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Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL DROGAS VASOATIVAS EM PACIENTES CRÍTICOS Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL Maria Inês Salati Enfermeira pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP) Farmacêutica e Bioquímica pela Universidade Bandeirante de São Paulo Especialista em Enfermagem em Nefrologia, Enfermagem Médico Cirúrgica e Enfermagem em UTI Mestre em Bioética pelo Centro Universitário São Camilo Enfermeira RT da Clínica de Nefrologia Santa Rita - SP Docente de Farmacologia nas especializações lato sensu em Centro cirúrgico, Oncologia, Pronto Socorro, Emergência e UTI no Centro Universitário São Camilo, Faculdades Metropolitanas Unidas e Nobre Educação. Autora do Livro: Medicamentos em Enfermagem - Farmacologia e administração. 1 ed. 2017 Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL DROGAS VASOATIVAS EM PACIENTES CRÍTICOS Introdução Aspectos farmacológicos Principais fármacos vasoconstritores Principais fármacos vasodilatadores Referências bibliográ!cas Conclusão Introdução Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL Introdução Os pacientes críticos podem necessitar de fármacos para manter a perfusão tecidu- al e oxigenação celular nas mais variadas condições clínicas, cirúrgicas e traumáti- cas, geralmente cursando com instabili- dade hemodinâmica e respiratória. Os estados de baixo débito, associados à disfunção celular grave são de ocorrência relativamente comum nesses tipos de pacientes. Essas situações podem evoluir para a falência de múltiplos órgãos e sistemas devido a oferta diminuída de oxigênio às células, ou seja, pelo desequilíbrio entre a oferta de oxigênio e a alta demanda metabólica que ocorre em casos graves como: sepse, trauma, hemorragia, gran- des cirurgias, entre outros casos; a utili- zação de drogas vasoativas vasoconstri- toras ou vasodilatadoras tornam-se fun- damentais nesses casos. Elas são substâncias químicas que apre- sentam efeitos cardíacos, pulmonares e vasculares. O conhecimento sobre seu mecanismo de ação, seus efeitos hemo- dinâmicos, respiratórios, metabólicos e colaterais são imprescindíveis para o enfermeiro atuar de forma segura quan- do do seu preparo e administração. 5 Drogas Vasoativas em Pacientes Críticos Aspectos farmacológicos Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL Aspectos farmacológicos 7 As drogas vasoativas vasoconstritoras mais utilizadas são as catecolaminas, ou aminas vasoativas, ou drogas adrenérgi- cas ou simpaticomiméticas (imitam as ações do sistema simpático). O objetivo delas é melhorar a oferta e a demanda de oxigênio de acordo com a demanda metabólica presente na situa- ção clínica do paciente. A oferta de oxigê- nio depende diretamente do débito car- díaco, que por sua vez depende do volu- me sistólico e da frequência cardíaca. Reverter essa disfunção é primordial no prognóstico do paciente. Apresentam ação de início rápido e breve duração do efeito sendo a resposta dose dependente. Não atravessam a barreira hematoencefálica. Suas ações ocorrem após ligação agonis- ta com três tipos de receptores: alfa, beta e dopa. A droga se liga ao receptor e causa uma resposta especí!ca na célula onde se localiza o receptor. Existem 2 subtipos (1 e 2) para cada receptor, gerando efeitos diferentes. O aumento da liberação endógena das catecolaminas em situações de estresse, ocasiona ocupação dos receptores, dimi- nuindo a disponibilidade destes para interação com as drogas de administra- Drogas Vasoativas em Pacientes Críticos Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL 8 ção exógena, afetando as resposta. O resultado da interação entre catecola- mina e receptor é transmitido para os sistemas efetores, celulares através da ativação da adenilciclase e elevação da adenosina monofosfato, cíclica (AMPc), intracelular. As drogas adrenérgicas possuem indica- ções terapêuticas especí!cas, diferindo pela seletividade e potência de ações sobre esses receptores. As catecolaminas derivam da betafenile- tilamina, que consiste num anel benzêni- co e uma cadeia lateral etilamina3. Ocorre, no organismo, uma síntese natu- Aspectos farmacológicos Drogas Vasoativas em Pacientes Críticos ral e endógena de três catecolaminas: dopamina, adrenalina e noradrenalina. As catecolaminas endógenas originam- se da tirosina que se transforma sucessi- vamente em dopa, dopamina, noradre- nalina e adrenalina por ação enzimática, em todos esses passos4. Sinteticamente são produzidas, além da adrenalina, noradrenalina, dopamina e dobutamina. Principais fármacos vasoconstritores Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL Principais fármacos vasoconstritores 10 Dopamina Drogas Vasoativas em Pacientes Críticos Mecanismo de ação Indicações Características farmacológicas Agonista dos receptores α, β e dopa adrenérgicos Estados de choque com volemia controlada; Oligúria persistente - pH: 2,5 a 5; - doses dopaminérgicas causam vasodilatação artéria renal, mesentérica e coronariana e cerebral; - doses beta adrenérgicas melhoram a contratilidade miocárdica; - doses alfa adrenérgicas causam aumento da resistência vascular periférica e da PA, vasoconstrição renal e mesentérica; - é precursora da noradrenalina; - a volemia deve ser corrigida antes de iniciar a droga; - não atravessa a brreira hematoencefálica; - excreção renal; - meia vida de aproximadamente 2 minutos; - atravessa a barreira placentária; - é incompatível com soluções alcalinas; - se infiltrar, pode gerar necrose tecidual Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL Principais fármacos vasoconstritores 11 Drogas Vasoativas em Pacientes Críticos Cuidados de enfermagem Efeitos colaterais - uso exclusivo endovenoso por cateter central; - dose padrão é de 5 ampolas em 200 ml de SF0,9%, SG5% ou solução de Ringer - em dose dopaminérgica, deve-se controlar o volume urinário; - exige administração por bomba de infusão, com dose crescente até se atingir o efeito esperado; - controle da PA de 5 em 5 minutos até conseguir o efeito desejado; - não administrar com soluções alcalinas; - atentar para a circulação periférica; - controlar a frequência cardíaca. - taquicardia (em doses alfa) - angina - vasoconstrição - poliúria - hipertensão arterial - náuseas e vômitos Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL 12 Drogas Vasoativas em Pacientes Críticos Principais fármacos vasoconstritores Dobutamina Mecanismo de ação Indicações Características farmacológicas Agonista 1 adrenérgico;β Agente inotrópico positivo de ação direta; Pouco efeito vascular periférico. Choque cardiogênico; Insuficiência cardíaca; Situações que exijam suporte inotrópico positivo - pH entre 2,5 a 5; - início de ação entre 1 a 3 minutos; - meia vida de eliminação de cerca de 9 minutos; - metabolização hepática; - excreção renal; - aumenta do débito cardíaco sem causar taquicardia; - meia vida plasmática de 2 minutos; - não depende da noradrenalina endógena; - diminui a pré carga, a resistência vascular pulmonar e sistêmica; - pode gerar flebite e necrose se houver extravazamento. Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL 13 Drogas Vasoativas em Pacientes Críticos Principais fármacos vasoconstritores Cuidados de enfermagem Efeitos colaterais - dilui-se 1 ampola de 20 ml em 230 ml de SF 0,9% ou SG5%; - exige acesso central; - exige bomba de infusão; - exige correção volêmica antes da administração; - pode gerar flebite e necrose se houver extravazamento; - controle de FC, PA e ritmo cardíaco de 30 em 30 minutos até ajuste dose/efeito terapêutico; - observar arritmias cardíacas; - observar manifestações de reações alérgicas. - arritmias - cefaléia - ansiedade - taquicardia - angina - broncoespasmo - reações alérgicas - tremores Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL 14 Drogas Vasoativas em Pacientes Críticos Principais fármacos vasoconstritores Noradrenalina Mecanismo de ação IndicaçõesCaracterísticas farmacológicas Agonista e β1α adrenérgico Choque séptico; Na PCR como droga vasoconstritora - pH: - é vesicante; - é quimicamente mais estável em SG5%, mantendo um pH final entre 3,5 a 6,5; - é neurotransmissor do sistema nervoso simpático e precursor da adrenalina; - vida média plasmática de 2 minutos, - metabolismo hepático; - excreção renal; - deve ser evitada durante a gravidez; - altas doses e uso prolongado pode provocar graves lesões renais; - promove vasoconstrição pulmonar, periférica, renal e vascular; (fatores limitantes de uso); - após diluída tem estabilidade de 24 h; - é incompatível com soluções alcalinas, atropina, furosemida, aminofilina e tiopental; Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL 15 Drogas Vasoativas em Pacientes Críticos Principais fármacos vasoconstritores Cuidados de enfermagem Efeitos colaterais - exige acesso central; - administração endovenosa exclusiva; - diluição entre 3 a 5 ampolas em SG5%; - administração por bomba de infusão; - ajuste de dose de acordo com o efeito hemodinâmico desejado e ausência de efeitos colaterais; - monitorização da função renal; - evitar o uso em gestantes; - acompanhar o volume urinário, perfusão periférica e sinais de isquemia periférica; - monitorização da PA de 10 em 10 minutos até ajuste de dose e após a cada 30 minutos; - hipertensão - vasoconstrição potente - taquicardia - bradicardia reflexa - cefaléia - isquemia periférica Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL 16 Drogas Vasoativas em Pacientes Críticos Principais fármacos vasoconstritores Adrenalina Mecanismo de ação Indicações Características farmacológicas Agonista β1, β2 e α adrenérgico - durante as manobras de ressuscitação cardiopulmonar; - asma aguda; - choque anafilático; - reações alérgicas; -adjuvante nos anestésicos locais; - vasopressor potente; - estados de choque que não responderam as outras amina - pH:2,5 a 5; - tem efeitos diferentes de acordo com a via de administração; - relaxa a musculatura lisa; - é agente inotrópico e cronotrópico positivo; - provoca constrição das arteríolas da pele e das mucosas; - provoca vasodilatação dos vasos hepáticos e da musculatura esquelética; - estimula a neoglicogênese (aumenta a glicemia); - inibe a secreção da insulina; - causa broncodilatação; - tem efeitos opostos ao da histamina (inibe a degranulação dos mastócitos); - provoca hipocalemia; - aumenta os níveis de ácidos graxos livres; - meia vida plasmática menor que 2 minutos; - o efeito clínico é dose dependente; - pode ser administrada EV em bolus ou intermitente; - metabolização hepática; - instável em solução alcalina; - é fotossensível; Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL 17 Drogas Vasoativas em Pacientes Críticos Principais fármacos vasoconstritores Cuidados de enfermagem Efeitos colaterais - atenção a hipocalemia, hiperglicemia; - preferencialmente, administração em acesso central ou veia de grosso calibre; - monitorar PA e FC com maior frequência; - de acordo com o objetivo de administração, observar os efeitos esperados e os colaterais; - evitar associação de fármacos alcalinos na mesma linha; - cuidados quanto a ser fármaco fotossensível; - evitar infiltração; observar necroses; - monitorar função renal; - arritmia cardíaca - tremor - ansiedade - tensão - cefaléia - hipertensão - angina - hiperglicemia - hipocalemia - tontura Principais fármacos vasodilatadores Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL Nitroprussiato de sódio Age diretamente na musculatura lisa vascular. Não apresenta efeito direto sobre as !bras musculares cardíacas, a ação vasodilatadora é que aumenta o débito cardíaco. É redutor da pós carga, causa pouca alte- ração da FC e diminuição da resistência vascular pulmonar. Mantêm o "uxo sanguíneo renal. Principais fármacos vasodilatadores 19 Drogas Vasoativas em Pacientes Críticos Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL Principais fármacos vasodilatadores 20 Drogas Vasoativas em Pacientes Críticos Mecanismo de ação Indicações Características farmacológicas Vasodilatador que atua nos territórios arterial e venoso; Interage com grupos sulfidrilas intracelulares, inibição do transporte de cálcio e alteração dos nucleotídeos cíclicos intracelulares, promovendo vasodilatação, provavelmente, pelo metabólito ativo: óxido nítrico Nas emergências hipertensivas; Choque que necessita redução da pós carga e da pré carga - dilui-se uma ampola de 50 mg em 250 ml de SF0,9% ou SG5%; - uso endovenoso exclusivo por bomba de infusão; - efeito rápido e potente (2 minutos); - excreção lenta, meia vida de 8h; - as doses devem ser aumentadas progressivamente até se atingir o efeito esperado; - droga irritante ao vaso; - não se deve exceder a terapêutica por mais de 4-5 dias, devido o risco da intoxicação por cianeto; - a droga é rapidamente metabolizada e convertida em tiocianato através da enzima rodonase no fígado. O tiocianato é oxidado a cianeto nos eritrócitos; - molécula instável em meio alcalino e na presença de luz; exige troca em intervalos curtos (4 a 6h) - quando cessar a infusão o efeito também cessa rapidamente; - exije ajuste de dose na insuficiência hepática e renal Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL 21 Drogas Vasoativas em Pacientes Críticos Principais fármacos vasodilatadores Cuidados de enfermagem Efeitos colaterais - exige bomba de infusão para administração; nunca infundir em bolus; - a dose deve ser titulada e crescente até conseguir o efeito terapêutico desejado; - deve-se usar equipo fotossensível e proteger o frasco também; - monitorar a presença de efeitos colaterais; - controle da PA de 5 em 5 minutos até se conseguir o efeito desejado; - se as doses forem elevadas, deve-se monitorar os níveis de tiocianato; - o tratamento da intoxicação por cianeto pode ser feito com hidroxicobalamina (precursor da vitamina B12 que contém uma porção de cobalto que se liga ao cianeto intracelular formando a cianocobalamina; - hipotensão grave - taquicardia reflexa - intoxicação por cianeto - náuseas e vômitos - cefaléia - fraqueza - espasmos musculares - confusão mental Conclusão Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL Conclusão As drogas vasoativas são de grande importância no tratamento do paciente com instabilidade hemodinâmica, com gravidade intensa. Reverter esse quadro com drogas é fundamental no prognósti- co do paciente. Conhecer o mecanismo de ação, as indi- cações e os seus efeitos colaterais é fun- damental na assistência de enfermagem segura prestada a esse paciente, garan- tindo presteza e reconhecimento de alterações precoces. 23 Drogas Vasoativas em Pacientes Críticos Referências bibliográ!cas Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL Referências bibliográ!cas GUARESCHI, A.; CARVALHO, L.; SALATI, M.I.. Medicamentos em Enfermagem. São Paulo: Grupo GEN, 2017. CHEREGATTI, Aline Laurenti; AMORIM, Carolina Padrão (Org.). Enfermagem em Unidade de Tarapia Intensiva. São Paulo: Martinari, 2010. FEITOSA, GS. Et al. Emergências hipertensivas. Rev.Bras.Ter. Intensiva, 2008; 20(3). SANTOS, I. Et al. Medicamentos de A a Z: enfermagem. Porto Alegre: Artmed, 2011. 25 Drogas Vasoativas em Pacientes Críticos Nobre Educação LIDER DE MERCADO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL