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1 lombalgia

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Problema 1 | Victória Mourão Luz | SOI V 
 
1 Ortopedia 
LOMBALGIA 
OBJETIVOS 
1. Revisar a anatomia da coluna 
vertebral; 
2. Estudar a fisiopatologia da 
lombalgia; 
3. Estudar os tipos de lombalgia; 
4. Estudar os tipos de lombalgia; 
5. Estudar os sintomas 
associados; 
6. Estudar o Diagnóstico e 
Tratamento.
MORFOLOFIA DA COLUNA 
A nossa coluna vertebral é 
constituída de 33 vértebras 
distribuídas da seguinte forma: 
• 7 Cervicais 
• 12 Torácicas 
• 5 Lombares 
• 5 sacrais 
• 4 Formando o Cóccix 
 
O conjunto das vértebras e dos 
discos intervertebrais forma a 
coluna vertebral, o esqueleto do 
pescoço e do dorso, que é a principal 
parte do esqueleto axial (isto é, os 
ossos articulados do crânio, coluna 
vertebral, costelas e esterno). 
A coluna vertebral estende-se do 
crânio até o ápice do cóccix. No 
adulto, tem 72 a 75 cm de 
comprimento, sendo 
aproximadamente 1/4 formado pelos 
discos intervertebrais, que estão 
situados entre as vértebras e as 
mantêm unidas. 
Função da coluna vertebral: 
• Protege a medula espinal e 
os nervos espinais 
• Sustenta o peso do corpo 
superior no nível da pelve 
• Garante um eixo 
parcialmente rígido e flexível 
para o corpo e uma base 
alargada sobre a qual a 
cabeça está posicionada e 
gira 
• Tem um papel importante na 
postura e locomoção (o 
movimento de um local para 
outro) 
• Os discos intervertebrais, 
além dos outros ligamentos, 
têm uma função primordial na 
manutenção da postura, 
sendo dividido em duas 
partes: núcleo pulposo e anel 
fibroso. 
Problema 1 | Victória Mourão Luz | SOI V 
 
2 Ortopedia 
Quando uma carga é aplicada ao disco vertebral ocorre uma diminuição de 
espessura em curva exponencial, que sugere uma certa desidratação do volume 
do disco. As forças de compressão sofridas pelo disco são mais importantes à 
medida que se aproximam do sacro, devido ao peso corporal que a coluna 
suporta. O progressivo achatamento desses discos vai provocando artrose com 
os anos. 
As raízes são constituídas por feixes 
de axônios que chegam ou saem da 
medula (respectivamente raízes 
posteriores e anteriores), estando 
situadas entre a aracnoide e a pia, 
portanto, no espaço subaracnóideo 
preenchido por liquor. 
Em cada segmento espinhal, um par 
de raízes, anterior e posterior, se 
une após o gânglio raquidiano 
posterior para formar um nervo 
misto, que se divide em um ramo 
fino dorsal e um ramo grosso 
ventral. 
O primeiro inerva os músculos 
paraespinhais da região cervical, 
torácica e lombossacra e a pele 
sobre estas áreas. O último, o ramo 
anterior longo, contribui para a 
formação dos plexos braquial e 
lombossacro, e, assim, inerva as 
extremidades. 
Trinta e um pares de nervos 
espinhais saem da medula: 8 
cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 
sacrais e 1 coccígeo. As vertebrais 
cervicais são sete, mas há oito 
nervos cervicais. As raízes de C1 a 
C7 saem acima das respectivas 
vértebras, enquanto a raiz C8 e as 
raízes torácicas, lombares e sacrais 
saem abaixo das vértebras 
correspondentes. 
NÚCLEO PUPOSO: 
- Parte central; 
- Sustância gelatinosa e formada por 
mucopolissacarídeos; 
- Substâncias ligadas a proteínas; 
- Não recebe terminações nervosas e 
nem vasos sanguíneos; 
- Pressão no núcleo nunca é nula 
devido à substância “aquosa” 
presente 
 
ANEL FIBROSO: 
- Região periférica; 
- Fibras concêntricas que se 
entrecruzam obliquamente, 
mais verticais na periferia e 
mais horizontais à medida que 
se aproximam do núcleo; 
 
Problema 1 | Victória Mourão Luz | SOI V 
 
3 Ortopedia 
Em adultos, a medula espinhal é muito mais curta que a coluna espinhal, que 
termina entre L1 e L2, portanto as raízes anteriores e posteriores descem abaixo 
da medula espinhal para atingir o forame intervertebral formando a cauda 
equina.
 
 
SÍNDROME COMPRESSIVA 
A maioria das dores lombares é 
causada pelo “mau uso” ou “uso 
excessivo” das estruturas da coluna 
que resultam em entorses e 
distensões. Esforços repetitivos, 
excesso de peso, pequenos traumas, 
condicionamento físico inadequado, 
erro postural, posição não 
ergonômica no trabalho e 
osteoartrose da coluna (com o 
passar do tempo, as estruturas da 
coluna vão se desgastando, podendo 
levar à degeneração dos discos 
intervertebrais e articulações). É 
comum em trabalhadores braçais. 
Outras causas incluem doenças 
inflamatórias como a espondilite 
anquilosante, infecções, tumores, 
etc. 
 
 
 
 
 
A dor é geralmente o primeiro 
sintoma da compressão medular, 
mas os achados motores 
(geralmente fraqueza) e sensoriais 
estão presentes na maioria dos 
pacientes no diagnóstico. A disfunção 
intestinal e / ou da bexiga geralmente 
são achados tardios. 
ETIOLOGIAS: 
Hérnia de disco, espondilite 
anquilosante, neoplasias, 
espondiloartrose, 
osteofitose, 
osteoporose 
idiopática e senil. 
SINAIS E 
SINTOMAS: 
Dor 
Rigidez muscular 
Manifestações 
sistêmicas 
 
O termo “dermátomo”, que 
deriva do grego dema (pele) e 
tome (segmento), é usado para 
definir um segmento da pele 
que recebe inervação sensitiva 
de uma raiz nervosa ou de um 
nervo. 
Miótomo, similar ao 
dermátomo, é utilizado para 
descrever todos os 
músculos que recebem 
inervação por um único 
segmento espinhal ou nervo. 
!! Os processos 
degenerativos costumam 
acarretar dor de pequena a 
média intensidade, enquanto 
as hérnias e neoplasias de 
alta intensidade. 
!! Os processos 
degenerativos e metabólicos 
têm uma localização múltipla. 
Problema 1 | Victória Mourão Luz | SOI V 
 
4 Ortopedia 
PATOLOGIAS 
HÉRNIA DE DISCO 
Em certas condições, especialmente 
nos movimentos bruscos de flexão e 
de torção da coluna, o núcleo pode 
romper o anel fibroso, herniando-se. 
O seu contato com a raiz nervosa 
pode determinar compressão ao 
nível da emergência da raiz ou no seu 
trajeto no buraco de conjugação. 
A hérnia de disco ocorre geralmente 
em indivíduos jovens, na faixa etária 
dos 30 aos 40 anos, quase sempre de 
modo súbito. 
As principais causas são os esforços 
físicos com a coluna em má posição 
e os microtraumas repetidos. 
Os locais mais frequentes são os 
espaços entre C4/CS e C5/C6 na 
região cervical e L4/LS e 15/S 1 na 
região lombar, local em que a 
mobilidade é maior e, 
consequentemente, o desgaste é 
mais precoce. 
Em geral, a compressão faz-se em 
uma única raiz nervosa, porém pode 
ocorrer em várias delas, dependendo 
do tamanho e da posição da hérnia. 
O sintoma principal é a dor intensa no 
local da hérnia com irradiação para 
os membros superiores ou 
inferiores, de acordo com a 
topografia, cervical ou lombossacra, 
da raiz comprimida. 
A dor pode ter o caráter de "choque 
elétrico" e comumente imobiliza o 
paciente, impedindo-o de se 
locomover e, às vezes, não o 
deixando dormir. Em outras 
ocasiões, surge apenas dolorimento 
ou sensação de peso no pescoço, no 
braço (coluna cervical), na região 
lombar ou na perna (coluna 
lombossacra). 
A palpação das linhas espondileia ou 
paraespondileia 
provoca dor na 
região próxima ao 
disco herniado e, 
por vezes, 
difusamente em 
toda a extensão do 
segmento afetado. 
OBSERVAÇÕES 
DOR REFERIDA: Aquela que é percebida na coluna vertebral, mas sua origem não é ali. 
RIGIDEZ: Principalmente a pós repouso, ocorre em doenças inflamatórias e degenerativas. Porém, 
a de origem inflamatória é mais persistente, o paciente levanta queixando dor na coluna e 
permanece ao longo do dia, diferente das de origem degenerativas. 
MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS: Deve indagar-se a respeito da sua presença ou não, tais como: 
febre, anorexia e perda de peso. 
A dor é exacerbada pela 
tosse, pelo espirro, pela 
evacuação, pela micção e 
pela movimentação da 
coluna 
Problema 1 | Victória Mourão Luz | SOI V 
 
5 Ortopedia 
A contratura manifesta-se por 
rigidez muscular e por perda da 
lordose fisiológica da coluna cervicalou lombar. 
Observam-se, também, áreas de hipo 
ou hiperestesia nos membros, de 
distribuição variável de acordo com 
as raízes e os dermátomos 
envolvidos. Os reflexos na 
dependência da raiz lesada também 
podem estar diminuídos ou até 
ausentes. 
ESPONDILITE ANQUILISANTE 
É uma doença crônica, de natureza 
inflamatória, de etiologia 
desconhecida, que afeta adultos 
jovens (15 a 40 anos), predominante 
no sexo masculino. 
Atualmente, admite-se que, no seu 
aparecimento, haveria uma interação 
entre fatores infecciosos, ambientais 
e genéticos. A sua frequente ligação 
com o antígeno HLA-B27 tem aberto 
novas perspectivas para seu melhor 
entendimento. 
Caracteriza-se pelo 
comprometimento inicial das 
articulações sacroilíacas que 
evoluem para ancilose, para artrite 
das articulações sinoviais da coluna 
vertebral e para calcificação dos 
ligamentos vertebrais. 
 
Entre as manifestações clínicas, 
destacam-se a rigidez matinal e a 
dor localizada, a princípio, nas 
articulações sacroilíacas, mas com 
tendência a comprometer toda a 
coluna vertebral, podendo levar o 
paciente posição de esquia à dor. 
O quadro clínico pode assemelhar-se 
ao da artrite reumatoide quando há 
comprometimento das articulações 
periféricas. Podem aparecer lesões 
extra articulares, entre as quais se 
destacam a insuficiência aórtica, a 
uveíte e a fibrose pulmonar. 
ESPONDILOARTROSE 
A espondiloartrose, também 
chamada de artrose da coluna 
vertebral, caracteriza-se pela 
degradação do disco intervertebral, 
das facetas articulares e dos 
ligamentos, acomentendo ambos os 
sexos, com maior frequência nas 
faixas etárias acima dos 30 anos. 
À radiografia, observam-se 
degradação do disco, proliferação 
óssea marginal, com formação dos 
osteófitos ("bicos de papagaio"), e 
esclerose óssea subcondral das 
vértebras envolvidas. 
Problema 1 | Victória Mourão Luz | SOI V 
 
6 Ortopedia 
Os segmentos mais comprometidos 
são os de maior mobilidade, ou seja, 
regiões cervical e lombossacra. 
Os principais sintomas são a dor e a 
limitação dos movimentos. A dor 
assume características especiais de 
conformidade com a região afetada. 
Muitas vezes, pode haver obstrução 
dos forames de conjugação, levando 
à compressão radicular com dor 
irradiada para os membros, para o 
tórax e para a cabeça (cervicalgia, 
dorsalgia e lombalgia). 
Na espondiloartrose sacrolombar, 
além de lombalgia, costuma haver 
dor irradiada para membros 
inferiores (lombociatalgia). 
Observam-se também parestesias 
(dormência, formigamento) e, nos 
casos mais avançados, podem surgir 
sintomas de compressão nervosa. 
O diagnóstico baseia-se nos exames 
clínico e radiológico. Os testes 
laboratoriais são normais. 
 
OSTEOPOROSE IDIOPÁTICA E SENIL 
Devido o tecido ósseo está em 
constante atividade, podemos 
apresentar alguns distúrbios em seu 
funcionamento. A osteoporose é uma 
doença marcada por um 
comprometimento e redução da 
matriz óssea, predispondo a um 
aumento no risco de fraturas, sendo, 
portanto uma doença sistêmica. 
O processo de osteoporose avança 
com a idade e é por si só algo 
assintomático, porém, alguns 
pacientes podem apresentar 
fraturas, rigidez e dificuldade dos 
movimentos da coluna. 
As principais manifestações clínicas 
da osteoporose da coluna são dor 
nas costas e na região lombar, além 
de deformidades secundárias às 
fraturas. 
Entre os achados mais comuns 
podem está o colapso vertebral, 
compressão bicôncava, 
acunhamento anterior e também 
uma hérnia do núcleo pulposo para 
dentro do canal vertebral, chamado 
de hérnia de Schmorl. Lembrar que a 
primeira manifestação dessa doença 
pode ser uma fratura. 
DIAGNÓSTICO 
- Densidometria Óssea; 
- Raio-x (O paciente provavelmente 
já está com 30-40% da sua massa 
óssea comprometida); 
- Outros exames laboratoriais: T3 e 
T4, fosfatase alcalina, cálcio, fósforo 
sérico, VHS, Sedimento Urinário, 
Calciúria e Fosfatúria de 24h; 
A dor por uma fratura de 
vértebra é localizada, 
intensa e que alivia em 
decúbito dorsal ou lateral e 
agrava com paciente de pé. 
Problema 1 | Victória Mourão Luz | SOI V 
 
7 Ortopedia 
INFECCIOSA: TUBERCULOSE NA 
COLUNA 
É um diagnóstico diferencial 
importante para avalição dessas 
síndromes, sendo decorrente de um 
processo infeccioso pelo 
Mycobaterium Tuberculosis que 
chega até lá, normalmente por um 
aporte sanguíneo. O processo 
infeccioso estende-se por meio dos 
ligamentos longitudinais anteriores e 
posteriores até a parte periférica dos 
respectivos discos. 
 
CLÍNICA 
-Pouco expressiva; 
-No início uma dor discreta e 
noturna; 
-Com a progressão a dor é intensa e 
reduz os movimentos; 
-Forma uma Giba Pótica; 
EXAMES DIAGNÓSTICO 
- Rx: Destruição dos discos 
intervertebrais; 
- Formação de abscessos; 
OSTEOFITOSE OU BICO DE 
PAPAGAIO 
Acomete a coluna vertebral, 
correspondendo a uma das 
manifestações da artrose. A 
osteofitose ou bico de papagaio, se 
forma ao redor das articulações, 
deixando os ligamentos e músculos 
que cercam a bacia mais rígidos. 
 
Essas alterações surgem em 
decorrência da desidratação do disco 
intervertebral, favorecendo a 
aproximação das vértebras e 
tornando possível a compressão das 
raízes nervosas. 
 
De modo geral, os osteófitos podem 
ser considerados um tipo de defesa 
do organismo, visando absorver a 
sobrecarga exercida sobre as 
articulações e tentando, assim, 
estabilizar a coluna vertebral. 
Fatores desencadeantes: Estresse, 
Alcoolismo, Tabagismo, Má postura, 
Sedentarismo, Fatores Genéticos. 
Considerações gerais sobre lombalgia 
- Ao exame, investigar idade, profissão e 
características semiológicas da dor; 
- Perguntar se irradia ou não para o nervo 
ciático, se sim: lombociatalgia, se não: 
lombalgia comum; 
- Normalmente a mobilização da coluna 
normalmente piora a dor; 
- Pode ser aguda ou desencadeante de um 
esforço físico; 
- Avaliar por um RaioX inicialmente em 2 
posições: frente e perfil; 
- Radiografia normal não afasta o 
diagnóstico; 
- Compressão medular grave: Síndrome da 
cauda equina, com anestesia em sela da 
região perineal, incontinência de 
esfíncteres, déficits neurológico, sensorial 
e motor nos MMII; 
- Eletromiografia auxilia no diagnóstico, 
mas o padrão ouro é TC ou RM; 
Problema 1 | Victória Mourão Luz | SOI V 
 
8 Ortopedia 
RADICULOPATIAS 
Radiculopatia é uma condição 
neurológica caracterizada por 
disfunção das raízes nervosas. 
Clinicamente se manifesta com dor 
na coluna que se irradia para a(s) 
extremidade(s), com combinação de 
deficit sensitivo e/ou motor, ou 
alteração dos reflexos profundos na 
distribuição da(s) raiz(es) afetada(s). 
Banhadas pelo líquido 
cefalorraquidiano, as raízes 
nervosas também podem sofrer 
lesões por infecção, inflamação e 
neoplasias que envolvem as 
leptomeninges. Nesta localização, a 
barreira hematoencefálica é 
incompleta, deixando-as vulneráveis 
também às lesões por neurotoxinas 
ou autoanticorpos. 
As compressões por hérnias discais 
e os processos degenerativos são as 
principais causas de radiculopatia. 
Aproximadamente dois terços dos 
adultos sofrem dor lombar ou 
cervical e frequentemente 
acompanhada de radiculopatia. 
Atualmente é a quinta causa de 
consulta médica. 
Nas doenças das raízes nervosas 
encontraremos anormalidades no 
liquor, na eletroneuromiografia 
(ENMG) por agulha e nos estudos de 
neuroimagem, notadamente na 
ressonância magnética (RM) da 
coluna espinhal. 
HISTÓRIA NATURAL 
Os fatores de risco mais importantes 
são: sexo masculino, história prévia 
de dor lombar ou cervical, fatores 
recreacionais ou laborais. História de 
trauma tem sido associada a 
radiculopatia cervical, mas não a 
radiculopatia lombar. Embora haja 
relação entre obesidade e dor 
lombar, esta associação parece não 
existir nas radiculopatias. 
Vários estudos apresentam 
associação genética do tamanho do 
canalmedular com ocorrência de 
hérnia de disco e subsequente 
radiculopatia. No que diz respeito a 
fatores ocupacionais, a radiculopatia 
ocorre com mais frequência nos 
indivíduos que realizam trabalhos 
manuais, que ficam em flexão lombar 
prolongada ou rotação e que se 
dedicam a conduzir veículos por 
muito tempo. 
Os fatores de mau prognóstico eram 
sexo masculino, problemas 
psicológicos, licença médica mais de 
3 meses antes da apresentação e 
história prévia de radiculopatia. 
SINAIS E SINTOMAS 
No diagnóstico da radiculopatia, a 
determinação do déficit sensitivo 
observada sobre um segmento de 
pele é de extrema importância para 
seu diagnóstico. 
Devemos levar em consideração 
diferentes condições que podem 
variar os dermátomos: 
a) diferentes estruturas anatômicas podem 
produzir diferentes dermátomos; 
b) fibras nervosas transmitindo sensações 
de diferentes modalidades na mesma 
área da pela podem derivar de diferentes 
nervos ou raízes; 
Problema 1 | Victória Mourão Luz | SOI V 
 
9 Ortopedia 
c) a mesma área de pela pode receber 
inervação de mais de um nervo ou 
segmento medular, explicando por que a 
ressecção de um nervo pode não perder 
a sensibilidade. 
Nestes pacientes, uma avaliação 
neurológica detalhada seria feita 
incluindo testes de avaliação manual 
da força para determinar a 
distribuição da fraqueza (miótomo) 
acompanhada de testes sensitivos 
para demonstrar a distribuição do 
deficit sensitivo (dermátomo). 
Quando existe correlação na 
suspeita de radiculopatia entre o 
déficit sensitivo com a fraqueza 
muscular no mesmo nível 
anatômico, isto leva ao diagnóstico 
de um envolvimento radicular 
baseado no exame físico. 
Pacientes com radiculopatia podem 
ter o exame físico normal. Para 
provocar fraqueza muscular há 
necessidade de uma degeneração 
axonal ou bloqueio da condução de 
uma grande proporção de axônios. 
Somando-se a isto, existe 
sobreposição das fibras motoras 
entre as raízes, portanto, a força 
muscular pode estar conservada se 
axônios de outras raízes 
permanecem intactos. 
Com relação às características da 
dor, devem-se investigar: a 
intensidade e o horário de seu 
aparecimento; a relação existente 
entre a dor e a atividade corporal 
e/ou o repouso; uma possível 
associação a queixas sistêmicas, 
chamadas “sinais de alerta”, como 
febre, calafrios, emagrecimento, 
anemia, disúria, massa abdominal ou 
outros achados; o tipo de irradiação 
da dor, se existe distribuição 
dermatomérica ou não; se a dor é de 
origem raquidiana ou 
extrarraquidiana e as características 
psicossomáticas da dor. 
Sinais de alerta para diagnóstico de 
radiculopatia (“Bandeira vermelha”) 
Indicando possíveis doenças subjacentes 
• Início < 20 ou > 55 
• Dor não mecânica (sem relação com 
atividade física), constante e progressiva 
• Dor torácica 
• História prévia de carcinoma, HIV, uso de 
esteroide ou imunossupressor 
• Mal-estar 
• Perda de peso 
• Sintomas neurológicos difusos 
• Deformidade na coluna espinhal 
• Indicadores de lesão radicular 
• Dor lombar com irradiação para uma perna 
• Irradiação para o pé e dedos 
• Dormência e parestesia numa mesma 
distribuição 
• Teste de estiramento da perna provoca dor 
• Deficit neurológico limitado a uma raiz 
Problema 1 | Victória Mourão Luz | SOI V 
 
10 Ortopedia 
RADICULOPATIA LOMBAR 
A síndrome radicular lombossacra, 
também conhecida por ciática, é 
caracterizada por dor lombar 
irradiada para um ou mais 
dermátomos lombar ou sacral, 
podendo ou não estar acompanhada 
com sinais ou sintomas deficitários. 
Quando não há déficit neurológico, 
sensitivo ou motor, chama-se dor 
radicular. A presença de sinais 
deficitários caracteriza a 
radiculopatia. 
A síndrome radicular lombossacra 
não deve ser confundida com dor 
lombar, definida como dor, tensão 
muscular ou rigidez localizada 
entre a margem costal e a linha 
glútea inferior. Na dor lombar, além 
das causas específicas (hérnia de 
disco, infecção, artrite reumatoide, 
fratura, tumor), vamos encontrar a 
dor lombar não específica que, 
como o nome diz, não tem causa 
específica. 
A história clínica é de dor irradiada 
do tipo queimação, ardente, 
furando, latejando, podendo ser 
aguda ou gradual. Em alguns casos, 
há piora súbita de um quadro 
crônico. Ela pode ser espontânea ou 
surgir após um incidente específico. 
Quando causada por hérnia de 
disco, classicamente aumenta com 
movimento de se curvar para a 
frente, sentar, tossir e pode ser 
evitada ao deitar ou algumas vezes 
por andar. 
A dor é acompanhada de 
parestesias no dermátomo da raiz 
envolvida. Na ciática clássica, com 
envolvimento das raízes L5 ou S1, a 
dor se irradia pela face posterior da 
perna até o pé. Nas lesões mais altas, 
como L3 ou L4, a dor se irradia para 
a face anterior da coxa. 
Diretrizes do Primeiro Consenso Brasileiro 
sobre lombalgias e lombociatalgias 
1. Deve-se avaliar se a dor aparece de manhã 
ou no decorrer do dia, lembrando que, nas 
hérnias discais e lombalgias de causa 
inflamatória, ela ocorre pela manhã. No canal 
estreito artrósico, pode também iniciar de 
manhã e piorar ao longo do dia. 
2. No osteoma osteoide, a dor aparece de 
madrugada. 
3. Nas espondiloartropatias, a dor é matinal, 
projeta-se nas nádegas, melhora ao longo do 
dia e às vezes desaparece à tarde. 
4. Na lombalgia mecânico-degenerativa, a dor 
aparece com os movimentos, no fim da tarde 
após o trabalho e se relaciona com estresse 
físico e emocional. 
5. Quando as lombalgias e lombociatalgias 
surgem acompanhadas de “sinais de alerta” 
(queixas sistêmicas), é necessário fazer 
anamnese de outros órgãos e sistemas. 
6. A dor raquidiana geralmente tem relação 
com os movimentos da coluna; a a 
extrarraquidiana não tem (p. ex., cólica renal). 
7. Nas compressões radiculares, a dor 
obedece quase sempre a um trajeto 
dermatomérico. Algumas vezes, isso pode não 
ocorrer (superposição de dermátomos e 
esclerótomos). 
8. Nas hérnias de disco centrais, pode não 
haver dor irradiada. 
Problema 1 | Victória Mourão Luz | SOI V 
 
11 Ortopedia 
SINAIS DE RADICULOPATIA LOMBAR 
RAIZ DOR PERDA DA 
SENSIBILIDADE 
FRAQUEZA/ATROFIA REFLEXOS 
S1 Face posterior do 
membro inferior 
até o calcanhar 
Face posterior da 
perna, lateral do pé 
até o hálux 
Gastrocnêmio; flexores dos 
dedos; bíceps femoral; glúteo 
máximo 
Diminuição 
ou abolição 
do aquileu 
L5 Face posterior e 
lateral do membro 
inferior 
Face lateral do 
membro inferior e 
anterolateral do pé. 
Extensor e flexor dos dedos; 
dorsoflexão, inversão e 
eversão dos pés; abdutores 
do quadril. 
Alteração 
incomum 
L4 Face anterior da 
coxa 
Face anterior da 
coxa com extensão 
abaixo do joelho 
Adutores do quadril; 
quadríceps; tibial anterior 
Diminuição 
ou abolição 
do patelar 
L3 Face anterior da 
coxa 
Face anterior da 
coxa 
Iliopsoas; quadríceps; 
adutores do quadril 
Diminuição 
do patelar 
TESTE PROVOCATIVO 
Teste da perna estendida ou sinal de 
Lasègue ou sinal de Lazarevi: O teste 
é realizado com o indivíduo em 
posição supina, que levanta a perna 
com o joelho estendido até começar 
a sentir dor; neste ponto o ângulo da 
elevação é medido. O sinal é dito 
positivo quando provoca dor 
radicular irradiada pela face 
posterior da perna, abaixo do joelho, 
em um ângulo de 30ª a 70ª. Dor 
abaixo de 30ª ou acima de 70ª 
normalmente não seria por irritação 
radicular, sendo mais provável ser 
secundária a contratura muscular. 
Sinal de Laèegue cruzado: Dor, na 
perna afetada, quando a perna 
oposta é elevada. Este sinal cruzado 
positivo é muito específico para 
hérnia de disco, mas pouco sensível. 
Sua presença indica pouca resposta 
ao tratamento conservador. 
Sinal de Braggard: Classicamente, 
trata-se do desencadeamento da 
lombociatalgia durante a dorsoflexão 
do tornozelo junto com flexão do 
pescoço. 
Sinal do arco de corda: Levanta-se a 
pernado paciente, como na manobra 
de Lasègue, até que a dor apareça; 
nesse momento, faz-se uma flexão 
do joelho. Havendo redução e/ou 
Problema 1 | Victória Mourão Luz | SOI V 
 
12 Ortopedia 
desaparecimento da dor, o sinal é 
considerado positivo para o 
diagnóstico de hérnia discal. 
Slump test: É a reprodução da 
lombociatalgia em posição sentada, 
com o joelho estendido combinado 
com a flexão do tronco e do pescoço. 
É mais sensível que a presença de 
sinal de Lasègue, porém é menos 
específico para hérnia de disco 
lombar. 
Sinal de extensão negativo: É 
descrito como a habilidade de 
alcançar a plena extensão lombar 
passiva. É útil como um preditor 
clínico à resposta ao tratamento 
conservador. 
Teste do estiramento do nervo 
femoral: Com o paciente em decúbito 
ventral, o examinador flexiona 
passivamente o joelho do paciente. O 
teste é positivo quando ocorre dor na 
face anterior da coxa por 
estiramento das raízes L2 a L4. 
Portanto, trata-se de um teste que 
avalia as raízes lombares altas. 
Sinais não orgânicos: Testes usados 
para identificar pacientes com 
disfunções não orgânicas ou 
funcionais. (a) regional: sintomas 
com distribuição difusa divergente da 
aceitável neuroanatomia ou 
fisiologia; (b) reação exagerada: 
reação desproporcionada verbal, de 
expressão facial, tensão muscular, 
tremor, colapso ou suor; (c) 
simulação: durante o exame formal o 
teste produz sintomas, em seguida, o 
teste é simulado sem ser executado 
e provoca dor, sugerindo um sinal 
não orgânico; (d) sensibilidade ao 
toque: desconforto ao toque sobre 
uma área difusa, não anatômica; e (e) 
distração: sinal positivo em uma 
manobra clássica, em seguida, não 
demonstrado por outra manobra ou 
paciente está distraído. 
Pacientes que tentam ganho 
secundário muitas vezes não 
toleram elevar a perna estando 
deitados (sinal de Lasègue), mas 
conseguem estendê-la 90ª quando 
sentados. Outro exemplo é o paciente 
em decúbito dorsal, que, ao levantar 
uma perna, a outra tende a se 
deslocar para baixo (sinal de 
Hoover). 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
Para pacientes com radiculopatia 
lombossacral aguda, os objetivos do 
tratamento são melhorar a dor e 
abordar o processo subjacente 
específico. As etiologias neoplásicas 
ou infecciosas da radiculopatia 
requerem tratamento imediato por 
mecanismo específico. 
Embora rara, a síndrome da cauda 
equina representa uma verdadeira 
emergência cirúrgica na qual a 
descompressão deve ser realizada 
dentro de 24 horas e, se possível, 
dentro de 12 horas 
O principal tratamento da 
radiculopatia é relativo à dor, a qual 
na maioria dos casos têm uma 
duração de semanas a poucos 
meses, mas em uma minoria de 
Problema 1 | Victória Mourão Luz | SOI V 
 
13 Ortopedia 
pacientes a dor pode se prolongar 
por meses ou mesmo além de um 
ano. 
O tratamento básico é com 
analgésicos comuns associados a 
opióides fracos, podendo-se 
associar gabapentina ou pregabalina 
caso a dor seja moderada e opióides 
fortes estão indicados caso dor 
intensa. Programas de exercícios 
individualizados para fortalecer 
musculatura paravertebral e 
abdominal e melhorar a amplitude 
dos movimentos, é benéfico para 
muitos pacientes. Injeção de 
esteroides transforaminal, 
zigapofiseal, epidural etc, ainda não 
são têm um parecer conclusivo. A 
radiculopatia nem sempre é isolada 
principalmente em idosos nos quais 
associam-se frequentemente, a dor 
da artrose coxofemoral, síndrome do 
grande trocanter (bursite 
trocantérica) e a dor miofascial 
notadamente do glúteo mínimo, 
nestes casos, a acupuntura e os 
agulhamentos de ponto gatilho são 
importantes. 
A cirurgia para hérnia de disco e 
estenose espinhal lombar é mais 
comumente realizada devido a 
sintomas persistentes ou 
comprometimento neurológico 
progressivo. No cenário de 
comprometimento neurológico 
progressivo, a consulta cirúrgica 
rápida deve ser considerada. 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Anatomia Orientada Para a Clínica-
Moore - 7ª ed. 
Semiologia Medica - Porto - 7ª Ed 
(2014). 
Tratado de Neurologia da Academia 
Brasileira de Neurologia – 2ª Ed 
(2019).

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