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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/303980436 Expansão rápida da maxila assistida com mini-implantes MARPE: em busca de um movimento ortopédico puro Article · January 2016 DOI: 10.14436/1676-6849.15.2.100-108.con CITATIONS 3 READS 5,636 5 authors, including: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Antimicrobial Photodynamic Therapy View project Aguinaldo Silva Garcez Faculdade São Leopoldo Mandic 45 PUBLICATIONS 850 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Aguinaldo Silva Garcez on 16 June 2016. The user has requested enhancement of the downloaded file. https://www.researchgate.net/publication/303980436_Expansao_rapida_da_maxila_assistida_com_mini-implantes_MARPE_em_busca_de_um_movimento_ortopedico_puro?enrichId=rgreq-d3c10e91e9f6c20e59d358e6742b7b45-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMwMzk4MDQzNjtBUzozNzM1OTY1MTA4MDE5MjBAMTQ2NjA4Mzc1NzU4Mg%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/publication/303980436_Expansao_rapida_da_maxila_assistida_com_mini-implantes_MARPE_em_busca_de_um_movimento_ortopedico_puro?enrichId=rgreq-d3c10e91e9f6c20e59d358e6742b7b45-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMwMzk4MDQzNjtBUzozNzM1OTY1MTA4MDE5MjBAMTQ2NjA4Mzc1NzU4Mg%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/Antimicrobial-Photodynamic-Therapy-2?enrichId=rgreq-d3c10e91e9f6c20e59d358e6742b7b45-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMwMzk4MDQzNjtBUzozNzM1OTY1MTA4MDE5MjBAMTQ2NjA4Mzc1NzU4Mg%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-d3c10e91e9f6c20e59d358e6742b7b45-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMwMzk4MDQzNjtBUzozNzM1OTY1MTA4MDE5MjBAMTQ2NjA4Mzc1NzU4Mg%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Aguinaldo_Garcez?enrichId=rgreq-d3c10e91e9f6c20e59d358e6742b7b45-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMwMzk4MDQzNjtBUzozNzM1OTY1MTA4MDE5MjBAMTQ2NjA4Mzc1NzU4Mg%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Aguinaldo_Garcez?enrichId=rgreq-d3c10e91e9f6c20e59d358e6742b7b45-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMwMzk4MDQzNjtBUzozNzM1OTY1MTA4MDE5MjBAMTQ2NjA4Mzc1NzU4Mg%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/Faculdade_Sao_Leopoldo_Mandic?enrichId=rgreq-d3c10e91e9f6c20e59d358e6742b7b45-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMwMzk4MDQzNjtBUzozNzM1OTY1MTA4MDE5MjBAMTQ2NjA4Mzc1NzU4Mg%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Aguinaldo_Garcez?enrichId=rgreq-d3c10e91e9f6c20e59d358e6742b7b45-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMwMzk4MDQzNjtBUzozNzM1OTY1MTA4MDE5MjBAMTQ2NjA4Mzc1NzU4Mg%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Aguinaldo_Garcez?enrichId=rgreq-d3c10e91e9f6c20e59d358e6742b7b45-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMwMzk4MDQzNjtBUzozNzM1OTY1MTA4MDE5MjBAMTQ2NjA4Mzc1NzU4Mg%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf © Dental Press Publishing | Rev Clín Ortod Dental Press. 2016 Fev-Mar;15(1):110-25 110 Expansão rápida da maxila assistida com mini-implantes ou MARPE: em busca de um movimento ortopédico puro Hideo Suzuki Professor Responsável pelo Programa de Mestrado em Ortodontia da SLM - Campinas, SP Won Moon Associate Clinical Professor e Residency Program Director (Orthodontics) da UCLA, USA Luiz Henrique Previdente Professor do Curso de Especialização da SLM, Campinas, SP Selly Sayuri Suzuki Professor do Programa de Mestrado em Ortodontia da SLM – Campinas, SP Aguinaldo Silva Garcez Professor Doutor de Microbiologia da SLM, Campinas, SP Alberto Consolaro Professor Titular da FOB-USP e da Pós-graduação da FORP-USP. » O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais, radiografias ou outros exames imaginológicos e infor- mações diagnósticas. O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais, e/ou radiografias. Como citar esta seção: Suzuki H, Moon W, Previdente LH, Suzuki SS, Garcez AS, Consolaro A. Expansão Rápida da Maxila Assistida com Mini-implantes ou MARPE: em busca de um movimen- to ortopédico puro. Rev Clín Ortod Dental Press. 2016 Abr-Mai;15(2): xxx-xx. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50. 51. 52. 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. 61. 62. 63. 64. 65. 66. 67. 68. 69. 70. 71. 72. 73. 74. 75. 76. 77. 78. 79. 80. Expansão Rápida da Maxila Assistida com Mini-implantes ou MARPE: em busca de um movimento ortopédico puro © Dental Press Publishing | Rev Clín Ortod Dental Press. 2016 Fev-Mar;15(1):110-25 111 Resumo: A sutura palatina mediana tem margens ósseas interpos- tas por tecido conjuntivo denso e não representa apenas a união dos processos palatinos da maxila, mas também a dos processos alveo- lares das maxilas e das lâminas horizontais dos ossos palatinos. Mo- di!cá-la implica em in"uenciar outras áreas vizinhas. Ela tem três segmentos a ser relevados em todas as análises clínicas, terapêuticas e experimentais: anterior: antes do forame incisivo ou intermaxilar, médio: do forame incisivo até a sutura transversa com osso palatino e posterior: após a sutura transversa com o osso palatino. A expan- são rápida da maxila pode ser indicada para pacientes que se encon- tram no !nal de crescimento da puberdade e pacientes adultos com atresia maxilar, representando uma solução de tratamento, possi- velmente evitando uma intervenção cirúrgica. Além disso, quando associado ao aparelhos de protração maxilar, podem maximizar seus efeitos esqueléticos. Entre os vários designs de aparelhos disjunto- res, ultimamente tem se o MARPE (Miniscrew-Assisted Rapid Palatal Expander) que tem sido modi!cado para que haja na rotina clínica a familiarização com suas vantagens operatórias e resultados obtidos. Uma das modi!cações propostas estão apresentadas neste artigo em colaboração com Won Moon26 na Universidade da Califórnia. Palavras-chave: Sutura Palatina Mediana. Expansão Rápida da Maxila. Disjunção Palatina. MARPE. A morfologia macroscópica e microscó-pica da sutura palatina mediana foi descrita por Ennes12, Ennes et al.13 e Ennes e Consolaro14 em 2002 e 2004, incluindo-se as suas modificações quanto à evolução cronológica em humanos, macacos, coelhos e ratos. A compreensão dos eventos biológicos envolvi- dos nos diversos procedimentos terapêuticos ortodônticos, ortopédicos e cirúrgicos realiza- dos no terço médio da face, requer conhecimen- to da organização estrutural da sutura palatina mediana em toda sua extensão vertical e hori- zontal nas diferentes faixas etárias. A sutura palatina mediana tem a forma rugosa, imbricada e sinuosa com margens ósseas inter- postas por tecido conjuntivo denso com três a cinco camadas. Deve-se ressaltar que a sutura palatina mediana: Não representa apenas a união dos processos palatinos da maxila, mas também a dos proces- sos alveolares das maxilas e das lâminas hori- zontais dos ossos palatinos. Modificá-la implica em influenciar outras áreas vizinhas (Fig. 1); Tem três segmentos (Fig. 1) que devem ser rele- vados em todas as análises clínicas, terapêuti- cas e experimentais: Anterior: antes do forame incisivo ou segui- mento intermaxilar; Médio: do forame incisivo até a sutura transversa com osso palatino; Posterior: após a sutura transversa com o osso palatino. As abordagens morfológicas e clínico-terapêuti- casquase sempre referem-se à sutura palatina mediana, mas não envolvem o seu segmento an- terior e, da mesma forma, apenas eventualmen- te se faz menção ao segmento posterior. A influência da Expansão Rápida da Maxila em outras suturas associadas a sutura palatina mediana raramente são estudadas criterio- samente31. Até que ponto a sutura transversa (Figs. 1 e 2) com o osso palatino atenua as for- ças aplicadas pelos dispositivos disjuntores da maxila, visto que representa uma interrupção da continuidade estrutural sólida? 81. 82. 83. 84. 85. 86. 87. 88. 89. 90. 91. 92. 93. 94. 95. 96. 97. 98. 99. 100. 101. 102. 103. 104. 105. 106. 107. 108. 109. 110. 111. 112. 113. 114. 115. 116. 117. 118. 119. 120. 121. 122. 123. 124. 125. 126. 127. 128. 129. 130. 131. 132. 133. 134. 135. 136. 137. 138. 139. 140. 141. 142. 143. 144. 145. 146. 147. 148. 149. 150. 151. 152. 153. 154. 155. 156. 157. 158. 159. 160. dione Realce dione Realce Suzuki H, Moon W, Previdente LH, Suzuki SS, Garcez AS, Consolaro A © Dental Press Publishing | Rev Clín Ortod Dental Press. 2016 Fev-Mar;15(1):110-25 112 Figura 1: Sutura palatina mediana e seus três segmentos anterior, médio e posterior que se relacionam com outras suturas como, por exemplo, a palatina transversa e ossos nasais. Expansão Rápida da Maxila Assistida com Mini-implantes ou MARPE: em busca de um movimento ortopédico puro © Dental Press Publishing | Rev Clín Ortod Dental Press. 2016 Fev-Mar;15(1):110-25 113 Figura 2: Sutura palatina mediana: destaca se que o canal incisivo se- para o segmento anterior do médio. Seu trajeto é posterior e ascenden- te. O canal incisivo contem vasos, nervos, glândulas salivares e rema- nescentes do ducto nasopalatino. O segmento posterior está relaciona- do com a sutura transversa com o osso palatino. Suzuki H, Moon W, Previdente LH, Suzuki SS, Garcez AS, Consolaro A © Dental Press Publishing | Rev Clín Ortod Dental Press. 2016 Fev-Mar;15(1):110-25 114 O palato desenvolve-se entre a 6ª e 12ª semana de vida embrionária. O palato primário represen- ta um segundo centro de ossificação da maxila oriundo dos processos nasais mediais no seg- mento intermaxilar. Na 8ª semana de desenvolvi- mento intrauterino, os centros de ossificação se integram wpara formar o corpo da maxila19. O pa- lato primário estabelece com o palato secundário uma vista palatina da sutura entre pré-maxila e maxila27, sem deixar sinais ou marcas no adulto. O mesmo não ocorre com osso palatino, com o qual se tem uma sutura bem estabelecida. O processo osteogênico na sutura palatina me- diana assemelha-se ao crescimento e remode- lação óssea proporcionados pelo periósteo nas demais superfícies ósseas e atende à solicitação dos tecidos adjacentes por estímulos exteriores induzidos também conhecidos como demandas funcionais9. A sutura palatina mediana não re- presenta um centro de crescimento ósseo maxi- lar11,20, 25, mas responde a estímulos osteogênicos. Sutura palatina mediana e a cronologia etária A cronologia da ossificação na sutura palatina mediana humana foi estudada microscopica- mente em 24 indivíduos entre 15 e 35 anos por Persson; Thilander29 em 1977. A ossificação na sutura inicia-se na região posterior por pontes mineralizadas de posterior para anterior, va- riando quanto à idade cronológica em que se instalavam de acordo com o fim da fase de cres- cimento e desenvolvimento facial e a influência exercida pelo amadurecimento ósseo. Estimando a idade esquelética nas suturas pa- latinas, Mann et al.24, em 1991, detectaram a seguinte sequência de ossificação utilizando-se de 186 crânio humanos: 1. Inicia-se pela sutura incisiva, 2. Seguida pelo segmento posterior da sutura palatina mediana, 3. Depois pela sutura palatina transversa e, 4. Por último, pelo segmento médio da sutura palatina mediana. A ossificação da sutura tem sido apontada como limitante à técnica de expansão rápida do palato e parece um consenso que a ossificação da su- tura inicia-se pelo segmento posterior32. O diagnóstico imaginológico do fechamento ou ossificação da sutura palatina mediana ainda é muito limitado2,12,13,14 em tomadas radiográficas oclusais ou em cortes tomográficos se conside- rarmos que pequenas pontes microscopicamen- te observadas, nem sempre resultam em ima- gens. Pequenas extensões e espessuras de osso não são detectáveis nos exames imaginológicos, especialmente se consideramos a calibração dos aparelhos e suas capacidades de resolução. Expansão rápida do palato e MARPE O primeiro aparelho disjuntor “do palato” foi idea- lizado por Angell3, em 1860. O procedimento não foi incorporado na prática ortodôntica da época, pois foi julgado inapropriado por seus colegas in- fluenciados pelos temores dos rinologistas. Os ortodontistas europeus, entusiastas da orto- pedia dos maxilares, reavivaram a técnica com base nos trabalhos de Derischsweiler18, 1953, e Korkhaus, em 196018. A ortodontia estadunidense voltou a se interessar quando Haas15,16,17, em 1961, realizou o procedimento em porcos e comprovou 161. 162. 163. 164. 165. 166. 167. 168. 169. 170. 171. 172. 173. 174. 175. 176. 177. 178. 179. 180. 181. 182. 183. 184. 185. 186. 187. 188. 189. 190. 191. 192. 193. 194. 195. 196. 197. 198. 199. 200. 201. 202. 203. 204. 205. 206. 207. 208. 209. 210. 211. 212. 213. 214. 215. 216. 217. 218. 219. 220. 221. 222. 223. 224. 225. 226. 227. 228. 229. 230. 231. 232. 233. 234. 235. 236. 237. 238. 239. 240. dione Realce dione Realce dione Realce dione Realce Expansão Rápida da Maxila Assistida com Mini-implantes ou MARPE: em busca de um movimento ortopédico puro © Dental Press Publishing | Rev Clín Ortod Dental Press. 2016 Fev-Mar;15(1):110-25 115 os eventos microscópicos envolvidos. A técnica em pacientes com atrofia maxilar obteve resul- tados positivos e o procedimento foi considerado seguro como uma alternativa para casos difíceis, tipo classe II com mordida cruzada posterior. A partir de então, outros modelos de aparelho foram propostos com o mesmo objetivo: uma alternativa para correção de mal oclusões en- volvendo a atrofia dos maxilares superiores. A disjunção ocorre em uma a duas semanas com duas ativações diárias de 2/4 de volta cada e realizadas pelo paciente. A extensão desejada é obtida, incluindo uma sobrecorreção, compu- tando-se a recidiva. A recidiva decorre quase sempre da falta de uma nova situação com equi- líbrio ou tensigridade entre as partes constituin- tes do terço médio da face7. O aparelho disjuntor ortopédico, com ou sem o parafuso estabilizado em um suporte de resina adaptada à mucosa palatina, promove uma for- ça sobre os dentes suportes de apoio levando a uma diminuição do fluxo vascular no periodonto vestibular, criando extensas área hialinas8, nas quais não se tem condições para o estabeleci- mento de unidades osteoremodeladoras essen- ciais para a movimentação dentária no osso. A reabsorção óssea ocorre à distância, muito mais lenta, mantendo os dentes suportes em posição até que a sutura ceda à resultante de forças. Após constatada a disjunção pela abertura do diastema entre os incisivos superiores, procura- -se determinar uma sobrecorreção da mordida cruzada, preventiva à recidiva. Nesta fase, inati- va-se o disjuntor por um período de três meses. Após este período, uma contenção fica instalada por seis meses. Nos casos onde a expansão rápi- da da maxila não obtém sucesso através dos pro- cedimentos ortodônticos, a expansão intermaxi- lar palatina rápida cirúrgica pode ser indicada. Os efeitos indesejáveis envolvem desde o des- conforto na região dos incisivos ou da sutura nasal até a ulceração ou necrose da mucosa palatina.O edema pode estar presente na re- gião da sutura palatina mediana, especialmente imediatamente após a disjunção. A isquemia e a necrose da mucosa do palato podem ocorrer quando a sutura não cede às forças aplicadas na utilização de aparelhos dento-muco-supor- tados30,34. A lesão da mucosa, decorrente de di- minuição do fluxo sanguíneo, provocado pela resultante de forças, inviabiliza o procedimento, caso se instale antes da disjunção ter ocorrido. Os dentes suportes podem sofrer reabsorção dentária na face vestibular das raízes8,28. Os resultados obtidos pela disjunção palatina variam desde o insucesso até o ganho horizon- tal de 4mm. O insucesso tem sido relacionado à maturidade esquelética do paciente35,36, à varia- ção da medida transversa mantida com o tempo pós-tratamento em que os dados foram colhi- dos e à contenção33, tendo a recidiva das me- didas horizontais sido verificada, assim como a descida da maxila, que posteriormente continua ou retorna à posição anterior4,5,6,17,36. Para otimizar cada vez mais o procedimento da disjunção palatina procura-se melhorar ou ino- var os aparelhos usados. Em 2010, Lee, Park e Hwang21 trataram um paciente aos 20 anos de idade com severa discrepância transversa e prognatismo mandibular no qual utilizou-se um aparelho disjuntor fixado por mini-implantes no palato antes da cirurgia ortognática ao qual de- ram o nome de “Miniscrew-Assisted Rapid Pala- tal Expander” ou MARPE. A expansão foi obtida 241. 242. 243. 244. 245. 246. 247. 248. 249. 250. 251. 252. 253. 254. 255. 256. 257. 258. 259. 260. 261. 262. 263. 264. 265. 266. 267. 268. 269. 270. 271. 272. 273. 274. 275. 276. 277. 278. 279. 280. 281. 282. 283. 284. 285. 286. 287. 288. 289. 290. 291. 292. 293. 294. 295. 296. 297. 298. 299. 300. 301. 302. 303. 304. 305. 306. 307. 308. 309. 310. 311. 312. 313. 314. 315. 316. 317. 318. 319. 320. dione Realce dione Realce dione Realce dione Realce dione Realce Suzuki H, Moon W, Previdente LH, Suzuki SS, Garcez AS, Consolaro A © Dental Press Publishing | Rev Clín Ortod Dental Press. 2016 Fev-Mar;15(1):110-25 116 com mínimos danos nos dentes e periodonto com resultados estáveis confirmados clínica e radiograficamente. Os autores concluíram que se trata de uma efetiva forma de correções transversais que podem eliminar a necessidade de alguns procedimentos cirúrgicos em pacien- tes com complexos casos de discrepâncias cra- niofaciais, utilizando-se assim das possibilida- des que as suturas oferecem. Mais recentemente, a partir de Lee, Park e Hwang10,21, Moon26 (2013) e MacGinnis et al.23 (2014) desenvolveu um aparelho expansor MSE (Biomaterials Korea, Seul, Coréia do Sul) com quatro mini-implantes instalados em orifícios no corpo do parafuso expansor, sendo paralelos à sutura palatina mediana e entre si. Mais re- centemente, modificamos o aparelho expansor rápido da maxila fixado com implantes ou “MAR- PE” com design diferente (Peclab, Belo Horizon- te, Brasil) (Fig. 3). Este novo design do MARPE já foi aplicado em algumas dezenas de pacientes com atrofia maxilar em pacientes jovens em crescimento e adultos. No aparelho de Lee, Park e Hwang21, os mini-im- plantes ficam conectados ao expansor propria- mente dito por meio de extensões soldadas ao parafuso expansor e unidos com resina fotopo- limerizável. Este posicionamento dos mini-im- plantes, afastado da sutura palatina mediana, aumenta o risco de perfuração de estruturas subjacentes como canais, vasos e nervos das regiões anteriores e posteriores, assim como la- terais mais críticas, pois seriam 4 sítios a se es- colher individualmente. Alves et al.1 mapearam as áreas de risco de fixação de mini-implantes no palato humano. No aparelho MSE de Moon26 e MARPE apresentado, os mini-implantes são aplicados no contexto do suporte do parafuso (Fig. 3) e seriam fixados de forma mais uniforme na região paralela à sutura com intuito de bus- car uma área de maior espessura óssea para aumentar a estabilidade primária e proporcio- nar uma propagação de forças ao complexo na- somaxilar de maneira mais eficiente. A sutura palatina mediana está logo atrás do fo- rame incisivo que representa a desembocadura Figura 3: Aparelho disjuntor MARPE modificado no qual os minimplantes são incorporados no design do suporte do parafuso com me- didas determinadas com base na morfologia da região palatina paralela à sutura palatina mediana. 321. 322. 323. 324. 325. 326. 327. 328. 329. 330. 331. 332. 333. 334. 335. 336. 337. 338. 339. 340. 341. 342. 343. 344. 345. 346. 347. 348. 349. 350. 351. 352. 353. 354. 355. 356. 357. 358. 359. 360. 361. 362. 363. 364. 365. 366. 367. 368. 369. 370. 371. 372. 373. 374. 375. 376. 377. 378. 379. 380. 381. 382. 383. 384. 385. 386. 387. 388. 389. 390. 391. 392. 393. 394. 395. 396. 397. 398. 399. 400. Expansão Rápida da Maxila Assistida com Mini-implantes ou MARPE: em busca de um movimento ortopédico puro © Dental Press Publishing | Rev Clín Ortod Dental Press. 2016 Fev-Mar;15(1):110-25 117 de um canal que sobe em direção posterior, podendo se abrir na cavidade nasal na altura de uma linha que tangencia as distais dos dois caninos superiores (Fig. 2). O risco de parafusos atingir esta estrutura é pequeno, mas eventual- mente pode ocorrer. Do mesmo modo, na altura do canino, na região palatina lateral existe o plexo neural e vascular com anastomoses entre os vasos que saem do forame incisivo e os que emergem para a frente a partir dos forames palatinos (Fig. 4). Por sua vez, na região posterior do palato duro te- mos a sutura transversa entre os processos pa- latinos maxilares e a lâmina horizontal do osso palatino. Mini-implantes fixados muito poste- riormente podem se localizar nesta estrutura, que embora não apresente movimentos naturais, representa um tecido conjuntivo fibroso que está recebendo influência remodeladora pelo proce- dimento expansor. Acrescentar neste contexto a presença fixadora de um mini-implante pode não ser conveniente, muito embora não haja trabalhos avaliando possíveis inconveniências biológicas. Na região posterior do palato duro, em continui- dade com o palato mole, esta região têm muitas glândulas salivares menores. Os mini-mplantes colocados mais posteriormente pode afetar es- tas glândulas gerando fenômenos de retenção de muco como ocorre nos mucoceles e ou nas silome- taplasias necrosantes30. Na parte lateral posterior do palato duro mais próxima do processo alveolar posterior desembocam e fazem trajeto os nervos e vasos que emergem dos forames palatinos (Fig. 4). A aplicação de mini-implantes afastados do corpo do parafuso expansor permite uma utili- zação mais ampla, porém com maiores riscos. Figura 4: Emergências de vasos e nervos na região palatina relacionados direta e indiretamente com a sutura palatina mediana. Na região dos caninos forma-se um plexo destas estruturas na região submucosa. Os mini-implantes podem ser contextualizados e inseridos no tratamento ortodôntico e orto- pédico com elásticos, fios e servindo de outra forma como ancoragem. Quando internalizados como no design (Fig. 3) estas possibilidades não seriam aplicadas. O aparelho disjuntores tipo “Miniscrew-Assisted Rapid Palatal Expander” ou MARPE tem como uma de suas características a redução da exces- siva carga que resultava para o ligamento perio- dontal vestibular dos dentes em que os apare- lhos convencionais aplicava com reabsorções rasas e múltiplas nas raízes correspondentes, 401. 402. 403. 404. 405. 406. 407. 408. 409. 410. 411. 412. 413. 414. 415. 416. 417. 418. 419. 420. 421. 422. 423. 424. 425. 426. 427. 428. 429.430. 431. 432. 433. 434. 435. 436. 437. 438. 439. 440. 441. 442. 443. 444. 445. 446. 447. 448. 449. 450. 451. 452. 453. 454. 455. 456. 457. 458. 459. 460. Suzuki H, Moon W, Previdente LH, Suzuki SS, Garcez AS, Consolaro A © Dental Press Publishing | Rev Clín Ortod Dental Press. 2016 Fev-Mar;15(1):110-25 118 mas que em nada resultava de deletério clinica- mente ao paciente. As movimentações dentárias acidentais dos dentes de ancoragem também se reduzem consideravelmente, visto que com o uso do MARPE, o apoio para a disjunção palatina deixa de ser dentária para ser óssea. Estudos mais recentes têm indicado o uso de MARPE para o tratamento de pacientes em crescimento que apresente deficiência maxilar nos sentidos transversal e anteroposterior com indicação para protração da maxila. Os mini- -implantes do MARPE aumentariam os efeitos esqueléticos do avanço maxilar por estarem ancorados na sua base óssea, resultando em movimento ortopédico puro e minimizando os efeitos dentários22. Considerações Finais A expansão rápida da maxila pode ser indicado para pacientes que se encontram no final de crescimento da puberdade e pacientes adultos com atresia maxilar, representando uma solu- ção de tratamento, possivelmente evitando uma intervenção cirúrgica. Além disso, quando asso- ciado ao aparelhos de protração maxilar, podem maximizar seus efeitos esqueléticos. Estudos têm sido realizados, e serão em breve publicados, com a utilização do MARPE modifi- cado em colaboração com Prof. Won Moon26 da Universidade da Califórnia, Los Angeles, bus- cando adequar seu uso à rotina clínica ao se familiarizem com as vantagens operatórias e resultados obtidos. Referências: 1. ALVES JR M et al. Palato: o que saber previamente à instalação de mini- implantes? Revista Clínica de Ortodontia Dental Press., v. 11, n.1, fev/ mar, 2012. 2. ANGELIERI F. et al. Midpalatal suture maturation: Classification method for individual assessment before rapid maxillary expansion Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2013 November ; 144(5): 759–769. doi:10.1016/j. ajodo.2013.04.022. 3. ANGELL EC. Treatment of irregularities of the permanent or adult teeth. Dent Cosmos. 1860; 1:541–4. 599–600. 4. CAPELOZZA FILHO, L. et al. Non-surgically assisted rapid maxillary expansion in adults. Int Adult Orthod Orthognath Surg, Carol Stream, v.11, no.1, p.57-66, 1996! 5. 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