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TCC Aborto

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27
 FACULDADE ANHANGUERA DE PELOTAS
 (
suélen moraes de Oliveira
)
 (
aborto:
a (in) CONSTITUCIONALIDADE do aborto até a 12ª semana de gestação
)
Pelotas
2019
 (
SUÉLEN MORAES DE OLIVEIRA
)
 (
ABORTO
:
a (in) CONSTITUCINALIDADE do aborto até a 12ª semana de gestação
)
 (
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Instituição Anhanguera Educacional
, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em 
Bacharel em Direito
. 
Orientador: Andresa Bertão
)
 (
Pelotas
2019
)
SUÉLEN MORAES DE OLIVEIRA
ABORTO:
a (in) CONSTITUCINALIDADE do aborto até a 12ª semana de gestação
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Instituição Anhanguera Educacional, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Bacharel em Direito. 
Orientador: Andresa Bertão
BANCA EXAMINADORA
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Pelotas,de de 2019
Dedico este trabalho a minha família que muito me apoiou e me incentivou nesta etapa.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, que permitiu que eu chegasse até aqui, que permitiu que eu superasse todas as fases ruins e que concluísse este trabalho.
A esta universidade e a todos os professores por me proporcionarem o conhecimento, o caráter e afetividade da educação no processo de formação profissional, por tanto que se dedicaram a mim, não somente por terem me ensinado, mas por terem me feito aprender, estes terão o meu eterno agradecimento.
Agradeço a minha mãe Solange Moraes de Oliveira, por sempre me apoiar, meu pai Renato Ribeiro de Oliveira, por nunca desistir de mim, mesmo com todas as dificuldades. E por fim, agradeço ao meu namorado Charles Jacobsen, por todo apoio, paciência e companheirismo, nesses meses de muito trabalho.
OLIVEIRA, Suélen. Aborto: a (in)constitucionalidade do aborto até a 12ª semana de gestação. 2019. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – Instituição Anhanguera, Pelotas, 2019.
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo apresentar um estudo acerca do aborto, caso típico onde as posições quanto ao fundamento ético são inconciliáveis. Para alguns se trata de direito à vida, para outros envolve o direito da mulher em decidir sobre seu próprio corpo. É um tema que gera inúmeras discussões e polêmicas, como na área médica, jurídica, social, religiosa, entre outras.Atualmente diante da discussão criada sobre a possível legalização do aborto, acredita-se ser pertinente a abordagem deste tema, que sem dúvidas, é um dos assuntos mais discutidos pela sociedade, não só por apresentar uma grave ameaça aos princípios éticos e religiosos, mas principalmente porque reproduz um conflito de forças existentes entre o estado e a sociedade quanto às condutas humanas.
Palavras-chave: Aborto; Criminalização; Legalização.
OLIVEIRA, Suélen. Aborto: a (in)constitucionalidade do aborto até a 12ª semana de gestação. 2019. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – Instituição Anhanguera, Pelotas, 2019.
ABSTRACT
The present study aims to present a study about abortion, a typical case where the positions on the ethical foundation are irreconcilable. For some it comes right to life, for others it involves the woman's right to decide on her own body. It is a topic that generates numerous discussions and controversies, as in the medical, legal, social, religious, among others. Nowadays, in the face of the discussion about the possible legalization of abortion, it is believed that it is pertinent to address this issue, which is undoubtedly one of the most discussed issues in society, not only because it poses a serious threat to ethical and religious principles, because it reproduces a conflict of forces between the state and society regarding human conduct.
Key-words:Abortion; Criminalization; Legalization.
9
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	9
2. 	EVOLUÇÃO HISTÓRICA E AUTONOMIA DA MULHER FRENTE AO DIREITO A VIDA	11
2.1. EVOLUÇÃO DO ABORTO NO BRASIL..............................................................12
2.2. 	AUTONOMIA DA VONTADE DA MULHER X DIREITO A VIDA........................14
3.	julgamento do stf sobre a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação e demais decisões	15
4.	consequências e impacto da descriminalização do aborto no brasil	21
4.1. 	IMPACTOS DA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO NO BRASIL...........................22
5.	CONsiderações finais	24
REFERÊNCIAS	26
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa abordou o tema aborto e tem o objetivo principal a (in) constitucionalidade do aborto até a 12ª semana de gestação. Caso típico onde as opiniões sobre o assunto são inconciliáveis. É um tema que gera inúmeras discussões e polemicas na área médica, jurídica, social, religiosa, entre outras. Sem duvidas é um dos assuntos mais discutidos pela sociedade, não só por apresentar uma grave ameaça aos princípios éticos e religiosos, mas principalmente porque produz um conflito de forças existentes entre o estado e a sociedade quanto as condutas humanas.
Este estudo foi de grande relevância uma vez que sabe-se que o aborto é um tema muito polemico, pois envolve muitos fatores, entre eles a autonomia da vontade da mulher, o direito de escolha e o direito de vida do feto, em vista disso, buscou-se analisar as conseqüências e danos provocados pelo aborto.
Contudo, o tema esta sendo muito discutido no Brasil, pelo fato de algumas autoridades estarem querendo descriminalizá-lo. Diante da garantia do direito a vida, o aborto sendo a interrupção de uma gravidez, é a interrupção de uma vida, de um feto, de um nascituro. A partir de que o aborto ocorre de uma forma artificial, ele passa a ser um crime, segundo o Código penal brasileiro, com exceção aos casos previstos em lei, como o estupro e risco a vida da mãe, citado no artigo 128 do Código Penal, em seus incisos I e II.
Teve como objetivo contribuir na compreensão do tema, para com a sociedade e comunidade acadêmica no que diz respeito as garantias fundamentais, mostrando o confronto entre a liberdade de escolha e a proteção a vida, se ambos são merecedores da proteção constitucional.
Assim, o primeiro capítulo abordou o entendimento do progresso histórico do aborto, a decisão de interromper a gravidez não é algo moderno, a história mostra que sua presença é sentida em quase todos os tempos. Também abordou a compreensão da vontade e a liberdade da mãe frente ao direito e a proteção a vida do feto. O Segundo capítulo abordou as discussões quanto a legalização do aborto, o entendimento legal e cientifico, o atual julgamento do STF sobre o assunto, e as decisões a respeito.
Por fim, no terceiro e último capítulo foi discutido sobre as conseqüências e o impacto da legalização do aborto no Brasil, assim como a forma em que o direito brasileiro vem tratando do assunto, como a criminalização do aborto pela legislação brasileira é trabalhada, bem como as divergências doutrinárias presentes no Código de Ética Médica, no Código Penal Brasileiro e na Constituição Federal da República.
A metodologia de pesquisa foi através de pesquisas doutrinárias, jurisprudenciais, revistas, artigos acadêmicos, legislação, ou seja, pelo método de revisão bibliográfica e sites. Os arquivos pesquisados são dos últimos dez anos.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA E AUTONOMIA DA MULHER FRENTE AO DIREITO À VIDA 
A decisão de interromper a gravidez não é algo moderno, a história mostra que sua presença é sentida em quase todos os tempos, seja de forma permissiva ou até mesmo obrigatória. Essa pratica servia tanto para fins de controle populacional como para se livrar de uma gravidez indesejada. A História do aborto continua em construção na atualidade. A pratica do aborto é conhecida por diversos povos, para cada um possui um significado especifico e nem sempre foi objeto de incriminação.
Conforme o entendimento de Matielo (1994, p. 14)
Aristóteles e Platão defendiam o aborto como uma formade controle populacional, entendendo que era método de controlar o número de nascimentos e controlá-los, porém sugeriam que fosse praticado antes que o feto tivesse recebido sentidos e vida. Existia também uma grande preocupação com o abandono de crianças, o que era comum na Grécia.
Sócrates também admitia o aborto, sem oura justificativa que não a própria liberdade de opção pela interrupção da gravidez. 
No período da República Romana, 500 a.C., o aborto foi considerado um ato imoral, todavia teve larga utilização entre as mulheres, principalmente entre aquelas que se preocupavam com a aparência física, o que neste período histórico possuía uma grande importância no meio social (herança do tempo do Império). Assim sendo, cresceu monstruosamente o número de abortos a ponto dos legisladores passarem a considerá-lo um ato criminoso. Como conseqüência a Lei Cornélia punia a mulher com pena de morte se esta consentisse com a prática abortiva. (MATIELO; RAFAEL, 1996, p.14)
Ainda assim, de acordo com Baraldi (2009, p.22)
Hipócritas por sua vez não era favorável à realização do aborto pois considerava que a missão da mulher era “dar a vida”, e também devido ao fato dessa pratica ser mais perigosa do que um parto, o que colocaria a vida da mulher em risco. 
Contudo, constata-se que o aborto sempre foi praticado em todo o mundo, e embora fosse reprovado pela grande maioria das civilizações, em determinadas épocas, foi aceito sob o pretexto de servir para controlar o crescimento populacional. 
Seus primeiros defensores pretendiam proteger não somente o ser em formação, mas também a vida da gestante.
2.1 EVOLUÇÃO DO ABORTO NO BRASIL
Sobre a história do aborto, quem nos ensina é Capez (2014, p.145):
A prática do aborto nem sempre foi objeto de incriminação, sendo muito comum a sua realização entre os povos hebreus e gregos. Em Roma, a Lei das XII Tábuas e as leis da República não cuidavam do aborto, pois consideravam o produto da concepção como parte do corpo da gestante e não como ser autônomo, de modo que a mulher que abortava nada mais fazia que dispor do próprio corpo. Em tempos posteriores o aborto passou a ser considerado uma lesão ao direito do marido à prole, sendo a sua prática castigada. Foi então com o cristianismo que o aborto passou a ser efetivamente reprovado no meio social, tendo os imperadores Adriano, Constantino e Teodósio reformado o direito e assimilado o aborto criminoso ao homicídio.
Observou-se que a pratica do aborto não era entendida como ato criminoso, pois o homem considerava que o feto fazia parte do corpo da mulher, não acreditando ser um individuo a parte, assim a mulher que praticava o aborto não estaria fazendo mal a outra pessoa senão a si mesma. Com o passar dos anos a humanidade foi evoluindo e assim modificando seu modo de agir e pensar, assim a pratica do aborto começou a ser vista como uma pratica ilícita. 
No Brasil, o crime de aborto foi tratado pela primeira vez no Código Criminal do Império de 1830, não era previsto o delito praticado pela própria gestante, mas sim a conduta praticada por terceiro, com ou sem consentimento da gestante. Previsto nos artigos 199 e 200 dos crimes contra a segurança da pessoa e da vida:
Artigo 199 – Ocasionar aborto por qualquer meio empregado anterior ou exteriormente com o consentimento da mulher pejada. Pena: Prisão com trabalho de 1 a 5 anos. Se o crime for cometido sem o consentimento da mulher pejada. Penas dobradas.
Artigo 200 – Fornecer, com o consentimento de causa, drogas ou quaisquer meios para produzir o aborto, ainda que este não se verifique. Pena: Prisão com trabalho de 2 a 6 anos. Se esse crime foi cometido por médico, boticário ou cirurgião ainda praticante de tais artes. Penas dobradas.
O Código Penal da República, do ano de 1890, diferente do de 1830, retratou pela primeira vez o aborto provocado pela própria gestante, diferenciando do que ocorre ou não a expulsão do feto, sendo que se houvesse a morte da gestante, a pena seria agravada. Conforme os seguintes artigos 300, 301 e 302:
Artigo 300 – Provocar aborto haja ou não a expulsão do fruto da concepção: No primeiro caso: pena de prisão celular por dois a seis anos. No segundo caso: pena de prisão celular por seis meses a um ano. §1º Se em conseqüência do aborto, ou dos meios empregados para provocá-lo, seguir a morte da mulher. Pena de prisão celular de seis a vinte e quatro anos. §2º Se o aborto for provocado por médico, ou parteira legalmente habilitada para o exercício da medicina. Pena: a mesma precedentemente estabelecida, e a de privação de exercício da profissão por tempo igual ao da reclusão.
Artigo 301 – Provocar Aborto com anuência e acordo da gestante. Pena: prisão celular de um a cindo anos. Parágrafo único: Em igual pena incorrera a gestante que conseguir abortar voluntariamente, empregado para esse fim os meios; com redução da terça parte se o crime foi cometido para ocultar desonra próprio.
Artigo 302 – Se o médico ou parteira, praticando o aborto legal, para salvar da morte inevitável, ocasionam-lhe a morte por imperícia ou negligência. Penas: prisão celular de dois meses a dois anos e privado de exercício da profissão por igual tempo de condenação.
Em conclusão o Código Penal de 1940, especificou a pratica abortiva em sua parte especial que trata dos “crimes contra a pessoa” e dos “crimes contra a vida”:
Artigo 124 – Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Artigo 125 – Provocar aborto sem o consentimento da gestante: Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos.
Artigo 126 – Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de 14 (quatorze) anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
Artigo 127 – As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Artigo 128 – Não se pune o aborto praticado por médico: I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante; II – se a gravidez resultade estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Assim sendo, nota-se que com o passar do tempo, o que antigamente não era considerado como crime, hoje em dia está bem conceituado em nosso Código penal Brasileiro.
2.2 Autonomia da Vontade da Mulher x Direito à Vida
A idéia de que o feto por ser parte do organismo da gestante, não é tido como “ser humano”, em vista disso a gestante tem direito a livre disposição do seu corpo. Já a medicina e a embriologia comprovaram que o feto não é parte complementar do corpo da gestante; é um ser independente, tem vida própria. 
Para sustentar o argumento jurídico de direito ao aborto provocado, seria necessário comprovar que o feto não é ser humano e sim que pertence ao organismo de sua mãe, ou então que os pais tenham o poder sobre a vida e a morte deste feto tido como ser humano.
Mas experimentos científicos demonstram que a vitima do aborto existe, pelo fato que desde a concepção se tem um novo ser humano, salientamos que o feto não é parte do corpo materno, mas sim um organismo humano que esta com sua mãe, e que em três meses de gestação já esta completamente formado, restando-lhe apenas crescer.
Assim, ressaltou Diniz (2014, p. 107-113).
A ideologia da autonomia da vontade, onde se defende o direito da livre escolha da mulher sobre o corpo está baseada num parecer individualista, hedonista e consumista da liberdade. Nosso entendimento assim como a jurista Maria Helena Diniz é que a interrupção da gravidez por motivo egoístico seja apropriado pela liberdade de escolha, não é maior do que o valor supremo da vida humana.  
Sendo assim, como alega a autonomia da vontade, a mulherpode até ser dona do seu corpo, porém não é dona da vida do nascituro. O feto é uma vida humana concreta, então como pode a gestante reivindicar um direito que não é seu, visto que o feto não é parte do seu corpo. 
julgamento do stf sobre a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação e demais decisões
O aborto sempre foi um tema muito polemico e complexo, principalmente após a decisão proferida pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal ao Habeas Corpus de número 124.306/2016, onde considerou inconstitucionais os artigos 124 e 126 do Código Penal por ferirem os princípios da autonomia e da sexualidade da mulher, foi interpretado atípico o aborto provocado até 12ª semana de gestação, decidindo que a partir daí é que começa a vida. O julgamento do referido Habeas Corpus aconteceu no dia 29 de novembro de 2016, onde gerou duvida entre os juristas, cientistas e cidadãos, por não caber a um tribunal decidir quando se inicia a vida.
Nesse contexto o ordenamento jurídico abraça a proteção e garantia no artigo 5º, “caput”, da Constituição Federal:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade
A Constituição Federal não faz distinção, portanto, um ser que esta em desenvolvimento, também teu seu direito inviolável, com isso estamos diante do Principio da Inviolabilidade à Vida.
A decisão foi tomada então, com base no voto do Ministro Luis Roberto Barroso, onde ele acredita que a criminalização do aborto nos três primeiros meses de gestação viola os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, o direito a autonomia de fazer suas escolhas e o direito a integridade física e psíquica. No voto Barroso também ressaltou que a criminalização do aborto não é aplicada em países democráticos e desenvolvidos, como os Estados Unidos, Alemanha, França, entre outros.
Apesar de admitir a descriminalização do aborto nos três primeiros meses, Barroso entende que a criminalização do procedimento pode ser aplicada a partir dos meses seguintes.
Sendo assim, Barroso manifestou em seu voto:
A criminalização é incompatível com os seguintes direitos fundamentais: os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, que não pode ser obrigada pelo Estado a manter uma gestação indesejada; a autonomia da mulher, que deve conservar o direito de fazer suas escolhas existenciais; a integridade física e psíquica da gestante, que é quem sofre, no seu corpo e no seu psiquismo, os efeitos da gravidez; e a igualdade da mulher, já que homens não engravidam e, portanto, a equiparação plena de gênero depende de se respeitar a vontade da mulher nessa matéria. Ao se afirmar a incompatibilidade da criminalização com a Constituição, não se está a fazer a defesa da disseminação do procedimento. 
Pelo contrário, o que ser pretende é que ele seja raro e seguro.Como pode o Estado – isto é, um delegado de polícia, um promotor de justiça ou um juiz de direito – impor a uma mulher, nas semanas iniciais da gestação, que a leve a termo, como se tratasse de um útero a serviço da sociedade, e não de uma pessoa autônoma, no gozo de plena capacidade de ser, pensar e viver a própria vida?
A criminalização viola, também, os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, que incluem o direito de toda mulher de decidir sobre se e quando deseja ter filhos, sem discriminação, coerção e violência, bem como de obter o maior grau possível de saúde sexual e reprodutiva.Há, por exemplo, uma visão idealizada em torno da experiência da maternidade, que, na prática, pode constituir um fardo para algumas mulheres. Na medida em que é a mulher que suporta o ônus integral da gravidez, e que o homem não engravida, somente haverá igualdade plena se a ela for reconhecido o direito de decidir acerca da sua manutenção ou não. 
A tipificação penal produz também discriminação social, já que prejudica, de forma desproporcional, as mulheres pobres, que não têm acesso a médicos e clínicas particulares, nem podem se valer do sistema público de saúde para realizar o procedimento abortivo. Por meio da criminalização, o Estado retira da mulher a possibilidade de submissão a um procedimento médico seguro. Não raro, mulheres pobres precisam recorrer a clínicas clandestinas sem qualquer infraestrutura médica ou a procedimentos precários e primitivos, que lhes oferecem elevados riscos de lesões, mutilações e óbito.Na verdade, o que a criminalização de fato afeta é a quantidade de abortos seguros e, consequentemente, o número de mulheres que têm complicações de saúde ou que morrem devido à realização do procedimento. Trata-se de um grave problema de saúde pública, oficialmente reconhecido.Deixe-se bem claro: a reprovação moral do aborto por grupos religiosos ou por quem quer que seja é perfeitamente legítima. Todos têm o direito de se expressar e de defender dogmas, valores e convicções. O que refoge à razão pública é a possibilidade de um dos lados, em um tema eticamente controvertido, criminalizar a posição do outro.Em temas moralmente divisivos, o papel adequado do Estado não é tomar partido e impor uma visão, mas permitir que as mulheres façam sua escolha de forma autônoma. O Estado precisa estar do lado de quem deseja ter o filho. O Estado precisa estar do lado de quem não deseja – geralmente porque não pode – ter o filho. Em suma: por ter o dever de estar dos dois lados, o Estado não pode escolher um.É preciso verificar se as restrições aos direitos fundamentais das mulheres decorrentes da criminalização são ou não compensadas pela proteção à vida do feto.
Seguindo o voto então, o colegiado entendeu que são inconstitucionais os artigos do Código Penal que criminalizam o aborto. Foi então que três dos cinco Ministros consideraram que a interrupção da gravidez até o 3º mês de gestação não configura crime.
Votaram desta forma então os ministros: Luis Roberto Barroso, Rosa Weber e Edson Fachin.
Sendo assim, em seu voto, Rosa Weber considera que:
’as mulheres devem ter o direito de interromper de forma segura uma gestação indesejada’ (WEBER, 2018).
Para embasar os argumentos, ela citou tratados internacionais de direitos humanos e decisões judiciais de cortes de outros países, como o famoso caso "Roe vs Wade" na Suprema Corte americana, que abriu o caminho para a legalização do aborto nos Estados Unidos, em 1973:
O aborto clandestino é realidade ascendente dos países que não disciplinaram juridicamente a prática da interrupção da gravidez por decisão da mulher no primeiro trimestre da gestação, que implica sérios riscos de saúde e aumento da mortalidade materna por complicações dos procedimentos clandestinos de aborto, os quais são utilizados pelas mulheres que não possuem condições econômicas de custear o tratamento particular (WEBER, 2018).
Assim como o Ministro Barroso, Rosa Weber citou pesquisas onde mostram que os países com as legislações mais restritivas ao aborto são os com maiores taxas de interrupção provocada da gravidez:
"A ingerência estatal no primeiro trimestre da gestação deve militar em favor da proteção da mulher em ter condições seguras de realizar a interrupção voluntária da gestação" (WEBER, 2018).
Desta forma, sem especificar seus argumentos, o Ministro Fachin decidiu acompanhar o voto de Barroso, em vez de seguir os fundamentos de Marco Aurélio, relator do caso, para conceder o habeas corpus às cinco pessoas a qual estavam presas preventivamente por realizarem abortos clandestinos. 
Tanto Marco Aurélio, quanto Barroso queriam a concessão de liberdade a essas pessoas, a diferença é que Marco Aurelio considerou que a prisão preventiva já não se justificava pois os suspeitos nãos ofereceriam perigo e nem teriam intenção de fugir. Barroso já foi mais alem, e disse que de uma forma geral, o aborto não pode ser considerado crime se feito com o consentimento da gestante ate o terceiro mês de gestação. Assim, na visão do Ministro, aquelas pessoas nem deveriam ter sido processadas.Em seu voto, Fachin também lembrou que o Papa Francisco abriu a possibilidade, mediante confissão, que sejam absolvidas as mulheres e profissionais de saúde que tiverem feito aborto.
 Os ministros Marco Aurélio Mello e Luiz Fux, também concederam o habeas corpus, mas não se posicionaram sobre se o aborto, de forma geral, deveria deixar de ser crime. Ricardo Lewandowski é tido como voto certo contra a descriminalização do aborto, já no julgamento de 2012 sobre fetos com anencefalia ele votou contra permitir a interrupção. 
Já no ano seguinte, em Março de 2017, o Instituto de Bioética (ANIS) e o PSOL ( Partido Socialismo e Liberdade) formaram a ADPF 442, Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental que argumenta que os artigos do Código Penal que proíbem o aborto afrontam preceitos fundamentais da Constituição Federal, como o direito das mulheres à vida, à dignidade, à cidadania, à não discriminação, à liberdade, à igualdade, à saúde e ao planejamento familiar, entre outros, pedindo a apreciação ao Supremo, a luz da Constituição Federal, sustentando que o Código Penal, que consta a criminalização do aborto é uma Lei de 1940, anterior a Constituição de 1988, por isso pediram um pronunciamento do STF, sobre se o Código Penal respeita os princípios como, dignidade da pessoa humana, inviolabilidade da vida, proibição da tortura, igualdade, liberdade, os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, que são princípios constitucionais.
O PSOL solicita que o aborto provocado até a décima segunda semana de gestação não seja atípico. As advogadas que assinam a ação afirmaram que a criminalização do aborto leva inúmeras mulheres a recorrer a práticas inseguras, provocando mortes.
Com base nisso, em Julho de 2018 a IAB ( Instituto dos Advogados Brasileiros), aprovou parecer favorável a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. 
A autora do parecer, a advogada Kátia Rubinstein Tavares da Comissão do Direito Penal do Instituto, salientou que na ação o partido requer que o STF declare inconstitucionais os artigos 124 e 126 do Código Penal Brasileiro que criminalizam a pratica do aborto. “ Os dois dispositivos violam princípios constitucionais”, afirma Katia.
"Impõe-se no Brasil uma brutal diferença aos cidadãos de poder aquisitivo, pois a mulher rica tem condição de pagar pelo aborto com segurança, higiene e cuidados, enquanto a mulher pobre e desesperada com a gravidez o faz em condições precárias, sob o risco de hemorragias graves que, em muitos casos, podem levá-la à morte."
No seu parecer, afirmou que: 
O procedimento de interrupção da gravidez ocorre, para a maioria das mulheres brasileiras, em condições insalubres. São jovens, negras e indígenas, pobres e pouco escolarizadas.
As duas únicas hipóteses de interrupção da gravidez não consideradas ilicitudes são aquelas em que, conforme a legislação em vigor, o aborto é necessário para salvar a vida da gestante ou quando a gravidez resultou de estupro. O debate sobre a questão do aborto deve se dar no âmbito jurídico, levando-se em conta os dados científicos relevantes que apontam para injustiça da sua criminalização à luz da ordem constitucional vigente e de instrumentos internacionais de direitos humanos.
A fim de instaurar o debate constitucional e o alcance do problema jurídico, a ministra solicitou informações à Presidência da República, ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, à Advocacia-Geral da União (AGU) e à Procuradoria-Geral da República (PGR). 
Em resposta, a Presidência da República vê a existência de “desacordo moral razoável” sobre a questão na sociedade brasileira, diante da falta de consenso mínimo a respeito das concepções morais, filosóficas e religiosas sobre a matéria. 
O Senado Federal, esclarece que os artigos questionados na ADPF não foram objeto da reforma legislativa no Código Penal (Lei 7.209/1984) e diz que o artigo 2º do Código Civil de 2002 assegura direitos ao feto viável. 
No mesmo sentido, a Câmara dos Deputados defende que a descriminalização da conduta, deverá ocorrer por intermédio do Poder Legislativo.
Consequentemente, a Ministra Rosa Weber do STF, convocou uma audiência publica para discutir a descriminalização do aborto, a magistrada é relatora do preceito fundamental 442, em que o PSOL sustenta que os artigos 124 e 126 do Código Penal violam a Constituição Federal.
As audiências ocorreram no dia 3 e 6 de agosto do ano de 2018, onde foram ouvidos 60 especialistas do Brasil e do exterior, entre eles, bispos,pesquisadores de diversas áreas da saúde, juristas, advogados e representantes de organizações da sociedade civil de defesa dos direitos humanos e entidades de natureza religiosa. 
Após a audiência, a ministra prepararia o voto e o relatório do caso, mas ainda não há prazo para que isto ocorra ainda esta em tramitação no STF, o tema não retornou ate o momento à Pauta do Tribunal.
CONSEQUENCIAS E IMPACTOS DA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO NO BRASIL
Do ponto de vista da legislação brasileira o aborto é tido como a interrupção voluntaria da gravidez e a pratica considerada crime.
No Código Penal Brasileiro, há duas previsões do afastamento do delito, risco de vida da gestante e gravidez resultante de estupro. Também, em 2012, a lei brasileira passou a contemplar o aborto em caso de anomalia fetal grave, apresentando o Código Penal na modalidade de aborto humanitário.
Há um numero enorme de pessoas que já realizaram um aborto ou ao menos conhecem alguém que já tenha praticado, por mais que achem isso super natural, afinal, “atrapalharia” a vida e os planos futuros da gestante, mas também temos que concordar com as pesquisas que mostram as duras conseqüências desta pratica. E não me refiro ao aborto espontâneo, ao qual o corpo da mulher expulsa o feto por acidente ou problemas de saúde.
As conseqüências desse crime são pouco divulgadas na mídia, pois há a discussão que legalizar o aborto é uma questão de saúde publica. 
De fato o numero de abortos no Brasil ultrapassa 1 milhão por ano e vem crescendo cada vez mais, mas legalizar a pratica não significa a sua diminuição, tampouco que os efeitos desapareçam. 
Seja legal ou clandestino, as conseqüências perigosas do aborto estão sempre presentes.
Podem ocorrer conseqüências físicas como: laceração do colo uterino, o que provoca partos posteriores prematuros; perfuração do útero; esterilidade; perigo de lesão no intestino, trompas e bexiga; retirada do útero (histectomia) e/ou endométrio (mucosa); gravidez ectópica (fora do local apropriado); entrada da solução salina na corrente sanguínea da mãe; e morte materna, independentemente do método abortivo.
Conseqüências psicológicas: crises de histeria; sentimento de culpa; visões ou sonhos com a criança abortada; dificuldade em manter relacionamentos pessoais; ansiedade e medo de outra gravidez; queda na estima pessoal pela destruição do próprio filho; depressão; e nove vezes mais propensão ao suicídio.
1.1 IMPACTOS DA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO NO BRASIL
Para DINIZ (2017):
Descriminalizar o aborto é permitir sua redução, como sugerem estudos de saúde pública em países que já o fizeram. Permite chegar às necessidades de vida da mulher que recorre a ele. Quando há criminalização e a mulher tem medo de ser denunciada à polícia, o que hoje acontece no Brasil, ela não fala a verdade quando entra no hospital. Os motivos que a levaram ao aborto são mantidos em segredo, no medo e no estigma.
Já para RAMOS (2017):
A solução não passa pelo aborto, mas por enfrentar as situações que levam a ele. O aborto não resolve a questão da jovem, quase adolescente, que engravidou, não resolverá a violência hedionda do estupro. Pelo que acompanhei nestes anos, cresce para mim uma convicção – o aborto causa um mal. Ser ajudado e vencer essa primeira intenção a favor do aborto trazem um bem. As pessoas crescem e podem dizer que viveM felizes. Não necessariamente de uma forma fácil, porque a vida nem sempre tem circunstâncias fáceis. Mas são felizes porque encontraram os significados.
O conceito do impacto da legalização do abortono Brasil compreende várias idéias, de diversos especialistas, já para Viviane Pertinelli, Pós-doutora em Ciência Política e especialista em políticas públicas e participação social, que participou da audiência pública realizada no STF no inicio de Agosto de 2018, ela abordou os impactos socioeconômicos da legalização do aborto voluntario no Brasil, ela teve por base experiências vividas por países que já descriminalizaram o aborto.
De acordo com PERTINELLI (2018):
O abortamento consiste em um procedimento hospitalar caro. O custo médio nos países onde ele é legalizado, dentre eles os Estados Unidos, o Canadá, o Reino Unido, a Espanha e a África do Sul, é de US$ 500 (algo em torno de R$ 2 mil). Nos Estados Unidos, por exemplo, o preço médio de um aborto induzido no primeiro trimestre de gravidez varia de US$ 225 a US$ 750 dólares (entre R$ 900 e R$ 3 mil) e, por procedimento, sendo a média US$ 490 (pouco mais de R$ 1,9 mil). Semelhantemente a isso, no Canadá o custo médio por procedimento em clínica privada é de US$ 500 dólares e, na rede pública, de US$ 1 mil (aproximadamente R$ 4 mil). Já no Reino Unido, na Espanha e na África do Sul, paga-se, por procedimento, entre $ 1 mil e $ 2 mil na moeda local (Libras, Euro e Rand, respectivamente). É de se esperar, portanto, custos semelhantes e até maiores aqui no Brasil. Se o custo unitário for R$ 500,00 e o número de abortos voluntários chegar a um milhão por ano, como se projeta e se tem divulgado, o custo inicial com aborto poderá chegar a R$ 500 milhões por ano, desconsiderando aqui as despesas com infraestrutura, compra de material e assistência farmacêutica.
Também citou o valor do orçamento que iria para o aborto:
Somente o aborto legalizado, pensando isoladamente, poderá custar aos cofres públicos, 3% do total do orçamento da Atenção Básica (R$ 500 milhões estimados num total de R$ 17 bilhões). Isso corresponde a um gasto quase sete vezes superior ao destinado a todas as ações do Programa Rede Cegonha, tomando como base o que foi disponibilizado em 2017 pelo Governo Federal. Isso quer dizer que cerca de 3% dos recursos da Atenção Básica serão utilizados para atender possivelmente um milhão de mulheres, que representam menos de 2% do total de mulheres em idade fértil, que compõem o público-alvo do programa Rede Cegonha. O aborto custa caro sim, e não evita riscos de vida. Sem contar toda a consequência negativas para a saúde física e psicológica da mulher.
Portanto após várias idéias divergentes, não sabemos se a eventualidade de uma lei que descriminalize o aborto resolveria questões como das clinicas que fazem abortos clandestinos, colocando em risco a vida de varias mulheres. É muito bonito dizer que depois o Sistema Único de Saúde (SUS) dará assistência a todas as mulheres que precisem. Temos de considerar também a precariedade dos serviços públicos de saúde e a sua falta de responsabilidade social sobre os direitos básicos da mulher; não se tem um método contraceptivo eficaz e com orientação adequada. Portanto cabe à mulher adquiri-lo e usá-lo com recursos e orientação próprios. A ausência de um programa de planejamento familiar é o principal responsável pelos agravos à saúde da mulher no País. Os índices de mortalidade atribuídas ao aborto provocado são somente a ponta do iceberg, que cobre a noticia de um problema social grave através de uma estratégia perversa, danosa, que só prorroga o enfrentamento de um tema tão relevante para o país.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho tratou do tema aborto, caso típico onde as opiniões são inconciliáveis. O aborto consiste na interrupção da gravidez, com a remoção ou expulsão de um feto do útero, resultando na sua morte. Pode ser espontâneo ou natural, quando independe da vontade da gestante, ou artificial, provocando o fim da gestação e da vida do feto, mediante a utilização de técnicas médicas, medicamentosas, cirúrgicas, entre outras.
Em regra, no Brasil, o aborto e considerado crime, salvo disposto no artigo 128 do Código Penal, onde existem somente duas hipóteses excepcionadas pela lei: quando a gravidez for resultante de estupro e quando for de risco e não tiver outro meio de salvar a vida da gestante. A jurisprudência também permite a realização do aborto nos casos de feto anencéfalo, após julgamento do STF onde decidiram que nesse caso, o feto é natimorto, portanto o aborto não e considerado crime.
Atualmente, existe um julgamento no STF, onde pedem a legalização do aborto ate a 12ª semana de gestação, pois acreditam que a criminalização do aborto nos três primeiros meses de gestação viola os direitos da mulher.
Todavia, existe a duvida da questão de quando se inicia a vida humana, onde é influenciada por fatores e princípios religiosos, morais, jurídicos, científicos, etc.
Enquanto para alguns a vida se inicia no momento da fecundação, para outros somente com o desenvolvimento do sistema nervoso; por fim, existem aqueles que acreditam que a vida só se inicia com o nascimento, portanto, não existe e nem nunca vai existir um consenso.
Nesse contexto, deve-se atentar que o primeiro direito do homem é o de viver, e dever da sociedade defender e proteger o direito de nascer, e todos esses direitos so tem importância se houver um ser humano vivo para desfrutá-los.
Por isso o aborto mesmo sendo tratado como uma questão de saúde publica a sua descriminalização ou legalização não diminuirá a pratica, mas sim, poderá causar mais danos tendo em vista que a grande parte da população é dependente dos serviços públicos. 
Comparar o Brasil com países desenvolvidos, causa uma desproporcionalidade no julgamento, pois a questão educacional e social são totalmente diferentes da que vivemos no nosso país; no decorrer da pesquisa vimos que a pratica do aborto após a legalização de alguns países e a descriminalização de outros, só aumentou, e em muitos casos existem muitos impactos socioeconômicos, o que para o Brasil seria algo bastante relevante. 
A descriminalização do aborto esta cada vez mais sendo discutida na sociedade, por se tratar de não existir consenso sobre o assunto, portanto, abrindo precedentes e possíveis trabalhos futuros, pois o tema em questão e sua legalização ou descriminalização é um assunto extremamente delicado por se tratar de inúmeras opiniões inconciliáveis.
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