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A natureza jurídica das atividades notarial e registral

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DIREITO IMOBILIÁRIO 
 
Anny Renata Costa Franco 
 
A NATUREZA JURÍDICA DAS ATIVIDADES NOTARIAL E REGISTRAL 
 
Conforme disposto no caput do artigo 236 da Constituição Federal de 1988, “os serviços 
notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público”. No 
entanto, há controvérsia acerca da natureza jurídica desta prestação, bem como daquele a 
exerce. 
Nessa perspectiva, a jurisprudência sobre o tema também é conflitante. Há decisões que 
entendam que os serviços registrais são públicos, visto que os notários e registradores possuem 
fé pública e o ingresso na atividade ocorre mediante concurso público de provas e títulos. Além 
disso, verifica-se que a atividade registral é fiscalizada pelo Poder Judiciário, o que corrobora 
esse primeiro entendimento. Em contrapartida, há os que compreendem que esta atividade é 
privada e, portanto, realizada por particulares, após autorização do Poder Público. 
Na prática, analisando o conceito de serviço público e o disposto na legislação acerca dos 
serviços registrais, percebe-se que esta atividade tem caráter híbrido. Os notários e registradores 
exercem funções do Estado e inclusive possuem responsabilidade administrativa sobre seus 
atos. Durante sua atividade, o tabelião deve respeitar os princípios constitucionais da 
Administração Pública, de forma que os serviços sejam realizados com publicidade, 
autenticidade, segurança e eficácia. Porém, esse exercício se realizará em caráter privado, ou 
seja, através de agentes particulares. 
Assim, os notários e registradores não estão sujeitos a todos os direitos e obrigações inerentes 
aos servidores públicos, não lhes alcançando, por exemplo, a aposentadoria compulsória aos 
setenta anos de idade. Desse modo, pode-se concluir que esses profissionais desempenham 
papel de agentes particulares que colaboram com o Poder Público. 
Feitas essas considerações, constata-se que a atividade notarial e registral possui natureza 
jurídica pública, mas o seu exercício é privado. Depreende-se, como consequência, que a forma 
como o legislador constitucional tratou essa atividade desencadeou um serviço público com 
peculiaridades que devem ser analisadas no caso concreto e, assim, preservar os fins sociais aos 
quais se destinam os serviços públicos. 
 
2 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
A CONSTITUIÇÃO E O SUPREMO. Supremo Tribunal Federal. Disponível em: 
<http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/default.asp>. Acesso em: 24 de jul. de 2020. 
 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 
DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 
 
CHAVES, Luisa Helena Cardoso. A natureza jurídica dos serviços notariais e de registros. 
Conteúdo Jurídico, 2011. Disponível em: < 
https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/19344/a-natureza-juridica-dos-servicos-
notariais-e-de-registros>. Acesso em: 24 de jul. de 2020. 
 
LIMA, Lucas Almeida de Lopes. A Atividade Notarial e Registral e sua Natureza Jurídica. 
Âmbito Jurídico, 2011. Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-
administrativo/a-atividade-notarial-e-registral-e-sua-natureza-juridica/>. Acesso em: 24 de jul. 
de 2020.

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