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PROJETO DE VIDA 
PV vira disciplina nas faculdades e Universidades
http://antigo.rioeduca.net/blogViews.php?bid=15&id=5311 (Sonho com Degraus – Jogo do tabuleiro)
A estratégia “deixa a vida me levar” não é a mais efetiva para alcançar o sucesso profissional. É preciso, antes de tudo, identificar aonde se quer ir e, então, estabelecer metas para chegar lá. É para ensinar jovens a se planejarem que faculdades têm passado a oferecer aulas de projeto de vida. Esse tipo de organização é importante e considerada uma habilidade socioemocional bastante valorizada pelo mercado
 
Como você estará daqui a 10 anos? Difícil responder, não é mesmo? Afinal, há muitos fatores envolvidos. O fato é que todo mundo tem algum sonho ou objetivo (ou vários). Às vezes, falta identificar o que se quer de verdade, a fim de priorizar. E, quando a pessoa consegue definir metas, não raramente, falta planejamento em curto e longo prazos para colocar isso em prática. Só que ter uma vontade e simplesmente “deixar a vida  levar você” não vai fazer com que um propósito se realize. Instituições de ensino têm identificado nos alunos a dificuldade de criar um projeto profissional e pessoal a seguir. E, como apenas ensinar habilidades técnicas não basta para que um profissional alcance o sucesso, há faculdades que passaram a oferecer disciplinas que dão uma mãozinha nesse sentido.
O objetivo é que os estudantes aprendam a traçar um caminho a ser seguido e consigam chegar à linha de chegada estabelecida. Na prática, é como se fosse um plano de negócios, mas aplicado à vida. Exemplo disso é a matéria “Go — projeto de vida”, oferecida na modalidade a distância pelo Centro Universitário Unicesumar. De acordo com Kátia Coelho, diretora de graduação e pós-graduação de EAD da instituição, as aulas surgiram da necessidade de ensinar os estudantes a organizarem a vida acadêmica. “Os alunos não têm tempo. A ideia era que é preciso auxiliá-los também na gestão dos prazos para que eles possam se organizar e estudar. Mas a proposta foi tomando uma dimensão maior e percebemos que poderíamos oferecer mais elementos”, explica.
Em 2017, o então projeto virou disciplina e passou a integrar a grade curricular de todos os cursos da faculdade no primeiro ano da graduação. De acordo com Kátia, que é mestre em educação pela Universidade Regional de Blumenau (Furb), já é possível notar a diferença. “Vimos, por meio dos relatos, que a matéria tem ajudado muito. E ela também é uma estratégia para diminuir a evasão. De um total de 40 mil alunos do formato a distância, 78% participaram das aulas”, conta. O currículo da disciplina inclui aulas sobre a construção de um projeto de vida, como é possível identificar oportunidades no mercado de trabalho, como se preparar para elas, como conquistar vagas de emprego e alcançar resultados. “O objetivo é um olhar integral do aluno. Assim trabalhamos outras habilidades e competências necessárias para o projeto de vida dele”, explica Kátia.
 
A disciplina foi idealizada pelo professor Luciano Santana, coordenador do curso de recursos humanos do Unicesumar, em parceria com o coach Felipe Lima. “É abordada a questão do mercado de trabalho, como construir um currículo, como se portar em uma entrevista. Também pensamos na parte espiritual, o olhar para a família, o lazer e o cuidado consigo mesmo”, exemplifica Kátia. Mauro Felix Junior, mestre em administração pela Fundação Getulio Vargas (FGV), elogia a iniciativa. “É muito importante as faculdades cuidarem desse lado. É uma pena que a maioria não o faça. Isso porque estão mais preocupadas em passar as ferramentas técnicas, esquecendo que só isso não basta”, explica o coordenador dos cursos de graduação em gestão da Celso Lisboa Escola de Negócios.
"O objetivo é um olhar integral do aluno. Assim trabalhamos habilidades e competências necessárias para o projeto de vida dos alunos” 
Kátia Coelho, diretora de graduação e pós-graduação a distância do Unicesumar
 
"É muito importante as faculdades cuidarem desse lado. É uma pena que a maioria não o faz. Estão mais preocupadas em passar as ferramentas técnicas, esquecendo que só isso não basta” 
Mauro Felix Junior, professor de gestão de pessoas, motivação e liderança e psicologia do trabalho
Na prática
Mauro Felix Junior exemplifica como aplicar a metodologia Smart
» Específica: a meta tem que ser bem clara. Por exemplo, se você quer ficar mais magro, não escreva “quero emagrecer”, prefira “quero perder dois quilos no próximo mês”.
» Mensurável: não adianta traçar a meta de querer ser mais inteligente, pois isso não se mensura. Pode ser algo como: quero desenvolver meu conhecimento em cultura em x%.
» Alcançável: a meta não pode ser impossível de se conseguir. Por exemplo, a pessoa quer fazer um intercâmbio no próximo ano, mas não sabe falar outro idioma.
» Relevante: não invista em metas que não fazem sentido para você. Por exemplo, querer um emprego numa firma cujos valores você desaprova.
» Prazo: o prazo tem que ser estipulado daqui a três, quatro, meses.
Consultor empresarial e instrutor de treinamentos, Mauro Felix Junior observa que as competências socioemocionais, aquelas do âmbito comportamental (como proatividade e liderança), têm ganhado relevância. A Uniamérica (Faculdade União das Américas), em Foz do Iguaçu (PR), oferece disciplina nesse sentido desde 2013. A responsável pela matéria, Vânia Hernandes, explica que a necessidade do componente curricular se dá por um motivo simples. 
“Os alunos entram na faculdade muito jovens e perdidos. Muitas vezes não sabem o que querem fazer ou estão em um curso só porque os pais querem”, destaca a administradora e especialista em psicologia positiva pela Universidade Cândido Mendes. As aulas são obrigatórias para todos os alunos do primeiro semestre. “Inicialmente, ensinamos os alunos a identificar pontos fortes, valores pessoais e a fazer um balanço da vida. Depois vem a parte das inter-relações, que é desenhar os papéis que eles desempenham na família, no grupo de amigos e na sociedade”, conta. 
“Em seguida, falamos sobre a auto-organização, mapeando o que é interessante para eles, com bastante foco nas finanças pessoais. Falamos, então, sobre a carreira que eles seguirão e, para finalizar, abordamos o autoplanejamento, em que os alunos traçam metas e verificam como podem alcançar os objetivos.” Para Vânia, que é consultora na área de educação, é importante que as faculdades deem atenção a esses aspectos. “As pessoas estão desmotivadas. Aquela coisa formatada de crescer, casar e ter filhos está cada vez mais ultrapassada. O ser humano quer mais.”
Planejando o futuro 
Para conseguir se organizar e alcançar sonhos, Vânia Hernandes ressalta que, antes de tudo, é importante olhar para si mesmo. “Tudo começa com o autoconhecimento, se não se sabe como você funciona, pode tentar mil estratégias que não vai dar certo. Porque cada pessoa é de um jeito”, explica. Ela diz que, só então, é hora de colocar desejos no papel e traçar metas. “É importante que esses objetivos estejam de acordo com os seus valores”, destaca. Essa também é a dica de Mauro Felix Junior, que fez MBA em gestão de pessoas na FGV. “É como se você fosse empreender. A maioria das pessoas que abrem um negócio fecham pouco tempo depois porque o empreendimento não tinha muito a ver com elas e porque faltou planejamento”, comenta.
“Por isso, o primeiro passo é saber quais são as suas metas e os seus sonhos. Se você sabe o que quer, isso ajudará a superar os obstáculos”, diz. “Coloque no papel as forças que você tem. Isso é muito importante, pois nossa educação nos ensina a olharmos somente para aquilo que falta. Depois identifique suas fraquezas”, ensina. “É interessante utilizar a matriz FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças). Assim dá para olhar o ambiente interno e o externo. Outra metodologia que ajuda é a Smart, que ensina a traçar as metas. Porque ela precisa ser específica, mensurável, alcançável, relevante e ter prazo.”
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/trabalho-e-formacao/2018/08/26/interna-trabalhoeformacao-2019,702029/qual-e-seu-projeto-de-vida.shtmlPLANEJAMENTO
“Não sou a favor de pegar modelos de planejamento prontos e aplicar aos alunos. É preciso observar o perfil dos estudantes, que hoje não separam a vida pessoal da profissional”, destaca o mestre em processos comportamentais. “Antigamente, as pessoas falavam de trabalhar em alguma área de que não gostavam só pelo dinheiro. Mas hoje, elas querem atuar em coisas que deem sentido. Então, os aspectos trabalhista e emocional ficam muito relacionados”.
Competência SOCIOEMOCIONAL
 “As competências socioemocionais são habilidades que você pode aprender; são habilidades que você pode praticar; e são habilidades que você pode ensinar”
“A gente está falando de uma mudança de cultura, de compreensão de vida, do que a gente acredita que é o ser humano, o conhecimento, a aprendizagem e de qual é o papel da escola”, explica Anita Abed, consultora da Unesco (organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura). “O conhecimento em si deve ser amplamente significativo e prazeroso, algo da ordem socioemocional”, diz.
A nova visão não implica em deixar de lado o grupo de competências conhecidas como cognitivas (interpretar, refletir, pensar abstratamente, generalizar aprendizados), até porque elas estão relacionadas estreitamente com as socioemocionais. Pesquisas revelam que alunos que têm competências socioemocionais mais desenvolvidas apresentam maior facilidade de aprender os conteúdos acadêmicos. 
Diário de Inovações.
UMA TEORIA: BIG FIVE
Entre os psicólogos, tem crescido o reconhecimento de que é possível analisar a personalidade humana em cinco dimensões, conhecidas como Big Five: abertura a novas experiências, extroversão, amabilidade, consciência (também traduzida como conscienciosidade, do inglês conscientiousness) e estabilidade emocional (em inglês, usualmente identificada na carga de instabilidade emocional, ou neuroticism). Os Big Five são resultado de uma análise das respostas de questionários sobre comportamentos representativos de todas as características de personalidade que um indivíduo pode ter. Quando aplicados a pessoas de diferentes culturas e em diferentes momentos do tempo, as respostas a esses questionários demonstraram ter a mesma estrutura, o que deu origem à hipótese de que os traços de personalidade dos seres humanos se agrupam efetivamente em torno de cinco grandes domínios.
O pioneirismo da teoria é atribuído a Gordon Allport e colegas que, em meados dos anos 30, buscaram nos dicionários todos os adjetivos que poderiam descrever atributos de personalidade (como por exemplo: “amável”, “agressivo” etc). Na década de 40, Raymond Catell reduziu a lista de adjetivos para 171 termos e depois os agrupou por afinidade em 35 conjuntos.
A partir dos anos 60, pesquisas de grande amostragem detectaram que cinco fatores principais resumiam a variação existente. Os autores que mais contribuíram ao modelo à época, considerados os “pais” da teoria, foram: Lewis Goldberg, Robert R. McCrae e Paul T. Costa, Jerry Wiggins e Oliver John.
Para ressaltar a importância do tema, John, que atua como professor de psicologia na Universidade da Califórnia em Berkley e é autor do The Big Five Personality Test, um dos mais robustos testes de avaliação dos traços de personalidade, analisa que pela primeira vez na história é possível entender o que acontece com os traços de personalidade. “Temos a chance de conectá-los às escolas, e as competências socioemocionais são atributos que não podemos subestimar”, afirma.
O professor de Berkley explica que a teoria dos Big Five tem sido comprovada por diversos pesquisadores independentes ao redor do mundo. “É incrível que estudiosos do Brasil também encontrem as mesmas respostas. Isso significa que as pessoas podem trabalhar juntas em busca do que funciona, ao invés de ficar dizendo que isso é meu ou seu. Eu não sou dono da teoria dos Big Five e você não precisa me pagar royalties (compensações). Ela (teoria) funciona como um código aberto”.
Domínios do Big Five
Grande parte das experiências desenvolvidas por pesquisadores utiliza escalas e testes para medir aspectos particulares da personalidade e enquadrá-los em ao menos um dos domínios dos Big Five. Abaixo, o esquema proposto por John e Srivastava (1999) e citado em Almlund et al (2011) para enquadrar os domínios capturados por escalas e testes nos cinco grandes grupos dos Big Five:
Abertura a novas experiências:  tendência a ser aberto a novas experiências estéticas, culturais e intelectuais. O indivíduo aberto a novas experiências caracteriza-se como imaginativo, artístico, excitável, curioso, não convencional e com amplos interesses.
Consciência: inclinação a ser organizado, esforçado e responsável. O indivíduo consciente é caracterizado como eficiente, organizado, autônomo, disciplinado, não impulsivo e orientado para seus objetivos (batalhador).
Extroversão: orientação de interesses e energia em direção ao mundo externo e pessoas e coisas (ao invés do mundo interno da experiência subjetiva). O indivíduo extrovertido é caracterizado como amigável, sociável, autoconfiante, energético, aventureiro e entusiasmado.
Amabilidade: tendência a agir de modo cooperativo e não egoísta. O indivíduo amável ou cooperativo se caracteriza como tolerante, altruísta, modesto, simpático, não teimoso e objetivo (direto quando se dirige a alguém).
Estabilidade Emocional: previsibilidade e consistência de reações emocionais, sem mudanças bruscas de humor. Em sua carga inversa, o indivíduo emocionalmente instável é caracterizado como preocupado, irritadiço, introspectivo, impulsivo, e não-autoconfiante.
No infográfico abaixo, entenda a ligação entre grupos do Big Five e traços de personalidade. O desenvolvimento das competências socioemocionais pode ser benéfico tanto para um bom desempenho em matemática, como para ter sucesso nas artes e, por que não, felicidade (clique em cada elemento para ativar suas conexões).
Aproximar o ambiente escolar do desenvolvimento de competências socioemocionais cria espaço para um aprendizado mais completo e tem impacto no bem-estar ao longo de toda a vida. Isso porque, segundo o pesquisador Oliver John, seres humanos são uma espécie muito sociável, como as formigas e as abelhas, e suas características podem, sim, ser aprimoradas antes e depois do período escolar.
É quase um lugar comum dizer que o mundo atual é complexo demais para caber no currículo das escolas, mas o importante, segundo o pesquisador belga Filip de Fruyt, é entender “por que algumas pessoas conseguem lidar melhor com essa complexidade do que outras”. Para dar conta dessa tarefa, as escolas do século 21 precisam descobrir como inspirar seus alunos enquanto eles aprendem. Com estudos orientados e projetos, é possível ajudar os alunos a conhecerem o que gostam de estudar, como preferem aprender, o que os faz desistir, em que costumam errar, quais emoções os dominam quando fracassam ou são provocados. Em especial, estimulá-los a descobrir quais são seus sonhos e de que forma persistir em alcançá-los.
Os resultados desta mudança de postura são sentidos na própria sala de aula, como mostram pesquisas promovidas pelo Instituto Ayrton Senna e pela OCDE. Alunos mais responsáveis, focados e organizados aprendem em um ano letivo cerca de um terço a mais de matemática do que os colegas que apresentam essas competências menos desenvolvidas. Em português, os efeitos são semelhantes, e alunos mais abertos e protagonistas têm seu aprendizado impulsionado em um terço.
Com este novo cenário, abre-se a possibilidade de melhorar os índices de desempenho tradicionalmente avaliados e, ao mesmo tempo, promover as novas aprendizagens. Além disso, surge uma importante ferramenta para reduzir as desigualdades dentro do sistema educativo e de elevar sua qualidade, diminuindo inclusive os níveis de evasão. 
o diferencial de um indivíduo com estas competências bem desenvolvidas também é sentido no mercado de trabalho e seu efeito é recompensado na forma de maiores salários e menor período de desemprego.
O mundo está precisando de habilidadescomo: cooperação, tolerância, capacidade de trabalhar em equipes para alcançar resultados. São alunos que virão a ser cidadão, profissional , isso é para melhorar nossa sociedade, é para o nosso bem, bem do mundo, dos nossos filhos...

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