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Peça de Direito Civil 2ª Fase XXIX Exame OAB

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. 
 
 
Processo originário: ... 
 
 
JOANA, estado civil, nacionalidade, profissão, portadora do RG 
nº..., inscrito no CPF..., residente e domiciliada no endereço completo, endereço 
eletrônico..., por seu advogado infra-assinado (procuração em anexo), com 
escritório profissional situado no endereço completo, endereço eletrônico..., vem, 
respeitosamente, perante a Vossa Excelência, com fulcro nos art. 966, inciso II, 
do CPC e art. 144, inciso III, do CPC, propor 
 
 
AÇÃO RESCISÓRIA 
 
em face da sentença prolatada por juiz de primeiro grau nos autos da ação em 
referência em que litiga em face de CARROS S.A, pessoa jurídica de direito 
privado, inscrita no CNPJ sob o nº..., endereço eletrônico..., com sede no 
endereço completo, pelos motivos e fatos que passa a expor. 
 
 
I - DOS FATOS 
 
A requerente adquiriu, na condição de consumidora final, um 
automóvel em uma das concessionárias da requerida, com pagamento 
parcelado, assim aquela passou a debitar, mês a mês, o triplo do valor pactuado 
para cada parcela, o que ficou comprovado pela análise dos contratos e dos seus 
extratos bancários. A requerente tentou resolver a questão com a requerida, mas 
o funcionário da requerida apenas afirmou que poderia ter ocorrido um erro no 
sistema, sem dar qualquer justificativa razoável, e afirmou que não havia o que 
fazer para corrigir a cobrança. 
A requerente ajuizou uma ação em face da requerida com 
pedidos de obrigação de não fazer, para que a querida parasse de realizar as 
cobranças em excesso, e condenatório, para devolução em dobro dos valores 
cobrados em excesso, com atualização monetárias e juros legais, e para 
indenização por danos morais pelos transtornos causados a requerente e por fim 
o pedido foi julgado improcedente pelo juízo a quo. O trânsito em julgado da 
sentença ocorreu em 19/02/2019. Algumas semanas depois tomou-se 
conhecimento de que o juiz, que prolatou a sentença, era casado com a 
advogada que assinou a contestação e única advogada constituída pela 
requerida do referido processo. 
 
 
II - DA TEMPESTIVIDADE. 
 
Conforme descrito nos fatos acima, a sentença que declarou 
improcedente o pedido da requerente transitou em julgado no dia 19/02/2019, ou 
seja, a presente petição encontra-se dentro do prazo de 2 anos, conforme 
prescreve o art. 975, caput do CPC. 
Vejamos, abaixo, o referido artigo: 
 
“art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos 
contados do trânsito em julgado da última decisão proferida 
no processo.” 
 
 
III - DO DIREITO 
 
a - Do impedimento do magistrado: 
 
Conforme descrito nos fatos, o juiz, que prolatou a sentença, era 
casado com a advogada que assinou a contestação e única advogada 
constituída pela Carros S.A. no referido processo. 
Nos termos do art. 966, II do Código de Processo Civil, a ação 
rescisória é cabível em decisões transitada em julgado que contenha algum vício 
grave, como por exemplo quando o juiz for incompetente ou impedido. Senão 
vejamos: 
 
“art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode 
ser rescindida quando: 
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente 
incompetente.” 
 
Dispõe, ainda, o art. 144 do CPC que: 
 
“art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer 
suas funções no processo: 
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, 
advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou 
companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, 
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive.” 
 
Diante do exposto, requer seja declarado a incompetência do 
juiz, bem como a rescisão do julgado de improcedência, visto que há evidente 
impedimento em razão do casamento do magistrado com a advogada do 
requerido. 
 
b - Da relação de consumo. 
 
Conforme narrado nos fatos acima, a requerida adquiriu, na 
condição de consumidora final, um automóvel da requerida. Dessa forma, temos 
uma típica relação de consumo, visto que a requerente é consumidora final, 
conforme dispõe o art. 2º do Código de Defesa do Consumidor (CDC). 
 
 “art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que 
adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.” 
 
Dessa forma, resta não há dúvidas que se trata de uma relação 
de consumo, visto que a requerente adquiriu o automóvel da requerida como 
consumidora final, conforme disposto no art. 2º do CDC. 
 
c - Da do excesso cobrado 
 
Conforme descrito nos fatos, a requerida passou a debitar, mês 
a mês, o triplo do valor pactuado para cada parcela, o que ficou comprovado pela 
simples análise dos contratos e dos seus extratos bancários, com o débito dos 
valores em triplo. 
A cobrança em triplo está em excesso, considerando o próprio 
valor pactuado no contrato, de modo que a prática deve ser coibida e os valores 
cobrados em excesso devolvidos em dobro, com correção monetária e juros 
legais, na forma do Art. 42, parágrafo único, do CDC. 
 
“art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente 
não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer 
tipo de constrangimento ou ameaça. 
 Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia 
indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao 
dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção 
monetária e juros legais, salvo hipótese de engano 
justificável.” 
 
Diante do exposto, requer seja devolvido em dobro todos os 
valores pagos em excesso com correção monetária e juros legais, na forma do 
Art. 42, parágrafo único, do CDC. 
 
d - Dos danos morais 
 
Dispõe o art. 6º, VI do CDC, que são direitos básicos do 
consumidor, entre outros, a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais 
e morais, individuais, coletivos e difusos. 
É inegável que a requerente sofreu danos morais, visto que toda 
essa situação lhe gerou grandes frustações, pois apesar das tentativas de 
resolver as cobranças em excesso ela não obteve êxito. 
Diante do exposto, requer seja a requerida condenada ao 
pagamento de danos marais a requerente no valor de R$ 5.000,00. 
 
 
IV – DOS PEDIDOS 
 
Diante do acima exposto, requer: 
 
a – a rescisão do julgado; 
 
b - novo julgamento, com a procedência de todos os pedidos antes formulados 
(obrigação de não fazer, para que a sociedade parasse de realizar as cobranças 
em excesso, e condenatório, para devolução em dobro dos valores cobrados em 
excesso e para indenização por danos morais); 
 
c - Depósito do valor de 5% do valor da causa, segundo o Art. 968, inciso II, do 
CPC; 
 
d - Condenação da ré ao pagamento dos ônus sucumbenciais, bem como ao 
pagamento dos honorários advocatícios; e 
 
e – a produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a prova 
documental. 
 
Dá-se a causa o valor de R$ ... 
 
 
Nestes termos, 
 
Pede deferimento 
 
Local e data 
 
 
Advogado 
OAB nº

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