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Anatomia do Coração e Aorta - Anatomia - Super Material - SanarFlix

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SUMÁRIO
ANATOMIA DO CORAÇÃO
1. Introdução ..................................................................... 3
2. Fluxo sanguíneo através do coração .................. 8
3. Átrio direito ................................................................... 9
4. Ventrículo direito ......................................................12
5. Átrio esquerdo ..........................................................15
6. Ventrículo esquerdo ................................................16
7. Valvas do tronco pulmonar e da aorta .............20
8. Vasculatura do coração .........................................22
9. Complexo estimulante do coração ....................27
ANATOMIA DA AORTA
1. Aorta .............................................................................32
Referências bibliográficas ........................................37
3ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
ANATOMIA DO 
CORAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
O sistema circulatório transporta lí-
quido por todo o corpo; é formado 
pelo coração, pelos vasos sanguíne-
os e vasos linfáticos. O coração e os 
vasos sanguíneos formam a rede de 
transporte de sangue. Por intermédio 
desse sistema, o coração bombeia 
sangue ao longo da vasta rede de va-
sos sanguíneos do corpo.
O coração é uma bomba dupla de 
sucção e pressão, que impulsiona o 
sangue pela dupla alça infinita forma-
da pelos circuitos pulmonar e sistê-
mico. As câmaras direitas do coração 
servem ao primeiro e as câmaras es-
querdas, ao segundo.
O coração tem o formato de uma pirâ-
mide inclinada, com o ápice em dire-
ção anteroinferior e para a esquerda, 
e a base oposta ao ápice (posterior). 
Cada lado do coração tem uma câma-
ra de recepção (átrio) e uma câmara 
de sucção, compressão e expulsão 
(ventrículo). Tem o tamanho um pou-
co maior do que uma mão fechada. 
As câmaras bilaterais (portanto, os 
circuitos sistêmicos de alta pressão e 
pulmonar de baixa pressão) são sepa-
radas por um septo cardíaco formado 
principalmente por tecido muscular, 
mas parcialmente membranáceo.
O coração está localizado no tórax. A 
cavidade torácica por sua vez pode 
ser dividida em três partes. Duas ca-
vidades pleurais (onde estão os pul-
mões) e um mediastino (que está 
entre as cavidades pleurais). O me-
diastino pode ainda ser superior (re-
gião acima do pericárdio, presente da 
vértebra T1 à T4) e inferior (região 
logo abaixo do início do pericárdio, 
presente da vértebra T5 até o mús-
culo diafragma). O mediastino inferior 
ainda pode ser subdividido em três 
partes. Anterior (que contém o timo), 
médio (que contém o coração) e pos-
terior (que contém o esôfago e aorta 
torácica). 
4ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
Figura 1. Localização anatômica do coração. Fonte: Netter Interativo. 2004.
CONCEITO! Com isso, podemos então 
definir que o coração anatomicamen-
te se encontra no mediastino médio da 
cavidade torácica, voltado de trás para 
diante, para a esquerda e para baixo. 
Como correlações anatômicas temos, 
que o coração está superior ao músculo 
diafragma, medialmente aos pulmões, 
posterior ao osso esterno, anterior ao 
esôfago e inferior à veia cava superior.
O pericárdio é um tecido em forma 
de saco que envolve todo o coração e 
as raízes dos seus vasos (artéria aor-
ta, veia cava superior, veia cava infe-
rior, tronco pulmonar e veias pulmo-
nares). O pericárdio é considerado um 
Ângulo esternal
Diafragma
Primeira costela
Mediastino 
superior
Mediastino 
inferior
Mediastino anterior
Mediastino médio
Mediastino 
posterior
tecido fribrosseroso por possuir duas 
porções: o pericárdio fibroso (exter-
no), que possui apenas uma camada, 
e o seroso (interno) que possui duas. 
As duas camadas do pericárdio se-
roso são separadas pela cavidade 
pericárdica, na qual se encontra um 
líquido lubrificante que faz parte do 
sistema hidrostático cardíaco que di-
minui o atrito do coração com os teci-
dos adjacentes. 
5ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
Figura 2. Camadas do coração
O coração pode ser dividido em três 
camadas. O endocárdio, miocárdio e 
epicárdio. 
• Endocárdio: é uma lâmina fina 
presente em toda a superfície in-
terna do órgão e suas valvas po-
dendo ser granular ou liso (granu-
lar quando contém trabéculas e 
liso quando não as tem). 
• Miocárdio: é a parte muscular 
da parede do órgão e está entre 
o endocárdio e o pericárdio. Ele é 
muito visível no septo interventri-
cular, além de possuírem células 
especializadas nos ventrículos; es-
sas células, dispostas em orienta-
ção perpendicular ao tecido de re-
vestimento, aumentam a força de 
contração. 
• Epicárdio: faz parte na verdade do 
próprio pericárdio, sendo apresen-
tado como a lâmina visceral do pe-
ricárdio seroso.
ENDOCÁRDIO
MIOCÁRDIO
PERICÁRDIO VISCERAL
(EPICÁRDIO)
PERICÁRDIO PARIETAL
CAMADA FIBROSA
6ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
O esqueleto fibroso do coração é 
um arcabouço de tecido fibroso que 
forma os anéis fibrosos das valvas e 
o trígonos fibrosos esquerdo e direi-
to, que estão entre a valva da aorta e 
valva mitral, e valva da aorta e valva 
tricúspide respectivamente. É nesse 
esqueleto que as fibras musculares 
cardíacas se fixam.
O esqueleto fibroso tem sua impor-
tância, pois mantém os óstios das val-
vas sempre abertos, impedindo que 
ocorra uma distensão pelo aumento 
da pressão dentro do órgão. Forne-
ce também uma inserção fixa para as 
válvulas das valvas.
SE LIGA! Uma outra importante fun-
ção está no potencial de ação, como o 
esqueleto fibroso não tem condutância 
elétrica, ele funciona como um isolante. 
Esse papel isolante impede que o im-
pulso elétrico dos átrios chegue até o 
ventrículo antes de passar pelo nódulo 
atrioventricular.
Acometimento 
Camadas do coração
Endocárdio (interna)
Miocárdio
Pericárdio (externa)
Pericárdio fibroso
Pericárdio fibroso
Espaço pericárdicoPericárdio fibroso
Pericárdio fibroso
CAMADAS DO CORAÇÃO
7ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
Figura 3. Esqueleto fibroso do coração
O coração externo é comumente 
dividido em ápice, base e mais três 
faces: esternocostal, diafragmática e 
pulmonar. A base está constituída dos 
átrios direito e esquerdo. As veias ca-
vas superior e inferior e as veias pul-
monares penetram no coração pela 
base. É também a porção posterior 
do coração em posição anatômica. O 
ápice é contralateral a base e é fre-
quentemente arredondada, formada 
pela parte ínfero-lateral do ventrículo 
esquerdo e é onde ocorre o batimento 
apical (pulsação máxima do coração).
• Face esternocostal (anterior): A 
face esternocostal é formada prin-
cipalmente pelo ventrículo direito. 
Nele também se encontram o cone 
arterial (ou infundíbulo) que se tor-
nará o tronco pulmonar.
• Face pulmonar (esquerda): For-
mada principalmente pelo ventrí-
culo esquerdo, ela causa a impres-
são cardíaca do pulmão esquerdo.
• Face pulmonar (direita): Formada 
principalmente pelo átrio direito.
• Face diafragmática (inferior): É 
formada principalmente pelo ven-
trículo esquerdo e parcialmente 
pelo ventrículo direito e repousa, 
principalmente, sobre o centro ten-
díneo do diafragma.
8ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
Figura 4. Coração - Base e face diafragmática. Fonte: Netter Interativo. 2004.
O coração possui ainda quatro mar-
gens: direita, inferior, superior e 
esquerda.
• Margem direita: é uma margem 
ligeiramente convexa, formada 
pelo átrio direito e se estende en-
tre a veia cava superior e veia cava 
inferior.
• Margem inferior: quase horizon-
tal, formada pelo ventrículo direito 
e parte do ventrículo esquerdo.
• Margem superior: formada pelos 
átrios, aurículas direita e esquer-
da anteriormente. Saem dessa 
margem a parte ascendente da 
aorta e o tronco pulmonar e a veia 
cava superior entra pelo seu lado 
direito.
• Margem esquerda: quase vertical, 
é formada pelo ventrículo esquer-
do e parte da aurícula esquerda.
2. FLUXO SANGUÍNEO 
ATRAVÉS DO CORAÇÃO
O fluxo sanguíneo através do coração 
é bastante lógico. Ele acontece com o 
ciclo cardíaco, que consiste em con-
trações e relaxamentos periódicos do 
9ANATOMIA DO CORAÇÃOE AORTA
miocárdio atrial e ventricular (tecido 
muscular cardíaco). A contração do 
miocárdio é chamada de sístole, en-
quanto o seu relaxamento é chamado 
de diástole. Note que sempre que os 
átrios se contraem, os ventrículos se 
relaxam, e vice-versa. 
Vamos traduzir em palavras o fluxo 
cardíaco do coração:
• O átrio direito recebe sangue de-
soxigenado das veias cavas supe-
rior e inferior e do seio coronário
• O átrio direito contrai, empurrando 
sangue através da valva atrioven-
tricular direita até o ventrículo di-
reito. O ventrículo então se contrai, 
passando o sangue para o tronco 
pulmonar através da valva pulmo-
nar, até que o sangue chegue aos 
pulmões.
• Nos pulmões o sangue é oxigenado 
e em seguida se move de volta ao 
coração, entrando no átrio esquer-
do através das veias pulmonares.
• O átrio esquerdo se contrai e em-
purra o sangue para o ventrículo 
esquerdo através da valva atrio-
ventricular esquerda.
• O ventrículo esquerdo empurra o 
sangue oxigenado através da val-
va aórtica para a aorta, a partir da 
qual o sangue é distribuído para 
todo o corpo.
O ciclo cardíaco é controlado involun-
tariamente por um plexo autonômico 
nervoso chamado de plexo cardíaco.
SE LIGA! São duas circulações aconte-
cendo em paralelo: a pulmonar, que vai 
oxigenar o sangue, e a sistêmica, que 
vai levar sangue para o organismo.
3. ÁTRIO DIREITO
O átrio direito forma a margem direita 
do coração e recebe sangue venoso 
da veia cava superior (VCS), veia cava 
inferior (VCI) e seio coronário. A aurí-
cula direita, que tem formato de uma 
orelha, é uma bolsa muscular cônica 
que se projeta do átrio direito como 
uma câmara adicional, aumenta a 
capacidade do átrio e se superpõe à 
parte ascendente da aorta. 
O interior do átrio direito apresenta:
• Uma parte posterior lisa, com pa-
redes finas (o seio das veias ca-
vas), onde se abrem as veias cavas 
(VCS e VCI) e o seio coronário, que 
trazem sangue pouco oxigenado 
para o coração.
• Uma parede anterior muscular, ru-
gosa, que é formada pelos múscu-
los pectíneos.
• Um óstio AV direito, através do 
qual o átrio direito transfere para o 
ventrículo direito o sangue pouco 
oxigenado que recebeu. 
10ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
Figura 5. Átrio direito aberto: vista lateral direita. Fonte: Netter Interativo. 2004.
As partes lisa e áspera da parede atrial 
são separadas externamente por um 
sulco vertical superficial, o sulco ter-
minal, e internamente por uma crista 
vertical, denominada crista terminal. 
A VCS se abre na parte superior do 
átrio direito no nível da 3ª cartilagem 
costal direita. A VCI se abre na parte 
inferior do átrio direito quase alinhada 
com a VCS, no nível aproximado da 
5ª cartilagem costal.
O óstio do seio coronário, um tron-
co venoso curto que recebe a maioria 
das veias cardíacas, situa-se entre o 
óstio AV direito e o óstio da VCI. 
O triângulo de Koch é uma área 
triangular da parede septal. Usual-
mente a parte septal do nodo atrio-
ventricular se localiza nesta região, 
assim como a porção inicial do feixe 
de His. É uma região delimitada pelo 
óstio do seio coronário, o tendão da 
veia cava inferior (ou tendão de Toda-
ro) e a inserção da válvula septal da 
valva tricúspide.
11ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
Figura 6. Triângulo de Koch. Fonte: Netter Interativo. 2004.
O septo interatrial que separa os átrios 
tem uma depressão oval, do tamanho 
da impressão digital de um polegar, 
a fossa oval, que é um remanescente 
do forame oval e sua valva no feto. O 
sangue da veia cava superior (VCS) 
é direcionado para o óstio atrioven-
tricular direito, enquanto o sangue da 
veia cava inferior (VCI) é direcionado 
para a fossa oval, como era antes do 
nascimento.
SE LIGA! O forame oval é um orifício 
que comunica o lado direito com o lado 
esquerdo do coração. Durante a gesta-
ção, é essa comunicação que possibilita 
que o feto receba o sangue oxigenado 
da mãe para se desenvolver, uma vez 
que seus pulmões ainda não funcionam. 
Logo após o nascimento, há o fecha-
mento natural do forame oval. No entan-
to, em uma minoria de pessoas esse fe-
chamento natural não ocorre e o forame 
oval continua aberto, ou seja, patente, 
ao longo da vida.
12ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
4. VENTRÍCULO DIREITO
O ventrículo direito forma grande par-
te da face esternocostal do coração, 
uma pequena parte da face diafrag-
mática e quase toda a margem infe-
rior do coração. 
Afila-se superiormente e forma um 
cone arterial chamado infundíbulo, 
que conduz ao tronco pulmonar. No 
ventrículo direito existem elevações 
musculares irregulares, as trabéculas 
cárneas, em sua face interna. Uma 
crista muscular espessa, a crista su-
praventricular, separa a parede mus-
cular rugosa na parte de entrada da 
câmara da parede lisa do cone arte-
rial, ou parte de saída. A parte de en-
trada do ventrículo recebe sangue do 
átrio direito através do óstio AV direito 
(tricúspide), localizado posteriormen-
te ao corpo do esterno no nível do 4º 
e 5º espaços intercostais. O óstio AV 
direito é circundado por um dos anéis 
fibrosos do esqueleto fibroso do cora-
ção. O anel fibroso mantém o calibre 
do óstio constante (suficientemente 
grande para permitir a passagem das 
pontas de três dedos), resistindo à di-
latação que poderia resultar da pas-
sagem de sangue através dele com 
pressões variadas.
Figura 7. Ventrículo direito aberto: vista anterior. Fonte: Netter interativo. 2004.
13ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
A valva atrioventricular direita (tricús-
pide) protege o óstio AV direito. As 
bases das válvulas estão fixadas ao 
anel fibroso ao redor do óstio. 
Figura 8. Valva atrioventricular direita (tricúspide). Fonte: Netter interativo. 2004.
14ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
Como o anel fibroso mantém o ca-
libre do óstio, as válvulas fixadas se 
tocam da mesma forma a cada bati-
mento cardíaco. As cordas tendíneas 
fixam-se às margens livres e às su-
perfícies ventriculares das válvulas 
anterior, posterior e septal, de forma 
semelhante à fixação das cordas em 
um paraquedas. As cordas tendíne-
as originam-se dos ápices dos mús-
culos papilares, que são projeções 
musculares cônicas com bases fixa-
das à parede ventricular. Os múscu-
los papilares começam a se contrair 
antes da contração do ventrículo di-
reito, tensionando as cordas tendíne-
as e aproximando as válvulas. Como 
as cordas estão fixadas a faces adja-
centes de duas válvulas, elas evitam 
a separação das válvulas e sua in-
versão quando é aplicada tensão às 
cordas tendíneas e mantida durante 
toda a contração ventricular (sístole) 
– isto é, impede o prolapso (entrada 
no átrio direito) das válvulas da valva 
atrioventricular direita quando a pres-
são ventricular aumenta. Assim, a re-
gurgitação (fluxo retrógrado) de san-
gue do ventrículo direito para o átrio 
direito durante a sístole ventricular é 
impedida pelas válvulas. 
SE LIGA: O aparelho valvar consiste 
de: um anel fibroso (ânulo fibroso) em 
torno do óstio atrioventricular; da valva 
(constituída de várias válvulas ou cús-
pides - cada cúspide se insere no anel 
fibroso que constitui o óstio); as cordas 
tendíneas, que ligam as válvulas aos 
músculos papilares (como os tendões li-
gam o musculo ao osso) e os músculos 
papilares.
Figura 9. Aparelho Valvar. Fonte: Portal Lucas 
Nicolau.
Três músculos papilares no ventrículo 
direito correspondem às válvulas da 
valva atrioventricular direita:
• O músculo papilar anterior, o 
maior e mais proeminente, origi-
na-se da parede anterior do ven-
trículo direito; suas cordas tendíne-
as se fixam nas válvulas anterior e 
posterior da valva atrioventricular 
direita.
• O músculo papilar posterior, 
menor do que o músculo anterior, 
pode ter várias partes; origina-se 
da parede inferior do ventrículo di-
reito, e suas cordas tendíneas se 
15ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
fixam nas válvulas posterior e sep-
tal da valva atrioventricular direita.
• O músculo papilar septal origi-
na-se do septo interventricular e 
suas cordas tendíneas se fixam às 
válvulasanterior e septal da valva 
atrioventricular direita.
O septo interventricular (SIV), com-
posto por duas partes, a muscular e 
a membranácea, é uma divisória oblí-
qua forte entre os ventrículos direito e 
esquerdo, formando parte das pare-
des de cada um. 
A trabécula septomarginal (banda 
moderadora) é um feixe muscular 
curvo que atravessa o ventrículo direi-
to da parte inferior do SIV até a base 
do músculo papilar anterior. Essa tra-
bécula é importante porque conduz 
parte do ramo direito do fascículo AV, 
uma parte do complexo estimulante 
do coração até o músculo papilar an-
terior. Este “atalho” através da câmara 
parece reduzir o tempo de condução, 
permitindo a contração coordenada 
do músculo papilar anterior. 
5. ÁTRIO ESQUERDO
O átrio esquerdo forma a maior par-
te da base do coração. Os pares de 
veias pulmonares direita e esquerda, 
avalvulares, entram no átrio de pare-
des finas. Possui uma porção de pa-
redes lisas a partir da incorporação 
do desenvolvimento de uma porção 
das veias pulmonares e um apêndice 
auricular que é sulcado pelos múscu-
los pectinados e que era o átrio es-
querdo primitivo.
A aurícula esquerda muscular, de for-
mato tubular e sua parede trabecula-
da com músculos pectíneos, forma a 
parte superior da margem esquerda 
do coração e cavalga a raiz do tronco 
pulmonar. Uma depressão semilunar 
no septo interatrial indica o assoalho 
da fossa oval; a crista adjacente é a 
valva do forame oval. 
O interior do átrio esquerdo apresenta:
• Uma parte maior com paredes li-
sas e uma aurícula muscular me-
nor, contendo músculos pectíneos.
• Quatro veias pulmonares (duas su-
periores e duas inferiores) que en-
tram em sua parede posterior lisa.
• Uma parede ligeiramente mais es-
pessa do que a do átrio direito.
• Um septo interatrial que se inclina 
posteriormente e para a direita
• Um óstio atrioventricular esquerdo 
através do qual o átrio esquerdo 
transfere o sangue rico em oxigê-
nio que recebe das veias pulmona-
res para o ventrículo esquerdo.
16ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
Figura 10. Átrio e ventrículo esquerdo. Fonte: Netter interativo. 2004.
6. VENTRÍCULO 
ESQUERDO
O ventrículo esquerdo forma o ápice 
do coração, quase toda sua face es-
querda (pulmonar) e margem esquer-
da e a maior parte da face diafragmá-
tica. Como a pressão arterial é muito 
maior na circulação sistêmica do que 
na circulação pulmonar, o ventrículo 
esquerdo (VE) trabalha mais do que 
o ventrículo direito (VD). Consequen-
temente, o VE tem quase o dobro da 
espessura do VD. Suas paredes são 
revestidas por trabéculas cárneas 
que são mais finas e mais numerosas 
do que as do ventrículo direito.
O VE contém apenas dois músculos 
papilares, anterior e posterior, que 
se ligam aos dois folhetos da válvula 
atrioventricular esquerda (ou mitral) 
por meio das cordas tendíneas.
A valva atrioventricular esquerda 
(mitral ou bicúspide) tem duas vál-
vulas, anterior e posterior. A valva 
atrioventricular esquerda está locali-
zada posteriormente ao esterno, no 
nível da 4a cartilagem costal. Cada 
uma de suas válvulas recebe cor-
das tendíneas de mais de um mús-
culo papilar. Esses músculos e suas 
cordas sustentam a valva atrioven-
tricular esquerda, permitindo que as 
válvulas resistam à pressão gerada 
durante contrações (bombeamento) 
17ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
do ventrículo esquerdo. As cordas 
tendíneas tornam-se tensas logo an-
tes e durante a sístole, impedindo que 
as válvulas sejam empurradas para 
o átrio esquerdo. A corrente sanguí-
nea sofre duas mudanças de trajeto 
perpendiculares durante sua passa-
gem pelo ventrículo que, juntas, re-
sultam em mudança de direção de 
180°. Essa inversão de fluxo ocorre 
ao redor da válvula anterior da valva 
atrioventricular esquerda. 
Figura 11. Valva atrioventricular esquerda (mitral). Fonte: Netter Interativo. 2004.
A valva da aorta, situada entre o ven-
trículo esquerdo e a parte ascendente 
da aorta, é posicionada obliquamen-
te. Está localizada posteriormente ao 
lado esquerdo, do esterno, no nível do 
3º espaço intercostal. 
Existem dilatações na parede da aor-
ta abaixo de cada cúspide: os seios 
da aorta. A artéria coronária direita 
se origina no seio aórtico direito, en-
quanto a artéria coronária esquerda 
se origina no seio aórtico esquerdo.
18ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
VENTRÍCULO DIREITO VENTRÍCULO ESQUERDO
Uma valva tricúspide Uma valva bicúspide
Uma face septal trabeculada Uma face septal lisa
Uma crista supraventricular Nenhuma crista
Presença do infundíbulo Ausência do infundíbulo
Duas câmaras Hipertrofia muscular
Tabela 1. Diferenças entre os ventrículos
19ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
VE
Cordas tendíneas
Trabéculas cárneas
Válvulas semilunares
Crista, ponte e mm. papilares 
anterior e posterior
Direita, esquerda e posterior
Tendão de Todaro
AD
Mm. pectíneos
Triângulo de Koch
Fossa oval
Óstio da veia cava superior
Óstio e válvula da veia cava inferior
Óstio e válvula do seio coronário 
VD
Válvulas semilunares
Cordas tendíneas
Trabéculas cárneas
Crista supraventricular
Crista, ponte e mm. papilares 
anterior, posterior e septal, 
trabécula septomarginal
Direita, esquerda e anterior
AE
Óstios das veias pulmonares
Mm. pectíneos
CONFIGURAÇÃO ANATÔMICA INTERNA DO CORAÇÃO
20ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
7. VALVAS DO TRONCO 
PULMONAR E DA AORTA
As três válvulas semilunares da valva 
do tronco pulmonar (anterior, direita e 
esquerda), como as válvulas semilu-
nares da valva da aorta (posterior, di-
reita e esquerda), são côncavas ao se-
rem observadas de cima. As válvulas 
semilunares não têm cordas tendíne-
as para sustentá-las. Têm área menor 
do que as válvulas das valvas AV, e a 
força exercida sobre elas é menor que 
a metade da força exercida sobre as 
válvulas das valvas atrioventriculares 
direita e esquerda. 
As válvulas projetam-se para a arté-
ria, mas são pressionadas em direção 
(e não contra) às suas paredes quan-
do o sangue deixa o ventrículo. Após 
Valva 
Pulmonar
Valva 
aórtica
Válvula semilunar direita
Válvula semilunar direita
Válvula semilunar esquerda
Válvula semilunar esquerda
Válvula semilunar anterior
Válvula semilunar posterior
VALVAS SEMILUNARES
o relaxamento do ventrículo (diástole), 
a retração elástica da parede do tron-
co pulmonar ou da aorta força o san-
gue de volta para o coração. No en-
tanto, as válvulas fecham-se com um 
estalido, quando há inversão do fluxo 
sanguíneo. Elas se aproximam para 
fechar por completo o óstio, susten-
tando umas às outras quando suas 
bases se tocam e evitando o retorno 
de qualquer quantidade significativa 
de sangue para o ventrículo. 
A margem de cada válvula é mais es-
pessa na região de contato, formando 
a lúnula; o ápice da margem livre an-
gulada é ainda mais espesso, forman-
do o nódulo. Imediatamente superior 
a cada válvula semilunar, as paredes 
das origens do tronco pulmonar e da 
aorta são ligeiramente dilatadas, for-
mando um seio. Os seios da aorta e 
do tronco pulmonar são os espaços 
na origem do tronco pulmonar e da 
parte ascendente da aorta entre a 
parede dilatada do vaso e cada válvu-
la semilunar. O sangue presente nos 
seios e a dilatação da parede impe-
dem a adesão das válvulas à parede 
do vaso, o que poderia impedir o fe-
chamento. A abertura da artéria coro-
nária direita é no seio da aorta direito 
e a abertura da artéria coronária es-
querda é no seio da aorta esquerdo. 
Nenhuma artéria origina-se do seio 
da aorta posterior (não coronário).
21ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
Figura 12. Vista superior da valva aórtica
Figura 13. Valvas do coração na diástole. Fonte: Netter Interativo. 2001.
22ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
Figura 14. Valvas do coração na sístole. Fonte: Netter Interativo. 2001.
8. VASCULATURA DO 
CORAÇÃO
As artérias coronárias e as veias car-
díacas são as responsáveis pela vas-
culatura do coração. O endocárdio e 
parte do tecido subendocárdico rece-
bem nutrientes e oxigênio por difusão 
ou microvascularização diretamente 
das câmaras cardíacas.Os vasos san-
guíneos percorrem a superfície do co-
ração abaixo do epicárdio e parte de-
les estão entranhados no miocárdio.
IRRIGAÇÃO ARTERIAL DO 
CORAÇÃO
As artérias coronárias direita e es-
querda, são originadas dos seios da 
aorta correspondentes e irrigam o 
miocárdio e o epicárdio, seguindo por 
lados opostos ao tronco pulmonar.
A artéria coronária direita (ACD) 
após se originar do seio da aorta di-
reito, segue para o lado direito do 
tronco pulmonar, vai até o sulco co-
ronário e depois segue em direção ao 
ápice, sem alcança-lo. Nesse trajeto, 
23ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
origina, geralmente, o ramo do nó si-
noatrial (SA) ascendente (irriga o nó 
sinoatrial) e o ramo marginal direito 
(irriga margem direita do coração). A 
ACD vai ainda para a esquerda após 
emitir o ramo marginal direito e conti-
nua no sulco coronário até a face pos-
terior do coração. Na parte anterior da 
cruz do coração, onde há junção dos 
septos interatrial e interventricular, a 
ACD origina o ramo do nó atrioven-
tricular (irriga o nó AV). Outra ramo 
proveniente da ACD é o ramo in-
terventricular posterior, que passa 
pelo sulco interventricular posterior 
em direção ao ápice e envia os ramos 
interventriculares septais, que perfu-
ram o septo IV.
A artéria coronária esquerda (ACE) 
se origina do seio da aorta esquerdo, 
passa pela aurícula esquerda e lado 
esquerdo do tronco pulmonar e segue 
para o sulco coronário. Cerca de 40% 
das pessoas vai ter o ramo circunfle-
xo da ACE originando o ramo do nó 
SA, que ascende até a face posterior 
do átrio esquerdo e vai até o nó SA.
No sulco coronário, a ACE divide-se 
em dois ramos: ramo interventricu-
lar anterior (ou descendente ante-
rior esquerda - DAE) e o ramo cir-
cunflexo. O ramo IV anterior segue 
pelo sulco IV e vai até o ápice do cora-
ção, faz a volta na margem inferior do 
coração e depois se anastomosa com 
o ramo IV posterior da ACD. Algumas 
pessoas ainda têm o ramo lateral 
originado pelo ramo IV, que segue na 
face anterior do coração.
O ramo circunflexo, acompanha o sul-
co coronário pela margem esquerda 
do coração e vai até a face posterior, 
terminando no sulco coronário antes 
de chegar até a cruz do coração. 
A ACD costuma irrigar os nós SA e 
AV, o miocárdio da parede externa do 
ventrículo direito (exceto sua face an-
terior), a face diafragmática do ventrí-
culo esquerdo e o terço posterior do 
septo interventricular. 
Em geral, a ACE supre os dois terços 
anteriores do SIV (inclusive o feixe AV 
de tecido conectivo), a parede ante-
rior do ventrículo direito e a parede 
externa do ventrículo esquerdo (ex-
ceto sua face diafragmática).
O domínio da vasculatura arterial co-
ronariana é definida pela artéria que 
origina o ramo interventricular pos-
terior, sendo que a coronária direita 
mais comumente desempenha este 
papel (67% dos casos).
Os leitos capilares do miocárdio dre-
nam principalmente para o átrio direi-
to por intermédio de veias que desá-
guam no seio coronário. No entanto, 
as veias também podem entrar di-
retamente nas câmaras através das 
veias cardíacas mínimas. Nenhuma 
das duas vias tem válvulas.
24ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
Figura 15. Artérias coronárias e veias do coração – Face diafragmática (inferior). Fonte: Netter Interativo. 2004.
Figura 16. Artérias coronárias e veias do coração – Face esternocostal (anterior). Fonte: Netter Interativo. 2004.
25ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA
Átrio esquerdo Átrio direito
A maior parte do ventrículo esquerdo A maior parte do ventrículo direito
Parte do ventrículo direito Superfície diafragmática do ventrículo esquerdo
Septo interventricular Parte dos septos interatrial e interventricular
Nó SA (40% das pessoas) Nó SA (60% das pessoas)
Nó AV
Tabela 2. Irrigação das artérias coronárias
SE LIGA: Algumas pessoas desenvol-
vem a capacidade de desenvolver uma 
circulação colateral. Geralmente os ra-
mos das artérias coronarianas são termi-
nais funcionais, ou seja, irrigam regiões 
do miocárdio que não têm anastomoses 
suficientes com outros grandes ramos 
para manter um tecido, caso ocorra uma 
oclusão. Porém, podemos observar que 
na maioria das pessoas, pode haver o 
desenvolvimento de anastomoses en-
tre os ramos das artérias subepicárdicas 
ou miocárdicas e entre elas e os vasos 
torácicos.
SAIBA MAIS: 
A angina do peito é a dor originada do coração. Ela pode ser caracterizada como uma dor 
em aperto, no fundo do tórax, constritiva e transitória, que pode durar de 15 segundos a 15 
minutos, de intensidade moderada. Essa dor muitas vezes é resultante do estreitamento das 
artérias coronárias. Ocorre uma diminuição do fluxo sanguíneo coronariano, com redução da 
oferta de oxigênio para as células musculares estriadas cardíacas. O metabolismo anaeróbio 
dos miócitos leva ao acúmulo de ácido lático, que ativa os receptores álgicos do músculo. 
Atividades que podem levar ao aumento da atividade cardíaca são: exercício físico vigoroso, 
exposição súbita ao frio e estresse. 
A angina é aliviada ao repouso, cerca de 1 a 2 minutos. Pode ser administrada nitrogliceri-
na sublingual, que dilata as coronárias e aumenta o fluxo sanguíneo local, reduzindo então 
sintomas.
No infarto, a dor é bem maior que a angina e ela não desaparece ao repouso.
26ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
DRENAGEM VENOSA DO 
CORAÇÃO. 
A drenagem venosa do coração é go-
vernada primariamente pelo seio co-
ronário, com auxílio secundário das 
veias cardíacas anteriores, que en-
tram diretamente no átrio direito, e 
das veias cardíacas menores, que se 
abrem diretamente no interior das câ-
maras cardíacas.
O seio coronário cursa transversal-
mente ao longo da superfície poste-
rior do coração, no sulco coronário, e é 
uma veia particularmente larga, uma 
vez que recebe sangue da: veia cardí-
aca maior, veia cardíaca média, veias 
cardíacas menores, veia marginal es-
querda, veias ventriculares posterio-
res esquerdas.
As veias cardíacas maiores cursam 
superiormente no sulco interventricu-
lar anterior, e entram o seio coronário 
pelo lado esquerdo. A veia cardíaca 
média, também conhecida como veia 
interventricular posterior, também 
drena para o seio coronário, entretan-
to entra pelo lado oposto após cursar 
no sulco interventricular posterior. 
A. 
coronária 
direita
ramos atriais
r. interventricular anterior
r. marginal direito
r. circunflexo
r. interventricular posterior
ramos atriais
r. marginal esquerdo
r. interventricular
r. interventricular
CIRCULAÇÃO DO CORAÇÃO
A. 
coronária 
esquerda
Seio 
coronário
v. cardíaca magna
v. interventricular posterior
v. cardíaca parva
27ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
SE LIGA! : Doença arterial coronária é 
um dos muitos termos, incluindo doença 
cardíaca isquêmica e doença cardíaca 
aterosclerótica, usado para descrever o 
estreitamento das paredes internas das 
artérias que suprem o coração.
Essa condição é muito grave, e pode se 
mostrar fatal, uma vez que é o principal 
tipo de doença cardíaca e a causa mais 
frequente de infarto do miocárdio.
O sintoma mais óbvio da estenose da ar-
téria coronária é angina, ou dor no tórax, 
na região do coração, que está situado 
atrás da margem esquerda do esterno.
Fatores de risco para a aquisição desta 
condição incluem: hipertensão, hiperco-
lesterolemia, tabagismo, hiperglicemia, 
fatores hemostáticos, genética, altos ní-
veis de lipoproteína, sedentarismo, eti-
lismo, estresse, baixos níveis dietéticos 
de antioxidantes, obesidade, baixos ní-
veis de hemoglobinas, idade avançada.
Um diagnóstico positivo é obtido através 
de vários exames cardiológicos, incluin-
do um teste ergométrico, eletrocardio-
grama, ecocardiograma, para mencionar 
alguns.
Medidas preventivas incluem uma dieta 
balanceada, associada a exercícios físi-
cos regulares.
O tratamento para os que já sofrem da 
doença inclui vários medicamentos e 
algumas vezes envolve intervenções 
cirúrgicas.
9. COMPLEXO 
ESTIMULANTE DO 
CORAÇÃO
O complexo estimulante do coração 
é formadopor nós intrínsecos espe-
cializados geradores de estímulos 
rítmicos e por feixes de músculo car-
díaco modificado que conduzem os 
impulsos. O resultado é a contração 
coordenada dos átrios e ventrículos.
CONCEITO! O complexo estimulante 
do coração gera e transmite os impulsos 
que produzem as contrações coordena-
das do ciclo cardíaco.
O complexo estimulante consiste em 
tecido nodal, que inicia os batimentos 
cardíacos e coordena contrações das 
quatro câmaras, e fibras condutoras 
muito especializadas para conduzi-
-los rapidamente para as diferentes 
áreas do coração. A seguir, os im-
pulsos são propagados pelas células 
musculares estriadas cardíacas, de 
modo que haja contração simultânea 
das paredes das câmaras.
SE LIGA! O coração tem dois tipos de 
células, as células miocárdicas, tam-
bém denominadas células funcionais, 
que quando estimuladas eletricamente 
são capazes de se contrair, e as células 
marcapasso, responsáveis pela gera-
ção e condução dos estímulos elétricos. 
Os tecidos especializados que geram e 
conduzem impulsos elétricos através do 
coração, são o nó sinoatrial (nó SA), nó 
atrioventricular (nó AV), feixe de His e 
fibras de Purkinje.
28ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
Figura 17. Complexo estimulante do coração. Fonte: Netter Interaivo. 2004.
O nó SA está localizado na parede 
posterior do átrio direito, onde a veia 
cava chega ao coração. O nó AV está 
na porção inferior do septo interatrial. 
O feixe de His está no topo do septo 
interventricular, esse feixe se divide 
no interior da parede dos ventrículos 
denominando-se fibras de Purkinje, 
causando a contração simultânea dos 
ventrículos. 
A regulação da ritmicidade do cora-
ção ocorre no nó SA ou marca pas-
so do coração, emitindo um impulso 
aproximadamente 70 vezes por mi-
nuto. Esta ritmicidade ocorre porque 
as membranas das fibras do nó SA 
Nó Sinoatrial
Nó 
atrioventricular 
Ramos 
subendocárdicos 
(Fibras de 
Purkinje)
Fascículo 
Atrioventricular 
(Feixe de His)
Ramo direito
são muito permeáveis ao sódio, que 
passa para o interior das fibras, fa-
zendo com que o potencial da mem-
brana em repouso passe para o valor 
positivo até atingir seu limiar transfor-
mando em potencial de ação. 
O sinal de contração do nó SA pro-
paga-se miogenicamente (através 
da musculatura) de ambos os átrios. 
Centésimos de segundos depois, o 
impulso atinge o nó AV, que retarda 
o impulso para que os átrios forcem a 
passagem de sangue para os ventrí-
culos. O nó AV então distribui o sinal 
para os ventrículos através do fascí-
culo AV. 
29ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
Na junção das partes membranácea 
e muscular do septo interventricu-
lar (SIV), o fascículo AV divide-se em 
ramos direito e esquerdo. Esses ra-
mos prosseguem de cada lado do SIV 
muscular profundamente ao endocár-
dio e depois se ramificam em ramos 
subendocárdicos (Fibras de Purkin-
je), que se estendem até as paredes 
dos respectivos ventrículos.
Nó SA Nó AV Fascículo AV
Feixe de His
Feixe de His
rr. subendocárdicos
Ramo direito
Ramo esquerdo
SISTEMA DE CONDUÇÃO
CONCEITO: A geração e a condução de 
impulsos podem ser resumidas da se-
guinte forma:
• O nó SA inicia um impulso que é ra-
pidamente conduzido para as fibras 
musculares cardíacas nos átrios, cau-
sando sua contração.
• O impulso propaga-se por condução 
miogênica, que transmite rapidamen-
te o impulso do nó SA para o nó AV.
• O sinal é distribuído do nó AV atra-
vés do fascículo AV e seus ramos (os 
ramos direito e esquerdo), que se-
guem de cada lado do SIV e suprem 
os ramos subendocárdicos para os 
músculos papilares e as paredes dos 
ventrículos.
A frequência de geração e a velocida-
de de condução são aumentadas pela 
parte simpática e inibidas pela parte 
parassimpática da divisão autônoma 
do sistema nervoso para atender às 
demandas ou poupar energia.
O nó sinoatrial (SA), gerador de im-
pulsos, e o nó atrioventricular (AV), 
transmissor, geralmente são irrigados 
por ramos dos nós da ACD. O fascí-
culo atrioventricular e seus ramos são 
irrigados principalmente por ramos 
septais da ACE.
A oclusão de qualquer artéria coroná-
ria subsequente infarto do nó ou do 
tecido condutor pode exigir a inserção 
de um marcapasso cardíaco artificial. 
30ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
SE LIGA! O marcapasso consiste em 
um gerador de pulso ou bateria, um fio 
(derivação) e um eletrodo. Os marca-
passos produzem impulsos elétricos 
que iniciam contrações ventriculares em 
uma frequência predeterminada.
O efeito da divisão autônoma do sis-
tema nervoso sobre as artérias coro-
nárias é paradoxal. O controle da ati-
vidade cardíaca é feito pelo sistema 
nervoso simpático e parassimpático, 
que inervam de forma abundante o 
coração, além de fibras aferentes vis-
cerais que conduzem fibras reflexas 
e nociceptivas provenientes do cora-
ção. A estimulação simpática causa 
vasodilatação e a estimulação paras-
simpática, vasoconstrição.
Os impulsos elétricos que passam 
pelo complexo estimulante do coração 
podem ser registrados pelo eletrocar-
diograma. Onda P é a despolarização 
das fibras atriais do nó SA, o comple-
xo QRS é a despolarização dos ven-
trículos e a onda T é a repolarização 
dos ventrículos, iniciando assim um 
novo ciclo cardíaco
Sobre a inervação do coração, refe-
re-se à rede de nervos responsáveis 
pelo funcionamento do coração. O 
coração é inervado por fibras simpáti-
cas e parassimpáticas do ramo auto-
nômico do sistema nervoso periférico.
A rede de nervos que irriga o coração 
recebe contribuições dos nervos vago 
direito e esquerdo, além de contribui-
ções do tronco simpático. Estes são 
responsáveis por influenciar a frequ-
ência cardíaca, o débito cardíaco e as 
forças de contração do coração.
Plexo cardíaco É uma rede de nervos, incluindo os sistemas simpático e parassimpático
Inervação parassimpática
As fibras parassimpáticas são originadas do nervo vago e são  responsá-
veis por reduzir a frequência cardíaca, reduzir a força das contrações cardí-
acas e dilatar os vasos coronários
Inervação Simpática
As fibras simpáticas têm origem na coluna celular intermediolateral da 
medula torácica, entre T1 e T5, antes de se fundir ao tronco simpático e 
são responsáveis por aumentar a frequência cardíaca, aumentar a força de 
contratilidade cardíaca e promover a constrição dos vasos coronários
Tabela 3. Inervação do coração
31ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
A estimulação simpática é responsá-
vel por:
• Aumentar dinâmica e funcionali-
dade do coração através do au-
mento da frequência cardíaca, da 
condução do impulso, da força da 
contratilidade e do fluxo sanguíneo 
pelos vasos coronários.
• Aumentar a frequência de despo-
larização das células marca-passo 
e a condução atrioventricular.
A estimulação parassimpática é res-
ponsável por:
• Diminuir a dinâmica do coração 
através da diminuição da frequên-
cia cardíaca, redução da força de 
contração e constrição das artérias 
coronárias, para poupar energia 
em períodos de maior demanda. 
• As fibras parassimpáticas liberam 
acetilcolina que se liga aos recep-
tores muscarínicos resultando em 
redução da frequência de despo-
larização das células marcapasso 
e a condução atrioventricular além 
de diminuição da contração atrial.
SE LIGA! Lesões aos grandes nervos 
que formam o plexo cardíaco podem 
causar doenças compensatórias. Por 
exemplo, como os ramos do nervo vago 
estão diretamente relacionados à iner-
vação autonômica do coração, em caso 
de lesão nesta topografia o coração per-
derá sua capacidade de auto-regulação, 
resultando em um aumento da frequên-
cia cardíaca (taquicardia). A mesma lógi-
ca se aplica ao sistema simpático.
SE LIGA! Dor referida cardíaca
O coração é insensível ao toque, secção, 
frio e calor, porém, a isquemia e o acú-
mulo de produtos metabólicos estimu-
lam as terminações nervosas no miocár-
dio. As fibras álgicas aferentes seguem 
em direção central nos ramos cervicais 
intermediários e inferiores e nos ramos 
cardíacos torácicos do tronco simpáti-
co. Os axôniosdos neurônios sensitivos 
primários entram nos segmentos medu-
lares de T1 a T4 ou T5, principalmente 
do lado esquerdo. Quando um estímulo 
nocivo originário do coração é percebi-
do como dor originada em uma parte 
do corpo, como o membro superior es-
querdo, esse fenômeno é denominado 
dor referida cardíaca. Essa dor referi-
da visceral vai ser transmitida por fibras 
viscerais aferentes que acompanham 
as fibras simpáticas e geralmente são 
referidas em estruturas somáticas ou 
áreas em que o membro tenha fibras 
com corpos celulares no mesmo gân-
glio vertebral e processos centrais que 
entrem na medula através das mesmas 
raízes posteriores. A angina por exem-
plo é percebida como uma dor irradiada 
das regiões subesternal e peitoral es-
querda, além do ombro esquerdo e face 
medial do membro superior esquerdo. 
Essa região é inervada pelo nervo cutâ-
neo medial do braço. Tal nervo tem seus 
segmentos da medula espinhal (T1-T3) 
comuns às terminações viscerais afe-
rentes para as artérias coronárias. Além 
disso, esses neurônios podem fazer si-
napses e conduzir impulsos para neurô-
nios do lado direito de áreas compará-
veis da medula. Assim, a dor de origem 
cardíaca, que embora geralmente seja à 
esquerda, também pode se manifestar 
no lado direito, em ambos os lados ou 
até no dorso.
32ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
Figura 18. Áreas de dor referida cardíaca. Fon-
te: MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a 
clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2014. 
ANATOMIA DA AORTA
1. AORTA
A aorta surge no nível do anel valvar 
aórtico e termina na bifurcação aórti-
ca, aproximadamente no nível da ci-
catriz umbilical (nível de L4). A aorta 
tem quatro divisões principais: aor-
ta ascendente, arco aórtico, aorta 
torácica descendente e aorta ab-
dominal (Figura 19 e 20).
• Aorta ascendente: Encontra-se 
quase inteiramente dentro do saco 
pericárdico. Por ser uma estrutura 
intrapericárdica, ela se situa infe-
riormente ao plano transverso do 
tórax, sendo considerada como 
parte do conteúdo do mediasti-
no médio (parte do mediastino 
inferior). 
Os folhetos da valva aórtica estão 
relacionados a três seios; as arté-
rias coronárias direita e esquerda 
surgem dos seios aórticos direi-
to e esquerdo, respectivamente, 
sendo seus únicos ramos (Figura 
21). A aorta ascendente encontra-
-se posterior e à direita da artéria 
pulmonar.
• Arco aórtico: Percorre sobre a ar-
téria pulmonar direita e o brônquio 
esquerdo. De sua porção superior, 
são emitidas o tronco braquioce-
fálico, a artéria carótida comum 
33ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
esquerda e artéria subclávia es-
querda, nessa ordem. 
O ligamento arterial representa 
o remanescente fibrótico obstru-
ído do canal arterial fetal (artéria 
ductal), que une a artéria pulmonar 
proximal esquerda à superfície in-
ferior do arco aórtico. 
• Aorta torácica descendente: 
Guarda relação com a superfície 
anterior esquerda da coluna ver-
tebral e fica adjacente ao esôfago 
e ao átrio esquerdo. Seus ramos 
posterolaterais são as artérias in-
tercostais bilaterais e os ramos 
anteriores incluem as artérias 
brônquica, esofágica, mediasti-
nal, pericárdica e frênica supe-
rior. As artérias brônquicas, mais 
comumente duas esquerdas 
e uma direita, irrigam as pare-
des brônquicas e as paredes 
dos vasos arteriais e venosos 
pulmonares. Raramente, as ar-
térias brônquicas podem surgir 
de artérias intercostais ou sub-
clávia ou, raramente, de uma 
artéria coronária.
Termina (com a mudança de 
nome para parte abdominal da 
aorta) anteriormente à margem 
inferior da vértebra T12 e en-
tra no abdome através do hiato 
aórtico no diafragma. 
• Aorta Abdominal: Percorre 
ao longo da superfície anterior 
esquerda da coluna vertebral e 
fica adjacente à veia cava inferior. 
Os principais ramos laterais (retro-
peritoneais) incluem as artérias 
renais, adrenais, lombar direi-
ta e esquerda e frênica inferior. 
As artérias gonadais surgem um 
pouco mais anteriormente, mas 
permanecem retroperitoneais. Os 
ramos intraperitoneais surgem 
anteriormente e incluem o tronco 
celíaco (com seus ramos gástrico, 
esplênico e hepático esquerdo) e 
as artérias mesentéricas supe-
rior e inferior. Os ramos aórticos 
distais incluem as artérias ilíacas 
comuns direita e esquerda e uma 
pequena artéria sacral média.
34ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
Figura 19. Aorta torácica. Fonte: Netter interativo. 2004.
Arco da aorta
Parte abdominal da 
aorta
Tronco celíaco
Tronco braquiocefálico
A. carótida comum esquerda
A. subclávia
Artérias intercostais
Artéria bronquial 
inferior e ramo 
esofágico
Ramos esofágicos
Porção torácica da 
aorta
35ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
Figura 20. Aorta abdominal. Fonte: Netter interativo. 2004.
Artéria renal esquerda
Tronco celíaco
Artérias frênicas inferiores
Artéria suprarrenal média
Artéria mesentérica 
superior
Artéria testicular 
esquerda
Parte abdominal da aorta
Artéria mesentérica inferior
Artérias ilíacas comuns
Artéria ilíaca externa esquerda
Artéria ilíaca interna direita
Óstio da artéria coronária 
esquerda
Óstio da artéria coronária 
direita
Seios da aorta
Figura 21. Óstios das artérias coronárias. Fonte: Netter interativo. 2004.
36ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
ARCO DA AORTA
AORTA
AORTA TORÁCICA 
DESCENDENTE
AORTA ABDOMINALPARTE ASCENDENTE DA AORTA
A. MES. SUPERIOR
A. MES. INFERIOR
AA. RENAIS
AA. SUPRARRENAIS
AA. GONADAIS
TRONCO CELÍACO
A. ILÍACA COMUM 
A. ILÍACA COMUM D
A. GÁSTRICA E
A. HEP. COMUM
A. ESPLÊNICA
AA. INTERCOSTAIS
AA. BRÔNQUICAS
AA. ESOFÁGICAS
ACD
ACE
A. CARÓTIDA 
COMUM E
T. BRAQUIOCEFÁLICO LIG. ARTERIALA. SUBCLÁVIA E
A. SUBCLÁVIA D A. CARÓTIDA COMUM D
37ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2014.
NETTER, Frank H. Atlas de anatomia humana: 6. Ed. Philadelphia: Elsevier, 2014.
Murphy JG, Lloyd MA. Mayo Clinic Cardiology: Concise Textbook. 4th ed. New York: Mayo 
Clinic Scientific Press and Oxford University Press, 2013.
38ANATOMIA DO CORAÇÃO E AORTA

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