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Linfoma de Hodgkin · Definição É uma doença neoplásica, associada a um processo inflamatório característico e histologicamente caracterizado por células de Reed-Sternberg (células R-S: células gigantes multinucleadas em infiltrado inflamatório, é o clone neoplásico da doença e é derivado de linfócitos B do centro germinativo do linfonodo) imersa em substrato de aspecto inflamatório · Epidemiologia É considerada de bom prognóstico, 60% de chance de cura Tem 2 picos de incidência: 20-30 anos e 50-60 anos Predomina nos jovens, caucasianos, sexo masculino – M:F 1,3:1 98% dos casos são derivados de células B periféricas 2% derivados de células T periféricas Correspondem a 30% de todos os linfomas · Etiologia Desconhecida, mas algumas relações: vírus Epstein-Barr (mononucleose), HIV e predisposição genética · Fisiopatologia O linfoma é derivado da transformação neoplásica de linfócitos periféricos maduros Tecidos acometidos pelo linfoma de Hodgkin apresentam: pequena quantidade de células Célula R-S: célula grande, de citoplasma abundante e com núcleo bilobulado com proeminentes nucléolos eosinofílicos Não é patognomônica, para especificar o LH ela deve conter os marcadores CD15 (marcador de granulócitos) e CD30 (marcador de linfócitos B/T ativados) Am volta dela, acumulam-se outras células (principalmente linfócitos T, além de eosinófilos, plasmócitos, histiócitos, neutrófilos) compondo um “pano de fundo” Tumorais mononucleares (células H) e células multinucleadas características (células R-S) Esse conjunto de células são rodeadas por linfócitos T formando rosetas As células H e R-S que são as células malignas clonais são encontradas geralmente em proporção baixa, correspondendo a 2% da massa tumoral · Quadro clínico - Linfadenopatia assintomática: os linfonodos mais acometidos são os supradiafragmáticos, nas regiões cervicais, mediastinais (sintomas de compressão das VAs, tosse não produtiva, dor torácica e síndrome da VCI) e axilares A queixa mais comum dos pacientes é o aparecimento de massas nodais indolores com acometimento de mediastino A disseminação ocorre por contiguidade, portanto, os linfonodos são acometidos a partir de cadeias adjacentes Febre (presente no linfoma) alta, perda ponderal (emagrecimento nos últimos 6 meses), sudorese noturna (presente no linfoma) = sintomas B = mau prognóstico Os sintomas B aparecem por liberação de mediadores inflamatórios (pelas células neoplásicas e sistema imunológico do paciente). Febre de Pel-Ebstein: febre com 2 semanas de duração e 2 semanas sem febre Outros sintomas sistêmicos: prurido generalizado, astenia e intolerância a álcool Alguns pacientes podem apresentar anemia hemolítica auto-imune e a síndrome nefrótica que são curadas com o tratamento do linfoma 80% com adenopatia supradiafragmática, comprometimento extra-nodal (por contiguidade → pulmões E por disseminação hematogênica → fígado e medula óssea) Cadeia cervical esquerda (60-70%), mediastino (60-65%), baço (30%) - Esplenomegalia: somente em alguns casos - Doenças infecciosas, inflamatórias e autoimunes: metástases · Classificação - LH com predomínio linfocitário nodular (LHPL): bom prognóstico - LH clássico (LHC): Esclerose nodular (65% dos casos): adenopatia cervical e/ou mediastinal assintomática em jovens Celularidade mista (25% dos casos): sintomas B, estágio mais avançado, associado ao vírus Epstein-Barr) Depleção linfocitária (< 5% dos casos): pior prognóstico Rico em linfócitos (5% dos casos): melhor prognóstico · Diagnóstico - Hemograma: discreta anemia normocítica e normocrômica, leve leucocitose, linfopenia, monocitose, eosinofilia, trombocitose - VSH: aumentado - Biópsia ganglionar: LHPL → as células neoplásicas são positivas para o antígeno CD45 e negativas para CD15 e CD30 LCH → células de Hodgkin e Reed-Stemberg com positividade para anticorpos monoclonais dirigidos para antígenos CD15 e CD30 e sempre negativas para o CD45 LH com predomínio linfocitário nodular (PLN) LH clássico: esclerose nodular (EN), celularidade mista (CM), depleção linfocitária (DL), rico em linfócitos (RL). No exame patológico dos tecidos acometido pelo linfoma encontramos as células H e células R-S, e a presença de um fundo hiper-reativo composto por linfócitos, células plasmáticas, histiócitos, neutrófilos, eosinófilos e células estromais · Estadiamento (não precisa saber) É feito com história, exame físico, biópsia (ganglionar, óssea, de local suspeito), hemograma, VHS, função hepática e renal, fosfatase alcalina, DHL, cobre sérico e beta-2-microglobulina TC com contraste de tórax, abdome e pelve PET-scan Laparotomia exploradora em pacientes femininos com estádio I e envolvimento mediastinal isolado, estádio I masculino e subtipo PL (plasmocitário) em mulheres com < 27 anos e estádio II - I: limitado à área - II: envolve 1 ou mais áreas do mesmo lado diafragma - III: envolve 2 ou mais áreas em ambos os lados do diafragma III-1: envolve linfonodos da porção superior do admone, linfonodos hilares e baço III-2: envolve linfonodos abdominais inferiores - IV: doença extra linfática diafragmática · Fatores prognósticos - Favorável: < 50 anos, esclerose nodular, ausência de sintomas B, 3/- cadeias linfoides acometidas, VSH < 50 mm/h - Desfavorável: estádio I e II: > 50 anos, assintomáticos com VHS > 50 mm, sintoma B com VHS > 30/h mm, grande massa mediastinal e doença localizada em mais de 3 regiões - Doença avançada: Estádio III e IV: ≥ 45 anos, sexo masculino, albumina sérica < 4g/dL, Hb < 10,5 g/dL, leucocitose · Tratamento Quimioterapia (ABVD = adramicina, bleomicina, vimblastina, dacarbazina) e radioterapia para reduzir a chance de recidiva A radioterapia isolada não altera a sobrevida Pacientes com fatores prognósticos favoráveis: realizar terapias menos intensas para diminuir a toxicidade relacionada ao tratamento Pacientes com fatores prognósticos desfavoráveis: realizar terapias mais agressivas para Aumentar a chance de cura Página 1 de 2 Pablo de Souza Moreia
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