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Álgebra Linear e Vetorial APÊNDICE UNIDADE 3 U3 - Espaços vetoriais 1 UNIDADE 3: Espaços vetoriais Gabarito 1. Faça valer a pena 1. Alternativa Correta: A Resposta Comentada: Pela defi nição das operações adição e produto por escalar de matrizes de ordem 3 3´ , vemos claramente que as propriedades 1., 2., 5., 7. e 8. da defi nição de espaços vetoriais estão satisfeitas. Resta mostrar a existência de elemento nulo, elemento inverso aditivo e elemento neutro multiplicativo. Sejam as matrizes: A a a a a a a a a a = 11 12 13 21 22 23 31 32 33 e 0 = 0 0 0 0 0 0 0 0 0 . Note que: A a a a a a a a a a + + + + + + + + + + = 0 11 12 13 21 22 23 31 32 33 0 0 0 0 0 0 0 0 0 = = a a a a a a a a a A 11 12 13 21 22 23 31 32 33 , logo, 0 é o elemento nulo do conjunto V. Considere a matriz: B A a a a a a a a a a = − = − − − − − − − − − ( )1 11 12 13 21 22 23 31 32 33 . Veja que: A B A A A A+ = + − = − = =( ) ( )1 1 1 0 0, logo , o inverso aditivo de A existe e vale B A= −( )1 . Apêndice Gabaritos comentados com resposta-padrão U3 - Espaços vetoriais2 Por fim, note que: ( )1 A A= , logo, 1 é o elemento neutro multiplicativo de V. Com isso, mostramos que V é um espaço vetorial no corpo dos reais. Agora, note que U VÌ , então U será espaço vetorial se, e somente se, for subespaço vetorial de V. Assim, basta verificar se 0 está em U e se U é fechado nas operações de V, isto é, dados A B U, Î e a Î , A B U+ ∈ e aA UÎ . Primeiramente, note que 0 é triangular superior, logo, está em U. A soma de matrizes triangulares superiores será triangular superior, assim como o produto de uma matriz triangular superior por um escalar. Assim, U é subespaço vetorial de V e, consequentemente, um espaço vetorial no corpo dos reais. 2. Alternativa Correta: D Resposta Comentada: Perceba que o conjunto K realmente é finito (afirmação II é verdadeira), porém, na definição de corpo, nada é afirmado sobre a quantidade de elementos desse conjunto. Para que a estrutura seja considerada um corpo, devemos verificar as seguintes propriedades: 1. (Associatividade) x y z x y z+( )+ = + +( )P e x y z x y z⋅( )⋅ = ⋅ ⋅( ). Observe que: a a b a b b+( )+ = + = e a a b a b b+ +( )= + = , a a c a c c+( )+ = + = e a a c a c c+ +( )= + = , a b a b a b+( )+ = + = e a b a a b b+ +( )= + = , c c b b b c+( )+ = + = e c c b c a c+ +( )= + = . U3 - Espaços vetoriais 3 Logo, a adição é associativa. Temos também que mostrar que a multiplicação é associativa: a a b a b a⋅( )⋅ = ⋅ = e a a b a a a⋅ ⋅ =⋅( ) = a a c a c a⋅( )⋅ = ⋅ = e a a c a a a⋅ ⋅ =⋅( ) = c c b b b b⋅( )⋅ = ⋅ = e c c bc b c⋅ ⋅ =⋅( ) = . Logo, a multiplicação também é associativa. 2. (Comutatividade) x y y x+ = + e x y y x⋅ = ⋅ Na adição, temos: a b b a b+ = + = , a c c a c+ = + = , c b b c a+ = + = . Logo, a adição é comutativa. Na multiplicação, obtemos: a b b a a⋅ = ⋅ = , a c c a a⋅ = ⋅ = , b c c b c⋅ = ⋅ = . Logo, a multiplicação também é comutativa. 3. (Identidade aditiva) Existe , tal que x xk+ =0 , para todo x KÎ . Note que: a a a+ = , a b b+ = e a c c+ = . Portanto, a K= 0 é a identidade aditiva de K. 4. (Identidade multiplicativa) Existe , tal que x xk⋅ =1 , para todo x KÎ . Note que: b a a⋅ = , b b b⋅ = e b c c⋅ = . Portanto, b K= 1 é a identidade multiplicativa de K. 5. (Inversa aditiva) Para cada x KÎ , existe − ∈x K , tal que x x K+ −( )= 0 . Observe que: a a a+ = , assim, − =a a é a inversa aditiva de a; b c a+ = , U3 - Espaços vetoriais4 assim, − =b c é a inversa aditiva de b; c b a+ = , assim, − =c b é a inversa aditiva de c. Logo, todo elemento de K possui uma inversa aditiva em K. 6. (Inversa multiplicativa) Para cada x KÎ , x K¹ 0 , existe x K − ∈1 , tal que x x K⋅ = −1 1 . Veja que: b b b⋅ = , logo, b b− =1 é a inversa multiplicativa de b; c c b⋅ = , logo, c c− =1 é a inversa multiplicativa de c. Assim, mostramos que todo elemento de K, diferente de 0K a= , possui inversa multiplicativa. 7. (Distributiva) x y z x y x z⋅ +( ) = ⋅ + ⋅ . Observe que: a a a a a a⋅ +( ) = ⋅ = e a a a a a a a⋅ + ⋅ = + = , a a b a b a⋅ +( ) = ⋅ = e a a a b a a a⋅ + ⋅ = + = , a a c a c a⋅ +( ) = ⋅ = e a a a c a a a⋅ + ⋅ = + = , c c c c b c⋅ +( ) = ⋅ = e c c c c b b c⋅ + ⋅ = + = . Concluímos que a propriedade distributiva é válida. Como temos as sete condições para que K seja um corpo válidas, K, ,+( )⋅ é um corpo. 3. Alternativa Correta: A Resposta Comentada: Começaremos com a afirmação mais fácil. Veja que se f Î , então f é diferenciável e, portanto, contínua, logo, f Î . Assim, mostramos que D CÌ . Nosso objetivo é mostrar que , ,+ ⋅( ) é contínua. Pelas propriedades da adição de números reais, vemos facilmente que a adição de funções é associativa e comutativa. U3 - Espaços vetoriais 5 A função f x0 0( )º é contínua (funções constantes são contínuas), e ainda: f f x f x f x f x f x+( ) = + = + =0 0 0( ) ( ) ( ) ( ) ( ), logo, mostramos a existência do elemento neutro da adição f x0 0( )º . Agora, se f Î , então − =− ⋅ ∈f f1 . Como ( ( ))( ) ( ) ( )f f x f x f x+ − = − ≡ 0 , mostramos a existência de elemento oposto para o conjunto das funções reais contínuas. Das propriedades de multiplicação de números reais, a multiplicação de escalares por funções contínuas é associativa. Das propriedades de multiplicação e adição de números reais, as propriedades da distributiva são válidas para a adição de funções contínuas e a multiplicação de funções contínuas por escalares. Assim, nos resta mostrar a existência de elemento neutro multiplicativo. Veja que, dado f Î , temos: 1 1⋅( ) = =f x f x f x( ) ( ) ( ), logo, 1Î é o elemento neutro multiplicativo. E, portanto, , ,+ ⋅( ) é um espaço vetorial. Como já vimos que D CÌ , mostrar que é espaço vetorial é equivalente a mostrar que é subespaço de . Agora, note que funções constantes são diferenciáveis, logo, f0 Î . Ainda, sabemos que a soma de funções diferenciáveis é diferenciável, e o produto de constante por função diferenciável é diferenciável. Portanto, é subespaço vetorial de e, consequentemente, espaço vetorial. Gabarito 2. Faça valer a pena 1. Alternativa Correta: B Resposta Comentada: Para verificar que U é subespaço de V, primeiro precisamos analisar se U é subconjunto de V. U3 - Espaços vetoriais6 Veja que U é conjunto da combinação linear dos elementos de v v v V1 2 3, , Î . Como V é espaço vetorial, então é fechado nas operações adição e multiplicação por escalar, daí também é fechado na combinação linear e, portanto, toda combinação linear de v v v1 2 3, , está em V. Assim, concluímos que U VÌ . 0 0 0 01 2 3⋅ ⋅ ⋅+ + =v v v v , logo 0V UÎ . Sabendo que u v v v U1 1 1 2 2 3 3= + +⋅ ⋅ ⋅ ∈a a a e u v v v U2 2 2 3 31 1= + +⋅ ⋅ ⋅ ∈b b b , obtemos: u u v v v v v v1 2 1 1 1 1 32 2 3 3 2 2 3+ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ == + + + + +α α α β β β α β α β α β1 1 1 32 2 2 3 3+ ⋅ + ⋅ + ⋅ ∈( ) +( ) +( )v v v U , logo U é fechado em relação à adição. Como l Î , temos: λ λ α α α λα λα λαu v v v v v v U1 1 1 1 12 2 3 3 2 2 3 3= + + ( ) +( ) +⋅ ⋅ ⋅( ) = ⋅ ⋅ ( )⋅ ∈ , ou seja, U é fechado em relação à multiplicação por escalar. Assim, mostramos que U, ,+( )⋅ é subespaço vetorial de V, ,+( )⋅ . Perceba que, no início desta demonstração, verificamos que U VÌ , ou seja, não existe u UÎ , tal que u VÏ . Por fim, o conjunto B vv v= { }1 2 3, , é uma base para U, pois são linearmente independentes entre si, e todo elemento de U é escrito como combinação linear dos elementos de B. Logo, dim( )U = 3. 2. Alternativa Correta: D Resposta Comentada: Veja que o sistema: a a a a1 2 3 2 4 31 0⋅ + ⋅ + ⋅ ⋅+ =x x x possui solução única a a a a1 2 3 4 0= = = = , logo, os polinômios 1 2 3 3, , ,x x x PÎ são linearmente independentes. Ainda, sendo p x a a x a x a x P( )= + + + ∈0 1 2 2 3 3 3, p é combinação linear de 1 2 3, , ,x x x . Mostramos que 1 2 3, , ,x x x{ } é base do espaço vetorial dos polinômios de grau menor ou igual a 3 e, consequentemente, U3 - Espaços vetoriais 7 a dimensão desse espaço vetorial é 4 (dimensão do espaço vetorial independe da existência de produto interno). Para que a operação p p1 2, seja produto interno, precisamos que algumas condições sejam satisfeitas, uma delas é que: p p p V1 1 10 0, = =⇔ . Como p P1 3Î , p x1 0( ) /≡ , então: p p1 1 0, = , contradizendo a condição explicitada anteriormente. Por isso, p p1 2, não é produto interno. 3. Alternativa Correta: C Resposta Comentada: A matriz A é de ordem 2 2´ triangular superior, logo, está no espaço vetorial estudado. Em relação ao conjunto B, temos: 1 1 0 1 1 0 0 1 0 1 0 0 − = , logo seus elementos não são linearmente independentes. E ainda, a representação A B[ ] = ( )12 1, , implicaria: A = + + 1 1 0 0 1 2 1 1 0 1 1 0 1 0 0 , porém: 1 1 0 0 1 2 1 1 0 1 1 0 1 0 0 3 3 0 3 1 2 0 + + = ≠ 33 . Em relação ao conjunto C, temos: a a a1 2 3 1 0 0 1 1 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 + + = , que é equivalente a: a a a a a a 1 2 2 1 2 30 0 0 0 0 + + + = . U3 - Espaços vetoriais8 Daí, a a a1 2 3 0= = = (única solução do sistema!), portanto, elementos de C são linearmente independentes. Agora, com a a a 11 12 220 matriz de ordem 2 2´ triangular superior, queremos verificar se esta matriz pode ser escrita como combinação linear dos elementos de C. Para isso, precisamos resolver o sistema: a a a 11 12 1 2 3 220 1 0 0 1 1 1 0 1 0 0 0 1 = + + a a a = + + + a a a a a a 1 2 2 1 2 30 . Reescrevendo esse sistema sem utilizar notação de matriz, temos: a a a a a a 1 2 11 2 12 1 2 3 22 + = = + + = a a a . Por substituição simples, a solução para esse sistema é: a1 11 12= −a a , a2 12= a e a3 22 11= −a a . Como o sistema possui solução, concluímos que C é base do espaço vetorial em questão. Ainda, veja que: − + + = =1 1 0 0 1 2 1 1 0 1 2 0 0 0 1 1 2 0 3 A, logo: A C[ ] −( )= 12 2, , . Gabarito 3. Faça valer a pena 1. Alternativa Correta: D Resposta Comentada: Rotacionar os eixos em torno de z implica que o eixo z ficará intacto, enquanto os eixos x e y irão mudar. Usando a matriz de rotação, o vetor x y z , ,( ), obtido após a primeira rotação, será: x y z = − ° ° ° ° cos( ) sen( ) sen( ) cos( ) 45 45 0 45 45 0 00 0 1 1 0 0 2 2 0 2 2 0 0 0 1 2 2 2 2 = − = − 1 0 0 2 2 0 2 2 . U3 - Espaços vetoriais 9 Agora, os novos eixos foram rotacionados em torno do novo y, o que implica que x e z irão mudar, enquanto y deve manter seu valor atual. Daí, usando novamente a matriz mudança de rotação, o vetor x y z, ,( ), obtido após a segunda rotação, será: x y z = − ° ° ° ° cos( ) sen( ) sen( ) cos( ) 30 0 30 0 1 0 30 0 30 − = − 2 2 2 2 3 2 1 2 0 1 1 2 3 2 0 0 0 0 − = − 2 2 2 2 0 6 4 2 22 2 4 − . 2. Alternativa Correta: C Resposta Comentada: 1. O polinômio representado por p B[ ] é: p t t t t t( ) ( ) ( ) ( ) ( )= ⋅ − + ⋅ + + ⋅ + + ⋅ −1 1 1 1 1 1 1 12 3 , ou seja, p t t t( )= + +2 2 3 . Portanto, a afirmação 1 é falsa. 2. Por meio da verificação da afirmativa 1, constatamos que p t t t( )= + +2 2 3 . Queremos verificar se p é o polinômio q, representado por p B[ ] = −( ) 1 10 2, , , . Então: q t t t t t t t( ) ( ) ( ) ( ) ( )= ⋅ − ⋅ + + ⋅ + + + ⋅ + + +1 1 1 1 0 1 2 12 2 3 , ou seja, q t t t t( )= + + +2 2 22 3. Como q t p t( ) ( )¹ , a afirmação 2 é falsa. 3. Para obter a matriz mudança de base, precisamos encontrar a representação de cada elemento de B em B . a) Para encontrar a representação de 1- t na base B , precisamos resolver o sistema 1 1 1 1 111 12 13 2 14 2 3− = ⋅ + ⋅ + + ⋅ + + + ⋅ + + +t a a a at t t t t t( ) ( ) ( ) , ou, equivalentemente, 1 111 12 13 14 12 13 14 13 14 2 14 − = + + + ⋅ + + + + + ⋅ + + ⋅ + t a a a a a a a a t a a t ( ) ( ) ( ) ⋅⋅ t 3. U3 - Espaços vetoriais10 Reescrevendo esse sistema na forma matricial, temos: 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 1 11 12 13 14 a a a a = − 1 1 0 0 . Como esse sistema é triangular superior, facilmente vemos que 1 2 10 0−[ ] = −( )t B , , , . b) O sistema que deve ser resolvido para encontrar a representação de 1+ t na base B será o mesmo que o anterior, exceto pelo lado vetor do lado direito. Nesse caso, temos: 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 1 21 22 23 24 a a a a = 1 1 0 0 , logo, 1 0 10 0+[ ] = ( )t B , , , . c) O sistema que deve ser resolvido para encontrar a representação de t 2 1+ na base B é: 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 1 31 32 33 34 a a a a = 1 0 1 0 , cuja solução é t B 2 1 1 110+ = −( ) , , , . d) O sistema que deve ser resolvido para encontrar a representação de t 3 1- na base B é: 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 1 41 42 43 44 a a a a = − 1 0 0 1 , cuja solução é t B 3 1 10 11− = − −( ) , , , . U3 - Espaços vetoriais 11 Daí, a matriz mudança de base de B a B é dada por: I B B[ ] = − − − − 2 1 0 0 0 1 0 0 1 1 1 0 1 0 1 1 . Portanto, a afirmação 3 é verdadeira. 3. Alternativa Correta: A Resposta Comentada: Como I I I I B C B C B C[ ] [ ] [ ] =⋅ ⋅ , então: I I I I B C B C B C[ ] [ ]( ) [ ] =⋅ ⋅ e I I I IBC BC BC[ ] [ ] [ ]( )=⋅ ⋅ , ou seja, I I I B C B C B C[ ] [ ] = [ ]( )⋅ −1 . Seja v VÎ não nulo e suas representações em B e C dadas, respectivamente, por v B[ ] e v C[ ] . Pela definição de matrizes mudança de base, sabemos que: I v v B C B C[ ] [ ] = [ ] . Pré-multiplicando essa igualdade por I B C[ ]( ) −1 , temos: I I v I v v I v B C B C B C B C B C B C[ ]( ) [ ] [ ] = [ ]( ) [ ] [ ] = [ ]( ) [ ]⇔ − − −1 1 1 . Usando novamente a definição de matriz mudança de base, obtemos I I B C C B[ ]( ) = [ ] −1 . Logo, ambas as afirmativas são verdadeiras, e II justifica I.
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