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Aula Metilxantinas Metilxantinas São consideradas como pseudoalcaloides. Origem: bases púricas Caráter anfótero Muitos autores classificam as metilxantinas como alcaloides verdadeiros, denominados alcaloides purínicos. Principais metilxantinas Cafeína: 1,3,7-trimetilxantina; teobromina:3,7-dimetilxantina; teofilina: 1,3-dimetilxantina; paraxantina: 1,7-dimetilxantina As metilxantinas são solúveis em água e soluções aquosas ácidas a quente e etanol a quente, solventes orgânicos clorados e soluções alcalinas. Método de extração: As metilxantinas são extraídas por solventes clorados em meio amoniacal ou por solventes clorados diretamente de suas soluções aquosas ácidas, pois são bases muito fracas e seus sais dissociam- se muito facilmente em água. Utiliza-se o método clássico para extração de alcaloides quando se quer maior grau de pureza Caracterização e doseamento As metilxantinas em soluções diluidas não são precipitadas pelo reativo de Mayer, mas precipitam com taninos, com o reativo de Dragendorff ou com soluções de iodo/iodeto em meio ácido. Reação de Murexida: cisão oxidativa em aloxano e ácido dialúrico e posterior formação de um complexo amoniacal, purpurato de amônia, de cor violácea. Métodos de doseamento incluem gravimetria, iodometria, espectrofotometria no UV e métodos cromatográficos, como CLAE. Propriedades farmacológicas e emprego terapêutico Sobre o sistema nervoso central: são estimulantes, facilitam a atividade cortical, inibem o sono, diminuem a sensação de fadiga; estimulam os centros respiratórios e vasomotores bulbares, reduzindo a sensibilidade dos quimioreceptores ao dióxido de carbono. Sobre o sistema cardiovascular: possuem ação inotrópica positiva; aumentam a frequência e os débitos cardíaco e coronariano. A teofilina possui efeito mais marcante. A cafeína causa vasoconstrição do sistema vascular cerebral e vasodilatação periférica, agindo também como vasodilatador coronariano periférico; Sobre a musculatura lisa: a teofilina e, menos acentuadamente, a teobromina, induzem um relaxamento não específico da musculatura brônquica, das vias biliares e dos ureteres; Sobre a musculatura estriada: estimulam a contração, reduzindo a fadiga muscular; este efeito é mais pronunciado para a cafeina. Sobre a diurese: a teobromina e a teofilina aumentam o débito sanguineo renal e a filtração glomerular, possuindo uma atividade diurética notável; o efeito é mais duradouro para a teobromina. Drogas vegetais Cola Nome científico: Cola acuminata Schott et Endl.; C. verticillata Stapf.; C. nitida Schott et Endl. Família: Sterculiaceae Parte utilizada: sementes Composição química: cafeina, teobromina, catecol e epicatecol, taninos e amido Usos: na obtenção de bebidas estimulantes e refrigerantes. Cacau Nome científico: Theobroma cacao L. Família: Sterculiaceae Parte utilizada: sementes Composição química: triglicerídeos e ácidos graxos, compostos polifenólicos e taninos condensados, metilxantinas. Usos: extração da manteiga de cacau (excipiente graxo em alimentos e produtos farmacêuticos) e indústria de chocolate. Guaraná Nome científico: Paullinia cupana H.B.K. var. typica (cupana-yocco), P. cupana H.B.K. var. sorbilis (Mart.) Ducke (guaraná-de-maués). Família: Sapindaceae Parte utilizada: sementes Composição química: cafeína, teofilina e teobromina, saponinas, taninos, amido, pectinas e mucilagem Usos: indústria de refrigerantes Erva-mate Nome científico: Ilex paraguariensis A. St.-Hilaire Família: Aquifoliaceae Parte utilizada: folhas Composição química: vitaminas, aminoácidos, saponinas triterpênicas, compostos fenólicos, principalmente ácido clorogênico e seus produtos de oxidação, metilxantinas, além de aminoácidos e açúcares. Usos: bebidas alimentícias e estimulantes, matéria-prima para obtenção de produtos fitoterápicos (regime hipocalóricos, diuréticos e no tratamento de astenias funcionais). Café Nome científico: Coffea arabica L. e C. canephora Pierre Família: Rubiaceae Parte utilizada: sementes Composição química: glicídeos, principalmente polissacarídeos; lipídeos, proteínas, cafeína. Usos: manufatura de bebidas estimulante e alimentícia. Chá-da-india Nome científico: Camellia sinensis (L.) O. Kuntze Sinonímia: Thea sinensis L. = Camellia thea Link. Família: Theaceae (Ternstroemiaceae) Parte utilizada: folhas Composição química: proteínas, glicídeos, ácido ascórbico, vitaminas do complexo B e bases púricas, especialmente cafeína, polifenóis: monosídeos de flavonóis e flavonas, catecóis e epicatecóis livres e esterificados pelo ácido gálico e produtos de condensação, e taninos. Usos: Chá alimentício e estimulante; auxiliar em regimes dietéticos, pela sua ação lipolítica e diurética e, externamente, como antipruriginoso e emoliente em afecções dermatológicas. REFERÊNCIAS COSTA, A. F. Farmacognosia. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994. SIMÕES, C. M. O. et al. Farmacognosia – da Planta ao Medicamento. 6 ed. Porto Alegre / Florianópolis: Ed Universidade UFRGS / Ed. da UFSC, 2007. ROBBERS, J. E.; SPEEDIE, M. K.; TYLER, V. E. Farmacognosia e Farmacobiotecnologia. Editorial Premier, 1997. BRUNETON, L.L.; LAZO, J.S.; PARKER, K.L. (ED). Goodman & Gilman: as bases farmacológicas da terapêutica. 11. ed. São Paulo: McGraw-Hill: Porto Alegre: Artmed, 2010. Obrigada
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