS, 2003, p. 195). Estes 
professores acreditam que estas habilidades são as mais naturais do mundo, 
no entanto, com a atuação em espaços virtuais, mais e mais professores estão 
cientes de que essas práticas requerem novas abordagens de ensino.
Para Moran (2003, p. 137): 
Muitas formas de ensinar hoje não se justifi cam mais. 
Perdemos tempo demais, aprendemos muito pouco, 
desmotivamo-nos continuamente. Tanto professores 
como alunos temos a clara sensação de que muitas 
aulas convencionais estão ultrapassadas. Mas para onde 
mudar? Como ensinar e aprender em uma sociedade mais 
interconectada?
Libâneo (apud MUNHOZ, 2003) salienta que o novo professor precisa 
apresentar a capacidade de aprender a aprender, demonstrar habilidades tanto 
comunicativa quanto com os meios digitais e saber articular as suas aulas de 
forma a utilizar diversos materiais. Para este autor, as novas atitudes docentes 
caminhariam no sentido de: 
• Assumir o ensino como mediação. Aprendizagem ativa do aluno com a 
mediação pedagógica do professor.
• Modifi car a ideia de uma escola e de uma prática pluridisciplinares, para 
uma escola, uma prática interdisciplinar.
• Conhecer estratégias do ensinar a pensar, ensinar a aprender a aprender.
D8 - 43
O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS 
PARA ENSINAR NA EAD 
43
 Capítulo 2 
• Persistir no empenho de auxiliar os alunos a buscarem uma perspectiva 
crítica dos conteúdos, a se habituarem a aprender as realidades enfocadas 
nos conteúdos escolares de forma crítico-refl exiva.
• Assumir o trabalho de sala de aula como um processo comunicacional e 
desenvolver a capacidade comunicativa.
• Reconhecer o impacto das novas tecnologias da comunicação e da 
informação na sala de aula (televisão, vídeo, jogos, computador, internet, 
CD-ROM etc). 
• Atender a diversidade cultural e respeitar as diferenças no contexto da 
escola e da sala de aula.
• Investir na atualização científi ca, técnica e cultural, como ingredientes do 
processo de formação continuada.
• Integrar, no exercício da docência, a dimensão afetiva.
• Desenvolver comportamento ético e saber orientar os alunos em valores 
e atitudes em relação à vida, ao ambiente, às relações humanas, a si 
próprios.
Sabemos que cada vez mais os professores precisam adquirir e 
desenvolver novas competências para atuar na EAD e muitos autores traçam 
um paralelo indicando as diferenças entre o professor que atua no presencial e 
o tutor que atua na EAD. 
A classifi cação a seguir foi elaborada pelo colombiano William Mejía 
Botero (apud BETANCOURT, 1995, p. 63-66) e apresenta alguns aspectos 
para tal diferenciação.
PROFESSOR
(Educação presencial)
TUTOR
(Educação a distância)
Pode desenvolver seu trabalho com 
base em um conhecimento bastan-
te geral em torno de seus alunos e 
suprir, com sua observação direta, o 
que ignora deles.
Necessita, para efetuar seu tra-
balho, um bom conhecimento dos 
estudantes (idade, ocupação, nível 
socioeconômico, hábitos de estu-
do, expectativas, motivações para 
estudar etc.).
É o centro (ou ao menos costuma ser) 
do processo ensino e aprendizagem. 
Expõe durante a maior parte do 
tempo (ou todo o tempo).
Gira ao redor do aluno, que é o centro 
do processo ensino e aprendizagem.
Atende as consultas do aluno, 
levando-o a falar a maior parte do 
tempo.
D8 - 44
 Tutoria na Educação a Distância
A fonte principal de informação, 
impressos, meios audiovisuais, 
laboratórios são um apoio para seu 
trabalho.
Materiais impressos e audiovisuais 
são as fontes principais de informa-
ção. O tutor dirige, orienta e facilita 
sua utilização.
O processo ensino e aprendizagem 
requer sua presença física em aula, 
no mesmo tempo e lugar em que 
está o estudante.
Coincide somente algumas vezes 
com o estudante no mesmo tempo 
e lugar. O estudante pode prescindir 
de sua presença para aprender.
Desempenha funções pouco disper-
sas, claramente ajustadas.
Realiza múltiplas funções: docente, 
administrativa, orientadora, facilita-
dora.
Basta um conhecimento superfi cial 
da instituição a qual presta seus 
serviços.
Requer um bom conhecimento da 
instituição para poder conhecer o 
estudante e atender suas dúvidas e 
solicitações.
Tem um estilo de ensino estabeleci-
do.
Está no processo de desenvolvimen-
to um novo estilo de docente.
É responsável por todos os aspec-
tos do curso que ensina (desenho, 
conteúdo, organização, valorização-
modelo e frequência-qualifi cações, 
supervisão do aluno).
Tem pouca ou nenhuma infl uência 
sobre estes aspectos (ainda que 
com sua realimentação pode infl uir 
neles). A ênfase de seu trabalho se 
apóia em outras áreas.
Desenvolve na aula a maior parte do 
processo ensino e aprendizagem.
Atende o aluno quando este o 
solicita e só dá ajuda ao estudante 
quando necessita.
Determina o ritmo de avanço de 
cada aula e do curso em geral.
Segue o ritmo que impõe o aluno 
(dentro de certos parâmetros acadê-
micos).
Mantém contato cara a cara com 
o aluno (uma ou mais vezes por 
semana).
Estabelece contato visual de forma 
esporádica, mas pode desenvolver 
contato frequente por escrito ou por 
telefone.
Tem liberdade para fazer digressões 
ou introduzir temas novos, pois, fi xa 
ou modifi ca os objetivos de aprendi-
zagem.
Dirige um curso defi nido e dese-
nhado por outros, com a fi nalidade 
de ajudar a obter objetivos sobre os 
quais não exerce controle.
Assume que os estudantes sabem 
estudar e não efetua ações dirigidas 
a ensiná-los a estudar.
Assume que os estudantes neces-
sitam aprender a estudar por si 
mesmos, sós, e os ajuda nisso.
Pode avaliar de acordo com sua 
percepção como anda o grupo de 
alunos.
Avalia (se o compete fazer) de acor-
do com parâmetros e procedimentos 
estabelecidos.
D8 - 45
O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS 
PARA ENSINAR NA EAD 
45
 Capítulo 2 
Elabora, controla e corrige os exa-
mes.
Administra exames elaborados por 
outros (ou por ele mesmo).
Dá realimentação imediata. Saúda informação de retorno defe-rida.
Procura, em muitos casos, resolver 
as difi culdades dos estudantes.
Orienta, em muitas ocasiões, a 
como solucionar os problemas.
Encontra-se com alunos que, em 
geral, devem ir às aulas e aos quais 
deve pedir chamada.
Encontra-se com alunos que as-
sistem voluntariamente às tutorias 
presenciais.
Entra em contato com um aluno que 
assiste às aulas, para ver o que é 
importante, toma anotações e logo 
as estuda.
Atende a um aluno que se supõe 
que tenha estudado e que leva 
consultas para tirar o maior proveito 
à interação.
Vai à sala de aula para ditar uma 
aula (mais ou menos dinâmica) que 
motive e ensine.
Vai atender consultase orientar o 
aluno para que tire o melhor proveito 
nos materiais de estudo.
Considera-se bom se consegue 
superar com as atividades de ensino 
as difi culdades dos estudantes.
É bom se consegue ensinar aos 
seus alunos a superar suas próprias 
difi culdades.
Atende em horas de trabalho nor-
mais e quase exclusivamente em 
sala de aula.
Atende também em horas diferentes 
às da jornada habitual, em lugares 
distintos (escritório, sala de aula, 
casa) e por diversos meios (por es-
crito, por telefone, por rádio).
Quadro 3 - Diferenças entre o professor do ensino presencial 
e o professor do ensino a distância.
Fonte: Botero (apud BETANCOURT, 1995, p. 63-66).
Perceba que “a diferença didática não está no uso ou não-uso das novas 
tecnologias, mas na compreensão das suas possibilidades. Mais ainda, na 
compreensão da lógica que permeia a movimentação entre os saberes no 
atual estágio da sociedade tecnológica.” (KENSKI, 2003, p. 49).
Apresentamos a seguir outro quadro que também nos ajuda a entender 
e a relacionar as principais características e diferenças entre o professor e o 
tutor. 
D8 - 46
 Tutoria na Educação a Distância
EDUCAÇÃO PRESENCIAL EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Conduzida pelo professor. Acompanhada pelo tutor.
Predomínio de exposições o tempo 
inteiro.
Atendimento ao aluno, em consultas 
individualizadas ou em grupo, em 
situações em que o tutor mais ouve 
do que fala.
Processo centrado no professor. Processo centrado no aluno.
Processo como fonte central de 
informação.
Diversifi cadas fontes de informações 
(material impresso e multimeios).
Convivência, em um mesmo am-
biente físico, de professores e alu-
nos, o tempo inteiro.
Interatividade entre aluno e tutor, 
sob outras formas, não descartada a 
ocasião para os “momentos presen-
ciais”.
Ritmo de processo ditado pelo pro-
fessor.
Ritmo determinado pelo aluno den-
tro de seus próprios parâmetros.
Contato face a face entre professor 
e aluno.
Múltiplas formas de contato, incluída 
a ocasional face a face.
Elaboração, controle e correção das 
avaliações pelo professor.
Avaliação de acordo com parâme-
tros defi nidos, em comum acordo, 
pelo tutor e pelo aluno.
Atendimento, pelo professor, nos 
rígidos horários de orientação e sala 
de aula.
Atendimento pelo tutor, com fl exíveis 
horários, lugares distintos e meios 
diversos.
Quadro 4 – Paralelo entre as funções do professor no ensino presencial e do tutor na EAD.
Fonte: Sá (1998, p. 47).
Ao estudar as diferenças entre o professor e o tutor, acreditamos que você 
tenha percebido o quanto elas são diferentes e, muitas vezes, até contrárias. 
Por isso, é importante que o professor que atuar no ensino presencial e ao 
mesmo tempo na EAD desenvolva algumas competências e características 
para atuar nesta modalidade de ensino.
Atividade de Estudos: 
Até aqui você estudou o conceito de tutor, os diferentes tipos 
de tutoria e as especifi cidades da atuação do tutor na EAD em 
comparação às competências do professor presencial. Percebeu 
que há muitas diferenças entre as funções destes dois atores tão 
importantes para a educação. Depois de esperar com ansiedade 
D8 - 47
O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS 
PARA ENSINAR NA EAD 
47
 Capítulo 2 
para o seu primeiro dia de aula como tutor de um curso de pós-
graduação a distância em EAD, chegou o momento de você 
responder a primeira pergunta de um aluno: 
Prezado(a) tutora(o). Eu sei que a EAD tem características 
diferentes do ensino presencial. Mas o que mais me chama 
atenção são as possíveis diferenças entre o professor e o tutor. 
Gostaria que você explicasse quais são as principais diferenças e 
quais as mais difíceis para o tutor desenvolver. Fico aguardando e 
obrigada. 
Utilize o quadro a seguir para responder ao aluno.
PROFESSOR
(Educação presencial)
TUTOR
(Educação a distância)
COMPETÊNCIAS E SABERES NECESSÁRIOS PARA 
ATUAR NA EAD: AS MÚLTIPLAS FUNÇÕES DO 
TUTOR 
As transformações acarretadas pela rápida obsolescência do conhecimento 
fazem com que as pessoas busquem uma formação permanente, uma 
atualização constante. A EAD pode ser uma saída para muitos daqueles que 
não podem se deslocar do local de trabalho, por exemplo, para ir até uma 
instituição com “paredes”.
D8 - 48
 Tutoria na Educação a Distância
De acordo com Masetto (1998), as mudanças que estão ocorrendo na 
sociedade, em consequência do crescente desenvolvimento tecnológico, farão 
os cursos superiores reverem seus métodos. Em decorrência disso, surgem 
novas formas de ensinar e aprender, baseadas no uso intensivo das NTIC nas 
instituições presenciais e, principalmente, na EAD. Com isso, surgem, também, 
novos papéis e novas competências que tanto alunos quanto professores 
devem adquirir e desenvolver. 
O professor estabelece uma nova relação com quem está aprendendo, 
passa do papel de solista ao de acompanhante, tornando-se não mais 
alguém que transmite conhecimentos, mas aquele que ajuda os seus alunos 
a gerirem o saber, guiando, ao invés de modelar seus espíritos, despertando 
a curiosidade, desenvolvendo a autonomia, estimulando o rigor intelectual e 
criando as condições necessárias para o sucesso da educação formal e da 
permanente. (DELORS, 2000; NÓVOA, 1999). 
A respeito do professor e sua prática, seja na educação a distância, seja 
na educação presencial, Belloni (1999, p. 79) nos explica que:
[...] é importante ressaltar que, embora já não ocupe sozinho 
o centro do palco, o professor continua sendo essencial para 
o processo educativo em todos os níveis [...] e que suas 
funções ainda que multiplicadas e transformadas continuam 
indispensáveis para o sucesso da aprendizagem. Os 
professores formam um grupo prioritário e estratégico para 
qualquer melhoria dos sistemas educacionais. 
Masetto (1998) afi rma que o papel do professor é, antes de tudo, o da 
sensibilização para os problemas sociais, problematizando teoricamente com 
o objetivo de desenvolver uma práxis comprometida com a construção de 
alternativas de vida. Deve-se buscar novos referencias numa perspectiva de 
emancipação humana.
As principais diretrizes teóricas na educação da chamada sociedade da 
informação permitem desenvolver vários níveis de competências no professor:
• Competência no conhecimento: o professor deve ter a capacidade de 
transformar a informação em conhecimento. Ajudar o aluno a optar pelo 
que é importante e relevante na informação.
• Trabalho interdisciplinar, cooperativo e colaborativo: ter um 
conhecimento amplo, global, trabalhando com temas geradores extraídos 
da realidade dos educandos, infl uenciados pela pesquisa, através da 
construção pelo diálogo entre professor e aluno.
[...] Surgem novas 
formas de ensinar e 
aprender, baseadas 
no uso intensivo das 
NTIC nas instituições 
presenciais e, 
principalmente, na EAD. 
Com isso, surgem, 
também, novos papéis 
e novas competências 
que tanto alunos quanto 
professores devem 
adquirir e desenvolver. 
D8 - 49
O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS 
PARA ENSINAR NA EAD 
49
 Capítulo 2 
• Autoaprendizagem: o professor deve estar em constante formação e ter 
consciência da importância da sua autoaprendizagem.
• Conhecimento sobre as novas formas de desenvolvimento cognitivo 
do aprendente, principalmente infl uenciados pelos meios de comunicação.
• Competência na comunicação: saber as diferentes linguagens – oral, 
escrita, áudio, vídeo, gráfi ca, multimídia etc.
• Utilização das novas tecnologias: o importante é que o professor 
saiba utilizar os recursos tecnológicos de forma crítica, atendendo às 
necessidades de aprendizagem dos seus alunos, propiciando trabalho 
cooperativo, trocas de experiência e criando ambiente para exploração.
• Estímulo ao pensar crítico: não basta apenas ao aluno pensar a 
informação, mas precisa ter a habilidade e o desejo de utilizá-la, sintetizá-
la, analisá-la e avaliá-la. (NÓVOA, 1999; GÓMEZ, 1999; PERRENOUD, 
2000; DELORS, 2000; BELLONI, 1999).Neste mesmo caminho, Martins Rodriguez (apud BELLONI, 1999) 
evidencia que a formação dos professores, tanto no ensino presencial quanto 
a distância, deve atender a três grandes dimensões: 
• Pedagógica: os professores devem ter um domínio sobre o campo da 
Pedagogia, relacionando com metodologias ativas, com a fi nalidade de 
desenvolver capacidades para a pesquisa e a aprendizagem autônoma.
• Tecnológica: abrange as relações entre tecnologias e a educação em 
todos os seus níveis (avaliação, produção de materiais, estratégias de uso 
etc.).
• Didático: diz respeito à formação específi ca do professor em determinado 
campo científi co e à necessidade constante de atualização.
Indo ao encontro das competências anteriormente citadas, Collins e Berge 
(1996 apud PALLOFF; PRATT, 2002) classifi cam as várias tarefas e papéis 
exigidos do professor on-line em quatro áreas: pedagógica, gerencial, técnica 
e social, veja: 
a) Função pedagógica 
Diz respeito ao fomento de um ambiente social amigável, essencial 
à aprendizagem on-line. O papel do professor em qualquer ambiente 
educacional é o de garantir que o processo educativo ocorra entre os 
alunos. No ambiente on-line, o professor se torna um facilitador. Ele conduz 
D8 - 50
 Tutoria na Educação a Distância
o grupo de maneira mais livre, permitindo aos alunos explorar o material do 
curso, ou a ele relacionados, sem restrição. O docente pode trazer assuntos 
gerais para serem lidos e comentados, além de fazer perguntas visando a 
estimular o pensamento crítico sobre o assunto discutido. É importante que 
o professor comente adequadamente as mensagens dos alunos, as quais 
servirão para estimular debates posteriores. Nesse contexto, o professor atua 
como animador, tentando motivar seus alunos a explorarem o material mais 
profundamente do que o fariam na sala de aula presencial. 
Com a utilização dos ambientes virtuais de aprendizagem como um 
dos principais recursos de comunicação e interação na EAD, o professor 
precisa desenvolver uma competência que geralmente não pratica no ensino 
presencial: o diálogo através da escrita e a mediação em comunidades virtuais. 
No presencial, a grande característica é a comunicação através da fala e, na 
EAD, através da escrita, tendo como recurso mediatizador o computador, por 
exemplo. Toda palavra precisa ser medida e pensada, pois o interlocutor da 
mensagem, diante de sua subjetividade e cultura, poderá compreender de 
forma errônea esta mesma mensagem. Começa ai um dos principais desafi os 
do professor que atua na EAD: a resolução de confl itos e dos ruídos de 
comunicação. 
Você vai estudar mais sobre este assunto no último capítulo 
deste caderno didático. Mas é ideal que você relacione tudo o que 
está estudando e estudou até este momento com as competências 
do tutor. Lembre que você também estudou sobre este assunto na 
disciplina de Gestão da EAD.
b) Função gerencial 
Envolve normas referentes ao agendamento do curso, ao seu ritmo, 
aos objetivos traçados, à elaboração de regras e à tomada de decisões. O 
professor de um curso on-line é também seu administrador. Ele é responsável 
por enviar um programa para o curso com as tarefas a realizar e as diretrizes 
iniciais para discussão e adaptação. Palloff e Pratt (2002) sugerem que, no 
começo do curso, sejam enviados um plano de ensino, as diretrizes e o código 
de normas de comportamento a ser seguido. Em seguida, os participantes 
podem comentar e debater sobre suas expectativas em relação ao curso. 
Com a utilização dos 
ambientes virtuais de 
aprendizagem como um 
dos principais recursos 
de comunicação e 
interação na EAD, 
o professor precisa 
desenvolver uma 
competência que 
geralmente não pratica 
no ensino presencial: 
o diálogo através da 
escrita e a mediação em 
comunidades virtuais. 
D8 - 51
O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS 
PARA ENSINAR NA EAD 
51
 Capítulo 2 
A função gerencial é pouco praticada pelos tutores quando o curso 
a distância em que atua já possui regras e uma metodologia criada pela 
instituição. Neste caso, cabe a ele apenas indicar aos alunos a leitura do plano 
de ensino e falar sobre as regras de envio das atividades, prazos, cronogramas 
e como funciona toda a metodologia daquele curso ou disciplinas. 
c) Função técnica
Depende do domínio técnico do professor, sendo, então, capaz de 
transmitir tal domínio da tecnologia aos seus alunos. Os professores devem 
conhecer bem a tecnologia que usam para atuar como facilitadores do curso. 
Além disso, deverá haver um suporte técnico disponível, de modo que, 
mesmo um professor menos profi ciente, possa ministrar um curso on-line. 
Semelhante ao espaço comunitário, Palloff e Pratt (2002) sugerem que seja 
destinado um espaço em separado para acompanhar o fl uxo da aprendizagem 
em todo o processo. Conscientes de que os professores precisam ensinar 
diferentemente nesse meio e de que os alunos também atuam diferentemente, 
estamos cientes, também, que esse espaço adquire grande importância. 
Todos precisamos estar conscientes do impacto que a EAD on-line tem na 
aprendizagem e facilitar a mudança de paradigma necessária ao aluno para 
que ele tenha maior impacto. “Usar a tecnologia para aprender exige mais do 
que conhecer um software ou do que se sentir à vontade com o hardware 
utilizado.” (PALLOFF; PRATT, 2002, p. 109). 
Entendemos que esta é uma das funções mais importantes do tutor. Como 
você já estudou no início deste capítulo, geralmente quem atua na EAD é o 
professor do ensino presencial e que, muitas vezes, não tem cultura de acesso 
às novas tecnologias, como o computador. Quando utiliza o computador, é 
apenas para mandar e receber e-mails e fazer uso de editores de texto. 
É importante que a instituição que pretende atuar na modalidade a 
distância oriente e capacite seu corpo docente para atuar na EAD e que 
parte do plano de capacitação seja relacionado com todas as potencialidades 
técnicas do LMS que está sendo utilizado, além de orientações sobre outras 
ferramentas disponíveis gratuitamente na internet.
Os LMS são sistemas, em geral, baseados na WEB, que 
se destinam ao gerenciamento eletrônico de cursos a distância. 
São variados os recursos oferecidos, que podem ir de simples 
apresentação de páginas de conteúdos a completos sistemas de 
gestão, incluindo serviços de secretaria e e-commerce. 
D8 - 52
 Tutoria na Educação a Distância
Fonte: TORI, Romero. LMS – Learning Management System. 
Disponível em: <http://www.educlique.com.br/lms.htm>. Acesso 
em: 26 jun. 2009. 
Os chamados repositórios virtuais são exemplos destes recursos. 
De acordo com Nascimento (2009, p. 352), “os repositórios servem para 
armazenar conteúdos que podem ser pesquisados por meio de busca e 
acessados para reutilização”. A autora afi rma que os repositórios podem 
representar uma grande mudança nos cursos a distância, uma vez que são 
de fácil acesso, oferecem recursos educacionais de alta qualidade, são 
produzidos em instituições renomadas, incluem todos os níveis e sistemas 
educativos, além de possibilitar ao professor a utilização de outros recursos 
para a aprendizagem dos alunos. 
Esta é mais uma competência que cabe ao professor que atua na EAD, 
conhecer e pesquisar todas as possibilidades e potencialidades dos recursos 
virtuais e digitais para garantir aos alunos o maior número possível de recursos 
para a sua aprendizagem. 
Vamos agora à última das funções indicadas pelos autores Collins e Berge 
(PALLOFF; PRATT, 2002) e que, em nossa opinião, é a principal função do 
tutor. 
d) Função social 
Signifi ca facilitação educacional. O professor é responsável por facilitar e 
dar espaço aos aspectos pessoais e sociais da comunidade on-line. Collins e 
Berge (1996 apud PALLOFF; PRATT, 2002, p. 104) referem-se a essa função 
como: 
[...] estímulo às relações humanas, com a afi rmação e o 
reconhecimento da contribuição dos alunos; isso inclui 
manter o grupo unido, ajudar de diferentesformas os 
participantes a trabalharem juntos por uma causa comum 
e oferecer aos alunos a possibilidade de desenvolver sua 
compreensão da coesão do grupo.
Esses elementos são a essência dos princípios necessários para construir 
e manter a comunidade virtual. Para dar um sentido de comunidade ao grupo, o 
tutor poderá usar algumas estratégias, como, por exemplo: iniciar seus cursos 
pelas apresentações dos alunos, para que todos se conheçam. Dessa forma, 
cria-se uma atmosfera confi ante e aberta, tornando real o fato de que o grupo é 
D8 - 53
O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS 
PARA ENSINAR NA EAD 
53
 Capítulo 2 
composto por pessoas, com sua própria experiência de vida e saberes. Outra 
estratégia utilizada é a de elaborar previamente uma atividade em grupo, com 
simulações ou projetos, criando a sensação de trabalho em equipe.
Conheça mais algumas competências que o tutor deve possuir 
ou desenvolver, de acordo com Gutierrez e Prieto (1994), no livro: 
A mediação pedagógica: educação a distância alternativa.
Gutierrez e Prieto (1994) também possuem uma preocupação no que 
diz respeito à formação dos professores para atuar em EAD, à produção do 
material impresso e ao acompanhamento destes estudantes. Os autores 
sugerem que o professor deve possuir algumas características para atuar 
nesta modalidade de ensino. 
A seguir apresentamos, de forma resumida, o que estes autores propõem:
• Ser participativo: para os autores, o ensino e a aprendizagem baseados 
na participação requerem uma nova metodologia. O processo de 
aprendizagem deve estar pautado na comunicação dialogal. Neste modelo, 
a refl exão deve ser grupal para, em seguida, transformar a própria prática. 
A avaliação da aprendizagem deve ser formativa e permanente.
• Partir da realidade e fundamentar-se na prática social do estudante: 
os temas de estudo e os materiais indicados pelo tutor devem partir da 
realidade e da prática social dos estudantes. Dessa forma, o objetivo é que 
alunos voltem a sua prática com o objetivo de transformá-la. Cabe ao tutor 
este estímulo.
• Promover atitudes críticas e criativas nos agentes do processo: 
segundo os autores, geralmente em cursos a distância há a promoção da 
passividade, da submissão acrítica dos materiais didáticos e recursos e, 
ainda, relações “improdutivas” do estudante com o material. “Tais atitudes 
de conformismo e relações de dependência destroem a possibilidade real 
de a pessoa ser sujeito, entendido isso como o processo de participação nas 
decisões, a análise crítica e a criatividade social.” (GUTIERREZ; PRIETO, 
1994, p. 51). Para os autores, é importante que alunos e tutores abordem 
os objetivos de estudo com empatia. A aproximação com a realidade 
que interroga é uma das prerrogativas da criatividade. A percepção com 
empatia prepara o caminho para a observação objetiva, que supõe um 
interrogatório o mais criativo possível da realidade. Dessa forma, há a 
possibilidade de que tutor e alunos possam descompor, esmiuçar, desatar, 
desmascarar e desarmar a realidade social que os cerca. 
D8 - 54
 Tutoria na Educação a Distância
• Abrir caminhos para a participação e a expressão: os autores fazem 
uma observação bem interessante sobre o processo de comunicação 
na EAD. Historicamente, muitos cursos de educação a distância 
sobrevalorizam os meios no processo educativo. Transmitir conteúdos por 
rádio, vídeo, TV, impressos é fazer educação a distância. Neste caso, para 
a maioria das instituições, falar de comunicação implica, simplesmente, 
uma fonte difundindo mensagens a receptores. Para Gutierrez e Prieto 
(1994), na comunicação alternativa é necessário criar formas e modos 
de comunicação destinados a promover e intensifi car o diálogo, recriar 
as relações e ressignifi car os conteúdos para, em seguida, codifi cá-los e 
expressá-los como proposta alternativa. 
• Promover processos e obter resultados: é importante que tutores e 
alunos, bem como o material didático de qualquer curso a distância, partam 
de suas próprias experiências e do que signifi ca sua própria realidade. Pela 
simples formulação dos objetivos é comprovado se esta sendo seguindo 
um caminho para chegar a uma meta, ou se o caminhar já constitui de fato 
um aspecto muito importante do processo.
• Fundamentar-se na produção de conhecimentos: de acordo com os 
autores, para garantir e possibilitar que o aluno produza conhecimento é 
essencial que o ato de ensinar propriamente dito coincida com o ato de 
produzir conhecimento. Neste caso, cabe aos materiais didáticos e ao tutor 
possibilitar a produção dos conhecimentos pelos alunos.
• Ser lúdico, prazeroso e belo: neste caso, os autores se referem mais 
aos materiais didáticos elaborados para a modalidade a distância do que 
propriamente a atuação do tutor. Tanto a apresentação formal como o 
tratamento pedagógico gerarão no aluno uma certa disposição ao ânimo, 
empatia e uma confi ança visível.
• Desenvolver uma atitude de pesquisador: cabe ao tutor esta 
competência e aos materiais didáticos proporcionarem no aluno a busca 
e a pesquisa. Gutierrez e Prieto (1994, p. 59) afi rmam que ao invés de 
“transmitir os conteúdos por meio do clássico programa de instrução, tem-
se de buscar que os temas de cada um dos módulos convertam-se no 
núcleo gerador do processo de aprendizagem”.
É importante você perceber que a maioria das competências apresentadas 
anteriormente, propostas por Gutierrez e Prieto (1994), são essenciais para 
qualquer professor, seja ele do ensino presencial ou na educação a distância. 
Dando continuidade às discussões e às refl exões sobre as competências 
do tutor, apresentamos a seguir aqueles saberes docentes preconizados por 
Tardiff e Lessard (2005): 
D8 - 55
O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS 
PARA ENSINAR NA EAD 
55
 Capítulo 2 
• Saberes da formação profi ssional: transmitidos pelas instituições de 
formação de professores, pertencentes às Ciências da Educação e à 
ideologia pedagógica.
• Saberes disciplinares: pertencentes às variadas áreas do conhecimento.
• Saberes curriculares: correspondentes aos discursos, objetivos, 
conteúdos e métodos constantes dos programas escolares, e que o 
professor precisa saber aplicar.
• Saberes experienciais: desenvolvidos pelos professores na sua própria 
prática, no exercício das suas funções. Segundo os autores, vão sendo 
incorporados à experiência individual e coletiva através do habitus e das 
habilidades (do “saber - fazer” e do “saber - ser”).
Litwin (2001) defi ne o tutor através de duas categoriais. A primeira 
chamada de tutor virtual e a segunda de tutor eletrônico. Os dois termos 
se confundem um pouco, mas em sua essência, signifi caria dizer que o tutor 
virtual é aquele que está envolvido na informação sobre provas, notas, indicar 
leituras, qualifi car respostas e ajuda em exercícios complementares. O tutor 
eletrônico é aquele que é chamado de tutor real, que se comunica com os 
alunos via eletrônica ou por telefone, porém, não com frequência. Ele analisaria 
os desempenhos dos alunos nas avaliações, pode observar as difi culdades 
dos alunos em relação à avaliação e propor exercícios extras para o apoio 
aos estudantes. O que parece é que a autora mescla os dois tipos de tutores 
a ponto de confundir suas funções, sobretudo, no que diz respeito à avaliação 
de aprendizagem. Além disso, vemos que na visão de Litwin o tutor eletrônico 
tem um peso maior no sistema de educação a distância em relação ao tutor 
virtual.
Revela-se, como risco, a perda da essência do ser docente: ensinar de 
forma autônoma e refl exiva e ensinar a pensar, no âmbito de uma sociedade 
democrática. Mesmo tendo a oportunidade de intervir de modo permanente, 
o tutor corre um novo risco e mais profundo: o de perder defi nitivamente seu 
lugar. (LITWIN, 2001).
Deve-se assegurar nos cursos de EAD uma dupla qualidade, pedagógica 
e técnica, ou seja, um modelo mais integrado em que o professor deverá sercapaz de acompanhar e orientar todas as fases da produção. Mas o uso mais 
intensivo dos meios tecnológicos de informação e comunicação torna o ensino 
mais complexo e exige a segmentação do ato de ensinar em múltiplas tarefas, 
sendo esta segmentação a característica principal da EAD. (BELLONI, 1999, 
p. 58).
D8 - 56
 Tutoria na Educação a Distância
Uma das características principais da educação a distância, quando 
pensamos sobre a formação docente, é a “transformação do professor de 
uma entidade individual em uma entidade coletiva”. (BELLONI, 1999, p. 74). 
Principalmente, a partir deste fato, é que consideramos o trabalho em equipe 
como fundamental nesta modalidade de ensino.
Belloni (1999) descreve os vários desdobramentos que a função docente 
pode ter em cursos de EAD:
• Professor formador: orienta o estudo e a aprendizagem do aluno.
• Conceptor e realizador de cursos e materiais (podemos chamá-lo de 
conteudista): prepara os planos e elabora os conteúdos de ensino.
• Professor pesquisador: pesquisa e atualiza sua disciplina específi ca.
• Professor tutor: orienta os alunos em seus estudos relativos à disciplina 
pela qual é o responsável; no geral, esclarece dúvidas.
• Tecnólogo educacional: é responsável pela adequação dos conteúdos 
aos meios tecnológicos de forma didática e pedagógica. Assegura a 
integração das equipes técnicas e pedagógicas.
• Monitor: tem a responsabilidade de manter os alunos motivados durante 
o curso, com capacidade de liderança. Em algumas experiências de EAD, 
também é o responsável em sanar as dúvidas técnicas dos alunos no 
decorrer do curso.
Para fazer frente a estas novas formas de ensinar, o professor passará 
a ter a necessidade constante de atualização, tanto no que se refere ao seu 
conteúdo de ensino, quanto em relação às novas metodologias de ensino e às 
novas tecnologias. 
Arnaldo Niskier (1999) afi rma que o educador a distância reúne as 
qualidades de um planejador, pedagogo, comunicador e técnico de informática. 
Participa na produção dos materiais, seleciona os meios mais adequados para 
sua multiplicação e mantém uma avaliação permanente, a fi m de aperfeiçoar 
o próprio sistema. Nesta modalidade de ensino, o educador tenta prever as 
possíveis difi culdades, buscando antecipar-se aos alunos na sua solução. 
O professor da EAD deve ser valorizado, pois sua responsabilidade, além 
de ser maior, por atingir um número infi nitamente mais elevado de alunos, 
torna-o mais vulnerável a críticas e a contestações em face dos materiais e 
atividades que elabora. Conforme Niskier (1999, p. 393), o papel do tutor é: 
Arnaldo Niskier (1999) 
afi rma que o educador 
a distância reúne as 
qualidades de um 
planejador, pedagogo, 
comunicador e técnico 
de informática. Participa 
na produção dos 
materiais, seleciona os 
meios mais adequados 
para sua multiplicação 
e mantém uma 
avaliação permanente, 
a fi m de aperfeiçoar o 
próprio sistema. Nesta 
modalidade de ensino, 
o educador tenta 
prever as possíveis 
difi culdades, buscando 
antecipar-se aos alunos 
na sua solução. 
Uma das características 
principais da educação 
a distância, quando 
pensamos sobre a 
formação docente, 
é a “transformação 
do professor de uma 
entidade individual em 
uma entidade coletiva”. 
(BELLONI, 1999, p. 
74). Principalmente, 
a partir deste fato, é 
que consideramos o 
trabalho em equipe 
como fundamental nesta 
modalidade de ensino.
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O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS 
PARA ENSINAR NA EAD 
57
 Capítulo 2 
- comentar os trabalhos realizados pelos alunos; 
- corrigir as avaliações dos estudantes; 
- ajudá-los a compreender os materiais do curso através das 
discussões e explicações; 
- responder às questões sobre a instituição; 
- ajudar os alunos a planejarem seus trabalhos; 
- organizar círculos de estudo; 
- fornecer informações por telefone, fac-símile e e-mail; 
- supervisionar trabalhos práticos e projetos; 
- atualizar informações sobre o progresso dos estudantes; 
- fornecer feedback aos coordenadores sobre os materiais 
dos cursos e as difi culdades dos estudantes; e 
- servir de intermediário entre a instituição e os alunos.
Segundo Moran (2003), o desafi o que os profi ssionais que atuam no ensino 
superior irão enfrentar é motivar os estudantes (fase em que os alunos não 
precisam ir todos os dias à aula) a continuar aprendendo quando não estão em 
sala de aula. Educar a distância signifi ca uma forma de ensino e aprendizagem 
na qual ocorrem trocas e não somente repasse de informação, que não deve 
ser simplesmente o ato de colocar conteúdo em uma página e depois cobrar 
atividade dos alunos. Estimular o aluno a aprender em ambientes virtuais é 
outro grande desafi o pedagógico que temos hoje. De acordo com o autor, as 
metodologias empregadas em EAD também precisam ser desenvolvidas nas 
aulas presenciais. 
“Exige-se mais do tutor de que de cem professores convencionais” (SÁ, 
1998, p. 46), pois este necessita ter uma excelente formação acadêmica e 
pessoal. Na formação acadêmica, pressupõem-se capacidade intelectual 
e domínio dos conhecimentos, destacando-se as técnicas metodológicas 
e didáticas. Além disso, deve conhecer com profundidade os assuntos 
relacionados com a matéria e área profi ssional em foco. A habilidade para 
planejar, acompanhar e avaliar atividades, bem como motivar o aluno para o 
estudo, também são relevantes. Na formação pessoal, deve ser capaz de lidar 
com o heterogêneo quadro de alunos e ser possuidor de atributos psicológicos 
e éticos: maturidade emocional, empatia com os alunos, habilidade de mediar 
questões, liderança, cordialidade e, especialmente, a capacidade de ouvir.
Shulman (1995 apud LITWIN, 2001) afi rma que o saber de um docente 
inclui pelo menos:
• conhecimento do conteúdo;
Segundo Moran (2003), 
o desafi o que os 
profi ssionais que atuam 
no ensino superior irão 
enfrentar é motivar os 
estudantes (fase em que 
os alunos não precisam 
ir todos os dias à aula) 
a continuar aprendendo 
quando não estão em 
sala de aula.
D8 - 58
 Tutoria na Educação a Distância
• conhecimento pedagógico de tipo real, especialmente no que diz respeito 
às estratégias e à organização da classe;
• conhecimento curricular;
• conhecimento pedagógico acerca do conteúdo;
• conhecimento sobre os contextos educacionais e
• conhecimento das fi nalidades, dos propósitos e dos valores educativos e 
de suas raízes históricas e fi losófi cas.
A diferença entre o docente e o tutor é institucional e leva a consequências 
pedagógicas importantes. As intervenções do tutor na educação a distância, 
demarcadas em um quadro institucional diferente, distinguem-se em função de 
três dimensões de análise (LITWIN, 2001), conforme apresentamos a seguir:
• Tempo: o tutor deverá ter a habilidade de aproveitar bem seu tempo, 
sempre escasso. Ao contrário do docente, o tutor não sabe se o aluno 
assistirá à próxima tutoria ou se voltará a entrar em contato para consultá-
lo. Por esse motivo, aumentam o compromisso e o risco da sua tarefa. 
• Oportunidade: em uma situação presencial, o docente sabe que o aluno 
retornará; que caso este não encontre uma resposta que o satisfaça, 
perguntará de novo ao docente ou a seus colegas. Entretanto, o tutor não 
tem essa certeza. Tem de oferecer a resposta específi ca quando tem a 
oportunidade de fazer isso porque não sabe se voltará a ter. 
• Risco: aparece como consequência de privilegiar a dimensão tempo e 
de não aproveitar as oportunidades. O risco consiste em permitir que os 
alunos sigam com uma compreensão parcial, que pode se converter em 
uma construção errônea sem que o tutor tenha a oportunidade de adverti-
lo. “O tutor deve aproveitar a oportunidade para o aprofundamento do tema 
e promover processos de reconstrução, começando por assinalar uma 
contradição.” (LITWIN, 2001, p. 102). 
Tais conhecimentos dos docentes, em geral, nos conduzem à situação 
específi ca dos saberes requeridos ao tutorda EAD. Nestes ambientes, os 
contextos educacionais assumem um valor especial que requerem do tutor 
uma análise fl uida, rica e fl exível de cada situação, vista sob o ângulo do 
tempo, oportunidade e risco, que imprimem as condições institucionais da 
EAD.
Hanna (apud ALVES; NOVA, 2003) apresenta algumas sugestões para 
o professor que deseja iniciar algum curso a distância. Sugere que, logo no 
início, ele deve: 
Nestes ambientes, os 
contextos educacionais 
assumem um valor 
especial que requerem 
do tutor uma análise 
fl uida, rica e fl exível 
de cada situação, 
vista sob o ângulo do 
tempo, oportunidade e 
risco, que imprimem as 
condições institucionais 
da EAD.
D8 - 59
O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS 
PARA ENSINAR NA EAD 
59
 Capítulo 2 
• conhecer sua fundamentação pedagógica; 
• determinar sua fi losofi a de ensino e aprendizagem; 
• ser parte de uma equipe de trabalho com diversas especialidades; 
• desenvolver habilidades para o ensino on-line; 
• conhecer seus aprendizes; 
• conhecer o ambiente on-line;
• aprender sobre os recursos tecnológicos; 
• criar múltiplos espaços de trabalho, de interação e socialização;
• estabelecer o tamanho de classe desejável; 
• criar relacionamentos pessoais on-line; 
• desenvolver comunidades de aprendizagem; 
• defi nir as regras vigentes para as aulas on-line e 
• esclarecer suas expectativas sobre os papéis dos aprendizes. 
Mas, para Mediano (1988) a formação deste mesmo professor tutor deve 
ser estudada em duas vertentes: uma, chamada de formação acadêmica e, a 
outra, de formação pessoal.
Na formação acadêmica, devem existir: 
• preparação em sua matéria, preocupação por estar em dia;
• formação em técnicas de trabalho intelectual, técnicas de estudo e de 
investigação;
• formação em metodologia didática para evitar utilizar sempre o mesmo 
recurso, por exemplo: a aula magistral;
• preparação para planejar o curso, para motivar os alunos;
• conhecimento da situação real de sua profi ssão, dos planos de estudo e 
das saídas profi ssionais da carreira que reparte, do mesmo modo como 
das fontes de informação, dos centros de processamento de dados e das 
estruturas relacionados com a carreira e a profi ssão.
Todo professor deve ser tutor de sua própria disciplina, orientando a 
aprendizagem de seus alunos. Exerce uma ação tutorial intelectual que não 
D8 - 60
 Tutoria na Educação a Distância
exclui a ação educadora no sentido de formação permanente da pessoa. 
É necessária a relação direta com os alunos. Convém ter conhecimentos 
profundos em técnicas de ajuda, técnicas da entrevista, como forma de 
comunicação, técnicas de observação, como método de aproximação à 
realidade humana. (MEDIANO, 1988). 
Para exercer competentemente estas funções, necessita de formação 
especializada. Hoje, a ideia da formação permanente vigora para todas as 
profi ssões, mas, especialmente, para os profi ssionais da educação. Logo, 
“o tutor se encontra diante de uma tarefa desafi adora e complexa”. (LITWIN, 
2001, p. 103). 
As instituições de EAD devem ter a preocupação de formar o tutor através 
de cursos de capacitação e averiguar o seu desempenho. É importante que 
se ofereçam, permanentemente, cursos preparatórios, para que conheçam 
o funcionamento e especifi cidades dessa modalidade de ensino. Além de 
proporcionar aos docentes capacitação sobre as técnicas de EAD, deve-se 
realizar práticas de tutorias para ampliar os temas de estudo.
Conforme vimos até aqui, são inúmeras as competências para o 
professor atuar na EAD, no entanto, cada instituição estabelece as funções 
e competências que o tutor deve ter de acordo com a metodologia utilizada 
(prevista no projeto político-pedagógico), os recursos, os materiais didáticos, 
os meios de comunicação e suas concepções de educação.
Atividade de Estudos: 
Você trabalha como tutor em um curso de ensino médio a 
distância na modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos) do 
seu município. Você precisa elaborar uma atividade no Fórum de 
discussão e, ao mesmo tempo, utilizar um ou mais recursos de 
repositórios de aprendizagem disponíveis na internet. Você tem 30 
alunos. Siga os passos a seguir para elaborar a atividade:
1) Escolha e anote aqui a disciplina e o conteúdo que abordará a 
atividade.
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O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS 
PARA ENSINAR NA EAD 
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 Capítulo 2 
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2) Pesquise nos repositórios a seguir pelo menos um vídeo e um 
artigo que abordam o tema escolhido no item 1. 
Veja alguns exemplos para facilitar a sua pesquisa, mas você 
poderá utilizar outros a sua escolha. Não se esqueça de 
compartilhá-los com seus colegas de curso!:
 
http://br.youtube.com/
http://br.yahoo.com/?p=us
http://endeavor.isat.com.br/
http://video.globo.com/
http://www.truveo.com/ 
http://videolog.uol.com.br/
http://www.slideshare.net/
http://www.creativecommons.org.br/
http://www.portacurtas.com.br/naescola.asp
http://www.rodaviva.fapesp.br/
http://www.educacert.com.br/ 
http://www.eric.ed.gov/ 
http://books.google.com.br/ 
http://www.scielo.br/ 
http://prossiga.ibict.br 
http://rived.mec.gov.br/site_objeto_lis.php 
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/ 
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/ 
http://www.dominiopublico.gov.br/ 
http://www.periodicos.capes.gov.br 
D8 - 62
 Tutoria na Educação a Distância
3) Agora chegou o momento de elaborar a atividade do fórum de 
discussão, indicando o artigo e o vídeo. 
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4) Elabore as regras de participação do grupo e critérios de 
avaliação.
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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Você deve estar se perguntando neste momento:
• Mas para atuar na EAD o professor precisa de todas estas competências?
• O professor vai conseguir se adaptar às mudanças necessárias para atuar 
nesta modalidade de ensino?
• De todas as competências lidas e estudadas até este momento, quais são 
aquelas cruciais e condicionantes para o sucesso de sua atuação? 
• Se você fosse atuar hoje como um(a) tutor(a), quais competências você 
considera que já possui e quais ainda deve desenvolver?
D8 - 63
O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS 
PARA ENSINAR NA EAD 
63
 Capítulo 2 
São muitas as perguntas quando falamos sobre a atuação do professor 
na EAD, suas competências, funções, atribuições e seu perfi l. Antes de mais 
nada, o ideal é não perderde vista o foco da educação: formar sujeitos ativos, 
críticos e pesquisadores. Aquelas competências que devem ser desenvolvidas 
serão trabalhadas ao longo do processo e na medida em que a instituição 
onde o tutor atua exigir de sua função. 
Mas, sem mais delongas, assim como no capítulo anterior, é você que vai 
realizar as considerações deste capítulo, que tratou basicamente das novas 
competências necessárias ao tutor. 
Observe a seguir algumas palavras ou expressões, elas compreendem 
pelo menos uma competência necessária ao tutor, conforme estudamos até 
aqui. Cabe a você, ao lado de cada palavra, descrever em detalhes mais 
informações e explicações sobre aquela determinada competência, além de 
indicar um exemplo de como aquelas competências podem ser colocadas em 
prática. Vamos lá?!
Utilize o quadro a seguir para completar as suas considerações.
Conhecimento na 
disciplina
Função gerencial
Função técnica
Função pedagógica
Função social
Pesquisa
Mediação
D8 - 64
 Tutoria na Educação a Distância
Aproveite para pesquisar nas referências a seguir alguns livros ou sites 
dos autores que mais interessaram a você ao longo da leitura deste capítulo. 
A autonomia de estudo é competência essencial para o estudante a distância, 
você sabia? E se tornar um pesquisador é um dos caminhos mais fáceis para 
se alcançar a autonomia.
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