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EDUCAÇÃO INCLUSIVA

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Jakeline Oliveira dos Santos
Turora Keila
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Licenciatura em Pedagogia (PED4053) 08/07/2020
RESUMO
A proposta do presente artigo é refletir a respeito da educação inclusiva e o papel do professor no dia a dia, ressaltando algumas leis que contribuíram para garantir o direito de alunos com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino. A escola é, assim, um espaço privilegiado para essa perceção, pela interação que proporciona, que deve criar ambientes estimulantes e ricos, condições fundamentais para o desenvolvimento adequado de qualquer indivíduo. No entanto, suscita dúvidas e questionamentos aos professores, sobretudo a nível da implementação de estratégias que têm em conta a turma como uma entidade heterogénea. Donde a pertinência de formação neste âmbito, alguma da qual, decorrente de investigação que realizámos ou orientámos, refletimos aqui. Para que haja de fato uma educação inclusiva é imprescindível que os professores busquem capacitação, aperfeiçoamento e formação continuada, a fim de proceder a mediação ao receber alunos com necessidades educacionais especiais, visando um ensino que respeite as diferenças e particularidades de cada indivíduo
Palavras-Chaves: Educação inclusiva; O papel do professor; Lei de Diretrizes e Bases;
Jakeline Oliveira dos Santos
Tutora Keila
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Licenciatura em Pedagogia (PED4053) 08/07/2020
1.Introdução
1.INTRODUÇÃO
Falar em inclusão nos remete às discussões sobre o direito à igualdade e o direito à diferença. As sociedades são, por mais homogêneas que tentem aparentar, multiculturais em sua essência. Não há país ou grupo social no qual todos os indivíduos sejam ou hajam da mesma forma, ou que professem a mesma fé, ou tenham as mesmas aspirações. Tanto nas suas ações cotidianas em busca da sobrevivência, como nas interpretações simbólicas da existência, os seres humanos são absolutamente únicos. Um grupo se constrói por uma necessidade histórica de estar junto aos outros.
Incluir, portanto, não significa homogeneizar, mas, ao contrário, dar espaço para a expressão das diferenças. Uma diferença que se mostra não como desigualdade, mas como afirmação contundente do princípio de que todos são iguais no universo dos direitos humanos, da liberdade de expressão, da sobrevivência com dignidade e das oportunidades. Este é o princípio sob o qual a escola deve guiar-se. Esta é a direção a ser apontada, buscada e desejada. Não se trata de uma questão secundária: todo o mais será uma conseqüência de como o sistema educacional lida com esta ideia. A água só moverá o moinho se o canal que a transporta estiver na direção correta. Mas, metáforas à parte, o grande desafio está em como implementar este princípio, pois não há grandes divergências quanto ao desejo de que o fazer pedagógico seja inclusivo. Pode até parecer um tanto óbvio, como se educação e inclusão fossem partes naturais de um único conjunto indissolúvel.
2.Desenvolvimento
O Brasil obteve um avanço importante no processo de educação inclusiva com a criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, que em consonância com a Constituição Federal garante a todos os mesmos direitos.[...] a luta pela inclusão das pessoas com deficiência é fortalecida no mundo todo, deixando para trás a história de séculos de descaso e discriminação em relação às suas necessidades diferenciadas. (PIRES; SANCHES; TORRES, 2011, p. 02) Sassaki (1997, p. 167) aponta o conceito de inclusão social como: Processo pelo qual a sociedade e o portador de deficiência procuram adaptar-se mutuamente, tendo em vista a equiparação de oportunidade e, conseqüentemente, uma sociedade para todos (…) A inclusão significa que a sociedade deve adaptar-se às necessidades da pessoa com deficiência para que esta possa desenvolver-se em todos os aspectos de sua vida (SASSAKI, 1997, p. 167).
A partir de 1990 houve as primeiras preocupações entre profissionais, familiares, pesquisadores e governos para que houvesse a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais nas redes de ensino regular. Quando falamos em “necessidades educacionais especiais” sugerimos a existência de um impasse na aprendizagem, indicando que os alunos com tais necessidades precisam de recursos e serviços educacionais diferenciados dentro do contexto escolar, o que faz com que os sistemas de ensino e, sobretudo os professores, busquem novos caminhos para oferecer recursos e serviços adequados para cada indivíduo, deixando de lado as terminologias negativas que rotulavam os alunos com necessidades como “deficientes”, “anormais”, “retardados”, entre outras.
2.1. EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Educação Inclusiva pode ser compreendida como uma reviravolta institucional que consiste no fim dos iguais x diferentes, normais x deficientes. Educação Inclusiva é uma educação voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos e que reconhece e valoriza as diferenças. As diferenças sempre existiram. Na educação inclusiva elas precisam ser reconhecidas e valorizadas, sem preconceito.
A inclusão prevê a inserção escolar de forma radical, completa e sistemática. Todos os alunos, sem exceção, devem frequentar as salas de aula do ensino regular. Na escola inclusiva o processo educativo deve ser entendido como um processo social, onde todas as crianças portadoras de necessidades especiais e de distúrbios de aprendizagem têm o direito à escolarização o mais próximo possível do normal.
No Brasil uma escola inclusiva é a uma escola comum que recebe a todos, independente das diferenças. A maioria das escolas regulares no Brasil não estão preparadas para receberem e ensinarem aos alunos com deficiência, devido a problema de infraestrutura e formação profissional da equipe.
Hoje o modelo é que essas escolas especiais, que teoricamente têm o conhecimento da educação especial, se transformem em centros de recursos para apoiar o ensino inclusivo em todas as escolas que estão na sua região, com professores itinerantes e materiais pedagógicos.
2.2 O PAPEL DO PROFESSOR
Com o auxílio de novas propostas educacionais, como a Declaração de Salamanca, vem se estabelecendo no Brasil um processo de democratização do ensino. Nesse contexto, a educação inclusiva — processo de inclusão de pessoas com necessidades especiais na rede regular de ensino, que até pouco tempo era considerada utopia, é uma das faces dessa democratização.
O primeiro passo que o professor deve dar para incluir um aluno com deficiência é buscar uma qualificação profissional além da graduação. A especialização em educação especial inclusiva, por exemplo, fornecerá ao educador toda a capacitação de que ele necessita diariamente na sala de aula. Alunos portadores de deficiência aprendem com mais facilidade quando são expostos a materiais concretos, no lugar de conceitos abstratos. 
A realização de atividades em duplas ou grupos tem se provado uma ótima forma de incluir alunos. Pois, a partir desse tipo de atividade, o educador cria um ambiente de cooperação e interação entre os alunos, além de promover o respeito pela diversidade. 
Os principais desafios na sala de aula é a inserção de crianças e adolescentes com necessidades educativas especiais na escola é recheada de obstáculos. Entre eles, podemos destacar: a falta de recursos materiais, a péssima infraestrutura, a ineficácia da metodologia de ensino padrão e o número elevado de alunos por turma. Entretanto, o principal empecilho em que o professor esbarra está justamente nos limites da sua formação profissional.
Sem qualificação, o educador acaba não conseguindo amparar o aluno que exige atenção especial. Isso afeta sua auto-estima como profissional, visto que ele se sente incapaz de auxiliar o aluno em sua jornada de aprendizagem.
O papel do educador na educação inclusiva envolve o desenvolvimento das habilidades intelectuais e sociais do aluno, a partir de um plano de aula que contemple toda a turma,sem distinção. 
É importante ressaltar que, caso isso não seja possível, o professor deve adaptar as atividades de acordo com a limitação da criança. 
Além disso, é imprescindível que o educador estimule o aluno e comemore as suas pequenas conquistas. Isso, pois, no momento em que uma criança percebe que possui capacidade para executar certas tarefas, ela adquire autoconfiança e passa a se sentir capaz de vencer qualquer desafio. 
2.3. LEI DE DIRETRIZES E BASES
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) fundamentava o atendimento educacional às pessoas com deficiência, chamadas no texto de “excepcionais” (atualmente, este termo está em desacordo com os direitos fundamentais das pessoas com deficiência). Segue trecho: “A Educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de Educação, a fim de integrá-los na comunidade. De acordo com a Lei nº 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) já havia previsto a figura dos profissionais especializados nos seguintes termos: Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação:
I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades;
III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
Por isso é importante que o professor de apoio tenha uma formação profissional específica para as necessidades do aluno que irá atender. Se o aluno é autista, esse professor de apoio deve entender de autismo e métodos de intervenção como o ABA, por exemplo. Se o aluno é surdo, o professor de apoio deve ser um intérprete de LIBRAS. Isso é o ideal.
Importante entender que, no caso do aluno surdo, não é o professor de apoio que vai ensinar LIBRAS. A responsabilidade por ensinar LIBRAS é do Atendimento Educacional Especializado, mas o professor de apoio vai ajudar o aluno surdo usando LIBRAS para aprender o currículo proposto pela escola. A educação inclusiva não é a escola comum sozinha, mas uma parceria entre a escola comum, o professor de apoio e o atendimento educacional especializado.
A segunda lei de diretrizes e bases educacionais do Brasil foi feita na época da ditadura militar (1964-1985) e substituiu a anterior. O texto afirma que os alunos com “deficiências físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados deverão receber tratamento especial”. Essas normas deveriam estar de acordo com as regras fixadas pelos Conselhos de Educação. Ou seja, a lei não promovia a inclusão na rede regular, determinando a escola especial como destino certo para essas crianças.
3. CONCLUSÃO
O princípio que orienta a estrutura inclusiva é o de que escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras. Aquelas deveriam incluir crianças deficientes e superdotadas.
No contexto desta Estrutura, o termo "educação inclusiva" refere-se a todas aquelas crianças ou jovens cujas necessidades educacionais especiais se originam em função de deficiências ou dificuldades de aprendizagem. Muitas crianças experimentam dificuldades de aprendizagem e, portanto possuem necessidades educacionais especiais em algum ponto durante a sua escolarização. Escolas devem buscar formas de educar tais crianças bem sucedidamente, incluindo aquelas que possuam desvantagens severas.
Existe um consenso emergente de que crianças e jovens com necessidades educacionais especiais devam ser incluídas em arranjos educacionais feitos para a maioria das crianças. Isto levou ao conceito de escola inclusiva. O desafio que confronta a escola inclusiva é no que diz respeito ao desenvolvimento de uma pedagogia centrada na criança e capaz de bem sucedidamente educar todas as crianças.
O mérito de tais escolas não reside somente no fato de que elas sejam capazes de prover uma educação de alta qualidade a todas as crianças: o estabelecimento de tais escolas é um passo crucial no sentido de modificar atitudes discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras e de desenvolver uma sociedade inclusiva.
Sociedade essa que deve oferecer educação gratuita e de qualidade para todos.
A formação de professores especializados exige a perseverança e o envolvimento no processo de todos que buscam a escola aberta a diferença.
Referências 
www.educador.brasilescola.uol.com.br
www.todospelaeducacao.org.br
http://blog.educawise.com.br/

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