Buscar

DJULIE STEPHANY DA SILVA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) E TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO (TGD)
DIVERSIDADE NA APRENDIZAGEM DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS 
A diversidade e a inclusão dos portadores de necessidades especiais são temas recorrentes no atual cenário educacional brasileiro. 
A luta pelo respeito às diferenças e pela inclusão social tem conquistado grande espaço no meio acadêmico e nas políticas públicas, de maneira que as discussões sobre o assunto estão cada vez mais enriquecedoras e já existem vários mecanismos de combate à inclusão sofrida pelos alunos com algum tipo de necessidade educacional especial. 
Nesse sentido, o livro intitulado Inclusão de pessoas com deficiência e/ou necessidades específicas: avanços e desafios, escrito por Margareth Diniz, tem o fito de problematizar a educação sob a perspectiva da inclusão, assim como e desestigmatizar a deficiência, a fim de que o aluno especial possa ser visto como um sujeito capaz de aprender como qualquer outro dito “normal”, e não somente como um objeto de cuidados assistencialistas e terapêuticos. 
Obra está dividida em quatro capítulos, que discorrem sobre as mudanças requeridas pela educação inclusiva no aspecto da formação docente e os desafios encontrados pela nossa estrutura educacional atual, além de debater com o leitor conceitos teóricos de necessidades específicas e descrever os tipos mais comuns de deficiências encontrados nas salas de aula. 
A autora se propõe, também, a elucidar questões sobre educação especial antes vistas como “algo mistificado” e auxiliar o docente neste trajeto lúdico, exemplificado através recomendações e de propostas de atividades a serem realizadas com os alunos especiais. 
De acordo com o exposto no presente livro, a década de 60 foi marcada pela ênfase nas características pessoais do docente, a década de 70 revelou a necessidade de focar a formação docente como condição de desenvolvimento da qualidade da educação, enquanto as décadas de 80, 90 e atuais observaram o caráter político e a problematizarão da formação docente, além de sua relação com o ensino e a aprendizagem. 
Ressaltado o quanto nós, educadores, precisamos superar a idéia de formação docente com foco nas teorias e suas dimensões técnicas, não que estas não sejam importantes, mas os saberes práticos e a subjetividade são aspectos fundamentais para a educação com foco na diversidade. 
A postura subjetiva da formação inclui fatores externos ao indivíduo, tais como movimentos sociais, discursos ideológicos e condições históricas vivenciadas pelo sujeito, o que certamente precisa ser considerado em sua formação. 
Fala-se da complexidade do conceito de identidade docente e da importância da ruptura de alguns conceitos pré-estabelecidos na formação do educador, para posterior abertura às novas possibilidades de educar. 
No segundo capítulo, que versa sobre a inclusão e as mudanças por ela requeridas, discute-se a inclusão como processo de ruptura com os paradigmas obsoletos e a importância da reestruturação das escolas como um todo, com a finalidade de assegurar acesso à educação de qualidade a todos. 
De acordo com Diniz, essa reestruturação atua no campo de destaque das políticas públicas nacionais e inclui mudanças nos currículos, nas avaliações, nos registros e nos relatórios de aquisições acadêmicas dos alunos, assim como nas práticas docentes e nos espaços de lazer e recreação, pois acredita-se que somente assim a segregação diminuirá e as minorias étnicas, raciais, lingüísticas e necessidades especiais terão acesso aos meios que se fizerem necessários à participação efetiva nas escolas. 
Neste capítulo, o conceito de inclusão é exposto e comparado ao conceito de integração, sendo este último definido pela autora como o dever do aluno de se adaptar à escola: “...o(a) aluno(a) deve adaptar-se à escola, e não há necessariamente uma perspectiva de que a escola irá mudar para acolher cada vez mais uma diversidade maior de alunos...” (DINIZ, 2012, p.32). 
Diferente do supramencionado, na inclusão ocorre justamente o oposto, uma vez que a escola deverá prover meios para que seus alunos sejam efetivamente incluídos e educados no espaço escolar de maneira igual na medida de suas desigualdades e respeitando as peculiaridades de cada um, como sujeito único que é. 
Assim, é discutida a possibilidade maior de uma trajetória de sucesso escolar estar atrelada ao fato de a criança especial ingressar o mais rápido possível na escola, através da Educação Infantil, expondo fatores relevantes para mudança em diferentes setores da sociedade e cenários, entre os quais estão o âmbito político-educacional econômico, a valorização e formação do professor, o âmbito pedagógico propriamente dito, a mudança da lógica do aluno como objeto para a lógica do aluno como sujeito que traz diferenças, a superação do fracasso escolar, a mudança do sistema seriado aos ciclos de idade de formação, o currículo, a avaliação, a sala de aula e a família. 
Como maior representante desta teoria, Vygotsky defende a interação social como fator chave na relação de aprendizagem e desenvolvimento da criança especial, sendo estes fatores distintos, porém interdependentes, de maneira que o processo de aprendizagem é a base para que o desenvolvimento ocorra. 
A multidisciplinaridade e a interdisciplinaridade, como conceitos correlatos, irão desempenhar o papel de agentes integradores de profissionais da medicina, da assistência social, da psicologia, da educação, da fonoaudióloga, dentre outros, trabalhando juntos na perspectiva de atender e otimizar a relação de ensino-aprendizagem do alunado especial. 
Por outro lado, o terceiro capítulo explicita os tipos mais recorrentes de necessidades especiais dentro das salas de aula e de que maneira o docente deverá lidar com isso para que o desenvolvimento desse tipo de aluno não seja prejudicado. 
Os transtornos ou deficiências podem ser divididos em dois grandes grupos, quais sejam: pessoas com deficiência mental, visual, auditiva, física e com múltiplas deficiências no primeiro grupo, e pessoas com transtornos globais de desenvolvimento (condutas típicas) e altas habilidades (superdotados) no segundo grupo. 
deficiência mental foi definida pela autora e com base na da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais (2006), como o desempenho intelectual abaixo da média referente ao seu período de desenvolvimento, associado a limitações em duas ou mais áreas da conduta adaptativa, assim como dificuldades para responder adequadamente às demandas da sociedade. 
Precisamos destacar a relevância da aprendizagem deste tipo de aluno, com especial atenção à diferença de tratamento entre a criança que nasceu cega e a que perdeu a visão ao longo da vida, uma vez que esta possui memórias visuais. 
A autora ressalta a importância da própria criança optar pelo tipo de comunicação que deseja aprender e defende, ao longo do capítulo, sugestões para a convivência com pessoas surdas e apoio ao aluno com deficiência auditiva. 
Diniz destaca a importância da acessibilidade nas escolas, seja por mobiliários, rampas de acesso, bebedouros, banheiros adaptados, quadro de avisos, dentre outros que visem ao acesso e locomoção adequados no âmbito escolar. 
Portanto, apesar de parecer redundante, não podemos deixar de enfatizar e repetir que a adaptação do ambiente escolar, a preparação dos docentes e o tratamento peculiar a cada tipo de deficiência como se fosse única é fundamental para uma eficiente educação especial inclusiva. 
Finalmente a autora conclui, em seu último capítulo, que uma educação que se pretenda inclusiva deve ser repleta de medidas que erradiquem a estigmatização do aluno especial como incapaz de aprender ou indigno de acesso à escola de qualidade, através de novos olhares e de novos paradigmas que façam com que a diferença seja valorizada. 
Foi possível concluir, também, que a inclusão demanda alterações no espaço escolar e na preparação docente, uma vez que a criança especial deverá permanecer no mesmo ambiente que as crianças ditas normais,e a educação para estas crianças não pode ter fins terapêuticos, mas deverá ser plena e igualitária, na medida das desigualdades de cada um.

Outros materiais