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Taxonomia e Morfologia Vegetal – Exercícios de Revisão Universidade federal do Ceará 
Profª. Lígia Queiroz Matias Departamento de Biologia 
 
 
CÓDIGO INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA BOTÂNICA 
Vienna, julho 2005 
 
D IV ISÃ O I - PR IN C Í P I OS 
I - A nomenclatura botânica é independente da nomenclatura zoológica e da 
bacteriológica e aplica-se uniformemente a todos os nomes de grupos taxonômicos 
considerados como plantas. 
II - A aplicação dos nomes de grupos taxonômicos é determinada pelo método dos 
tipos nomenclaturais. 
III - A nomenclatura de um grupo taxonômico é baseada na prioridade de 
publicação. 
IV - Cada grupo taxonômico, com a delimitação particular (circunscrição), posição e 
categorias próprios pode ter apenas um nome correto, a saber, o mais antigo, em 
conformidade com as Regras (ICBN), salvo raras exceções especificadas. 
V - Os nomes científicos dos grupos taxonômicos são tratados em latim, 
independente de sua derivação. 
VI - As regras de nomenclatura tem um efeito retroativo, a menos que 
expressamente limitadas. 
 
D IV ISÃ O 2 - R EGRAS E R EC OM EN D AÇ ÕES 
Capítulo I - Táxons e seus níveis 
“Os principais níveis de táxons, em sequência descendente, são os seguintes: Reino, 
Divisão ou Filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. Os níveis secundários de táxons 
são os seguintes, em ordem descendente: tribo (entre família e gênero); seção e série (entre 
gênero e variedade) e forma (abaixo de espécie). 
Se um número maior de níveis de táxons for necessário, os termos para nomeá-los 
são criados pela adição prefixo “sub-“ aos termos que denotem os níveis hierárquicos 
principais ou secundários. Uma planta pode, portanto, ser atribuída a táxons dos seguintes 
níveis hierárquicos (em sequência descendente: Reino (Plantae); Divisão ou Filo 
(Magnoliophyta), Subdivisão ou Subfilo; Classe (Magnoliopsida), Subclasse (Rosidae); 
Ordem (Fabales), Subordem (Rosinae); Família (Rosaceae), Subfamília (Faboideae); Tribo 
(Rosoideae), Subtribo (Roseae); Gênero (Rosa), Subgênero; Seção, Subseção; Série, 
Subsérie; Espécie, Subespécie (ssp. ou subsp.); Variedade (var.), Subvariedade (subvar.); 
Forma (f.) e subforma (subf.). 
Capítulo II. Status, Tipificação e Prioridade de Nomes 
Publicação efetiva. A publicação é efetiva somente pela distribuição de matéria 
impressa (através de venda, permuta ou doação) ao público em geral ou pelo menos à 
Instituições Botânicas com bibliotecas geralmente acessíveis aos botânicos. Não é efetiva 
pela comunicação de novos nomes em palestras públicas, pela colocação de nomes em 
coleções ou jardins abertos ao público, ou pela edição de microfilmes feitos de textos 
holográficos ou datilografados, ou todo material não publicado, pela publicação “on line” 
ou pela disseminação de matrial distribuível por via eletrônica . 
Taxonomia e Morfologia Vegetal – Exercícios de Revisão Universidade federal do Ceará 
Profª. Lígia Queiroz Matias Departamento de Biologia 
 
 
Publicação válida. “De forma a ser validamente publicado, o nome de um táxon 
deve: ser efetivamente publicado; ter uma forma que esteja de acordo com as normas 
estabelecidas no CINB; ser acompanhada por uma descrição ou diagnose ou pela referência 
a uma descrição ou diagnose prévia e efetivamente publicada. 
Neste Código, a não ser em indicação contrária, a palavra “nome” significa o nome 
que tenha sido publicado validamente, sendo ele legítimo (de acordo as recomendações do 
CINB) ou ilegítimo (sem obedecer ao CINB). 
Seção 2 – Tipificação 
A aplicação de nomes de táxons do nível de família ou inferior é determinada através 
de tipos nomemclaturais. 
Um tipo nomenclatural é o elemento ao qual o nome de um taxon, seja correto ou 
sinônimo, está permanentemente ligado. O tipo nomenclatural não é, necessariamente, o 
elemento mais típico ou mais representativo de um táxon. 
 
Holótipo 
Espécime ou ilustração que o autor utilizou ou designou 
como tipo nomenclatural. Enquanto existe, ele regula 
automaticamente a aplicação do nome correspondente 
Isótipo Duplicata do holótipo. (ver Ex.2) 
Síntipo 
Qualquer espécime citado no protólogo, sem especificação do 
holótipo. 
Léctotipo 
Espécime ou ilustração escolhido como holótipo, quando o 
autor deixou de mencionar o holótipo; ou quando está 
desaparecido ou foi destruído. 
Parátipo 
Qualquer exemplar citado no protólogo, não sendo o 
holótipo, nem os síntipos, nem o isótipo (o número do 
coletor é diferente, ver Ex.1). 
Neótipo 
Espécime ou ilustração selecionado para servir de tipo 
nomenclatural, quando todo o material sobre o qual o nome 
do táxon está baseado, se encontra desaparecido) 
 
Seção 4 – Limitação do Princípio da Prioridade 
Cada família ou táxon de nível inferior com circunscrição, posição e nível particular 
pode ter apenas um nome correto, exceção feita a nove famílias (Palmae = Arecaceae; 
Graminae = Poaceae; Cruciferae = Brassicaceae; Leguminosae = Fabaceae; Guttiferae = 
Clusiaceae; Umbelliferae = Apiaceae; Labiatae = Lamiaceae; Compositae = Asteraceae) e 
uma subfamília (Papilionoideae = Faboideae). Estes nomes são tratados como nomina 
conservanda. Ou seja, nomes conservados, isto para evitar mudanças nomenclaturais 
desvantajosas decorrentes do uso restrito das Regras. Isto limita o do princípio da 
prioridade. Nos Apêndices II e III constam as listas de nomes de famílias, gêneros e 
espécies que são conservados. A conservação visa a salvaguarda dos nomes que contribuem 
para a estabilidade da nomenclatura. 
Taxonomia e Morfologia Vegetal – Exercícios de Revisão Universidade federal do Ceará 
Profª. Lígia Queiroz Matias Departamento de Biologia 
 
 
 
III. Nomenclatura de táxons de acordo com seu nível. 
Capítulo IV, Seção 4 – Citação de autores 
Em publicações, principalmente aquelas que se referem a taxonomia e nomenclatura, 
é desejável (...) citar o (s) autor (es) do nome em questão (..) 
 Quando um gênero ou um táxon de nível inferior tem seu nível alterado, mas retém 
o seu nome ou o epíteto final em seu nome, o autor do nome do epíteto anterior legítimo 
(=autor do basiônimo) deve ser citado entre parênteses, seguido pelo nome do autor que 
efetuou a alteração (autor do nome novo). O mesmo sucede quando um táxon de nível 
inferior ao de gênero é transferido para outro gênero ou espécie, com ou sem alteração de 
seu nível. 
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Nota 1. Quando a autoria de um nome difere da autoria da pulicação na qual ele foi 
efetivamente publicado, ambos são, geralmente, citados pela pavra “in”. Neste caso, “in” e o 
que segue constituem parte da citação bibliográfica e devem ser omitidos, a menos que o 
local de publicação seja citado. Caso de publicação não efetiva. 
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Nota 2. O nome de um táxon novo deve ser atribuído ao autor da publicação, 
quando o nome dado pelo autor difere do nome dado pelo autor da dignose que o validou, 
utiliza-se a palavra “ex” antes do nome do autor que publicou efetivamente a obra. Casos de 
nome ilegítimos ou inválidos (nomem nundum), descrição inválida ou não apresentada. A 
publicação é efetiva. 
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