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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Processo originário: ... JOANA, estado civil, nacionalidade, profissão, portadora do RG nº..., inscrito no CPF..., residente e domiciliada no endereço completo, endereço eletrônico..., por seu advogado infra-assinado (procuração em anexo), com escritório profissional situado no endereço completo, endereço eletrônico..., vem, respeitosamente, perante a Vossa Excelência, com fulcro nos art. 966, inciso II, do CPC e art. 144, inciso III, do CPC, propor AÇÃO RESCISÓRIA em face da sentença prolatada por juiz de primeiro grau nos autos da ação em referência em que litiga em face de CARROS S.A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº..., endereço eletrônico..., com sede no endereço completo, pelos motivos e fatos que passa a expor. I - DOS FATOS A requerente adquiriu, na condição de consumidora final, um automóvel em uma das concessionárias da requerida, com pagamento parcelado, assim aquela passou a debitar, mês a mês, o triplo do valor pactuado para cada parcela, o que ficou comprovado pela análise dos contratos e dos seus extratos bancários. A requerente tentou resolver a questão com a requerida, mas o funcionário da requerida apenas afirmou que poderia ter ocorrido um erro no sistema, sem dar qualquer justificativa razoável, e afirmou que não havia o que fazer para corrigir a cobrança. A requerente ajuizou uma ação em face da requerida com pedidos de obrigação de não fazer, para que a querida parasse de realizar as cobranças em excesso, e condenatório, para devolução em dobro dos valores cobrados em excesso, com atualização monetárias e juros legais, e para indenização por danos morais pelos transtornos causados a requerente e por fim o pedido foi julgado improcedente pelo juízo a quo. O trânsito em julgado da sentença ocorreu em 19/02/2019. Algumas semanas depois tomou-se conhecimento de que o juiz, que prolatou a sentença, era casado com a advogada que assinou a contestação e única advogada constituída pela requerida do referido processo. II - DA TEMPESTIVIDADE. Conforme descrito nos fatos acima, a sentença que declarou improcedente o pedido da requerente transitou em julgado no dia 19/02/2019, ou seja, a presente petição encontra-se dentro do prazo de 2 anos, conforme prescreve o art. 975, caput do CPC. Vejamos, abaixo, o referido artigo: “art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.” III - DO DIREITO a - Do impedimento do magistrado: Conforme descrito nos fatos, o juiz, que prolatou a sentença, era casado com a advogada que assinou a contestação e única advogada constituída pela Carros S.A. no referido processo. Nos termos do art. 966, II do Código de Processo Civil, a ação rescisória é cabível em decisões transitada em julgado que contenha algum vício grave, como por exemplo quando o juiz for incompetente ou impedido. Senão vejamos: “art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente.” Dispõe, ainda, o art. 144 do CPC que: “art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive.” Diante do exposto, requer seja declarado a incompetência do juiz, bem como a rescisão do julgado de improcedência, visto que há evidente impedimento em razão do casamento do magistrado com a advogada do requerido. b - Da relação de consumo. Conforme narrado nos fatos acima, a requerida adquiriu, na condição de consumidora final, um automóvel da requerida. Dessa forma, temos uma típica relação de consumo, visto que a requerente é consumidora final, conforme dispõe o art. 2º do Código de Defesa do Consumidor (CDC). “art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.” Dessa forma, resta não há dúvidas que se trata de uma relação de consumo, visto que a requerente adquiriu o automóvel da requerida como consumidora final, conforme disposto no art. 2º do CDC. c - Da do excesso cobrado Conforme descrito nos fatos, a requerida passou a debitar, mês a mês, o triplo do valor pactuado para cada parcela, o que ficou comprovado pela simples análise dos contratos e dos seus extratos bancários, com o débito dos valores em triplo. A cobrança em triplo está em excesso, considerando o próprio valor pactuado no contrato, de modo que a prática deve ser coibida e os valores cobrados em excesso devolvidos em dobro, com correção monetária e juros legais, na forma do Art. 42, parágrafo único, do CDC. “art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.” Diante do exposto, requer seja devolvido em dobro todos os valores pagos em excesso com correção monetária e juros legais, na forma do Art. 42, parágrafo único, do CDC. d - Dos danos morais Dispõe o art. 6º, VI do CDC, que são direitos básicos do consumidor, entre outros, a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos. É inegável que a requerente sofreu danos morais, visto que toda essa situação lhe gerou grandes frustações, pois apesar das tentativas de resolver as cobranças em excesso ela não obteve êxito. Diante do exposto, requer seja a requerida condenada ao pagamento de danos marais a requerente no valor de R$ 5.000,00. IV – DOS PEDIDOS Diante do acima exposto, requer: a – a rescisão do julgado; b - novo julgamento, com a procedência de todos os pedidos antes formulados (obrigação de não fazer, para que a sociedade parasse de realizar as cobranças em excesso, e condenatório, para devolução em dobro dos valores cobrados em excesso e para indenização por danos morais); c - Depósito do valor de 5% do valor da causa, segundo o Art. 968, inciso II, do CPC; d - Condenação da ré ao pagamento dos ônus sucumbenciais, bem como ao pagamento dos honorários advocatícios; e e – a produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a prova documental. Dá-se a causa o valor de R$ ... Nestes termos, Pede deferimento Local e data Advogado OAB nº
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