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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE BH CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL Disciplina: Psicopedagogia Clínica Professora Flávia Alcântara O DESENHO NA PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA DESENHO INFANTIL O Grafismo Infantil e o Desenvolvimento da Criança DESENHO INFANTIL “A expressão gráfica é uma manifestação da totalidade cognitiva e afetiva. Quanto mais a criança confia em si e no meio, mais ela se arrisca a criar e a se envolver com o que faz”. Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY http://www.recicloteca.org.br/videos/6-concurso-de-desenho-infantil-abes/ https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ DESENHO INFANTIL ❑No final do século XIX, começou o interesse pelo desenho infantil, período em que as crianças começaram a ter acesso ao papel e ao lápis. ❑ Anteriormente as crianças desenhavam, no chão e nas paredes usando gravetos ou pedaços de carvão. DESENHO INFANTIL ❑ Conrrado Rizzi publica 1887: “A arte das crianças pequenas”. O livro sistematizou os estudos sobre o desenho infantil e despertou o interesse pelo assunto. ❑ “O nível de desenvolvimento inte- lectual em que a criança se encontra é expresso em seus desenhos, mostrando o seu estágio emocional e perceptivo”. (Sans, 2007). Fases de Evolução do Desenho Infantil Segundo Piaget DESENHO INFANTIL - Primeira fase Quando a criança percebe a relação gesto- traço, ou seja, quando percebe que o risco é uma resultante do seu movimento com o lápis. Fase da garatuja desordenada e garatuja ordenada. Garatujas desordenadas • Aproximadamente de 1 a 2 anos. • A criança começa fazendo riscos descontrolados apenas pelo prazer de manusear o lápis e o papel. • É importante que os pais e os professores valorizem esses riscos para não afetar o desenvolvimento da escrita no futuro. • Em torno dos 3 anos, começa a fechar as figuras através de formas circulares ou espiraladas. • Segura o lápis como um adulto. • Copia intencionalmente um círculo mas não um quadrado. • Descobre mas não inventa relações entre o que desenhou e a realidade. • Com argila começa fazer bolas e “salsichas”. DESENHO INFANTIL - Segunda fase • A criança compreende que pode representar intencionalmente um objeto graficamente. • Garatuja nomeada - a partir dos 3 anos, faz passagem do pensamento motor ao imagético, frente ao desenho, ou seja representa intencionalmente um objeto concreto, através de uma imagem gráfica. • Descreve verbalmente o que fez e começa anunciar o que vai fazer. DESENHO INFANTIL - Fase pré-esquemática •Em torno dos 4 aos 6 anos. •A consciência da analogia entre a forma desejada e o objeto representado se afirma. •A relação a nível gráfico significante- significado se constrói definitivamente. •Vemos aqui como a representação gráfica é muito mais tardia do que a lúdica e a verbal. INICIO DO REALISMO - 9 AOS 12 ANOS. Interpretar os Desenhos das Crianças :: Celina Coelho de Almeida :: TVI - 1ªParte https://www.youtube.com/watch?v=fApX1CSC96c https://www.youtube.com/watch?v=fApX1CSC96c Interpretação do desenho infantil na clínica psicopedagógica: Algumas reflexões O desenho como instrumento analítico A folha em branco deve ser ocupada utilizando-se o lápis como instrumento de expressão. O desenho, assim como o sonho, se vale de elementos pictóricos para favorecer a manifestação do incons- ciente, apresentando-se como ele- mentos aparentemente insignifican- tes, e assim facilitadores no desarme da censura e engates para mani- festação dos desejos e conflitos inconscientes. Provas Projetivas de Desenho – Algumas possibilidades As provas projetivas são utilizadas no contexto psicopedagógico como um meio de análise e depuração do sistema de hipóteses e devem ser aplicadas quando há suspeita de implicações emocionais ou vínculos negativos com a aprendizagem. Quando se aplica uma prova projetiva o sujeito projeta para fora de si o que se recusa a reconhecer em si mesmo ou o ser em si. Através das provas projetivas pretende-se que haja a manifestação do inconsciente, sem medos e/ou repressões. Para Sara Paín, O que podemos avaliar por meio do desenho ou do relato é a capacidade do pensamento para construir uma organização coerente e harmoniosa e elaborar a emoção. Também permitirá avaliar a deteriorização que se produz no próprio pensamento. O pensamento fala por meio do desenho onde se diz mal ou não se diz nada, o que oferece a oportunidade de saber como o sujeito ignora. Observações para análise de desenhos O tamanho total do desenho O tamanho dos personagens Se o sujeito está presente nas cenas Quem não parece no desenho O distanciamento dos personagens Se utiliza a borracha durante o desenho Se não desenha pés e mãos Se faltam olhos, orelhas e boca Se o desenho está condizente ao que é pedido Se há recusa de desenhar ou escrever Posição do desenho na folha Superior – exigente Inferior – impulsivo Direita – progressivo Esquerda – regressivo Superior direita - exigente progressivo Central – equilibrado Superior esquerda – impulsivo regressivo (VISCA, 2008, p. 23) O QUE DIZEM OS DESENHOS DAS CRIANÇAS | FOCO Ensina com Maria Carolina Lolli https://www.youtube.com/watch?v=-BrIMlanApw https://www.youtube.com/watch?v=-BrIMlanApw Os desenhos devem ser analisados dentro de um contexto geral e não de forma isolada. Durante a aplicação dessa técnica, pode-se solicitar à criança que escreva algo sobre seu desenho, se a criança já estiver alfabetizada. Caso seja percebida uma dificuldade muito acentuada, como trocas que caracterizam uma dislexia, por exemplo, pode-se realizar testes mais específicos de consciência fonológica e fazer uma investigação mais aprofundada, bem como indicar uma avaliação com outros especialistas. Se a acriança não quiser escrever nada, não se deve forçá-la, pois essas atividades envolvem situações muito ligadas ao emocional. Em todos os desenhos é importante ficar atento ao: Título do desenho: por meio do título, também observamos o vínculo que se estabelece com a aprendizagem. Relato: de acordo com Visca, o relato é uma projeção que denuncia o vínculo de aprendizagem – do próprio conteúdo; pela correspondência com o desenho; por sua relação com o título. Observe no relato os mecanismos de dissociação, negação e repressão utilizados. Análise após o desenho (Algumas perguntas relacionadas ao desenho) tamanho total tamanho do personagem principal tamanho dos demais personagens posição dos personagens título inclusão de pessoas de fora do grupo Comentários sobre os companheiros Distância entre os personagens Objetos incluídos na cena Tamanho dos objetos Local da cena Interpretar os Desenhos das Crianças :: Celina Coelho de Almeida :: TVI - 2ªParte https://www.youtube.com/watch?v=V-4Osit8Z1w https://www.youtube.com/watch?v=V-4Osit8Z1w Tipos de desenhos para solicitar Algumas possibilidades Elementos para interpretação do desenho da família (Louis Corman) 1. O nível gráfico Não é analisado o valor estético do desenho, mas o tamanho das figuras, a forma e a pressão dos traços e o desenho como um todo. A criança está equilibrada quando seu desenho é grande, com linhas contínuas, com a pressão dos traços adequada e no centro da folha. A figura retratada em tamanho maior e com mais detalhes é a mais importante. 2. O nível de conteúdo É importante pedir para a criança desenhar “uma família” e não a “sua família”. Assim ela não se sentirá pressionada e mostrará no desenho como se sente. É comum as crianças sentirem ciúmes de seus irmãos. Não colocam o irmão nos seus desenhos, somente ela e os pais. Quando perguntamos sobre seu irmão, dizem que saiu ou está dormindo. Normalmente a criança se coloca no meio dos pais, porque é onde se sente mais segura. Não é raro colocar-se ao lado de um deles. Devemos então averiguar o motivo, se passa muito tempocom ele ou gostaria de passar. A ausência do desenho das mãos em alguns personagens pode indicar falta de afetividade. São os detalhes que mostram como o desenho é uma ferramenta importante entre a criança e o mundo adulto. Testes com desenhos • Os testes são para mim apenas um meio e não um fim. Utilizo-os num diálogo, durante o qual procuro apurar um sentido, sem dúvida, em função de certo esquema familiar. E é, pois, ao discurso do sujeito que vou prender-me sobretudo. (Mannoni, 1981, p. 84) • Diagnosticar é, neste sentido, interpretar, construir hipóteses que nos permitam dar conta do trabalho simbólico junto aos conflitos que se estruturam no caminho de cons- trução da subjetividade, assim como abordar as formações imaginárias que se apresentam como armadilhas do desejo para a sua satisfação. (Sigal, 2000, p. 30). Alguns significados de desenhos Desenhos infantis Atividade avaliativa
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