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Endereço da página:
https://novaescola.org.br/conteudo/9827/uma-horta-na-
escola
Publicado em NOVA ESCOLA 07 de Março | 2018
Ensino Fundamental e Médio
Uma horta na escola
Como e porque mobilizar alunos, professores e comunidade
para cultivar um espaço de produção de alimentos
orgânicos
O que é 
Projeto Orgânicos na Escola, um dos eixos do Programa Mundo Meu
Micromundos - Criatividade, Inovação e Conexão Social, uma iniciativa
do Instituto Francisca de Souza Peixoto, no município de Cataguases,
Minas Gerais. A iniciativa é vencedora do prêmio Desafio
Aprendizagem Criativa Brasil 2017, promovido pela Fundação Lemann,
pelo MIT Media Lab e pela Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa. 
Quem fez?
Liliane de Paula Mendonça, gestora de projetos do Instituto Francisca
de Souza Peixoto, professora, especialista em Gestão Pública e mestra
em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF),
com apoio da Companhia Industrial Cataguases e da Superintendência
Regional de Ensino (SRE) de Leopoldina (MG) - as escolas da
microrregião da Zona da Mata estão sob essa jurisdição. 
Pode te inspirar porque… 
Fortalece a relação da escola e comunidade e abre tempo e espaço
para a reflexão coletiva e o desenvolvimento do cultivo da horta de
produtos orgânicos, cuja produção pode ser destinada para o
consumo de todos. 
Etapas 
Ensino Fundamental e Ensino Médio. 
Anos 
6º ao 9º e 1º ao 3º. 
https://novaescola.org.br/conteudo/9827/uma-horta-na-escola
http://www.chica.org.br
https://www.media.mit.edu/posts/resultado-do-desafio-aprendizagem-criativa-brasil-2017/
http://www.fundacaolemann.org.br/
https://www.media.mit.edu/
http://aprendizagemcriativa.org/
Conteúdos 
Biologia, Geografia, Língua Portuguesa e Matemática
Projeto Orgânicos na Escola
Alunos, professores e comunidade fazem a primeira colheita na EE Professor Quaresma
Introdução 
A inovação da proposta do Orgânicos na Escola, um dos eixos do Programa
Mundo Meu Micromundos - Criatividade, Inovação e Conexão Social, é ser uma
iniciativa que possibilita a convergência de ações cooperativas e colaborativas
de vários parceiros e de setores do órão público de um município em prol da
melhoria da nutrição dos estudantes e da própria comunidade do entorno da
escola. Um exemplo prático é agregar ações das secretarias de Meio Ambiente,
Saúde, Assistência Social e Educação em objetivos similares com diferentes
funções. A proposta também possibilita a prática do saber e do fazer coletivo.
Assim, a horta de orgânicos se torna um campo vasto de aprendizagem
comunitária e um laboratório de boas experiências e vivências para a
comunidade, auxiliando de forma preventiva a saúde e a nutrição da
comunidade escolar. O apoio voluntário dos jovens também é fundamental para
o desenvolvimento do projeto. 
O projeto da horta atua na transformação ou revitalização de áreas
improdutivas da escola em espaços de cultivo e socialização, que normalmente
acumulam lixo, detritos e mato e se tornam espaços de risco para os alunos. 
Para delimitar um modelo replicável de projeto sustentável de horta escolar é
importante que seja dimensionado um prazo de implementação,
desenvolvimento e apresentação de resultados em um modelo experimental de
horta orgânica na escola. Esse modelo é um protótipo da horta idealizada.
Delimita-se a área total da horta e dentro desse espaço é separada uma área
onde serão praticados os experimentos orgânicos com base no plano
idealizado. Para tanto, é preciso identificar as necessidades da comunidade
escolar e os desejos dos professores dentro das suas práticas escolares, além
das suas habilidades. É necessário identificar também as oportunidades
existentes nas secretarias municipais, por meio de seus projetos, capital
humano e recursos disponíveis. No caso do Orgânicos na Escola, a ação teve
início na EE Professor Quaresma, localizada na Taquara Preta, bairro periférico
do município de Cataguases (tel. 32-3421-4539). A escola fica entre o polo
industrial da cidade e o acesso à zona rural e permite condições para retirar
indicadores para incentivar outras unidades e tem prazo de execução de
agosto/2017 a agosto/2018.
Parte-se do princípio que o desejo escolar é o principal indicador de resultados.
E a união do desejo da escola com o desejo do parceiro escolhido na
comunidade para apoiar o projeto se concretiza nas ações implementadas. Os
parceiros são identificados no município e no próprio bairro: pode ser as
secretarias municipais, a associação de bairro, os próprios moradores do bairro
ou empresas que tenham ideais afins com a disseminação de uma alimentação
mais saudável no município. Empreendimentos do entorno da escola como
quitandas, mercado produtor também podem ser interessar em firmar
parcerias, tal como pais ou responsáveis pelos alunos que detenham algum
saber sobre a produção de horta e encarem a horta comunitária como uma
possibilitadora de geração de renda para a comunidade poder investir na
escola, além de ter valor nutricional.
Segundo a professora Valéria Dias, de Língua Portuguesa da escola Professor
Quaresma, “a Horta na Quaresma surgiu do desejo de seus educadores para
reinventar e, realmente, produzir transformações significativas em suas práticas
cotidianas.”
Para monitorar e avaliar o projeto é necessário obter indicadores de processo
(as atividades executadas são um bom exemplo), resultado (benefícios do
projeto para a escola) e impacto (alcance dos objetivos do projeto).
A iniciativa do Orgânicos na Escola tem o apoio da SRE - Superintendência
Regional de Ensino de Leopoldina de Leopoldina. A assessora pedagógica Ana
Paula de Moura Ferreira Dias é uma motivadora da proposta. Ela explica que,
dentre variadas atividades distribuídas nos macrocampos propostos para a
educação integral e integrada, o desenvolvimento de experiências sobre o
cultivo da horta nas escolas é compreendido como um espaço educador
sustentável, a partir do qual é permitido vivenciar processos de produção de
alimentos, segurança alimentar, práticas de cultivos relacionados à
biodiversidade local e à formação de farmácias vivas e de combate ao
desperdício, à degradação e ao consumismo, para a melhoria da qualidade de
vida dos estudantes e comunidade local. 
Os macrocampos citados constam da política de Educação Integral da Secretaria
de Estado da Educação de Minas Gerais, que orienta a implantação da Educação
Integral nas escolas urbanas e rurais do estado. Tais orientações buscam a
autonomia escolar em consonância ao Plano Nacional de Ensino, inclusive na
destinação de recursos da SEE/MG às unidades escolares. Dessa forma toda
escola deve escolher macrocampos e atividades referentes à sua categoria,
sendo que cada unidade pode escolher 4 macrocampos (no mínimo) e 5 (no
máximo) que abordam a Educação Integral. 
Para as escolas urbanas, os macrocampos abrangem: 
1- Acompanhamento Pedagógico
2- Comunicação, Uso de Mídias e Cultura Digital e Tecnológica
3- Cultura, Artes e Educação Patrimonial
4 -Educação Ambiental, Desenvolvimento Sustentável e Economia Solidária e
Criativa/ Educação Econômica (Educação Financeira e Fiscal)
5- Esporte e Lazer
6- Promoção da Saúde
7- Educação em Direitos Humanos
Considerando esse universo, a horta escolar e/ou comunitária está discriminada
como a primeira atividade a ser realizado no macrocampo 4.
Objetivos do Programa Orgânico na Escola 
- Garantir a segurança alimentar e nutricional dos alunos das escolas públicas
do município de Cataguases.
- Fomentar hábitos de alimentação saudável nas escolas. 
- Potencializar saberes e fazeres da coletividade em prol do cultivo da horta.
- Fortalecer os laços sociais entre escola, família e comunidade.
Desenvolvimento 
1ª etapa 
Para começar as atividades na horta escolar é preciso que a instituição de
ensino faça um diagnóstico da sua área física disponível e alinhe os desejos e
habilidades da comunidade, além de identificar potenciais parceiros que
venham a desenhar um projeto coletivo de horta. É essencial conhecer e
reconhecer o espaço escolar e fazer a identificaçãoda lógica e sistemática da
escola, além de conscientizar o corpo docente da validade do aproveitamento
de espaços ociosos para implementar uma horta escolar.
2ª etapa 
Momento de conscientizar, mobilizar e motivar a comunidade escolar e a
comunidade do entorno para as questões de segurança alimentar e nutricional.
3ª etapa 
Hora de executar as atividades - planejadas na escola, muitas vezes nas
reuniões pedagógicas, momento em que o corpo docente está reunido, e nos
encontros com o colegiado. É fundamental para esboçar o projeto e coletar
informações, sugestões, ouvir os professores, parceiros e a comunidade.
4ª etapa
Incorporação do projeto nas práticas cotidianas da escola.
Resultados esperados
- Que o projeto Orgânicos na Escola seja um modelo replicável de ação
intersetorial e participativa na promoção do acesso a alimentos de qualidade
por meio de práticas sustentáveis dentro do espaço escolar.
- Que a horta escolar represente para cada escola um local peculiar para
aplicação de técnicas de agroecologia, autonomia e protagonismo da
comunidade escolar na captação de parcerias e socialização dessa comunidade,
além de se tornar um espaço para professores de diferentes disciplinas
aplicarem métodos aprazíveis de ensino e aprendizagem.
Desafios 
Se na ótica do parceiro a escola é um corpo orgânico que precisa ser
revitalizado, na ótica da escola ele é um elemento externo que chega, interfere
pontualmente e pode ir embora a qualquer momento. Então, para quebrar esse
paradigma, o maior desafio do projeto está em implantar uma contracultura do
modelo de parceria, entendido até o momento como pontual ou invasivo pelas
escolas do município. 
A contracultura do modelo de parceria reside em buscar a sustentabilidade das
ações praticadas ou projetos incentivados na escola. Requer participação
efetiva do parceiro nos projetos da escola, entendendo a cultura e o clima
escolar, tal como necessita dele na participação no planejamento das ações e
na implementação das mesmas. 
O parceiro precisa pensar junto com a comunidade escolar e, juntos, esses
agentes devem buscar soluções. Não basta que o parceiro faça doação de
verbas ou outros recursos para ações pontuais ou destine um projeto isolado
para a escola porque é do seu agrado - isso nada mais é que marketing
empresarial. A responsabilidade social do parceiro se firma no pertencimento e
no “se fazer presente”, se interessando pelo impacto das ações apoiadas e na
avaliação dos resultados. Ainda vale destacar que a contracultura do modelo de
parceria requer que o parceiro auxilie a escola na conquista de sua autonomia
pelo viés da sustentabilidade de projetos, que trafega nas esferas econômicas,
ambiental e social e de forma intersetorial. Para tanto, precisa do exercício da
gestão democrática, do diálogo docente e do planejamento coletivo - áreas
fragilizadas nas escolas, geralmente.
A experiência do Orgânicos na Escola na EE Professor Quaresma tem
demonstrado a importância e a necessidade do apoio a professores na
construção do projeto pedagógico e execução do cronograma de ações na qual
estarão previstas todas as atividades da horta orgânica. 
A experiência do Orgânicos na EE Professor Quaresma tem ido além dos seus
objetivos. Demonstra que a escola necessita de apoio aos seus professores, de
participação na construção do seu projeto pedagógico e na execução do
cronograma de ações na qual estarão previstas todas as atividades da horta
orgânica. Esses propósitos refletem na busca de parceiras para dar apoio
técnico à escola, na efetivação da participação da comunidade do entorno nas
atividades escolares e na mobilização da sociedade em geral, como
corresponsável pelos resultados da escola. Além disso, esses propósitos
apontam para um novo formato de escola: consciente sobre práticas
alimentares promotoras de saúde e bem-estar com uma visão de longo prazo
em projetos sustentáveis, que devam conectar toda a comunidade escolar.
Aprendizagens
Para introduzir uma alimentação mais saudável na escola, não basta somente
criar uma horta. É necessário saber lidar com desafios do cotidiano escolar,
valorizar a cultura local e apresentar para a comunidade a cultura da
cooperação e do compartilhamento de ideias, projetos e recursos. Na maioria
das vezes, a escola somente precisa de incentivo, organização, planejamento e
alinhamento dos projetos dos professores.
É fato que muitos professores de escolas públicas se desdobram entre duas ou
quatro unidades e, apesar de terem bons projetos para cada escola, se sentem
sobrecarregados para se envolver em outros projetos ou dar continuidade às
ações sugeridas ou implementadas por parceiros. Para resolver tal questão, a
solução é investir na gestão do projeto, buscar parcerias na comunidade e focar
nas necessidades de apoio técnico e de manutenção do projeto. Tudo isso
requer pouco investimento financeiro e muita participação e comprometimento
com a escola. A mola propulsora está no reforço contínuo do apoio institucional
de parceiros na fase inicial, o que reforça e reverbera a importância das ações e
confere visibilidade para a iniciativa e atores participantes. É muito importante
que tudo o que for feito na horta pelos docentes seja motivado e reconhecido
desde o início - uma maneira de quebrar a descrença em novos projetos.
Para projetos como a horta escolar, parceiros vindos do terceiro setor com foco
em ações sociais, ambientais e culturais além de instituições públicas, como as
secretarias municipais, são bem-vindos. Essas parcerias já possuem experiência
em gestão de projetos e possuem recursos humanos, tecnológicos e
financeiros, além de prospecção no mercado que podem potencializar o projeto
coletivo de uma horta na unidade escolar, levando seus benefícios para além do
consumo inteligente e nutricional. Bons parceiros podem impactar o clima
escolar, contribuindo para o aumento da motivação do corpo escolar e
proficiência do alunado.
No mais, é preciso ter disposição e equipe para vivenciar a escola, observar o
clima escolar, construir pontes, entender a lógica e a sistemática da instituição
versus escola, saber escutar a comunidade escolar e auxiliar no planejamento
das suas ações. E mais: mobilizar parceiros, priorizar recursos e dar visibilidade
aos projetos executados pelos professores dentro e fora do espaço escolar.
Para dar continuidade às ações e garantir a sustentabilidade do projeto é
importante ainda garantir a participação efetiva de instituições e parceiros
angariados, além de fazer com que se sintam presente até que a escola se sinta
fortalecida e capaz de exercer sua autonomia.
Confira, abaixo, o relato de experiência de desenvolvimento do projeto na EE
Professor Quaresma.
Relato de Experiência: Horta na Quaresma 
A EE Professor Quaresma tinha uma área ociosa de 1.500 metros quadrados
que no passado já havia sido uma horta.
1ª etapa
Por meio do projeto Lá Na Ponte do Sabiá, da professora Valéria Dias, de Língua
Portuguesa, o Instituto Francisca de Souza Peixoto (mantido pela Companhia
Industrial Cataguases), dentre outros parceiros, foi convidado para participar de
um Café Solidário na EE Professor Quaresma, organizado pela professora e
preparado pelos alunos do Ensino Fundamental e seus familiares. No período
da manhã, houve a explanação do projeto da professora, apresentação da
infraestrutura da escola, plantio de mudas, apresentação musical da Educação
Infantil ao ar livre e o oferecimento de um café da manhã para os presentes.
Chamou a atenção do pessoal do Instituto a grande área ociosa e abandonada
na lateral da escola. A professora Valéria Dias relatou que havia o desejo da
direção da escola de revitalizar a horta naquele espaço. Nesse momento, foi
identificado o desejo, a necessidade e a vontade comum das instituições.
Depois, foi apresentada a proposta do Orgânico nas Escolas para a diretora
Célia Aparecida de Oliveira Marques e a vice-diretora Nilma de Moraes Lacerda
Cenci e, esclarecida a vontade da Companhia Industrial Cataguases de ver uma
ação de horta comunitáriaser efetivada na EE Professor Quaresma - vale
destacar que, na escola, estão matriculados muitos dos filhos dos funcionários
da indústria de tecido de algodão.
2ª etapa 
Foram realizadas reuniões de sensibilização e mobilização da comunidade
escolar para enaltecer a importância e as potencialidades do espaço da escola a
ser destinado à horta.
A direção da escola propôs que o projeto Mundo Meu fosse apresentado na
reunião da entrega de notas dos alunos, onde estariam presentes os pais e
responsáveis, além de todo o corpo docente e o colegiado da instituição. Na
ocasião foram apresentadas também as diretrizes do Orgânicos na Escola.
O público ouviu e interagiu e a primeira ação identificada na reunião foi a
necessidade da uma limpeza do espaço. Ficou acordada então a realização de
um mutirão de limpeza, a ser realizado pela comunidade escolar e o Mundo
Meu.
3ª etapa
A limpeza do espaço para a horta foi realizada por meio de mutirão com
professores da segunda fase do Ensino Fundamental que se mobilizaram e
foram juntos para a primeira capina do terreno, contando também com a
participação de alguns alunos e integrantes da equipe Mundo Meu. Em
especial, os jovens Eugênia Branco, nutricionista e Carlos Henrique Soares
Reis, estudante do Ensino Técnico de Administração da EE Marieta Soares
Teixeira, em Cataguases, que tem fascínio pela Agroecologia e contribuiu muito
para que as ações do projeto na horta da Quaresma tivessem continuidade.
Esses jovens são voluntários e estão em constante disposição para auxiliar a
gestão do projeto nas escolas. 
Contudo, o mutirão não foi suficiente para capinar a área extensa e foi vencido
pelo sol forte e a dureza do solo. Além disso, o terreno abrigava ninho de ratos
e gambás e, algumas cobras tiveram de ser removidas do local, que inclusive dá
acesso às salas de aula, ao salão de festas e ao teatro da escola.
Identificada a dureza do solo e mediante a extensão da área, o projeto
Orgânicos na Escola contratou com recursos próprios um serviço de arado e
gradeamento de trator. Assim, a limpeza do terreno foi finalmente realizada -
em um dia.
O terreno ficou capinado, arado e preparado para a primeira semeadura,
contando agora com a necessidade de se fazer o planejamento da horta, estudo
do tipo de cultivo, forma de irrigação e medição dos canteiros. Toda essa etapa
foi discutida em algumas reuniões dos módulos pedagógicos, com permissão
da diretoria da escola.
Com um terreno plano e pronto a ser trabalhado, a sabedoria se fez presente. A
primeira ação voluntária da comunidade chegou por meio das mãos
experientes do senhor Manoel de Souza, 82 anos, pai do professor de Biologia,
Wdilande Emanuel de Souza. Ele demarcou com impressionante agilidade os
primeiros canteiros da horta. Nesse mesmo dia, a comunidade escolar se
mobilizou em outro mutirão e foi feito o primeiro plantio de almeirão e
cebolinhas, que começaram a dar frutos dois meses depois, servindo de
complemento da merenda escolar. Os alunos foram convidados para essa
etapa e levaram garrafas pets e tinta solúvel em água para adornar os canteiros.
Esse foi um dia intenso de troca intergeracional de saberes e fazeres.
Posteriormente, também foram plantadas mudas de couve-manteiga e outros
alimentos.
Alunos adornaram os canteiros com garrafas PET
Professor e membro da comunidade reúnem saberes para começar o plantio
4ª etapa 
Graças às reuniões, foram mobilizados os professores da segunda etapa do
Ensino Fundamental e da Educação Integral para participar do projeto, que está
em fase de experimentação e planejamento coletivo para a Horta na Quaresma.
Outros parceiros já acenam apoio à iniciativa, como a Fundação Simão José
Silva, do Grupo Bauminas, que pretende levar a Aprendizagem Criativa e o
Orgânicos na Escola, junto ao Instituto Francisca Peixoto, para outras escolas
dos distritos do município de Cataguases.
A professora de Geografia Silvia Cristina Pereira de Souza Carli, do 6º, 7º e 8º
ano, trabalhou ativamente com os alunos na horta da Quaresma, fazendo
reposição da camada do solo com húmus para a recuperação do espaço,
realizando medição de canteiros e a semeadura de abóbora e hortaliças.
O professor Wdilande, por sua vez, tem trabalhado com os alunos a
biodiversidade e o ciclo do carbono, fotossíntese e o estímulo à preservação
ambiental. Na horta, ele também realizou, em parceria com o professor de
Geografia Vitor Duarte Dutra, uma atividade com alunos do 9º ano, envolvendo
o cuidado do solo e plantio de sementes, como as de jiló. As turmas também
plantaram mandioca, batata doce e banana e esperam a colheita para maio,
junho e julho de 2018. Wdilande e Vitor, que realiza atividades interdisciplinares
na horta da Quaresma, estão muito animados com o projeto. Antes de saírem
de férias no final do ano de 2017, deixaram a horta capinada.
Mais adiante, a expectativa do professor Wdilande é que comece a ser feito um
planejamento para a produção de adubos por meio da compostagem, o
cuidado orgânico com os alimentos e a formação de sustentabilidade do
terreno onde está a horta, com o plantio de espécies para a formação de uma
uma agrofloresta. Um cronograma de ações que envolva o conhecimento
técnico deverá ser organizado e o Instituto Francisca Peixoto já está articulando
parcerias com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Assistência Social e
a EMATER.
Por identificarem a necessidade de envolver os alunos menores nas atividades
do projeto, os professores já pensam em criar um cronograma com definição de
responsabilidades para toda a comunidade escolar com foco em atividades para
a Educação Integral.
A professora de Matemática Catarina Basílio realizou inicialmente uma dinâmica
geométrica no espaço da horta com seus alunos e planeja trabalhar medidas de
comprimento e perímetros além de áreas e suas medidas e orientar os alunos
para destacar os canteiros geométricos e assim trabalhar habilidades de
cálculos e mais além, ressaltar uma aplicação desse conteúdo na realidade do
dia a dia. Ela também planeja algumas soluções, como a produção de um
reservatório para armazenar água da chuva e a criação de um espaço de
convivência e atividades mão na massa, bem como oficinas que envolvam a
Educação Integral.
Catarina se tornou madrinha da oficina de robótica na Professor Quaresma e,
juntamente com o professor Odilon José Princisval dos Santos, também do
Ensino Fundamental e Médio, definiu os primeiros vinte alunos participantes. A
oficina de robótica é outro projeto do Mundo Meu Micromundos que conta com
o empenho dos jovens recém formados em Controle e Automação pelo CEFET/
Leopoldina, Elder Teixeira Tomazinho e Murilo Mendes Alves e do Técnico em
Mecânica, o jovem Ícaro Furtado de Souza. Catarina está aprendendo a
programar em Scratch para planejar aulas de Matemática dinâmicas que
associem a linguagem de programação infantil com os conteúdos curriculares
de Matemática e suas Tecnologias, dando destaque ao cultivo da horta,
trazendo assim possibilidades de projetos criativos dentro dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN).
Mudas de moringa (moringa oleifera) foram plantadas pela diretora da escola
junto com auxiliares e a comunidade do entorno. Para a limpeza do local da
horta e irrigação, ela organizou o revezamento dos funcionários José Nilton de
Souza e Carlos Luiz Pereira nos dias letivos e nas férias .
As primeiras colheitas refletiram o sentimento coletivo de amor à escola e
trouxe a emoção e motivação de ver o resultado de um trabalho coletivo. A
iniciativa vem tocando a comunidade e ex-alunos já se mobilizam na doação de
mudas para o plantio.
Alunos foram convidados a participar do 
projeto não só para plantar, mas para estudar 
conteúdos curriculares, como fotossíntese
Avaliação 
De agosto a novembro muito se fez na escola. De forma experimental,
professores se doaram às práticas na horta da Quaresma, a comunidade
escolar está aos poucos se mobilizando e a diretora da escola, Célia, declara que
“embora ainda a construção da horta se encontre em andamento alguns
resultadosjá podem ser observados, como o incentivo dos professores, o
interesse dos alunos em participar e o consumo de alimentos saudáveis que já
foi saboreado. Mas há muito que mobilizar a comunidade da importância de
uma horta comunitária, para que o consumo desses alimentos se estenda até
seus familiares.
Conteúdos curriculares trabalhados na Horta da Quaresma, segundo a
Base Nacional Comum Curricular (BNCC): 
- Matemática (6º e 7º anos): Geometria e Grandezas e Medidas
- Geografia (6º, 7º, 8º e 9º anos): Natureza, Ambientes e Qualidade de Vida
- Biologia (9º ano): Matéria e Energia e Vida e Evolução
E você, leitor, que tal criar uma horta na escola? Se já existe uma, compartilhe
sua experiência conosco no espaço para comentários, logo abaixo!

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