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LuciaO ensino da matemática na EJA (1)

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O Ensino da Matemática na EJA		
 A educação é um direito de todos e a EJA tem por objetivo principal integrar esses cidadãos na sociedade, garantindo o direito à educação e à escolarização. A Matemática faz parte da grade curricular da EJA, sendo de grande importância na formação do caráter sócio-educacional do educando.
 No decorrer dos últimos anos a Matemática, disciplina de fundamental importância, sofreu mudanças significativas. Mesmo assim ela continua sendo a vilã, dentre todas as disciplinas e a causa de muitas reprovações de estudantes. Pode-se afirmar que as dificuldades na aprendizagem desta disciplina são motivadas pelas suas próprias características e também pela falta de contextualização.
 A EJA (Educação de Jovens e Adultos) diz respeito à formação de jovens e adultos que não tiveram a oportunidade de concluir os estudos básicos na idade própria.
 Quando se fala em Educação Matemática dos Jovens e Adultos, não se refere ao ensino de Matemática para o estudante universitário, nem de cursos especializados para profissionais ou de sessões de resolução de problemas matemáticos com finalidade terapêutica ou diagnóstica.
 Fala-se de uma Educação dirigida a um sujeito de escolarização básica incompleta ou jamais iniciada e que retorna à escola na idade adulta ou na juventude, isto é, para aqueles que foram excluídos do sistema escolar quando adultos ou adolescentes.
 Sem contar que em relação ao conhecimento matemático, os próprios alunos assumem que têm dificuldade de aprendizagem por causa da idade.
 Magda Soares (1986) chama de “ideologia do dom”, segundo a qual “as causas do sucesso ou fracasso na escola devem ser buscadas nas características do indivíduo Nessa versão concorreriam para o aprendizado da Matemática a aptidão ou o talento pessoal do estudante para lidar com ela, e também a idade seria característica para o sucesso ou fracasso do mesmo.
 Outra versão afirma que “as pessoas humanas têm um bom nível de competência cognitiva até uma idade avançada (acima dos 75 anos)” , Palácios (1995,p.312) aponta se baseando na posição de psicólogos evolutivos de que o que determina o nível de competência cognitiva das pessoas mais velhas, não é a idade, mas sim uma série de fatores. Entre eles Palácios destaca o nível de saúde, o nível educativo, a experiência profissional e seu bem estar psicológico.
 A vida em uma sociedade está sempre evoluindo e se envolvendo em diversas tarefas, que vão desde a leitura de símbolos e códigos até a realização de atividades diárias que exigem uma alfabetização matemática. Entre elas: conhecer o número e o valor do transporte diário, conferir o troco em uma compra, decidir sobre seu orçamento familiar, analisar o valor de um bem comparando com outro, calcular o juro do valor de um empréstimo e também a experiência adquirida no serviço. 
 O professor da EJA deve mostrar ao estudante a Matemática como uma ferramenta construtora do conhecimento e não uma disciplina cheia de regras e teorias decorativas. Deve-se aproveitar a experiência de vida do aluno, estimular ideias novas, deixar que ele busque na sua vivência, soluções para situações- problemas correlacionadas ao seu meio social.
 Nesse sentido, o professor assume o valor dos conhecimentos das vidas dos alunos e alunas da EJA como um ponto de partida para as práticas escolares do ensino de Matemática, e ainda reafirma a existência dos mesmos na vida dessas e desses estudantes adultos pensando em uma Matemática prazerosa e interessante que motive os alunos,dando-lhes recursos e instrumentos que sejam úteis para o seu dia a dia.
 Quanto à alfabetização matemática de adultos, existe o risco de uma inadequação com a infantilização das estratégias de ensino, entre elas as mesmas propostas às crianças com menos de 7 anos de idade. No entanto caberia falar em procedimentos de alfabetização de jovens e adultos através de estratégias matemáticas de maneira eficaz.
 A transposição de atividades da educação infantil para a educação de adultos: “os brinquedos se transformam em frutas ou ferramentas, contudo se mantêm as sequências, conteúdos e separações da educação infantil” ( Àvila, 1996).
 Numa conferência sobre valores como determinantes do currículo em matemática, Ubiratan D’Ambrósio afirma já, em 1985, que respeitar o passado cultural do aluno não só lhe daria confiança em seu próprio conhecimento, na sua habilidade de conhecer, como também lhe conferiria “uma certa dignidade cultural ao ver suas origens culturais sendo aceitas por seu mestre e desse modo saber que esse respeito se estende também à sua família e à sua cultura” (D’Ambrósio, 1985 p.5) 
 Ao Perceber que a escola valoriza o conhecimento que ele traz, o aluno sente-se mais seguro e mais integrado com o fazer escolar.
 Na Educação de Jovens e Adultos é crucial que os professores busquem meios diferenciados de ensinar para que os estudantes tenham, uma aprendizagem significativa, de forma que façam uma relação entre o que aprenderam e a sua realidade social. Por isso é importante que o professor desta modalidade de ensino conheça seus alunos, seus conhecimentos prévios, bem como o contexto ao que ele está inserido e as necessidades que o levaram a retornar (OLIVEIRA; Bitencourt, 2015)
 Entretanto destaca-se que a contextualização dos conhecimentos matemáticos não é uma tarefa fácil e não deve envolver apenas atividades do conteúdo dos alunos, evitando assim que o ensino desta disciplina se restrinja a uma dimensão utilitária. Nesse contexto destaca-se a figura do professor que precisa saber como abordar todos os conhecimentos necessários para a proposta de trabalho
 Além de todos esses cuidados, o educador matemático deve seguir as disposições oficiais pelos órgãos públicos para o campo da educação matemática, por exemplo, o que se refere nos Parâmetros Curriculares Nacionais, nas orientações para a escolha dos livros didáticos das escolas públicas do Programa Nacional do livro didático e nas propostas Curriculares Municipais de Ensino.
 Portanto, é necessário que o professor atuante na Educação Matemática não se descuide de sua formação.
 A possibilidade de se construir uma investigação e uma proposta pedagógica responsável e consistente depende também da intimidade com o professor, com o conhecimento matemático que os habilite e autorize a perceber possibilidades, propor e analisar alternativas, promover adaptações, recriações e desconstruções, que melhor atende os propósitos, demandas e os desejos dos Educandos Jovens e Adultos e de seus educadores quando assumem na cena educativa o lugar de sujeitos do ensino-aprendizagem da Matemática.
 
 Referências Bibliográficas:
OLIVEIRA, S.T.B; PALUDO, C. formas de ingresso e permanência em PROEJA. Ed. Universitária, RS
SOARES, Magda. Linguagem e Escola. Ed. Contexto, SP
FONSECA, Maria da Conceição F.R. Educação Matemática de Jovens e Adultos Ed. Autêntica MG.
D’AMBRÓSIO, V. Educação Matemática: da teoria à prática. Ed. Papirus SP.
MORAES, Salete campos de. Educação Especial na EJA. Ed.Secretaria de Cultura, Prefeitura de Poá, SP

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