Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Anotações de Cirurgia – Conteúdo G1 Daniele Litwinczyk iMED – ATO 2022 3ªAULA – 25.03.20 Profe Bruno Trevisan COMPLICAÇÃOES TRANS OPERATÓRIAS Sempre que princípios básicos e um ou mais passos da técnica cirúrgica forem suprimidos ou menosprezados, acidentes, complicações tendem a ocorrer no trans ou no pós-operatório. Qualquer descuido ou inobservância de técnica poderá causar acidentes com consequências graves. - Por isso temos que ser cuidadosos na avaliação pré-operatória acidentes e intercorrências podem ocorrer durante o procedimento. Melhor maneira para lidar com intercorrências é a PREVENÇÃO Revisão de História médica pregressa. Exames de imagem Técnica cirúrgica adequada Orientações pós-operatórias LESÃO DE TECIDO MOLE Laceração Abrasão - O afastamento da mucosa (lábios e bochechas) durante o procedimento pode às vezes causar uma lesão Por que isso ocorre? Porque essa área está anestesiada e o paciente não sente dor, ele sente o toque, mas não sente dor, como ele não relata essa dor, algumas vezes essa força, pressão acaba lacerando (machucando) o paciente. ***O aquecimento da broca , pode queimar os lábios, ou a língua do paciente. LESÃO ESTRUTURAS ÓSSEAS Fratura processo alveolar Fratura maxila/mandíbula FRATURA DE MANDÍBULA Ocorre geralmente por muita força aplicada na alavanca, estalido seguido se sangramento abundante contínuo proveniente do alvéolo. Tratamento Se o dente estiver solto, retirá-lo e suturar Caso contrário, interromper a cirurgia, colocar uma gaze, fazer uma bandagem (menos do e Anotações de Cirurgia – Conteúdo G1 Daniele Litwinczyk iMED – ATO 2022 sangramento Encaminhar para o serviço de CTBMF: Redução Incruenta e Redução Cruenta Fazer bloqueio por 4 semanas (boca amarrada, paciente que já usa aparelho, podemos colocar ganchos de cirurgia ortognática, com fio retangular, para que os ganchos não girar) Prevenção: Uso de boa técnica (osteotomia, odontosecção) e especialmente em idosos (fazer pouca odontossecção, paciente pode até não fraturar na hora, mas pode fraturar em casa). FRATURA DA TUBEROSIDADE Comum de acontecer, quando usamos alavanca com muita força, se for usar força usar outro instrumento como sindesmotomo, melhor entortar o instrumento do que fraturar a tuberosidade. - Podem ser de variadas proporções e ocorre, geralmente em dentes anquilosados e/ou isolados no arco. OBS: Não é muito utilizado odontosseção em 3M superior, porque temos que ter a certeza que vamos conseguir dividir as 3 raizes, se elas estiverem muito juntas, pode acontecer de fazer odontossecção e deixar ápice é muito difícil enxergar. É comum 3Ms ter 4 raiz e com isso dificulta odontosseção, só fazer em casos que enxergamos bem. - Deve ser feito boa osteotomia Vestibular em 3Ms (em 1Ms não devemos tirar parede V temos que fazer canaleta (com zecrya ou 701) e preservar a parede V, para colocação de implantes; já no 3Ms podemos tirar a parede vestibular toda, porque ali não vai haver reabilitação protética) TRATAMENTO - Pequeno porte: o dente luxado não sai; não forçar divulsionar o mucoperiosteo do fragmento (dente está solto, mas não vem, não puxar, porque se puxar vai lacerar mucosa do palato, soltar o dente usando o descolador, e depois regulariza e fecha) - Médio e grande porte: Imobilizar o fragmento com odontossíntese (dente muito anquilosado - Regularização óssea, irrigação, sutura, ATB e analgésicos PREVENÇÃO: Boa Técnica ***Sempre lembrar que quando estamos realizando uma exodontia, estamos removendo um órgão do nosso paciente. Por isso temos que sempre ter cautela, cuidado com o local que está sendo realizado o procedimento, pois ali será um sitio para reestabelecer a função, ou seja, nesse local podemos colocar um implante, então sempre redobrar o CUIDADO para não ocorrer fraturas. Anotações de Cirurgia – Conteúdo G1 Daniele Litwinczyk iMED – ATO 2022 COMUNICAÇÃO BUCOSINUSAL Pode ocorrer a introdução de dentes no interior do seio maxilar Avisar paciente que pode acontecer comunicação Cuidar na odontossecção. - Quando comunicar não pode deixar aberto porque vai formar uma fistula, um caminho epitelizado, tem que fechar alvéolo em 1° intenção, fazer retalhos mucoperistal, vestibular, palatino ou combinado, fazer duas relaxantes divergentes no mesmo alvéolo, descola lingueta, trazer para ela subir, incisar o perisoteo, quando trazer ele vai abrir e mucosa esticar e vai cobrir e tem que suturar com vários pontos com fio 5 zeros. ***Fístula Bucosinusal: é típico o paciente relatar que quanto toma agua o liquido sai pelo nariz, essa saída do liquido pode gerar uma sinusite, inflação. Pode acontecer tardiamente ou no ato cirúrgico. O que fazer para saber se houve a comunicação? fazer manobra de Valsalva,, pedimos para o paciente prender a respiração, segurando o nariz com os dedos e, em seguida, é necessário forçar a saída de ar, fazendo pressão, se a comunicação ocorrer iremos observar o ar saindo via alveolar, ou pus dependendo da situação. ***Se tem mucosa fechar com mucosa, se ela estiver lacerada, puxar bola de bichat e fechar alvéolo com a bola de bichat - Bola de Bichat pode aparecer em outras cirurgias além de cirurgias de 3M, em casos de relaxantes mais altas, em regularização de rebordo, podemos reposicionar se não conseguir colocar de volta pode tirar um pouquinho ou também deixar um pouco exposta. ***As vezes o fechamento primário rompe, quando o paciente espirra, daí voltamos a ter a comunicação. TRATAMENTO: Fechamento primário ou tardio e medicamentoso Tratamento Cirúrgico (informação retirada do artigo) Alveolotomia com sutura vestíbulo-palatina Deslizamento do Retalho Vestibular Rotação do retalho palatino: mais agressivo, ele envolve a artéria palatina descendente, usado no insucesso do retalho vestibular, pegar até periósteo com a artéria e cobrir. Combinação de Retalho Vestibulares e Palatinos Anotações de Cirurgia – Conteúdo G1 Daniele Litwinczyk iMED – ATO 2022 PREVENÇÃO - Boa Visualização, osteotomia, odontossecção, movimentos delicados RECOMENDAÇÕES Não bochechar Cabeceira elevada Não assoar o nariz, vai sair sangue do nariz Espirrar com a boca aberta Não falar demais por 20 dias +- OBS: Hábitos paciente é importante, quem fecha a comunicação é o coagulo. INTRODUÇÃO DO DENTE NO SEIO MAXILAR Pode ocorrer o deslocamento do elemento dentário para dentro do seio maxilar pode ocorrer, Podemos ter somente um fragmento de raiz que entra no seio. O que fazer quando isso ocorrer? Tenho que analisar algumas coisas, estou tirando um 3MS fraturou, devo considerar que pra tirar aquele ápice tenho que fazer um estrago, correr risco de comunicar com o seio maxilar para tirar um ápice de 2mm de um dente hígido, não vale a pena. Isso se chama sepultamento do ápice radicular, deixar o ápice, MAS PARA ISSO O DENTE DEVE ESTAR HIGIDO e o ápice deve ser ápice não deve deixar meia raiz. → É possível deixar quando o risco de remover for muito maior que o beneficio de tirar. Dente necrosado tem que tentar tirar o ápice, dente hígido pode deixar (fazer uma canaleta em baixa rotação) Devemos avisar o paciente que o ápice ficou. PREVENÇÃO - Acesso adequado ao dente e não realizar força excessiva, tem que enxergar. HEMORRAGIAS Hemostasia - Física, química, biológica (biomaterial) As hemorragias trans-operatórias podem ocorrer em pacientes com discrepâncias sanguíneas, como os hemofílicos, ou em pacientes que tomam medicações para circulação, como Marevan, Marcomar, ou ainda em pacientes diabéticos, ou em casos que atingimos artérias ou nervos durante o ato cirúrgico. Hemorragia ou sangramento contínuo que, aos poucos vai formando grande coágulos Anotações de Cirurgia – Conteúdo G1 Daniele Litwinczyk iMED – ATO 2022 no interior da cavidade bucal Algumas horas eaté dias após a exodontia Visualização da origem do sangramento TRATAMENTO Tamponamento com gaze. Sutura oclusiva (uma sutura mais forte → inserir o Hemospon no alvéolo e realizar a sutura) Cera para osso Esponja de Fibrina Fármacos Fibrinolíticos - Origem do alvéolo: Anestesia, limpar alvéolo, hemostasia com gaze, sutura e gaze - Sutura em massa - Gelfoam, Surgicel, Hemospon = esponjas de fibrinas, coloca no alvéolo, fechar em 1° intenção , favorecem a formação do coagulo. - Sangramento tras-operatório: Durante a cirurgia, que atrapalhe a cirurgia, pedir para paciente morder uma gaze por 10 min ou ficar aspirando e depois que tirar dente colocar esponja de fibrina - Sangramento Pós-operatório: morder uma gaze, não guspir, colocar gelo, e mesmo assim não parar, chamar paciente, anestesiar e fazer sutura em massa, pegando mais tecido, com fio mais grosso, apertando bem. - Cirurgia em paciente que toma anticoagulante: pedir exame de TP, KTTP, TTPA, RNI (rni de quem não toma anticoagulante é 1 de quem toma é 1,5 a 4, tirar um dente de um paciente com rni 4 ele não vai parar de sangrar, tirar dente de paciente com rni até 3, dependendo do dente, pedir para medico paciente parar com a Varfarina ou Marcomar, demora 7 dias para diminuir efeito, substitui varfarina por heparina para não ter risco de infarto e para com por 12h heparina e retorna 12h após. ) PREVENÇÃO Anamnese adequada, boa técnica, sutura e recomendações INFECÇÃO Relação de causa e efeito: Para tratar infecção temos que remover a causa, por exemplo: remoção de cárie, tratar o canal, remoção de dente... → Nem sempre vamos remover a causa no momento. Se chegar um paciente com o dente cariado ou fraturado e tiver com um Anotações de Cirurgia – Conteúdo G1 Daniele Litwinczyk iMED – ATO 2022 abscesso na região, nós não vamos poder extrair esse dente (por que o anestésico não vai fazer efeito). Então sempre tratar antes de ato operatório. ANGINA DE LUDWIG = A Angina de Ludwig é uma celulite frequentemente originada de uma infecção odontogênica classicamente localizada no segundo e terceiro molares inferiores, que envolve os espaços submandibular, sublingual e submentoniano. A evolução de uma angina de Ludwig, por exemplo, as bactérias produzem gases pela necrose que ocorre nos tecidos, por isso que a tomografia acaba sendo importante pq tu acaba percebendo a formação de gases no tecido. Muitas vezes não se tem ponto de flutuação e se deve abrir só para se tirar esses gases. Em relação aos antibióticos para a angina, pode se usar penicilina, ampicilina com sulbactan, vária muito. TRATAMENTO Remoção do foco Drenagem Antibiótico terapia. PARESTESIA PREVENÇÃO Técnica adequada TRATAMENTO: Informar o paciente Laserterapia de baixa potencia Vitamina B - Diminuição ou ausência prolongada da sensibilidade, acompanhada da sensação de formigamento - Traumatismo do nervo durante a anestesia, luxação, curetagem, afastamento do retalho - Duração de dias, semanas ou meses, tempo indeterminado de 3 a 6 meses. OBS: Proximidade do dente com o Canal Mandibular, isso é importante na fratura de ápice radicular, quando fraturamos o ápice do dente, nem sempre precisamos remover esse ápice (outro caso de sepultamento de raiz), mas temos que respeitar alguns critérios: → Em terceiros molares é comum lesar o feixe vasculonervoso, pode em frente a alguns casos de remoção do terceiro molar, seja por dor ou pericoronarite. Em casos assim, podemos só fazer a remoção da coroa, e deixa a raiz para evitar o dano, para preservação. realizamos o sepultamento radicular. CUIDADO! Temos que cuidar, pois às vezes o afastamento da região lingual pode levar a uma parestesia no nervo lingual. Anotações de Cirurgia – Conteúdo G1 Daniele Litwinczyk iMED – ATO 2022 *** Sempre pedir tomografia para remoção de 3° molar inferior. ***Os nervos que atuamos são os nervos do trigêmeo. OBS: Paciente voltou e ainda está com lábio anestesiado, perguntar: Depois da cirurgia está diminuindo a sensação de anestesia? Ele vai responder: Não notei, pede pra ele observar; Ta igual, prognóstico ruim; Ta melhorando: Prognóstico bom voltar em 3 a 6 meses e pode ser irreversível (um lado compensa o outro e paciente se acostuma) Se a parestesia passar de um ano tem chance de voltar? As vezes um ano sem nenhum sinal de formigamento ou choque pode ser que nao volte. A chance de voltar nos precedimentos bem planejados é grande ***Cirurgia de ATM às vezes podemos ter um dano ao nevo motor, e dai sim causar uma paralisia. OUTRAS COMPLICAÇÕES 1. Edema / Equimose / Trismo → Edema: Atinge seu pico 48h após → Equimose: são pequenos hemorragias de vasos acessórios que acontecem “roxos” Extravasamento de sangue nos tecidos. ***Nesses casos lembrar do ESPECTRO EQUIMÓTICO DE LEGRAND DU SAULLE - Trata-se da variação cromática da equimose que permite aferir o nexo temporal da lesão. A coloração da equimose apresenta-se inicialmente avermelhada, depois evoluindo para azulada e, subseqüentemente, esverdeada e amarelada, finalmente voltando, a pele, a sua normalidade. →Trismo dificuldade de movimentação mandibular e extrema dificuldade de abertura de boca 2. Fraturas/luxação dentes adjacentes. 3. Complicações pelo paciente 4. Complicações equipe cirúrgica Anotações de Cirurgia – Conteúdo G1 Daniele Litwinczyk iMED – ATO 2022 Melhor maneira para lidar com intercorrencias é a PREVENÇÃO Revisão da história medica Exames de imagem Técnica cirrugica adequada Orientações pos cccirurgica ***As hemorragias são as que mais temos que tomar cuidado.
Compartilhar