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Medicina Centrada no Paciente e a Ética do Estudante de Medicina

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12/08/2020 INTRODUÇÃO A PROPEDÊUTICA Aula 2 
 
Medicina Centrada no 
Paciente 
A grande maioria das queixas (e dos elogios) 
não é por aspectos técnicos, mas por 
comunicação, empatia e respeito à dignidade 
do paciente. 
Os quatro quadrantes da formação médica 
 
Visando a promoção e prevenção a saúde, 
sendo função do médico ser um bom ouvinte, 
passar um interesse e respeito pelo o que o 
paciente está falando (olhando no olho do 
paciente), conseguindo uma boa relação 
médico-paciente, ao qual passa mais confiança 
ao paciente. 
O que fazer? 
Não é possível humanizar a medicina sem 
humanizar o profissional de saúde. 
O humanismo em medicina não é uma 
questão temperamental ou complementos 
interessantes. É uma verdadeira ferramenta de 
trabalho. 
Tudo aquilo que ajuda a entender o ser 
humano converte-se em instrumento 
profissional. 
Ética e Medicina 
Princípios Gerais 
Todos os atos humanos voluntários e livres 
podem receber uma qualificação moral de 
alguma espécie. 
O que define esta qualificação? 
1. Ato em si 
Ex.: roubar é essencialmente diferente 
de doar. 
2. Intenção: o que se deseja fazer 
Ex.: roubar para matar a fome ou para 
ficar rico 
3. Circunstâncias 
Ex.: soldado que mata em uma guerra X 
ladrão que mata uma velhinha 
Alguns atos não deixam dúvidas: 
• Indiferentes, nem bons nem 
maus 
Ex.: comprar um sapato. 
• Certamente bons 
Ex.: doar um cobertor a um 
mendigo 
• Certamente maus 
Ex.: roubar o cobertor do 
mendigo. 
Por outro lado: 
• Muitos atos podem ser 
classificados como duvidoso! 
Ética 
Ramo da filosofia que estuda os atos 
humanos do pronto de vista de sua qualificação 
moral. 
Ética profissional: ramo da ética que avalia o 
comportamento humano dentro dos limites da 
profissão. 
Códigos de ética: 
• Orientam a conduta através de 
princípios e diretrizes, 
principalmente nos casos de 
qualificação moral duvidosa. 
O CEM 
Ao estabelecer deveres e normais para a 
conduta do médico, o código de ética medica é 
garantia para a sociedade da qualidade, 
segurança e respeito no trabalho realizado 
pelos médicos. 
O código de ética medica institui princípios 
da pratica profissional e normatiza as relações 
do medico com pacientes e familiares, com 
outros médicos, instituições de saúde, bem 
como sua conduta no âmbito do sigilo e 
responsabilidade profissional. 
Princípios da Ética Medica 
Beneficência e não-maleficência (médico) – 
a ação do médico sempre deve causar o menor 
prejuízo ou agravos à saúde do paciente. 
• Não-maleficência: minimizar os 
danos. 
• Beneficência: é tentar 
maximizar os benéficos. 
Autonomia (paciente) – qualquer ato 
médico deve ser autorizado pelo paciente; 
• Se o paciente é incapaz (criança, 
demenciados, etc.), o principio da 
autonomia deve ser exercido pelo 
familiar ou responsável legal. 
Justiça (sociedade) – garante que a Medicina 
seja exercida em beneficio de todas as pessoas 
sem discriminações. 
O Erro Médico 
12/08/2020 INTRODUÇÃO A PROPEDÊUTICA Aula 2 
 
Imperícia – ignorância, incompetência, 
inabilidade e inexperiência na arte da profissão. 
• Ex.: realizar procedimento sem 
preparo adequado, sem 
embasamento cientifico – Erro sem 
conhecimento. 
Imprudência – descuido, prática de ação 
irrefletida ou precipitada, imprevisão do agente 
em relação ao ato que podia ou devia 
pressupor. 
• EX.: operar um paciente eletivo 
sem preparo, receitar 
medicamentos sem considerar os 
efeitos adversos, etc – Erro com 
consciência. 
Negligencia – não prestação dos cuidados 
necessários ao paciente, sugerindo inação, 
passividade ou ato omissivo capaz de 
determinar responsabilidade por culpa. 
• Ex.: esquecimento de compressas 
em cirurgias por falta de contagem, 
omitir alguma orientação 
importante, etc. 
 
 
 
Ética do Estudante de 
Medicina 
O código de ética do estudante de medicina 
(2018). 
Caso Clinico 1 
Paciente de 58 anos recebe diagnóstico e 
glicoblastoma multiforme avançado e 
inoperável. 
O aluno que o atende comenta o caso com 
os colegas de seu grupo de clínica durante o 
almoço no refeitório do hospital, dizendo que 
acredita que “o seu Fulano está no bico do 
corvo”, sem reparar que a acompanhante do 
paciente está almoçando no mesmo refeitório, 
na mesa de trás. 
COMENTARIOS 
- Pode comentar entre colegas, podem 
deve-se lembrar que há um ser humano por 
trás, deve ser dito com respeito e empatia para 
com o paciente, mediando sempre as palavras e 
o jeito como se fala. 
- IX - O estudante guardará sigilo a respeito 
das informações obtidas a partir da relação com 
os pacientes e com os serviços da saúde. 
Caso Clinico 2 
Um estudante, ao entrar no elevador do 
hospital, reconhece um paciente seu do 
ambulatório, que havia sido atendido no mês 
passado, cumprimenta o paciente e, para puxar 
assunto, pergunta: “como está, seu Antônio? E 
a pressão, anda mais controlada”? 
COMENTÁRIOS 
-Art.23.: Cabe ao estudante demonstrar 
empatia e respeito 
-Art.28.: O estudante de medicina deve 
respeitar a privacidade, que contempla, entre 
outros aspectos, a intimidade e o pudor dos 
pacientes. 
Caso Clinico 3 
Ao passar visita em uma enfermaria, um 
interno fica sabendo que um paciente é HIV 
positivo, mas que a equipe ainda não 
comunicou à família pois está esperando alguns 
exames adicionais. 
Incomodado com a situação, e ao ver a 
esposa do paciente angustiada com a incerteza 
do diagnostico, ele caba revelando o quadro 
durante aquela tarde. 
COMENTÁRIOS 
-Art.29.: A quebra do sigilo médico é de 
responsabilidade do médico assistente, sendo 
esse ato vedado ao acadêmico de medicina. 
Caso Clinico 4 
Para preparar um relato de caso que está 
usando na aula de propedêutica, um aluno vai 
ao hospital e fotografa as imagens de Rx de seu 
paciente, enviando-as por WhatsApp a seus 
colegas que vão apresentar o caso e ao 
professor, 
COMENTÁRIOS 
- Art.34. É permitido o uso de plataformas 
de mensagens instantâneas para comunicação 
entre médicos e estudantes de medicina, em 
caráter privativo, para enviar dados ou tirar 
dúvidas sobre pacientes, com a ressalva de que 
todas as informações passadas tenham absoluto 
caráter confidencial e não possam extrapolar os 
limites do próprio grupo, tampouco circular em 
grupos recreativos, mesmo que composto 
apenas por médicos e estudantes. 
Caso Clinico 5 
Anacleto é estudante de Medicina. Para seu 
alívio, desde o início do curso é conhecido por 
todos não pelo nome, mas por seu apelido: 
“Formiga”. 
 - A negligência consiste em não fazer o que deveria ser feito; 
- A imprudência consiste em fazer o que não deveria ser feito; 
- A imperícia em fazer mal o que deveria ser bem feito. 
12/08/2020 INTRODUÇÃO A PROPEDÊUTICA Aula 2 
 
Ao iniciar o internato e fazer as evoluções da 
clínica médica no prontuário, passa a assinar 
com seu apelido. 
COMENTÁRIOS 
- Art.31. O estudante de medicina deve 
escrever de forma correta, clara e legível no 
prontuário do paciente. 
Caso Clinico 6 
Em um sábado à noite, um interno do último 
semestre de Medicina está de plantão no PS da 
Clínica Médica. O plantão está vazio, de modo 
que os residentes se dividiram e estão 
dormindo no conforto médico anexo ao PS. 
Às 3h chega um paciente referindo dor de 
cabeça leve, sem outras queixas. Conta que 
estava em um barzinho, e que aproveitou para 
passar no OS a caminho de casa. Exame físico 
totalmente normal. 
Irritado com a história, o estudante libera o 
paciente com orientação de tomar dipirona e 
retornar em caso de piora, 
COMENTÁRIOS 
- Art.26. A realização de atendimento por 
acadêmico deverá obrigatoriamente ter 
supervisão médica. 
 
O mesmo interno, agora no estágio de 
obstetrícia, recebe no plantão noturno uma 
gestante. 
Mais atento após a bronca que levou na 
clínica médica faz o atendimento completo da 
paciente, o exame físico geral, orienta-a a 
despir-se e faz o toque vaginal. Em seguida, 
anota todos os dados no prontuário de forma 
completa e vai discutir o caso com o residente 
na sala dosmédicos. 
COMENTÁRIO 
- Paragrafo único: os estudantes, ao realizar 
exames que envolvam o pudor do paciente, 
devem estar sob supervisão médica presencial. 
Caso Clinico 7 
Um aluno está acompanhando um lactente 
internado com doença crônica, filho de uma 
mãe jovem recentemente abandonada pelo 
marido. Tira uma história cuidadosa e 
estabelece um vínculo muito bom com a mãe e 
a criança. De manhã ao chegar, costuma 
coincidir com a mãe na cantina do hospital e 
conversa um pouco com ela enquanto toma 
café. Alguns dias depois, a mãe lhe dá de 
presente uma caixa de bombons. Depois, como 
a internação se prolonga, acaba pedindo ao 
aluno que aceite uma camiseta de presente. 
Alguns dias mais tarde, o aluno é surpreendido 
ao encontrar em sua mochila uma carta 
francamente inconveniente. 
Preocupado em ganhar a confiança de um 
paciente novo, um aluno apresenta-se assim: 
“bom dia, sr. Antônio! Eu sou o dr. André, e vou 
lhe fazer algumas perguntas, tudo bem?” 
COMENTÁRIOS 
- Art.24.: É vedado ao acadêmico de 
medicina identificar-se como médico, podendo 
qualquer ato por ele praticado nessa situação 
ser caracterizado como exercício ilegal da 
medicina. 
 
Ao saber que se se trata de um estudante de 
medicina e não de um médico formado, o 
paciente recusa-se a ser atendido. O aluno 
então começa uma discussão dizendo que se 
trata de um hospital escola e que todo médico 
já foi estudante. 
COMENTÁRIOS 
- Art.41.: O estudante deve reportar-se ao 
médico supervisor em caso de recusa de 
atendimento pelo paciente e/ou seu 
responsável. 
Caso Clinico 8 
Um aluno estaria de plantão no hospital em 
um sábado de dia, mas faltou para ir a uma 
cervejada da faculdade. Questionado pelo 
professor, afirma que “não foi mesmo, afinal é 
só um estudante, não é médico.” 
COMENTÁRIO 
- Art. III – A escolha pela medicina exige 
compromissos humanísticos e humanitários, 
com promoção e manutenção do bem-estar 
físico, mental e social dos indviduos e da 
coletividade

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