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Projeto Carcinicultura CAUNESP

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1 
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA PROF. JÚLIO DE 
MESQUISTA FILHO 
CENTRO DE AQUICULTURA – CAUNESP 
 
 
 
PRODUÇÃO SUSTENTÁVELE DE CAMARÕES DE ÁGUA DOCE 
 
Professor Dr. Wagner Cotroni Valenti 
 
 
Alunos: Eduardo Gianini Abimorad 
Fabio Kiyorara 
Michelle Pinheiro Vetorelli 
 
 
 
 
Outubro de 2002 
Jaboticabal, SP 
 
 2 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 
Informações gerais ............................................................................................................. 3 
Breve descrição do cultivo de camarões de água doce ...................................................... 3 
Políticas específicas para o setor ....................................................................................... 5 
Caracterização do local de cultivo ..................................................................................... 6 
Dimensionamento do projeto ............................................................................................ 6 
2. ESTRATÉGIA DE CULTIVO ................................................................................... 9 
3. INSTALAÇÕES ........................................................................................................... 9 
3.1. Viveiros ...................................................................................................................... 9 
3.2. Cálculo do número de hora máquina para escavar um viveiro de 3000 m
2
 (100 x 
30m). ................................................................................................................................ 14 
3.3. Instalações complementares ..................................................................................... 14 
4. FASE DE CRESCIMENTO FINAL (ENGORDA) ................................................ 17 
Preparação dos viveiros: Calagem, Adubação e Enchimento. ........................................ 17 
Povoamento ..................................................................................................................... 18 
Manejo ............................................................................................................................. 18 
Filtro ............................................................................................................................ 18 
Controle dos Parâmetros .............................................................................................. 18 
Alimentação ................................................................................................................. 19 
4.4. Parâmetro da água a ser analisados ...................................................................... 19 
Despescas .................................................................................................................... 20 
MÃO-DE-OBRA ................................................................................................................. 24 
COMERCIALIZAÇÀO E MERCADO .............................................................................. 24 
REGISTRO DO AQUICULTOR ........................................................................................ 25 
AQÜICULTURA EM ÁGUAS PÚBLICAS - DECRETO N.º 1.695, DE 13 DE 
NOVEMBRO DE 1995. ...................................................................................................... 25 
Tabela 4 – Investimento ...................................................................................................... 28 
Embalagens ...................................................................................................................... 29 
Imposto Rural .................................................................................................................. 29 
Outros* ............................................................................................................................ 29 
Manutenção ..................................................................................................................... 29 
Depreciação ..................................................................................................................... 29 
CUSTO FIXO .............................................................................................................. 29 
9.6.2. Clientes .................................................................................................................. 36 
9.6.3. Itens financiáveis ................................................................................................... 36 
9.6.4. Taxa de Juros e nível de participação .................................................................... 36 
9.6.5. Prazos ................................................................................................................ 36 
9.6.6. Garantias ................................................................................................................ 37 
9.6.7. Critérios Específicos .............................................................................................. 37 
 
 
 
 
 3 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Informações gerais 
 
A empresa será registrada com o nome de MEF Aqüicultura S/A e estará 
localizada a margem da Rodovia Washington Luís km 438, próximo a São José 
do Rio Preto. A fazenda tem sete ha de área total sendo, portanto de porte médio, 
e tendo como principal atividade a carcinicultura. 
 
Breve descrição do cultivo de camarões de água doce 
 
O cultivo de camarões de água doce vem sendo realizado já há muito tempo 
na Ásia, através da engorda em confinamento de camarões juvenis capturados 
nos ambientes naturais. A carcinicultura moderna, baseada no cultivo a partir de 
pós-larvas produzidas em laboratório, é recente. 
Durante muito tempo diversos experimentos foram realizados no intuito de 
cultivar larvas de Macrobrachium rosenbergii sob condições controladas, porém 
nenhum obteve o sucesso desejado. No início dos anos sessenta, o cientista 
Shao-Wen-Ling, do Instituto de Pesquisa sobre Pesca Marítima da Malásia, 
descobriu através de experimentos que as larvas de M. rosenbergii necessitavam 
de água salobra para se desenvolverem, conseguindo, com sucesso, produzir 
pós-larvas em laboratório. 
A notícia do sucesso obtido por Ling espalhou-se rapidamente pelo mundo e 
gerou um interesse mundial no cultivo de camarões de água doce. Em menos de 
dez anos, começaram a se desenvolver projetos de pesquisa na Ásia, Europa, 
América e África. No entanto, o desenvolvimento comercial do cultivo de M. 
rosenbergii só foi possível com os resultados obtidos nas pesquisas de Takuji 
Fujimura. 
Junto à sua equipe do Anueue Fisheries Research Center (AFRC), Fujimura 
iniciou suas pesquisas com a introdução de M. rosenbergii no Havaí, em 1965. 
Em três anos, sua equipe desenvolveu técnicas para a produção de pós-larvas 
em escala comercial. 
 4 
Devido ao sucesso obtido nos experimentos do Havaí, nos anos setenta 
pesquisas sobre engorda e experimentos visando a larvicultura comercial foram 
introduzidos em países onde M. rosenbergii não ocorria naturalmente, na América 
do Norte, Central, do Sul, África e Europa. 
No Brasil, a introdução da espécie ocorreu no ano de 1977, por intermédio 
do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco, que 
importou pós-larvas do Havaí, cedidas pela AFRC. A espécie se adaptou 
facilmente as nossas condições climáticas e já no ano posterior a equipe da 
UFPE conseguiu obter pós-larvas em laboratório. A partir daí foram realizados os 
primeiros experimentos de crescimento final em viveiros experimentais. 
Os resultados da pesquisa brasileira despertaram um grande interesse no 
governo do estado de Pernambuco, que, em 1982, instalou um laboratório com 
capacidade para a produção de 20.000 pós-larvas por ano. Com a disponibilidade 
de pós-larvas, os primeirosprojetos de cultivo foram implantados nos estados de 
Pernambuco e Alagoas, e logo em seguida em outros estados brasileiros, 
promovendo uma rápida expansão da atividade pelo país. 
A técnica de cultivo em viveiros, inicialmente utilizada no Brasil, foi o sistema 
semi-intensivo contínuo, trazido do Havaí e adaptado à realidade nacional. Na 
segunda metade da década de oitenta foi trazida uma técnica israelense baseada 
no cultivo em sistema intensivo multifásico, com utilização de tanques e viveiros 
berçários e viveiros de engorda. 
Atualmente, no Brasil, o cultivo de M rosenbergii é realizado em vinte 
estados, na sua maioria por pequenos produtores (concentrados em maior 
número no estado do Espírito Santo). 
O primeiro dado sobre a produção mundial de M rosenbergii foi do ano de 
1984, indicando uma produção de 5.246 toneladas. Cinco anos depois, em 1989, 
a produção alcançou 17.608 toneladas, movimentando US$ 75 milhões. Hoje, 
estima-se que a produção mundial ultrapassou 200.000 toneladas, movimentando 
mais de US$ 1 bilhão. 
Segundo dados da Food and Agricultural Organization (FAO), o volume de 
M. rosenbergii produzido passou de 5.500 toneladas em 1996, para 18.500 
toneladas em 2000, correspondendo a um crescimento de quase 115% em quatro 
anos. 
 5 
No Brasil, a produção da última década oscilou ao redor de 500 toneladas 
por ano. No ano de 2001, a produção estimada foi de 400 toneladas. Com o 
desenvolvimento rápido e significativo da tecnologia em diversos setores da 
produção de camarões de água doce, as perspectivas para o futuro são 
animadoras, com a possibilidade de se alcançar índices de produtividade antes 
não imaginados. 
 
Políticas específicas para o setor 
 
É preciso reconhecer que a atividade aqüícola no Brasil ainda não mereceu 
por parte dos governos a atenção necessária para poder explorar melhor seu 
potencial. Se a aqüicultura brasileira cresceu, não foi por meio de ações 
governamentais, mas sim por esforço do setor produtivo e por questões 
eminentemente vinculadas ao mercado tais como: demanda, preço e 
lucratividade. 
O primeiro passo para correção dos rumos da ação governamental em 
relação a atividade se deu com o Decreto 2681, publicado no Diário Oficial da 
União do dia 21 de julho de 1988. Com esse decreto, o presidente da República 
transferiu todas as ações relacionadas ao fomento da aqüicultura do Ministério do 
Meio Ambiente para o Ministério da Agricultura. 
 Muito mais que uma mudança de endereço, essa medida denota uma 
mudança de mentalidade e mostra a disposição presidencial de priorizar o 
desenvolvimento da aqüicultura brasileira. Sempre houve um grande conflito entre 
as ações de fiscalização e repressão com as ações de fomento da atividade, ao 
nível de ministério do Meio Ambiente. Desde então as ações foram centralizadas 
em um Ministério tradicionalmente comprometido com o desenvolvimento das 
atividades produtivas no setor rural. 
 Desde então o ministério da agricultura vem desenvolvendo um programa 
de aqüicultura polarizada, programa este que prevê pólos de aqüicultura 
espalhados por todo o país. 
 Em 1997 foi elaborado o Programa Nacional para o Desenvolvimento da 
Aqüicultura (PNDA), tende a ser uma ferramenta importante para alavancar a 
aqüicultura brasileira. 
 6 
 As metas do programa eram perfeitamente exeqüíveis e centralizadas no 
aumento da produtividade e do profissionalismo e não no simples aumento da 
área cultivada. A proposta era aumentar a produção nacional de produtos 
aqüícolas de 40 mil para 226 mil toneladas/ano num prazo de 5 anos, elevando a 
produtividade atual de 810Kg/ha/ano para 2,8 toneladas/ha/ano em 2001. O 
faturamento da aqüicultura que em 1997 girava em torno de R$ 100 milhões 
passaria para R$ 5666 milhões/ano. 
 
Caracterização do local de cultivo 
 
A fazenda está localizada na sub-bacia do Turvo Grande, a uma altitude de 
489 m em relação ao nível do mar. Possui uma topografia caracterizada por um 
relevo levemente acidentado com espigões de baixa altitude e latossolo vermelho-
amarelo (fase arenosa). 
O clima da região é caracterizado por apresentar duas estações distintas, 
com um verão atingindo temperaturas médias em torno de 27ºC e inverno com 
temperaturas mínimas abaixo de 15ºC nos meses de junho e julho, o que torna 
inviável realização de dois ciclos anuais. Apresentando pluviosidade Média Anual 
de 1.500 mm. Ver Figuras 1 e 2 de temperaturas médias e mínimas mensais, 
respectivamente. 
 
Dimensionamento do projeto 
 
A fazenda tem 7,0 ha de área total sendo, 5,4 ha de espelho d´água (16 
viveiros de 3000 m2 e dois lagos de 3000 m² cada). Envolvendo um galpão para 
armazenamento de ração de 80 m2 e casa de apoio com 90 m2, totalizando 170 
m2. 
 7 
Figura 1 – Temperaturas médias mensais.
T em pera tu ras M éd ias (1996 -2001 )
0
5
10
15
20
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ºC
 8 
Figura 2 – Temperatura mínimas mensais. 
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 9 
2. ESTRATÉGIA DE CULTIVO 
 
Será utilizado um sistema de cultivo semi-intensivo do tipo intermitente com 
despescas seletivas. Será praticado um único ciclo anual. 
Os viveiros serão povoados com pós-larvas (7,0 mg) na densidade de 10 
PL/m2, e não com juvenis, portanto não haverá fase de berçário. 
O tamanho médio dos camarões a serem comercializados é de 20 g e a 
produção total por ano está estimada em 6.240 kg. 
 
3. INSTALAÇÕES 
 
3.1. Viveiros 
 
A área de espelho d’água correspondente aos viveiros é de 48.000 m² (4,8 
ha), distribuídos em 16 viveiros idênticos de 3.000 m² (0,3 ha) cada. Existem 
ainda, duas represas com 3.000 m² cada, uma para o abastecimento dos viveiros 
e a outra para decantação dos efluentes (Figura 3). 
Os viveiros são de terra natural, construídos em derivação e dotados de 
sistemas de abastecimento e escoamento individuais. São viveiros retangulares, 
para facilitar a despesca, com 30 metros de largura por 100 metros de 
comprimento (relação comprimento:largura = 3:1). Possuem profundidade média 
de 1,3 m, sendo 1,0 m de profundidade na entrada de água e 1,5 m na saída. O 
fundo natural é plano, compactado, com uma inclinação longitudinal de 0,5% no 
sentido da drenagem. Cada viveiro terá uma caixa coletora na saída da 
drenagem, com 91 m² (7 m x 13 m) e 30 cm de profundidade. Os diques possuem 
3 m de largura de crista (para permitir o trafego de veículos) e suas paredes ficam 
com um bordo livre (região entre a superfície da água e a crista) de 0,6 m. A 
inclinação interna dos taludes é de 1:3 e a externa 1:2. Toda a porção externa dos 
diques será recoberta com grama em placas para evitar a erosão (Figura 4 e 5).
 10 
Figura 3: Esquema geral da fazenda.
Escala
s 
Construçõ
es 
1:100
0 Viveiro
s 
1:200
0 
Represa de 
Abastecimento 
Represa de 
Decantação 
Galpão Casa de 
Apoio 
Alambrado Sistema de Abastecimento 
Sistema de Drenagem 
Viveiro 
Escala
s 
Construçõ
es 
1:100
0 Viveiro
s 
1:200
0 
Escala
s 
Construçõ
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1:100
0 Viveiro
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1:200
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Escala
s 
Construçõ
es 
1:100
0 Viveiro
s 
1:200
0 
Represa de 
Abastecimento 
Represa de 
Decantação 
Galpão Casa de 
Apoio 
Alambrado Sistema de Abastecimento 
Sistema de Drenagem 
Viveiro 
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Figura 4: Esquema detalhando os viveiros. 
Escal
a 
1:100
0 
Viveiro Caixa de Coleta 
Monge 
Escal
a 
1:100
0 
Escal
a 
1:100
0 
Escal
a 
1:100
0 
Viveiro Caixa de Coleta 
Monge 
 12 
Figura 5 – Planta baixa e cortes de um viveiro 
 
Figura extraída de Valenti (1998) 
 
Figura 6 – Modelo de comportatipo monge. 
 
Figura extraída de Valenti (1998) 
 
 13 
A cada dois viveiros será construído um monge externo, que facilita a sua 
operação e manutenção, e não atrapalha o arrasto durante as despescas. Os 
monges possibilitam a drenagem total dos viveiros e um fácil controle do nível de 
água. Trata-se de uma estrutura retangular, construída em alvenaria sobre base 
de 0,30 m de concreto. A parte superior a base tem as dimensões 2,0 m x 2,0 m x 
2,0 m. Nas paredes internas existem quatro pares de canaletas onde se encaixam 
um quadro de tela que impede a fuga dos camarões, e três séries de pranchas de 
madeira, de aproximadamente 20 cm de altura, encaixadas umas sobre as outras. 
que servem para permitir o escoamento da água do fundo e regular o nível da 
água. Serão dois tubos de drenagem de 200 mm de diâmetro, por monge. (Figura 
6) 
A água utilizada para abastecer os viveiros será captada de uma represa 
com 3.000 m² de espelho de água, abastecida por sua vez, de um canal que 
desvia água de um rio. 
A água será conduzida até os viveiros por gravidade através de canais de 
abastecimento a céu aberto, construídos em escada (o que contribui para o 
aumento do teor de oxigênio dissolvido na água). A água entra nos viveiros na 
parte mais baixa (oposto a drenagem) através de um tubo de admissão localizado 
0,6 m acima do nível da água do viveiro (altura do bordo livre), para aumentar o 
teor de oxigênio dissolvido na água. Um sistema de pequenas comportas regula o 
fluxo de água e uma tela de malha fina (5mm) evita a entrada de organismos 
indesejáveis junto à água. 
A água é drenada dos viveiros na sua parte mais funda, local onde os 
detritos estão depositados e onde ocorre a decomposição da matéria orgânica 
(que contribuem para a diminuição dos níveis de oxigênio dissolvido na água). A 
drenagem é feita por gravidade através do uso de monges 
A taxa de renovação de água dos viveiros será de 0,5 m³/min/ha, o que 
proporciona uma troca de 7,2 % do volume de água do viveiro por dia, com um 
tempo de residência de 13,8 dias. 
 
 
 
 14 
3.2. Cálculo do número de hora máquina para escavar um viveiro de 
3000 m2 (100 x 30m). 
 
Rendimento: Trator de rodas com duas raspadeiras (3,85 m3) + Trator de esteiras 
(86HP) = 118 m3/h. 
Custo da hora máquina = R$ 45,00 
C1: Declividade do terreno = 7,5% 
C2: Largura da faixa de terreno necessária para compensar a declividade (Manual 
CODESP) = 27,78 m 
C3: Área de sessão de corte para nivelamento da plataforma = C2 x 0,67m = 
18,61 m2 
C4: Volume de terra para construção da plataforma = C3 x 100m = 1861,00 m3 
C5: volume de terra total movimentada (Plataforma + Dique) = C4 + 756,36 m = 
2617,36 m3 
C6: Volume compensado = C5 x 1,43 = 3742,82 m3 
C7: Número de horas máquina = C6  118 = 32h x 2 máquinas = 64h 
C8: Custo da movimentação de terra = C7 x R$ 45,00 = R$ 2880,00 
C9: Custo do m2 de terra movimentada = R$ 0,96 
 
3.3. Instalações complementares 
 
Serão feitos duas construções, um galpão e uma casa de apoio (Figura 7). 
O galpão terá 80m² (8 m x 10 m) e será utilizados para armazenamento da 
ração, cal, redes de arrasto, puçás, caixas plásticas, caixas vazadas, baldes e 
caixas de isopor. 
A casa de apoio terá 90 m² (9 m x 10 m), dividida em: 
 
Um escritório de 16 m² (4 m x 4 m), utilizado para reuniões com clientes, 
fornecedores e funcionários, além de servir como setor de contabilidade e 
logística da fazenda; 
Um banheiro de 4 m² (2 m x 2 m), utilizado pelo pessoal do escritório; 
Um dormitório de 12 m² (3 m x 4 m), utilizado pela pessoa que vai morar na 
fazenda; 
 15 
Um banheiro de 6 m² (3 m x 2 m), com chuveiro, utilizado como vestiário; 
Uma cozinha 6 m² (3 m x 2 m), utilizado pela pessoa que vai morar na 
fazenda, além do pessoal do escritório; 
Um laboratório de 6 m² (3 m x 2 m), utilizado para realização das análises de 
água, abrigará os utensílios de laboratório e os aparelhos e kits de análise d’água; 
Uma sala de processamento de 24 m² (4 m x 6 m), utilizada para processar 
os camarões despescados, abrigará a balança e a máquina de gelo; e 
Um corredor de 16m² (2 m x 8 m), que ligará todas as dependências da 
casa. 
 16 
Figura 7: Esquema detalhando a Casa de Apoio e o Galpão.
Escala 
 
1:100 
 
 
 
 
Galpão 
8 x 10 m 
80 m
2 
Escritório 
4 x 4 m 
16 m
2 
Sala de 
Processamento 
4 x 6 m 
24 m
2 
Banheiro 
2 x 2 m 
4 m
2 
Dormitório 
3 x 4 m 
12 m
2 
Banheiro 
3 x 2 m 
6 m
2 
Cozinha 
3 x 2 m 
6 m
2 
Laboratório 
3 x 2 m 
6 m
2 
Corredor 
2 x 8 m 
16 m
2 
 17 
4. FASE DE CRESCIMENTO FINAL (ENGORDA) 
 
Preparação dos viveiros: Calagem, Adubação e Enchimento. 
 
Antes de iniciar o enchimento dos viveiros deve-se fazer a calagem e a 
adubação dos mesmos. 
Calagem tem como função neutraliza a acidez do solo e da água e as 
condições fisiológicas que a acompanham. O aumento da disponibilidade de 
cálcio na água e no solo dos viveiros incrementa não só a produção primária 
como, diretamente absorvido, é fundamental na composição corporal dos 
crustáceos. 
Está programado a realização de calagem antes do enchimento dos viveiros 
na quantidade de 1 ton/ha de cal hidratada, espalhado por toda a superfície do 
fundo e laterais dos viveiros. 
A adubação consiste em adicionar qualquer material orgânico ou inorgânico, 
de origem natural ou sintética, com vistas ao suprimento de certos elementos 
essenciais ao desenvolvimento da vida aquática. A adubação é uma maneira 
simples de aumentar a disponibilidade dos nutrientes aos organismos que ali 
crescem. O aumento da produção primária dos viveiros também acarreta o 
aumento da disponibilidade de outros organismos que são alimentos dos 
camarões. 
Os viveiros serão adubados no inicio do cultivo na quantidade de 3 ton/ha de 
esterco de bovino curtido como adubo orgânico, espalhado por toda a superfície 
do fundo e laterais dos viveiros. 
Quando a transparência da água estiver superior a 60 cm serão realizadas 
adubações complementares na quantidade de 300 kg/ha. 
Após esgotar os viveiros a lama superficial será removida e os viveiros 
permanecerão vazios, deixando-se escorrer uma fina lâmina d’água por toda a 
superfície do fundo até o próximo ciclo. 
 
 
 
 
 18 
Povoamento 
 
Os viveiros serão povoados com pós-larvas de 7 mg na densidade de 10 
PL/m2. O povoamento será realizado no máximo até 5 dias após enchimento dos 
viveiros, para se evitar a predação por larvas de odonata. Todos os viveiros serão 
povoados na segunda quinzena de agosto. 
As pós-larvas serão adquiridas do laboratório de larvicultura do colégio 
técnico agrícola de Monte Aprazível, localizado a 13 km da propriedade. As pós-
larvas serão adquiridas a 27 reais o milheiro. 
No povoamento antes de soltar os animais, deve-se medir a temperatura e o 
pH da água do saco plástico contendo as pós-larvas e do viveiro. A diferença de 
temperatura deverá ser inferior a 1ºC e de pH inferior a 0.5 unidades. Caso 
contrário, deve-se proceder à aclimatação. Os sacos plásticos contendo os 
camarões devem permanecer boiando durante 15 a 30 minutos até que as 
temperaturas se igualarem. Os sacos são, então, abertos e, lentamente (15 a 30 
minutos), coloca-se cerca de 20 litros de água do viveiro no interior do saco, para 
que os animais não sofram choque por diferença entre os parâmetros físicos, 
químicos e biológicos da água do viveiro e a dos sacos. 
 
Manejo 
 
Filtro 
 
Cada viveiro terá uma caixa de tela de 1 mm no tubo de abastecimento, 
tendo como função filtrar sujeiras, ovo, larvas e outros organismos. Está caixa 
terá limpeza semanal. 
 
Controle dos Parâmetros 
 
Quando os parâmetros estiverem fora do intervalo ideal (ver Tabela 1), 
sugere-se uma rápida troca de água do(s) viveiro(s) através de uma descarga 
d’água e suspensão da alimentação. Isso pode acontecer geralmente nos meses 
finais de cultivo, quando a biomassa de camarões estiver elevadae o 
arraçoamento for intenso. 
 19 
Tabela 1- Parâmetro de qualidade de água favoráveis ao crescimento do M. 
rosenbergii. 
Parâmetro Faixa ideal 
Temperatura 25 – 32ºC 
Transparência 25 - 50 cm 
Alcalinidade > 20 mg/L (40 - 60 mg/L) de CaCO3 
Amônia não-ionizada 0,1 – 0,3 mg/L 
Oxigênio dissolvido 3 – 7 mg/L 
PH 7,0 – 8,5 
Fonte: Valente (1998) 
 
Alimentação 
 
A alimentação será dividida em duas fases distintas: 
A primeira, considerando-se a área de fundo de viveiro de acordo com o 
manejo alimentar polifásico. Será fornecido diariamente 1,5g/m2 de uma ração 
peletizada com 42% de PB da marca Supra, durante os primeiros 60 dias de 
cultivo (até as PL atingirem em média 2g). 
A Segunda, considera-se a conversão alimentar de 2,7 : 1, sendo que os 
camarões devem sair de 2g e atingir 20g até a sua despesca. A ração fornecida 
nesta fase é peletizada com 32% de PB da marca Supra. 
As alimentações serão fornecidas duas vezes ao dia; pela manhã (após as 
9:00) e ao entardecer. A cada duas semanas serão realizadas biometrias para 
ajustar a quantidade de ração. 
 
4.4. Parâmetro da água a ser analisados 
 
Os parâmetros da água analisados serão: 
 Temperatura: com termômetro de mercúrio a um metro de 
profundidade, duas vezes ao dia, pela manhã e ao final da tarde; controle diário. 
 Transparência: com o disco de Secchi ao final da tarde; controle 
semanal. 
 pH: determinado com peagômetro; controle semanal. 
 20 
 Oxigênio dissolvido: determinado com oxímetro; controle semanal. 
 Amônia: determinado por Kits embasados em escala de cor; controle 
semanal. 
 Alcalinidade: determinado por titulometria; controle semanal. 
 
Despescas 
 
A produção de camarões de água doce se estenderá por um período de 5 
meses (dezembro a maio), com despescas seletivas quinzenais e entrega de 
camarão fresco semanalmente. 
A entrega semanal de camarão fresco para o mercado consumidor alvo 
(bares, restaurantes, hotéis e peixarias) será possível através de um sistema de 
rodízio de despescas entre os viveiros. Assim, apesar de termos uma produção 
semanal, cada viveiro somente será despescado quinzenalmente (Tabela 2). 
As despescas seletivas acabam por padronizar o tamanho dos camarões nos 
viveiros de cultivo, uma vez que somente são retirados os camarões de maior 
porte (dominantes), deixando os camarões de tamanho pequeno e médio livres da 
influência dos camarões dominantes para poderem crescer e ocupar o lugar 
deixado pelos mesmos. 
O tamanho médio desejado para os camarões nas despescas é de 20 g. 
Para isso, os viveiros começaram a ser despescados seletivamente a partir do 4 º 
mês de cultivo (dezembro) e seguirão com as despescas seletivas quinzenais até 
a despesca final. As despescas seletivas retirarão 15 % dos indivíduos dos 
viveiros, enquanto que na despesca final todos os camarões restantes no viveiro 
serão despescados. 
Como nossos viveiros possuem 3.000 m², medindo 30 m de largura e 100 
m de comprimento, nossa rede de despesca será do tipo picaré com saco coletor, 
terá 48 m de comprimento (1,6 vezes a largura do viveiro), 2,5 m de altura, e 18 
mm de malha (adequada para despescar camarões com 20g). 
 21 
Tabela 2: Diagrama das despescas seletivas e finais.
Viveiros
01 P S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 F
02 P S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 F 
03 P S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 F
04 P S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 F
05 P S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 F
06 P S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 F
07 P S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 F
08 P S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 F
09 P S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 F
10 P S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 F
11 P S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 F
12 P S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 F
13 P S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 F
14 P S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 F
15 P S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 F
16 P S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 F
Abril Maio Junho JulhoDezembro Janeiro Fevereiro MarçoAgosto Setembro Outubro Novembro
 22 
4.5. Pré-processamento 
 
 Imediatamente após a despesca, e ainda na beirada do viveiro, os 
camarões serão abatidos por choque térmico. 
Uma caixa de isopor de 180 L será colocada nas proximidades do viveiro à 
sombra. Será adicionado 30 L de solução de cloro (65% de cloro ativo) em água 
filtrada e 30 kg de gelo moído. Uma hora após o início da operação deve-se 
adicionar mais 20 kg. O pH deverá estar ao redor de 7,0. Os camarões 
despescados serão colocados em caixas de polipropileno vazadas 
(aproximadamente 50 L), até a metade de seu volume e lavados por imersão em 
uma caixa contendo água limpa. A seguir são imersos na solução de cloro com 
gelo por 5 minutos. 
Os animais serão transportados dentro das caixas de isopor até a sala de 
processamento, onde serão colocados em bandejas com gelo moído. 
 
4.6. Processamento e acondicionamento do produto 
 
Os animais serão divididos em classes de tamanho, aparados (antenas e 
ponta do rostro) e acondicionados em embalagens plásticas de 1 kg. 
As embalagens serão colocadas em caixas de isopor com camadas de gelo 
intercaladas. Os camarões terão entrega imediata. 
 
5. EQUIPAMENTOS 
 
Os equipamentos adquiridos estão listados na Tabela de investimentos. 
A seguir serão especificados os principais equipamentos: 
 Veículo – Saveiro 1.6 a álcool, modelo simples, ano 2002, valor R$18000,00. 
 Balança – Balança eletrônica da Toledo modelo 9094, capacidade 15kg x 5g, 
display de 6 dígitos, consumo 10 w, Dimensões: 37(L) x 36(P) x 11(h), prato: 
35,9 x 25,1, peso de embarque: 6kg. 
 Máquina de gelo – Máquina de gelo em escamas da Everest modelo EGE – 
300 de aço inox, dimensões 50x57x59, Produção 300 kg/24h, reservatório 
180kg, peso 63kg, potencia 1 HP. 
 23 
 Oxímetro – Oxímetro da Alfa Tecnoquímica modelo AT-110, mostrador de 
cristal líquido, digital, Faixa de Medição de Oxigênio - 0 a 20 ppm, Faixa de 
Medição de Temperatura - 0 a 50ºC, Resolução - 0,01 ppm 02, Precisão - 
1,5% de final de escala, Calibração - 0,1ppm, Sonda - polarográfica com 
compensação automática, Comprimento do cabo - 250mm, Fonte - 1 bateria 
alcalina 9 volts(inclusa). Vida Útil das baterias - +- 100 horas uso contínuo. 
 Pagômetro – Peagômetro da Alfa Tecnoquímica modelo P-730, Display de 
Cristal Liquido, Escala: 0.00 a 14.00 pH / 0 a 600 mV / 0 a 100ºC, 
Resolução: 0.001 pH / 0.1 mV / 0.1ºC, Precisão: ± 0.01 pH / ± 0.02% mV / 
0.5ºC, Compensação de Temperatura: Manual / Automática, Calibração: 
SLOP (PH4) e CAL (PH7), Alimentação: 1 Bateria de 9V, Dimensões: 180 × 
75 × 45 mm / Peso: 300g. 
 Kit de análise de água – Polikit para piscicultura da Alfa Tecnoquímica, 
Oxigênio Dissolvido - método volumétrica com sensibilidade de 0,1 a 10,0 
ppm; Dureza Total - método volumétrico com sensibilidade de 2,00 a 200,00 
ppm; Amônia - método colorimétrico com sensibilidade de 1 ppm e cartela de 
0,2 a 2,0 ppm; pH - método colorimétrico com sensibilidade 0,5 e cartela de 
5,0 a 8,5 ppm; Gás Carbônico - método volumétrico com sensibilidade de 2,0 
a 200,00 ppm; Alcalinidade - método volumétrico com sensibilidade de 2,0 a 
200,00 ppm; Nitrito - método colorimétrico com sensibilidade (na cartela) de 
0,05 a 0,20 ppm. Disco de Secchi - em acrílico, com fita graduada de 1,5m, 
para medição de Turbidez (Opcional); Termômetro - de mercúrio, com 
escala de 0°C a 50°C e proteção plástica externa(Opcional); Garrafa 
Coletora - 300ml (Opcional). 
 Rede de arrasto – Rede de arrasto da Engepesca de nylon multifilamentada 
do tipo picaré com saco coletor, dimenções: 48 m de comprimento, 2,5 m de 
altura e malha de 18 mm. 
 
 
 
 
 24 
MÃO-DE-OBRA 
 
Serão contratados três funcionários fixos: sendo 2 responsáveis por todo 
manejo, principalmente despescas, alimentação, controle de qualidade da água e 
processamento. E o terceiro também auxiliará no manejo em geral, porém terá 
com principal função a entrega do produto final nos bares, hotéis e restaurantes. 
Estes receberão 1 (um) salário mínimo no valor de R$ 200,00 por mês, 
considerando os encargossociais que serão recolhidos pela empresa sobre a 
folha de pagamento. Estes encargos referem-se ao Fundo de Garantia por Tempo 
de Serviço, Férias, Abono de Férias, 13º salário, entre outros, representando 
aproximadamente 43% do salário mensal. 
Serão contratados também 5 diaristas que auxiliarão nas despescas 
seletivas e totais, totalizando 21 dias por ano, recebendo R$ 10,00 reais por dia. 
Durante o período de cultivo está programado 8 visitas técnicas (uma por 
mês) por um técnico de nível superior, recebendo R$ 275,00 por visita, incluindo 
todas as despesas. 
 
COMERCIALIZAÇÀO E MERCADO 
 
Os camarões serão comercializados para restaurantes, peixarias, bares e 
hotéis de São José de Rio Preto. Os camarões serão acondicionados em 
embalagens de 1 kg, com um tamanho médio de 20 g, em caixas de isopor 
intercalados com gelo. O produtor fará a entrega semanalmente. 
Serão produzidos anualmente 6.240 kg de camarão fresco, distribuídos em 
uma média de 283,63 kg mensais. Visando uma melhor distribuição da produção 
durante o ano, as despescas finais variarão em cultivos com 7¹/2 a 9 meses. 
Dessa forma, além de obtermos uma maior produção durante os meses de verão 
(dezembro, janeiro e fevereiro), também teremos uma grande produção durante o 
período da semana santa. (Tabela 3) 
 
 
 
 
 25 
Tabela 3 – Produção mensal 
Mês 
Produção (Kg) 
Mensal % 
Dezembro 936,00 15,0 
Janeiro 1.471,86 23,6 
Fevereiro 1.063,42 17,0 
Março 768,32 12,3 
Abril 1.277,76 20,5 
Maio 722,64 11,6 
Total (Kg) 6.240,00 100,0 
 
REGISTRO DO AQUICULTOR 
AQÜICULTURA EM ÁGUAS PÚBLICAS - DECRETO N.º 1.695, DE 13 DE 
NOVEMBRO DE 1995. 
 
Regulamenta a exploração de aqüicultura em águas públicas pertencentes à 
União, e dá outras providências. 
O presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 84, 
inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no artigo 10 da Lei n.º 
6.938, de 31 de agosto de 1981, no § 2º do artigo 36 do Decreto n.º 24.643, de 10 
de julho de 1934, no artigo 1º do Decreto-Lei n.º 178, de 16 de fevereiro de 1967, 
decreta: 
 
Art. 1º Fica autorizada a exploração da aqüicultura em águas públicas 
pertencentes à União, respeitados os demais usos e requisitos pertinentes 
previsto em legislação específica. 
 
Parágrafo único. Para efeito deste Decreto define-se como aqüicultura o 
cultivo de organismos que tenham na água seu normal ou mais freqüente meio de 
vida. 
 
Art. 2º O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis – IBAMA promoverá o registro dos aqüicultores, na forma da 
legislação pertinente. 
 26 
 
Parágrafo único. O pedido de registro ao IBAMA deverá incluir projetos que 
contenha, entre outros requisitos, o controle sanitário dos organismos a serem 
cultivados e o monitoramento periódico da qualidade da água na área de 
influência do empreendimento. 
 
Art. 3º A definição das espécies a serem cultivados, bem assim das técnicas 
ou equipamentos a serem utilizados nos empreendimentos de que trata este 
Decreto, será estabelecida mediante ato normativo do IBAMA. 
 
Art. 4º A utilização de águas públicas pertencentes à União para os fins 
previstos neste Decreto, bem assim a regularização de ocupações já existentes, 
será autorizada pela Secretaria do patrimônio da União (SPU), ouvido o IBAMA, o 
Ministério da Marinha e outros Ministérios eventualmente envolvidos no que diz 
respeito aos aspectos de sua competência, na forma da legislação vigente. 
 
Art. 5º A SPU e o IBAMA expedirão, no prazo de 120 dias, as atos 
necessários ao cumprimento do disposto neste Decreto. 
 
Art. 6º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Presidente da República. 
 
6. ANÁLISE ECONÔMICA 
Definidos como aplicações de recursos de capital com vista à obtenção de 
fluxo benefícios em determinado futuro. Estes são de suma importância na 
elaboração do projeto, pois assim poderemos calcular as formas de 
financiamentos, estudos de capital, rentabilidade, etc. 
9.1. Horizonte 
 27 
O projeto terá um horizonte de 20 anos devido os itens de maiores 
participações terem a vida útil de 20 anos (como viveiros, galpões, alambrado 
etc.) 
9.2. Investimentos 
Verifica-se na Tabela 4 de investimento que o item de maior participação é 
a construção dos viveiros, contribuindo com 36,21% do total de investimentos. 
9.3. Despesas operacionais 
A montagem de um projeto que gere produtividade e conseqüentemente 
lucro exige dispêndios de capital que podem ser chamados de despesas. Dentro 
das despesas operacionais a aquisição das pós-larvas de camarão é o item de 
maior participação do Custo Operacional Efetivo (24,49%), seguido das despesas 
com rações (22,22%) e mão de obra (21,43%). Ver Tabela 5. 
 A venda dos produtos gerada na operação é a receitas bruta, que neste 
projeto está estimada em R$ 99840,00 por ano, vendendo o kg de camarão a R$ 
16,00. 
O cálculo dos valores monetários dos investimentos, das despesas e das 
receitas permite a realização da análise de viabilidade financeira do projeto. 
 28 
Tabela 4 – Investimento 
Item Unidade Quantidade Valor Un. (R$) Total (R$) Vida útil (anos) Depreciação Manutenção 
(ano) 
Participação 
Veículo pç 1 18000,00 18000,00 11 1181,82 900,00 14,14% 
Balança até 15 Kg pç 1 465,00 465,00 10 46,50 23,25 0,37% 
Máquina de gelo pç 1 5200,00 5200,00 10 470,00 260,00 4,09% 
Caixas plásticas (70 L) pç 6 42,00 252,00 5 50,40 0,00 0,20% 
Caixas vazadas pç 6 8,00 48,00 3 16,00 0,00 0,04% 
Rede de arrasto pç 2 900,00 1800,00 4 450,00 90,00 1,41% 
Puçá malha 18mm pç 6 23,00 138,00 2 69,00 6,90 0,11% 
Baldes 20L graduado pç 5 25,00 125,00 2 62,50 0,00 0,10% 
Caixas de isopor (180 L) pç 3 75,00 225,00 2 112,50 0,00 0,18% 
Oxímetro pç 1 1200,00 1200,00 10 120,00 60,00 0,94% 
Termômetro pç 2 30,00 60,00 3 20,00 0,00 0,05% 
Peagômetro pç 1 175,00 175,00 10 17,50 8,75 0,14% 
kit de análise de H2O pç 2 180,00 360,00 1 360,00 0,00 0,28% 
Cadeiras pç 6 50,00 300,00 10 30,00 0,00 0,24% 
Mesa para computador pç 1 100,00 100,00 10 10,00 0,00 0,08% 
Armário Fechado pç 1 260,00 260,00 10 26,00 0,00 0,20% 
Computador pç 1 2500,00 2500,00 4 500,00 125,00 1,96% 
Mesa de reuniões pç 1 120,00 120,00 10 12,00 0,00 0,09% 
Utensílios de processamento pç 1 30,00 30,00 3 10,00 0,00 0,02% 
Telefone fixo + Linha pç 1 130,00 130,00 4 32,50 0,00 0,10% 
Telefone móvel pç 2 200,00 400,00 3 133,33 0,00 0,31% 
Utensílios de laboratório pç 1 1000,00 1000,00 3 333,33 0,00 0,79% 
Geladeira pç 1 500,00 500,00 10 50,00 25,00 0,39% 
Fogão pç 1 250,00 250,00 10 25,00 12,50 0,20% 
Cômodos (90 m2) m2 90 230,00 20700,00 20 1035,00 414,00 16,27% 
Galpão de Ração (80 m2) m2 80 140,00 11200,00 20 560,00 224,00 8,80% 
Tablado de madeira m2 63 9,00 567,00 10 56,70 11,34 0,45% 
Viveiros m2 48000 0,96 46080,00 20 2304,00 921,60 36,21% 
Monges un. 8 900,00 7200,00 20 360,00 144,00 5,66% 
Gramas m2 7680 0,50 3840,00 20 192,00 76,80 3,02% 
Alambrado M 1100 33,00 36300,00 20 1815,00 726,00 28,52% 
Visitas de Implantação un. 5 275,00 1375,00 1,08% 
Total 127262,00 6322,70 2517,74 100% 
Projeto 6,5% do Invetimento 8272,03 
 29 
Tabela 5 – Despesas operacionais 
Ítens Quantidade/ano Valor un. (R$) Meses ou Dias R$/ano Participação % 
Registro do aquicultor 1 150 150,00 0,28 
Ração I (25 Kg) 4320 0,79 3412,80 6,45 
Ração II (25 Kg) 14905 0,56 8346,60 15,77 
Frete - ração (km) 900 0,50 3 1350,00 2,55 
Combustível (L) 1200 1,70 2040,00 3,85 
Pós Larvas Milheiro 480,0 27,00 12960,00 24,49 
Embalagens 6300,0 0,30 1890,00 3,57 
Cloro (L) 10 2,00 20,00 0,04 
Energia elétrica e telefone 12 180,00 2160,00 4,08 
M. obra permanente (R$/mês) 3 200,00 12 7200,00 13,60 
Encargos (43%) 3 86,00 12 3096,00 5,85 
M. obra eventual (R$/dia) 5 10,00 21 1050,00 1,98 
Assistência Técnica 8 275,00 2200,00 4,16 
Cal Hidratado (kg) 4800 0,20 960,00 1,81 
Adubo Orgânico (Ton) 14,4 40,00576,00 1,09 
Imposto Rural 99840 2,7% 2695,68 5,09 
Outros* 1 300 300,00 0,57 
Manutenção 2517,74 4,76 
Custo Operacional Efetivo (COE) 52924,8229 100,00 
Juros sobre capital circulante “médio” (8,75% a.a.) 2315,46 
CUSTO VARIAVEL 55240,28 
Depreciação 6322,70 
Custo Operacional Total (COT) Meses ou ha Valor (R$) Ton/ha 59247,52 
Remuneração sobre o capital fixo “médio” (8,75% a.a.) 5567,71 
Remuneração do empresário 12 200 2400,00 
Remuneração terra (arrendamento de cana) 7 25 50 8750,00 
CUSTO FIXO 23040,41 
Custo total de produção (CTP) 78280,70 
* Materiais de escritório, laboratório e almoxarifado 
 30 
Destas, informações são sintetizadas de forma homogênea em termos 
financeiros, gerando uma avaliação econômica de todos os fatores que 
influenciam o projeto. 
O custo total de produção (CTP) mostra o valor a ser gasto no ano com a 
implantação do projeto, que é de R$ 78280,70. Obtendo um custo total de 
produção por kg de R$12,54. 
9.4. Indicadores de rentabilidade 
A receita líquida (RL) mostra uma visão geral do projeto, que é de R$ 
40592,48 por ano. 
Lucro do período (RB – CTP) mostra o capital de entrada em determinado 
intervalo de tempo (1 ano), que é de R$ 21559,30. 
Relação benefício-custo (RBC) mostra o retorno de unidades monetárias da 
receita em cada unidade monetária de custos, que é de R$ 2,33. 
Taxa interna de retorno (TIR) expõe a taxa de retorno do projeto no período 
considerado, que é de 24,8%. 
Período de retorno do capital (PRC) indica a relação entre o capital inicial e o 
lucro, mede o período de tempo necessário para o a reposição do investimento, 
que é de 3,97 anos. 
Ponto de equilíbrio (PE) é o mínimo de kg de peixe que deve ser produzido 
para que o projeto opere sem lucro ou prejuízo, que é 1431,17 kg por ano. 
Ver Tabela 6 de fluxo de caixa e Tabela 7 de indicadores financeiros e de 
rentabilidade.
 31 
Tabela 6 – Fluxo de caixa e análise visual simples da simulação do financiamento. 
 
 
Ano 0 1 2 3 4 5
Investimentos -127262,00
K de Giro -42339,86 -52924,82 -52924,82 -52924,82 -52924,82 -52924,82
Receita bruta 99840,00 99840,00 99840,00 99840,00 99840,00
Reinvestimentos -360,00 -360,00 -360,00 -360,00 -360,00
-488,00 -1538,00 -488,00 -252,00
-4430,00
Recuper. do K de G
Projeto -8272,03
Fluxo líquido -177873,89 46555,18 46067,18 45017,18 41637,18 46303,18
Financiamento BNDES 135534,03 Anuidades = 40072,54 40072,54 40072,54 40072,54
6 7 8 9 10 11 12 13
-52924,82 -52924,82 -52924,82 -52924,82 -52924,82 -52924,82 -52924,82 -52924,82
99840,00 99840,00 99840,00 99840,00 99840,00 99840,00 99840,00 99840,00
-360,00 -360,00 -360,00 -360,00 -360,00 -360,00 -360,00 -360,00
-488,00 -488,00 -1538,00 -488,00 -18000,00 -488,00
-1538,00 -4430,00 -252,00 -1538,00
-8570,00 -4430,00
44529,18 46555,18 41637,18 45017,18 37245,18 28555,18 40099,18 46555,18
14 15 16 17 18 19 20
-52924,82 -52924,82 -52924,82 -52924,82 -52924,82 -52924,82 -52924,82
99840,00 99840,00 99840,00 99840,00 99840,00 99840,00 99840,00
-360,00 -360,00 -360,00 -360,00 -360,00 -360,00 -360,00
-488,00 -1538,00 -488,00 -488,00
-252,00 -4430,00 -1538,00
42339,86
46067,18 44765,18 41637,18 46555,18 44529,18 46555,18 88895,04
 32 
Tabela 7 – Indicadores financeiros e de rentabilidade. 
 
Custo Total de Produção por Kg (R$)
Ponto de Equilíbrio (kg/ano) 1431,17
Produção Kg/ano
Preço de venda (R$/Kg)
Receita bruta (R$/ano)
Custo Oper. Efetivo por Kg (R$)
6240,0
16,00
Custo Oper. Total por Kg (R$)
99840,00
8,48
9,49
12,54
Reinvestimento
CADA 1 ANO 360,00R$ 
 CADA 2 ANOS 488,00R$ 
CADA 3 ANOS 1.538,00R$ 
CADA 4 ANOS 4.430,00R$ 
CADA 5 ANOS 252,00R$ 
CADA 10 ANOS 8.570,00R$ 
CADA 11 ANOS 18.000,00R$ 
Taxa de Juros 8,75%
Carência/anos 2
Parcelas 4
Valor 135.534,03R$ 
Anuidades 40.072,54R$ 
Financiamento
TIR 24,8%
VPL 237016,18
RBC 2,33
PRC 3,97
Receita liquida (RB-COT) 40592,48
Lucro (RB-CTP) 21559,30
 33 
9.5. Análise de sensibilidade 
Foram realizadas cinco simulações: 
 Aumento de 15% no preço das rações 
 Aumento de 15% no preço das pós-larvas 
 Aumento na mortalidade de 35% (esperado) para 45% 
 Redução do preço de venda do produto final de R$16,00 para R$14,00 
 Ao invés de instalar o alambrado em volta dos viveiros, contratar um vigia 
noturno recebendo um salário de R$ 200,00 + 20% de adicional noturno e 
recolhendo todos os encargos. 
Pode-se observar nos gráficos a seguir os indicadores de rentabilidade de 
cada simulação comparando com o projeto original. 
Percebe-se que quando se aumenta o preço da ração ou das pós-larvas 
em 15% ocorre uma leve defasagem nos indicadores em relação ao projeto 
original. Já quando ocorre uma mortalidade inesperada ou quando o mercado 
estiver pagando apenas R$14,00 por kg do produto o projeto pode estar sendo 
inviável economicamente (TIR < 20%). No entanto quando ao invés de instalar o 
alambrado em volta dos viveiros, contrata-se um vigia noturno os indicadores 
econômicos, principalmente a TIR, apresenta-se mais rentável, e ainda o projeto 
torna-se mais social, empregando mais uma pessoa. 
2 4 ,8 % 2 3 ,6 % 2 3 ,4 %
1 5 ,7 %
1 7 ,5 %
2 6 ,5 %
0 ,0%
10 ,0%
20 ,0%
30 ,0%
T IR
O rig ina l 15% p reço da ração
15% p reço da P L de 35 p / 45% M ort.
de R $ 16 ,00 p / R $ 14 ,00 s / a lam brado + 1 v ig ia
 34 
23
69
81
,4
4
21
99
69
,4
0
21
76
50
,1
6
98
35
6,
86
12
43
48
,9
7
21
46
04
,2
1
0 ,0 0
1 0 0 0 0 0 ,0 0
2 0 0 0 0 0 ,0 0
3 0 0 0 0 0 ,0 0
V P L
O rig ina l 1 5 % p re ço d a ra çã o
1 5 % p re ço d a P L d e 3 5 p / 4 5 % M o rt.
d e R$ 1 6 ,0 0 p / R$ 1 4 ,0 0 s / a la m b ra d o + 1 vig ia
2,33 2,23 2,21
1,55
1,70
2,49
0 ,0 0
1 ,0 0
2 ,0 0
3 ,0 0
RB C
O rig ina l 1 5 % p re ço d a ra çã o
1 5 % p re ço d a P L d e 3 5 p / 4 5 % M o rt.
d e R$ 1 6 ,0 0 p / R$ 1 4 ,0 0 s / a la m b ra d o + 1 vig ia
3 ,9 7 4 ,1 5 4 ,1 8
5 ,9 0
5 ,3 9
3 ,7 0
0 ,0 0
2 ,0 0
4 ,0 0
6 ,0 0
P R C
O rig in a l 1 5 % p re ço d a ra çã o
1 5 % p re ço d a P L d e 3 5 p / 4 5 % M o rt.
d e R $ 1 6 ,0 0 p / R $ 1 4 ,0 0 s / a la m b ra d o + 1 v ig ia
 35 
 
 
9.6. Avaliação financeira 
O Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Aqüicultura - 
AQÜICULTURA, regulamentado pela Resolução 2.985, de 03/07/2002 do 
BACEN, tem por objetiva o aumento da produção de peixes, camarões e 
moluscos em regime de aqüicultura, visando à ocupação de espaços no mercado 
interno e externo. As operações serão realizadas através das instituições 
financeiras credenciadas. 
 
 
 
4
0
5
9
2
,4
8
3
8
8
8
1
,7
1
3
8
6
4
8
,4
8
2
5
6
4
7
,2
0
2
8
4
4
9
,4
4
3
6
2
6
9
,4
8
0 ,0 0
2 0 0 0 0 ,0 0
4 0 0 0 0 ,0 0
6 0 0 0 0 ,0 0
R L
O rig in a l 1 5 % p re ço d a ra çã o
1 5 % p re ço d a P L d e 3 5 p / 4 5 % M o rt.
d e R $ 1 6 ,0 0 p / R $ 1 4 ,0 0 s / a la m b ra d o + 1 v ig ia
2
6
0
6
1
,8
4
2
4
2
0
1
,3
8
2
3
9
4
7
,7
4
1
1
1
5
2
,8
5
1
3
9
4
8
,2
9
2
2
7
8
9
,8
9
0 ,0 0
1 0 0 0 0 ,0 0
2 0 0 0 0 ,0 0
3 0 0 0 0 ,0 0
L U C R O
O rig in a l 1 5 % p re ço d a ra çã o
1 5 % p re ço d a P L d e 3 5 p / 4 5 % M o rt.
d e R $ 1 6 ,0 0 p / R $ 1 4 ,0 0 s / a la m b ra d o + 1 v ig ia
http://www.bacen.gov.br/
 36 
9.6.1. Prazo de vigência 
Serão atendidos os financiamentos que ingressarem no BNDES até 30 de 
junho de 2003. 
 
9.6.2. Clientes 
Empresas de qualquer porte, cooperativas de produtores rurais e pessoas 
físicas, com efetiva atuação no segmento agropecuário. 
A cooperativa de produtores rurais poderá ser beneficiária na modalidade 
de aquisição de bens para fornecimento a cooperados. 
 
9.6.3. Itens financiáveis 
Aquisição de máquinas, equipamentos e instalações de estruturas de 
apoio, aquisição de redes, cabos e material para a confecção de poitas, 
construção de viveiros,açudes, tanques e canais, serviços de topografia e 
terraplanagem. 
 
9.6.4. Taxa de Juros e nível de participação 
8,75% a.a. incluído o spread do Agente de 5% a.a. 
Até 100%. 
Limite de valor do financiamento por cliente, no período de 01/07/2002 a 
30/06/2003: até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais) independentemente 
de outros créditos ao amparo de recursos controlados do crédito rural. 
Admite-se a concessão de mais de um financiamento para o mesmo 
cliente neste período, desde que a atividade financeira requeira e que fique 
comprovada a capacidade de pagamento do mesmo, e ainda, que o somatório 
dos valores concedidos não ultrapasse o limite de crédito de R$ 150.000,00 
(cento e cinqüenta mil reais). 
No caso de financiamento a cooperativa para fornecimento a cooperados, 
o limite de R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais) aplicar-se-á a cada 
cooperado. 
9.6.5. Prazos 
Prazo: até 5 anos incluída a carência de até 2 anos. 
 37 
A periodicidade de pagamento do principal poderá ser semestral ou anual, 
a ser definida de acordo com o fluxo de recebimento de recursos da propriedade 
beneficiada. 
 
9.6.6. Garantias 
A critério da instituição financeira credenciada, observadas as normas 
pertinentes do Banco Central do Brasil. 
 
9.6.7. Critérios Específicos 
Poderão ser financiados gastos realizados a partir da entrada do pedido 
de financiamento na instituição financeira credenciada; 
Deverá ser exigida do cliente a a apresentação de declaração a respeito o 
cumprimento do limite de valor de financiamento. 
Nas operações de financiamento a cooperativas para fornecimento a 
cooperados, as informações sobre os financiamentos concedidos deverão ser 
individualizadas para cada cooperado beneficiado; 
A liberação deverá ser feita em parcela única. 
 
9.6.8. Encaminhamento 
O interessado deve dirigir-se à instituição financeira credenciada de sua 
preferência que informará qual a documentação necessária, além do orçamento 
da máquina ou equipamento a ser financiado, analisará a possibilidade de 
concessão do crédito e negociará as garantias. Após a aprovação pela instituição, 
a operação será encaminhada para homologação e posterior liberação dos 
recursos pelo BNDES. 
 
9.6.9. Simulação 
Foi simulado um financiamento pelo BNDES no programa de apoio ao 
desenvolvimento da aqüicultura. O valor financiado seria de R$ 135534,03 que 
corresponde ao valor do investimento do projeto. De acordo com as normas deste 
programa, teríamos que quitar esta dívida em quatro parcelas anuais de R$ 
40072,54 a partir do final do 2º ano. 
http://www.bndes.gov.br/produtos/instituicoes/aglamina.asp
http://www.bndes.gov.br/produtos/instituicoes/aglamina.asp
 38 
Fazendo uma análise simples e visual do fluxo liquido dos anos 2, 3, 4 e 
5, percebesse nitidamente que seria possível realizar o pagamento das parcelas 
ao final de cada ano. No entanto é possível fazer este financiamento. 
 
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
CODASP Manual técnico de motomecanização agrícola. Companhia de 
desenvolvimento agrícola de São Paulo. 1994, São Paulo. 101 p. 
NEW, M. B. & VALENTI W. C. Freshwater prawn culture: the farming of 
Macrobrachium rosenbergii. Blackwell Science, 2000. 443 p. 
VALENTI, W. C. Criação de camarões em águas interiores. FUNEP, 1996. 
Jaboticabal. Brasil. 81 p. 
VALENTI, W. C. Carcinicultura de água doce: tecnologia para a produção de 
camarões. IBAMA/FAPESP, 1998. Brasília. Brasil. 383 p. 
VALENTI, W. C. Situação atual perspectivas e novas tecnologias para 
produção de camarões de água doce. SIMPÓSIO BRASILEIRO DE 
AQÜICULTURA, 12, 2002. Goiânia. Anais 99 – 106.

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